Na ultima década do Império, os militares foram arrastados à cena
política. Por mero oportunismo, os liberais, que estavam na oposição,
para pressionar os conservadores, açularam as reivindicações militares
até alcançar uma área de tensão com a Monarquia. No Segundo Reinado
(1840-1889), 2/3 dos ministros da Guerra (Exército) e da Armada
(Marinha) foram civis. Diversamente das repúblicas platinas, no Brasil
não havia espaço para o caudilhismo militar. Quem desejasse participar
da política, o fazia por meio dos partidos políticos e não da
corporação. Tanto que Caxias e Osório tiveram papel relevante no Segundo
Reinado, especialmente o primeiro.
Por ironia do destino, os liberais foram derrubados do poder, em
1889, e com eles a Monarquia, justamente por um golpe militar. Desde
então, os militares passaram a ter papel destacado no primeiro plano da
cena política brasileira. Os dois primeiros presidentes da República
foram militares e na Constituinte de 1890-1891, 1/3 dos parlamentares
eram militares. Em 1910, Hermes da Fonseca foi eleito diretamente chefe
do Executivo federal. E durante toda a Primeira República (1889-1930) os
militares participaram ativamente de diversas rebeliões, principalmente
nos anos 1920.
Com a Revolução de 30, ocuparam posições de relevo no governo federal
e nos estados. O panorama não mudou com a redemocratização de 1945.
Basta recordar que os dois candidatos de fato à eleição de 45 eram
militares: o marechal Dutra e o brigadeiro Eduardo Gomes. Até 1964 não
abandonaram a política partidária participando ativamente das eleições.
Com o regime militar ocuparam por cinco vezes a chefia do Estado, os
principais ministérios, os bancos, empresas e autarquias federais,
alguns governos estaduais, tendo, porém, uma tímida presença no
Parlamento.
Foi a redemocratização de 1985 que recolocou os militares na sua
função precípua: a da defesa nacional e da manutenção da lei e da ordem.
Foi bom para o Brasil, para a jovem democracia e, mais ainda, para as
Forças Armadas. Recolocá-las, oportunisticamente, no jogo político é um
grave equívoco e que poderá açular velhos fantasmas.
Marco Antonio Villa, historiador
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
sábado, 3 de março de 2018
Os militares e a política
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