A Afastada decidiu também demonstrar que Temer está cortando direitos dos trabalhadores. Usou como exemplo o reajuste do Bolsa Família e dos servidores, que chamou de “irresponsabilidade fiscal”. Santo Deus!
Dilma
Rousseff tem o emprego assegurado depois que for impichada de vez: vai
ser humorista. Já sugeri à direção da Jovem Pan que a contrate. Por que
não? Fora do governo, ela é engraçadíssima. Também falei a Tutinha e
Emílio Surita que o “Pânico” não pode abrir mão da sua contribuição. São
empregos dignos, que rendem um salário honesto e podem divertir os
brasileiros. Na noite desta quarta, a Afastada concedeu uma entrevista
ao “Jornal do SBT”. Se a gente levar a serio o que diz, é o caso de
recomendar internação.
Começo pelo
fim. O entrevistador, Kennedy Alencar, perguntou o que ela fará de
diferente caso volte ao poder. Tergiversou um pouco e deu um exemplo:
disse que não repetiria o governo de coalizão. Hein? Como assim? “Mas é
possível governar sem ele?” E a mulher pensou alto: claro que sim!
Segundo ela, dá para governar, então, sem o apoio dos partidos desde que
“se discuta claramente com a população”.
Fica o
recado aos senadores: caso Dilma volte, pretende adotar o método
bolivariano de tomada de decisões, consagrado, no momento, por Nicolás
Maduro, aquele notável democrata: nada de intermediação de políticos.
Vai ser papo direto e reto com o povo.
Dilma está
cada vez mais engraçada porque domina cada vez menos a matemática. E
isso ficou claro quando, ainda nos divertindo com a sua galhofa, afirmou
que pretende escrever uma carta de compromissos com o povo antes do
julgamento no Senado. E o que conterá essa carta? Ela não sabe
ainda muito bem, mas adiantou duas coisas. Em primeiro lugar, disse,
“resgatar a democracia”. Vai ver, então, estamos sob o império de uma
ditadura. Em segundo lugar, afirmou que pretende devolver os direitos
que estão sendo retirados do povo. Mas quais direitos? Que legislação
mudou até agora?
E foi aí que
se viu Dilma, a comediante, no melhor da sua forma. Na proposta que ela
havia enviado ao Congresso, o Bolsa Família teria um reajuste médio de
9%; na aprovada pelo governo Temer, esse índice saltará para 12,5%. Ora,
se ele dá um aumento maior do que o dela, onde está a subtração de
direitos, considerando que ela própria não deu reajuste nenhum em 2015?
Dilma tentou
explicar: é que o majoração deveria ter acontecido em abril, e os 3,5
pontos percentuais a mais, garantidos pelo atual governo, buscariam
compensar o atraso. Dilma continua sem saber matemática. É por isso que
pedalou tanto. Mas a
petista foi além: embora tenha proposto 9%, e seu antípoda, 12,5%,
afirmou que o reajuste do Bolsa Família é pequeno quando confrontado com
o dos servidores do Judiciário, como se alhos pudessem ser comparados
com bugalhos.
Então ficamos assim. Quando Dilma foi dar exemplos de como Temer está subtraindo direitos dos trabalhadores, escolheu dois:
1: reajuste de 12,5% no Bolsa Família (ela queria dar apenas 9%): 2: reajuste dos servidores do Judiciário.
1: reajuste de 12,5% no Bolsa Família (ela queria dar apenas 9%): 2: reajuste dos servidores do Judiciário.
Vale dizer: a
tal perda de direitos estaria traduzida em dois reajustes reivindicados
justamente por aqueles que ela diz que estão sendo prejudicados.
E ainda coroou a sua avaliação chamando o conjunto da obra de irresponsabilidade fiscal.
Dá para entender algumas coisas:
– por que o governo dela foi para o buraco;
– por que o governo dela não fazia sentido;
– por que o governo dela era um caos;
– por que não conseguia dialogar com o Congresso;
– por que não conseguia dialogar nem com seus ministros;
– por que era e é detestada no próprio PT.
Há uma
expressão de que gosto muito com que Marx brindou Lassale, um de seus
adversários intelectuais: “caos de ideias claras”. Dilma é mais óbvia: é
um caos de ideias confusas mesmo!
E esta senhora quer voltar!
Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo
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