Fidelidade a Temer afasta risco de denúncia da PGR ser aceita na Câmara
Levantamento
sobre o alinhamento parlamentar com o Planalto nos últimos 14 meses
mostra que o peemedebista deve ter poucas dificuldades de barrar a
denúncia da PGR [não se trata só de fidelidade a Temer; há também fidelidade à Verdade, à Justiça, que motiva os parlamentares a rejeitarem uma denúncia inepta, sem provas, baseadas em ilações e que tem como principais delatores dois bandidos que o próprio protetor - ex-procurador-geral 'enganot' - quer agora cancelar o acordo generoso que beneficiava aqueles celerados.]
Denunciado duas vezes pela Procuradoria-Geral da República em menos de
um ano, o presidente Michel Temer permanece forte no Congresso. Em
média, 75% dos congressistas votaram alinhados com o Planalto ao longo
dos últimos 14 meses, período em que o peemedebista está à frente da
República. O levantamento foi feito pela Prospectiva Consultoria.
Prestes a enfrentar uma comissão que definirá a validade da acusação de
obstrução da Justiça e de participação em organização criminosa, em
tese, o presidente deve passar com tranquilidade pelo episódio. Reflexo
de muitas negociações, no entanto, a popularidade do presidente entre os
parlamentares pode ser abalada por promessas não cumpridas.
Em setembro, segundo o estudo, a fidelidade ao governo na Câmara dos
Deputados atingiu 79,64%. “Conseguimos formular esses dados a partir do
cruzamento de informações que misturam o perfil do parlamentar em
determinada matéria, traçando um panorama de acordo com seu histórico de
votos”, explica o analista político Thiago Vidal, da Prospectiva
Consultoria. Para embarreirar a segunda denúncia da PGR, que também
envolve os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco
(Secretaria-Geral da Presidência da República), o Planalto precisa
impedir que a oposição consiga os 342 votos que permitem a continuidade
das investigações. Antes de ir para o plenário, no entanto, a peça será
discutida na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde, na próxima
terça-feira, haverá apresentação das defesas.
Para o vice-líder
do governo, Beto Mansur (PRB-SP), o clima na Casa é favorável ao
presidente. “Falando com os parlamentares, eu vejo que o cenário mudou
um pouco desde que ele (Michel Temer) assumiu o cargo. Existe
resistência, claro, mas hoje ela é menor, até porque o Planalto tem
feito um trabalho muito eficiente”, afirma. Embora a média da
governabilidade seja boa, integrantes da oposição, aproximadamente 100
parlamentares, acompanharam a orientação do presidente em apenas 36,05%
de suas proposições na Casa.
Reuniões
Conhecido
por sua enérgica atuação nos bastidores, Temer marcou reuniões em
Brasília e em São Paulo para tentar firmar alianças com o legislativo.
Confirmada para uma delas, a deputada Shéridan de Oliveira (PSDB-RR)
faltou e disse que não tinha “nada para falar com o presidente da
República”. Dos encontros entre o Executivo e o Legislativo, surgiu a
história de que Michel Temer teria “comprado” o apoio da Câmara na
primeira vez em que foi denunciado — por corrupção passiva. Em troca de
apoio, teria prometido facilitar a liberação de emendas e viabilizar a
distribuição de cargos públicos. [perceberam a razão do comportamento da deputada Shéridan; ao faltar a um encontro com Temer e falar a asneira que não tinha nada para falar com ele, a ilustre parlamentar conseguiu ter seu nome veiculado em um jornal de circulação nacional.
O que ela não conseguiu em no mínimo três anos de mandato.]
Conseguiu enterrar a acusação,
mas não pagou todos os credores, segundo os próprios aliados. Agora,
dependendo mais uma vez das alianças na Casa, terá que encontrar uma
saída viável e, se possível, rápida. De acordo com o presidente da CCJ,
Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), a previsão é de que o colegiado encerre os
trâmites até o fim deste mês.
“Comprando todo mundo é fácil
conseguir apoio. O Planalto está se tornando um balcão de negócios,
situação muito triste que eu, como constituinte, não imaginava
presenciar nunca. Embora os números sejam favoráveis a ele dentro da
Casa, nas ruas, você vê índices extremamente baixos sobre a aceitação
dele (o presidente da República) perante a sociedade”, afirma a deputada
Benedita da Silva (PT-SP). Ela fez referência às pesquisas
recém-divulgadas e que apontam menos de 5% de aprovação para o governo
de Michel Temer. “Então não há que se falar em um nome forte, e sim em
compra de votos”, complementa. [Benedita da Silva é outra que não tem moral para malhar Temer; aproveitou que algum repórter para fechar a pauta fez uma pergunta e não sabendo o que responder optou por malhar Temer.
Temer não está preocupado com a opinião pública e sim em melhorar o estrago que o partido da Benedita fez com o Brasil.
Mesmo que Temer fosse desonesto - até agora nada foi provado contra ele, situação diferente da vivida do mentor da Benedita, o sentenciado Lula da Silva, que já foi condenado e no máximo até meados de novembro receberá mais duas sentenças e terá a primeira confirmada em segunda instância - ele tem competência para recuperar a economia do Brasil, minorar os efeitos da HERANÇA MALDITA que o partido de Lula, o maldito PT, passou para o Governo Temer e competência é algo que falta ao Lula.
Se for culpado, Temer ao terminar o mandato receberá a punição devida. Caso não seja, será absolvido a exemplo do Fernando Collor que foi acusado e depois absolvido pelo STF.]
Para o cientista político Antônio
Celso Alves Pereira, “esse troca-troca, com um presidente disposto a
fazer as vontades dos parlamentares, acaba contaminando não apenas a
divisão dos poderes, mas a própria democracia”. “É justamente para
evitar essas negociatas que um julga o outro”, acredita o professor da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Benefício próprio
Em
outra pesquisa envolvendo a fidelidade dos parlamentares ao governo, a
conclusão é que muito do que foi proposto pelo executivo e aprovado pelo
legislativo é direcionado à própria classe política. Sócio-diretor da
empresa de monitoramento legislativo SigaLei, Ivan Ervolino explica que,
mesmo com toda a pressão, o presidente tem apoio na Casa. “Boa parte
disso se sustenta por uma herança partidária. O PMDB consegue jogar,
mesmo diante de regras muito complexas. O presidente da República criou
uma unidade, mesmo diante de um governo absolutamente fragmentado.”
“Boa
parte da fidelidade a Temer se sustenta por uma herança partidária. O
PMDB consegue jogar, apesar de regras muito complexas. O presidente da
República criou uma unidade, mesmo diante de um governo absolutamente
fragmentado”Ivan Ervolino, doutor em Ciência Política pela Universidade de São Carlos (UFSCar)
Fonte: Correio Braziliense
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