Novo secretário de Segurança, general Richard Nunes, quer fortalecer programa das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), desmantelado no governo Pezão
Em
entrevista publicada domingo, no GLOBO, o novo secretário estadual de
Segurança, general Richard Fernandez Nunes, tocou num ponto nevrálgico das
políticas de combate à violência. Ele disse que o confronto “é quase uma lei de
ação e reação, um círculo vicioso, que precisa ser rompido”. De fato, a
estratégia usada com frequência pelas polícias fluminenses tem se revelado
inócua para reverter os índices de criminalidade. Ao contrário, só tem feito
aumentá-los. São inúmeros os exemplos de operações desastradas, mal planejadas,
que não raramente terminam com a morte de inocentes.
Como
mostram os números do Instituto de Segurança Pública (ISP), em janeiro deste
ano foram registrados 154 homicídios decorrentes de oposição à ação policial,
como são chamadas as mortes de suspeitos em confronto. Um recorde histórico,
que representou um aumento de 57% em relação ao mesmo mês de 2017 (quando foram
contabilizados 98). [Impõe destacar que a cultura de responsabilizar a polícia está sempre presente na maior parte da mídia; a polícia é atacada por bandidos, ou vai realizar uma ação normal em patrulhamento (abordagem de suspeito) e é atacada, a polícia tem que reagir com a força necessária.
É importante que as autoridades, essas ONGs pró-bandidos e a população em geral entendam que o policial quanto sai para uma missão não sai para apanhar ou ser morto - se atacado tem que reagir com a força necessária.]
É importante que as autoridades, essas ONGs pró-bandidos e a população em geral entendam que o policial quanto sai para uma missão não sai para apanhar ou ser morto - se atacado tem que reagir com a força necessária.]
Os
indicadores de janeiro, aliás, são vergonhosos, e refletem o descontrole da
segurança no Estado do Rio pré-intervenção. O número de roubos de aparelho
celular, por exemplo, aumentou 80,6% em comparação com o mesmo período do ano
passado; o de roubos a estabelecimentos comerciais, 78,4%; a transeuntes,
52,5%; o de cargas, 41%; a residências, 33,3%; em coletivos, 29,2%; e de
veículos, 25,7%.
Richard
Nunes desmistifica também outra estratégia amplamente usada no Rio nas últimas
décadas, não só pelas polícias, mas pelas próprias Forças Armadas: a ocupação
de comunidades. “Chegamos à conclusão de que não produzem resultado, só
desgastam um efetivo enorme. Isso é o que a criminalidade quer: mil homens
imobilizados numa área”. [com todo o respeito ao general: ações de cerco a uma comunidade, asfixia, varredura e ocupação é uma das mais eficientes forma de combate ao crime - por alcançar bandidos encravados no meio da favela.
No inicio da operação pode haver necessidade de grande efetivo, mas após a varredura um pequeno contingente ocupando é suficiente.
E tal ocupação é necessária apenas pelo tempo necessário a consolidar o domínio na área ocupada e procedendo a ocupação em sequência, logo este domínio é total.]
No inicio da operação pode haver necessidade de grande efetivo, mas após a varredura um pequeno contingente ocupando é suficiente.
E tal ocupação é necessária apenas pelo tempo necessário a consolidar o domínio na área ocupada e procedendo a ocupação em sequência, logo este domínio é total.]
Por outro
lado, repetindo o que disse o interventor, general Braga Netto, o novo
secretário quer fortalecer as UPPs, projeto desmantelado no governo de Luiz
Fernando Pezão. Richard Nunes afirmou que as que forem viáveis serão
recuperadas, enquanto outras, desativadas. É sabido que, por motivos políticos,
o programa foi demasiadamente ampliado, o que comprometeu o seu resultado.
Portanto, precisa mesmo ser revisto, para que possa voltar a produzir
resultados. Nunca é demais lembrar que, a partir da instalação das UPPs, em
2008, o número de assassinatos na capital fluminense despencou. E, mesmo com
todo o desmonte, ainda não voltou aos patamares anteriores.
A verdade
é que não há mágica na receita apresentada pelo secretário, e é bom que seja
assim. Primeiro, o dever de casa. Reaparelhar as polícias, que estão
completamente sucateadas, combater a corrupção nos quartéis — problema que
desafia as instituições de segurança — e partir para ações integradas e bem
planejadas são caminhos que podem levar à redução da criminalidade. Tudo sem
pirotecnia, porque já se sabe que isso não resolve. [a população do Rio e de todo o Brasil - já que o êxito da criminalidade no Rio se expande por todo o Brasil - torce para que não haja esforço demais no DEVER DE CASA e se esqueça de combater a criminalidade.]
O Globo
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