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domingo, 29 de outubro de 2017

Será que ele finalmente desistiu do golpe? entendeu que suas pretensões estavam acima do máximo de sua pouca capacidade? ou que seus pouco mais de 50 mil votos são insuficiente para lhe dar sobrevida até uma eventual traição a Temer ser esquecida?

Rodrigo Maia afirma que vai rejeitar os pedidos de impeachment 

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou em entrevista ao Estadão/Broadcast que vai rejeitar todos os 25 pedidos de impeachment contra o presidente Michel Temer que estão parados em sua gaveta. Segundo a sua argumentação, após ter sido leal a Temer nas duas denúncias, não faz sentido agora atuar contra o governo. Maia também disse que o presidente tem que "agradecer muito" o fato de ele não ter agido para derrubá-lo do Palácio do Planalto.

Como fica a sua relação com o Palácio do Planalto no pós-denúncia?
Minha origem na Presidência da Câmara foi independente e o Michel tem de agradecer muito de eu ter sido eleito e não ter feito o que eu podia ter feito. Eu poderia, na minha primeira legislatura, ter trabalhado dizendo o tempo todo que o governo não me ajudou, porque ele só apoiou a minha candidatura nas últimas 24 horas. Mas eu abracei a agenda do governo porque eu acredito na agenda da equipe econômica. Não foi uma questão de “eu sou governo”. Agora, eu não misturo as coisas: o presidente da República e o presidente da Câmara têm uma relação institucional muito boa e essa relação se mantém boa. Mas, o que eu estou dizendo, como presidente da Câmara, é que a relação não será uma relação amanhã igual a que foi antes das duas denúncias se o governo não reorganizar a base. 

E como faz para reorganizar a base?
Tem vários caminhos para resolver. O que você não pode é achar que o resultado da denúncia gerou uma base de 250 votos. Ter base é ter base que confia no governo, na agenda do governo, mesmo quando vem uma pauta árida para a Câmara. Acho que numa pauta árida, o governo hoje não tem maioria. 

Para o sr. qual seria o melhor caminho?
Se eu começar a falar vão dizer que eu estou querendo interferir no caminho que ele (Temer) vai decidir. Eu já falei muito até. Com denúncia o governo jogou muito individualmente, como é que você restabelece a liderança dos líderes nesse processo? Isso é uma coisa que o Michel vai ter de ver. Há a cobrança de alguns partidos, alguns acham que estão subrepresentados dentro do governo. É verdade, não é?

O DEM é um exemplo? Vocês só comandam o Ministério da Educação.
Educação é uma coisa gigantesca, o DEM não está demandando outro ministério, nunca demandou do presidente. O que estou dizendo é que tem partidos que se consideram subrepresentados, tem partidos que acham que outros estão super representados. Se o governo discorda dessa opinião dos partidos, tem de chamar os presidentes e seus líderes e dizer: você não está subrepresentado. Você está bem representado por isso e por isso. Se o governo acha que essa coalizão está construída de forma correta e se os partidos acham que não, tem alguma coisa errada, no mínimo, na comunicação entre os partidos e o governo. E o governo tem de resolver isso, eu não posso resolver isso, não tenho instrumentos para isso

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