Operação Custo Brasil prendeu o
ex-ministro do Planejamento por dinheiro desviado da Pasta
O ex-ministro Paulo Bernardo foi
preso pela Polícia Federal nesta quinta-feira (23), no apartamento
funcional de sua mulher, a senadora Gleisi Hoffman, do PT, na Operação
Custo Brasil, o primeiro desdobramento da Operação Lava Jato em São
Paulo. Bernardo é suspeito de participar
de uma fraude que desviou cerca de R$ 100 milhões do Ministério do Planejamento
entre março de 2005 e janeiro de 2011. Ele caiu
graças às revelações de um petista
hierarquicamente humilde, Alexandre
Romano, o “Chambinho”, ex-vereador pelo PT em Americana, no interior de São
Paulo.
Chambinho foi o primeiro delator
petista. Posteriormente, o ex-senador Delcídio do Amaral também contribuiu
com as investigações, ao dizer que Bernardo beneficiava a empresa envolvida na
fraude no Planejamento desde os tempos em que foi secretário no governo de Zeca
do PT, em Mato Grosso do Sul.
De
acordo com as investigações, Paulo Bernardo direcionou a contratação da empresa Consist Software para gerir o sistema de crédito consignado na folha de pagamentos
de funcionários públicos federais com bancos privados. Cerca de 70% dos valores dos contratos assinados
com a Consist eram repassados a beneficiários do esquema. Bernardo foi preso
preventivamente.
No total,
a Polícia Federal cumpre 11 mandados de prisão
preventiva, 40 de busca e apreensão e 14 de condução coercitiva em São
Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Distrito Federal, todos expedidos pela 6ª Vara Criminal
Federal em São Paulo.
Para repassar a propina a Bernardo, a Consist assinava contratos com
empresas ligadas a Chambinho, ao lobista
Milton Pascowitch e ao advogado Guilherme Gonçalves, que assessorou
campanhas de Bernardo. Pascowitch também
tem um acordo de delação premiada.
O esquema
no Ministério do Planejamento foi descoberto na Operação Pixuleco 2, a
18ª fase da Lava Jato deflagrada em agosto do ano passado, mas o caso foi
transferido para a Justiça Federal em São Paulo por decisão do Supremo Tribunal
Federal (STF). Há mais de um ano
Bernardo convivia com o pavor de ser preso. Por causa da investigação, no
ano passado ele perdeu a chance de ser indicado a um cargo em Itaipu Binacional pela presidente Dilma Rousseff.
Paulo Bernardo não é o único ex-ministro nas mãos da PF hoje.
O ex-ministro da
Previdência Carlos Gabas foi alvo de uma ordem de condução coercitiva. Houve mandados de buscas para a apreensão
de material e documentos nas sedes do PT em São Paulo e em Brasília.
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