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domingo, 18 de junho de 2017

Acertei tudo, no detalhe! Janot usou a direita xucra para tentar a absolvição histórica do PT

Em quatro textos, todos escritos no dia 13 de fevereiro, cantei a bola do que está em curso. Minha bola de cristal se chama ciência política; meu dom divinatório, estudo. Fui xingado, espezinhado, malhado, grampeado... E a sanha me custou dois empregos. Mas venci!

Sim, eis um post gigantesco. A escrita “cocô de cabrito” (em bolinhas) ou de pato (em jatinhos) não me interessa — estilo inaugurado nas redes por Paulo Henrique Amorim. Escrevo textos para pessoas alfabetizadas, que leem.  Vou ter de puxar pela memória. A minha e a de vocês.

Sei bem o que passei a partir do dia 13 de fevereiro, quando acusei a direita xucra de estar fazendo o jogo do PT e das esquerdas. Fui demonizado, xingado, ofendido. Vagabundos e vagabundas, disfarçados e disfarçadas de jornalistas, apontavam o dedo: “Ele não gosta da Lava-Jato! Ele fala mal de Sérgio Moro! Ele é contra a prisão de bandidos”. Não! O que eu fazia, desde meados do ano passado, era apontar o esforço de Rodrigo Janot, procurador-geral da República, para promover uma espécie de absolvição histórica do PT, o que, diga-se, está em curso. Sentenciei, então, numa coluna da Folha de 17 de fevereiro: “Se todos são mesmo iguais, então Lula é melhor.”

A audiência do programa de rádio que eu fazia então, “Os Pingos nos Is”, na Jovem Pan, só crescia. Os “Pingos” não existem mais. Saiu do ar quando era o programa mais ouvido do país. Melhor a morte do que a decadência. Agora, faço “O É da Coisa”, na BandNews FM, entre 18h e 19h, para todo o país, e até as 19h20 para São Paulo. Tenho a impressão de que já lidera no horário, vamos ver. As visitas a meu blog, que estava hospedado, então, na VEJA, se mantinham altíssimas. Hoje, ele está, como veem, na página da RedeTV!/UOL. E quase todos os leitores já sabem disso.

Ah, mas as redes sociais… O bueiro do capeta resolveu, com seus larápios e seus robôs, me transformar num saco de pancadas. Era o mais odiado pelas esquerdas, desde sempre, e me transformei no alvo preferencial da direita “lava-jateira”, que não percebia o golpe de Rodrigo Janot. Aquilo que, para mim, podia ser quase tocado de tão presente e evidente era tido como miragem.  Longe de perceberem o jogo perigoso de Janot, alguns grupos decidiram marchar em favor da operação, acusando uma conspiração que nunca existiu.

Passei a enfrentar patrulha no meu trabalho, do tipo “barra-pesada” mesmo! Como eu ousava ser crítico da Lava-Jato? Estaria eu empenhado em defender os tucanos? Como me atrevia a criticar decisões de Sérgio Moro? “Olhe, eu fui a uma festa, e falaram mal de você!” Pois é. A minha crítica estava certa.  A festa é que era ruim.

E, como sabem, a perseguição partiu também de Brasília. Em meio a mais de duas mil gravações, pinçaram um grampo de uma conversa minha com Andrea Neves. Papo de jornalista com fonte, como ficou evidente. Mas a divulgação criminosa me custou dois pedidos de demissão. Não, não fiquei na rua da amargura porque haviam me sobrado dois empregos: a coluna na Folha e o comentário diário no RedeTV! News. Com efeito, em 50 minutos, lá me foram duas ocupações: uma de 12 anos, e outra de três anos e meio. Uma hora depois, eu já estava, de novo, digamos, quadruplamente empregado. E ainda recebi outras ofertas muito generosas, pelas quais sou imensamente grato.
Tenho muito apreço pelos posts que inauguraram o meu confronto com a direita xucra lava-jateira, que hoje, como se sabe, tem um herói: Joesley Batista!  Rodrigo Janot, este patriota sem igual, jogou lama da reputação de praticamente todas as lideranças políticas para fazer de Joesley Batista o nosso herói sem nenhum caráter.

Aos posts! Pena eu não ter usado meus dons premonitórios para ganhar na mega-sena, né? Mas me ocorre agora que, para ganhar, e é preciso jogar, rsss.


 Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo


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