Em outros
tempos, quem quisesse entender o poder no Brasil precisava ter à mão o
“Almanaque do Exército”. A publicação está voltando a revelar sua utilidade
nestes meses finais do governo Michel Temer. Desde o
fim da ditadura, os militares não ostentavam tanta força em Brasília. Eles
ganharam espaço na Esplanada e estão dando as cartas na intervenção federal no
Rio. Em poucos dias, oficiais passaram a ocupar o lugar de políticos no
noticiário e no “Diário Oficial”.
O
precursor da tropa foi o general Braga Netto, novo governador de fato do Rio.
Ele instalou um colega, o general Richard Nunes, no cargo de secretário de
Segurança. Agora os dois mandam mais que Luiz Fernando Pezão, eleito para
governar o estado com 4,3 milhões de votos. [nunca podemos olvidar as sábias palavras do genial Pelé: " o povo brasileiro não sabe votar."
Comparem os governantes antes de 85 e os pós 85 - quando surgiu a sinistra Novas República, logo secundada pela Constituição cidadã, a Constituição dos direitos SEM obrigações.]
Na
segunda-feira, Temer entregou o Ministério da Defesa, que sempre esteve em mãos
civis, ao general Luna e Silva. Ontem foi a vez de o general Santos Cruz ser
promovido a número dois do novíssimo Ministério da Segurança Pública. O
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ofereceu uma explicação para o fenômeno:
“Governos, sobretudo quando não são fortes, apelam para os militares”. [FHC de há muito perdeu a noção do que fala; só os parentes o escutam, por razões de parentesco e quando não conseguem sair da sala antes que emplumado sociólogo comece a falar.] Faz
sentido, mas é preciso observar outras novidades no front verde-oliva. Ontem o
Exército organizou uma despedida para o general Mourão, que ficou famoso ao
defender um novo golpe militar no Brasil.
Ele passou à reserva sob aplausos do
comandante da Força, que fez questão de elogiá-lo no Twitter. “Todos te
agradecemos, amigo Mourão, os exemplos de camaradagem, disciplina intelectual e
liderança pelo exemplo”, escreveu o general Villas Bôas. Na cerimônia, Mourão
chamou de “herói” o coronel Brilhante Ustra, um dos mais notórios torturadores
da ditadura. [o herói, coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra foi julgado várias vezes, na maior parte dos julgamentos foi absolvido, e em uma ou duas vezes que foi condenado em primeira instância, foi absolvido na segunda.]
Mais
tarde, o general disse à revista “Piauí” que vai lançar candidatos fardados às
eleições de outubro. Ele promete pedir votos para o capitão Jair Bolsonaro,
outro defensor do regime autoritário.
Na cerimônia de passagem para reserva do Gen Ex Mourão - soldado na essência d'alma! - sentimos emoção genuína e reconhecimento ao @exercitooficial. Todos te agradecemos amigo Mourão os exemplos de camaradagem, disciplina intelectual e liderança pelo exemplo. #ObrigadoSoldado considero-o um #PATRIOTA #ObrigadoSoldado!
Ao
entregar mais poder aos militares, Temer tenta reconquistar o eleitorado mais à
direita. É uma estratégia arriscada, como mostram vários exemplos na história
brasileira. Ontem o general Mourão afirmou que o presidente precisa ser
“expurgado da vida pública”.
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