O tenente atirou cinco vezes com um fuzil calibre
556 contra um carro que havia fugido de uma blitz em Irajá
[o repórter que escreveu esta matéria deve ser estagiário do primeiro semestre do curso de jornalismo e induzido pelo seu orientador a ser sempre contra a Polícia.
Também deve ter chegado ao Rio ontem e na cidade de onde veio os bandidos 'trabalham' desarmados e estão sempre prontos a obedecer determinações da autoridade policial.
O cidadão apresenta a matéria de forma a expressar seu entendimento que o tenente Davi errou ao atirar contra um Ford Escort que furou uma barreira.
O policial está de serviço em uma blitz e percebe um veículo que lembra um que estava praticando roubos em um determinado local.
Cumprindo o dever o policial manda que o veículo pare e a reação dos ocupantes do veículo é tentarem empreender fuga ao tempo que disparam contra os policiais.
Tal comportamento, caro repórter, só permite duas deduções:
- o veículo é realmente o que praticou os atos citados pelo tenente Davi, situação que impõe a imediata captura dos seus ocupantes, com o emprego dos meios necessários para paralisação do veículo e rendição dos seus ocupantes;
- a outra alternativa é mesmo não sendo o veículo suspeito a conduta dos seus ocupantes - efetuando disparos contra os policiais e tentativa de se evadir - impõe sua imediata parada e prisão dos ocupantes, com o emprego dos meios necessários.
Feito o desabafo, vamos à matéria.]
Os tiros que o tenente Davi dos Santos Ribeiro
disparou no carro onde estava a turista espanhola
Maria Esperanza, na favela da Rocinha, não foram os primeiros que o oficial deu em direção a um veículo que
furou uma abordagem. No início da noite do dia 19 de novembro de 2016, o
oficial — que, na época, era lotado no 16º BPM (Olaria) — atirou cinco vezes
com um fuzil calibre 556 contra um Ford Ecosport branco que havia fugido da
abordagem do grupo de agentes do qual o tenente fazia parte. Nesta
segunda-feira, o tenente disparou pelo menos uma vez contra o Fiat Freemont
onde a turista estava. Ela foi atingida no pescoço e morreu pouco depois.
Em
novembro do ano passado, Ribeiro estava com mais três agentes patrulhando o
Trevo das Margaridas, em Irajá, na Zona Norte do Rio, quando avistou o Ford
Ecosport. Segundo o depoimento que prestou, à época, na 38ª DP (Irajá), o
veículo tinha “as mesmas características de um auto que estaria praticando
roubos em Jardim América”. Quando os agentes tentaram abordar o carro, ainda
segundo o relato de Ribeiro, o carro fugiu “realizando disparos de arma de fogo
contra a guarnição”. Após a fuga, Ribeiro e um outro agente, um sargento,
fizeram disparos — cinco do tenente e três do sargento, todos de fuzil. [a conduta do tenente Davi e dos demais policiais envolvidos na ocorrência de Irajá e na de ontem, favela da Rocinha, foi correta;
o único ponto que merece reparos é que os policiais envolvidos devem procurar aprimorar a pontaria - usar o fuzil efetuando menos disparos e mais precisos, de forma a abater os bandidos.
O fuzil é uma excelente arma, sendo fácil acertar o alvo; basta um pouco de calma e lembrar que a capacidade de fogo da arma não deve ser desperdiçada em apenas um alvo.
Sangue frio e o poder de abate de um fuzil é fantástico.]
Durante a
ação, os policiais militares ainda provocaram um acidente de trânsito. Em meio
a perseguição, a viatura onde os policiais estavam apresentou uma pane e o
Ecosport se distanciou. “Para tentar recuperar a distância que haviam perdido”,
segundo o relato do oficial, a viatura acabou colidindo com outro carro. O dono
do carro passou mal e precisou ser levado até o Hospital estadual Getúlio
Vargas. Por conta do acidente, o carro perseguido conseguiu fugir.
Na manhã
desta terça-feira, a Delegacia de Homicídios
(DH) pediu a prisão preventiva de Ribeiro, que era lotado no 5º BPM (Praça da Harmonia), mas
estava emprestado ao 23º BPM (Leblon) por conta da guerra entre facções na
Rocinha. O pedido foi feito com base no depoimento dos ocupantes do carro onde
estava Maria Esperanza e do soldado Luís Eduardo de Noronha Rangel, que
acompanhava Ribeiro. O tenente preferiu permanecer calado durante seu
depoimento. No entanto, na tarde desta segunda-feira, Ribeiro afirmou a agentes
da Corregedoria da PM que tentou acertar o chão e acabou errando o tiro.
De acordo com o soldado Rangel, ele, o tenente
Ribeiro e outro tenente foram até o Largo do Boiadeiro para tentar abordar um
carro “suspeito”, que já havia furado um bloqueio da PM anteriormente. Ao
avistarem o veículo, ele e os tenentes foram para o meio da rua e deram ordem
para o carro parar. O soldado disse que o veículo tinha os vidros escuros e
levantados, não sendo possível ver os ocupantes. Ainda segundo ele, o carro
desrespeitou a ordem dos policiais e atravessou o cerco. O soldado disse que
ele e o tenente Davi atiraram de fuzil para o alto e que, logo depois, ouviu
mais dois disparos, mas que não sabe dizer de onde partiram esses tiros.
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