Justiça liberta policial militar que atirou em turista espanhola na Rocinha
Juiz diz que tenente 'estava trabalhando e possui imaculada ficha criminal'
Em
audiência de custódia, o juiz Juarez Costa de Andrade concedeu liberdade
provisória ao tenente da Polícia Militar Davi dos Santos Ribeiro. Ele foi
identificado como o policial responsável pelo disparo que matou a turista
espanhola María Esperanza Jiménez Ruiz, na Rocinha, nesta segunda-feira. Na
decisão, o juiz Juarez Costa de Andrade afirma que "o custodiado estava
trabalhando, possui imaculada ficha funcional, não havendo indícios de que
solto possa reiterar o comportamento criminoso ocorrido à luz do dia".
Mas essa
não foi a primeira vez que o tenente é acusado de atirar contra um carro
durante uma abordagem policial. No início da noite do dia 19 de novembro de
2016, o oficial — que, na época, era lotado no 16º BPM (Olaria) — atirou cinco vezes com um fuzil calibre 556 contra um FordEcosport branco que havia fugido da abordagem do grupo de agentes do
qual o tenente fazia parte. Nesta segunda-feira, o tenente disparou pelo menos
uma vez contra o Fiat Freemont onde a turista estava. Ela foi atingida no
pescoço e morreu pouco depois.
[furou blitz tem que ser detido pelo meio mais eficiente disponível naquela ocasião; não podemos é responsabilizar um policial por estar presente em blitz na qual condutores de veículo tentam se evadir - a decisão pela fuga não é do policial e sim do motorista.]
[furou blitz tem que ser detido pelo meio mais eficiente disponível naquela ocasião; não podemos é responsabilizar um policial por estar presente em blitz na qual condutores de veículo tentam se evadir - a decisão pela fuga não é do policial e sim do motorista.]
O
oficial, que era lotado no 5º BPM (Praça da Harmonia), estava emprestado ao 23º
BPM (Leblon) por conta da guerra entre facções na Rocinha. Ele tinha sido preso
em flagrante pelo homicídio. O pedido de prisão preventiva foi feito com base
no depoimento dos ocupantes do carro onde estava Maria Esperanza e do soldado
Luís Eduardo de Noronha Rangel, que acompanhava Ribeiro. O tenente preferiu
permanecer calado durante seu depoimento. No entanto, na tarde desta
segunda-feira, Ribeiro afirmou a agentes da Corregedoria da PM que tentou
acertar o chão e acabou errando o tiro.
De acordo
com o soldado Rangel, ele, o tenente Ribeiro e outro tenente foram até o Largo
do Boiadeiro para tentar abordar um carro “suspeito”, que já havia furado um
bloqueio da PM anteriormente. Ao avistarem o veículo, ele e os tenentes foram
para o meio da rua e deram ordem para o carro parar. O soldado disse que o
veículo tinha os vidros escuros e levantados, não sendo possível ver os
ocupantes. Ainda segundo ele, o carro desrespeitou a ordem dos policiais e
atravessou o cerco. O soldado disse que ele e o tenente Davi atiraram de fuzil
para o alto e que, logo depois, ouviu mais dois disparos, mas que não sabe
dizer de onde partiram esses tiros.
Fonte: O Globo
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