Viktor Zolotov, chefe
dos guarda-costas de Putin, será chefe da nova corporação.
Vladimir Putin está cimentando seu poder ditatorial com uma “Guarda Pretoriana” composta
por centenas de milhares de homens, informaram diversos órgãos da mídia,
entre eles o “Financial Times”. A criação da Guarda Nacional constituiu
um passo histórico na constituição de um corpo de
segurança interno destinado a reprimir os descontentamentos sociais derivados
do mal-estar econômico. Ela
poderá reunir entre 350.000 e 400.000 homens.
Viktor Zolotov, chefe dos guarda-costas de Putin, será chefe da nova corporação.
Putin
disse que o novo corpo está destinado a “combater
o terrorismo e o crime organizado”. Mas, com uma ordem presidencial (ukaze),
acrescentou que também deve proteger a ordem pública,
reprimir o extremismo, garantir as instalações do Estado, cuidar das fronteiras
e controlar o comércio de armas.
Segundo
os analistas, a Guarda Nacional absorverá diversos
corpos de segurança doméstica sob um comando único submetido ao controle direto
e único do presidente. Ela parece
destinada a reprimir as dissidências internas. Nela ficarão englobadas as unidades especiais paramilitares da polícia conhecidas como
OMON e SOBR e o serviço de segurança interdepartamental do governo (Vnevedomstvenaya Okhrana). Todas as
forças policiais da Rússia serão reformadas e seus chefes trocados para se
encaixarem na nova estrutura informou o jornal
russo Kommersant, 05.04.16, acrescentou a Jamestown
Foundation.
A nova guarda será armada com
novos tanques, helicópteros e artilharia pesada. Na era
soviética, as tropas do Ministério do Interior encarregadas das missões mais
sujas tinham privilégios e armamento análogos.
Pela lei que institui a Guarda Nacional, essa poderá abrir fogo sem perguntar se há
riscos para a vida dos cidadãos ou até de outras forças policiais. “Não há uma razão real para criar mais uma
guarda nacional, além das tropas do Ministério do Interior e outras forças, a
menos que haja sérios temores de agitações públicas”, disse Mark Galeotti,
especialista em serviços de segurança russos da New York University.
Dmitry Oreshkin,
analista político russo, concordou: Putin
“está cada vez mais preocupado com sua
segurança pessoal como resultado da deterioração do governo do país. Essa não é
uma guarda nacional, é a Guarda de Putin, no sentido de que ninguém pode
comandá-la senão ele próprio”. Dmitry
Peskov, porta-voz de Putin, reconheceu que a nova
guarda nacional “evidentemente”
participará na supressão de protestos não autorizados.
Segundo a
rádio Free Europa, jornalistas, analistas e
muitos cidadãos acham que a primeira tarefa da nova guarda será pairar sobre as
próximas eleições parlamentares de setembro e a eleição presidencial de
2018. Putin acredita que a ameaça
interna está crescendo rapidamente, embora os índices de aprovação do
presidente russo seguem acima dos 80%. Nem
Putin parece acreditar neles.
O general de exército Viktor
Zolotov foi designado para chefiar o novo corpo. Colega
de longa data de Putin e ex-membro da unidade de guarda-costas da KGB, ele foi durante 13 anos chefe de segurança
do atual dono do Kremlin e é considerado seu incondicional fiel. Para
Yevgenia Albats, editora chefe da revista “New Times”, a criação da “Guarda Pretoriana” deve ser entendida no contexto da ideia
obsessiva do Kremlin de estar rodeado de inimigos.
“A retórica dos últimos dias é
‘Putincêntrica’. Acha que tudo o que acontece no mundo está direcionado contra
Vladimir Vladimirovich Putin”, disse Albats. Ela acrescentou que “Vladimir Putin teme mais do que tudo o círculo
dos mais próximos. Ele precisa de gente preparada sobretudo para defendê-lo”
e por isso escolheu Zolotov.
Em agosto
de 1991, Zolotov foi fotografado
protegendo as costas de Boris Yeltsin sobre um tanque em Moscou. Nos anos
1990, Zolotov aparecia escoltando o prefeito de São
Petersburgo, que acobertou a ascensão de Putin.
Por: Luis Dufaur
http://flagelorusso.blogspot.com
Por: Luis Dufaur
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