Lionel Messi costuma se expressar melhor com os pés. Bastante reservado, o gênio argentino do Barcelona
concede poucas entrevistas e costuma adotar tom político em suas raras
declarações – como a maioria de seus colegas de profissão. No entanto,
nesta terça-feira, o atacante quebrou o protocolo em uma extensa
conversa com a emissora argentina TyC Sports, na qual mostrou seu “museu particular”, falou sobre família, objetivos na Copa do Mundo e também sobre personalidades como Tite, Cristiano Ronaldo e Neymar.
“O Real Madrid tem algo que só ele tem. Ganham. Mesmo jogando mal, ganham. Para nós é mais difícil, temos de ser muito superiores ao rival para ganhar.”
“Cag… em Roma”
“Essa nossa última eliminação (ao perder por 3 a 0 para a Roma) foi, falando claramente, uma grande cagada nossa, pela vantagem que tínhamos, por entrarmos relaxados, achando que já estávamos na semifinal. Foi uma desilusão, porque estávamos muito perto“
“Seria terrível pelo que o Ney significa para o Barcelona. Apesar da maneira como ele saiu, conquistou títulos importantes aqui, Liga dos Campeões, liga espanhola. Seria duro para todos, com certeza um grande golpe para todo o barcelonismo. E deixaria o Real Madrid ainda mais forte do que já é. Falo bastante com ele, ele já sabe o que penso sobre isso.”
Cristiano Ronaldo
“Eu não estou competindo com ele. Eu quero apenas me superar, não compito com ninguém porque não estou na briga para ser o melhor da história, mas, sim, para me superar ano após ano, para melhorar e continuar ganhando. O que Me estimula mesmo é ver o Real Madrid outra vez na final da Liga dos Campeões, vê-los ganhando títulos. Eu quero ser campeão todos os anos, quero ganhar coisas coletivas todos os anos”
Melhor da história?
“Não me interessa ser o melhor da história, nunca me propus a isso, nem ser o primeiro, nem o segundo, o terceiro ou o quarto. A cada ano, tendo superar a mim mesmo, ganhar tudo, me esforçar ao máximo no campo, dar ao máximo por mim e por meus companheiros. Ser ou não o melhor da história não mudaria nada na minha vida.”
‘Não preciso sair do Barcelona’
“Não saio, por que eu sairia? Estou no melhor time do mundo, vivo em uma das melhores cidades do mundo, minha família está bem, meus filhos têm amigos… não tenho necessidade de sair. Todos os anos brigo por todos os títulos, eu mesmo me coloco os objetivos, não preciso mudar de clube para demonstrar nada a ninguém. (…) Claro que olho outras ligas, a da Inglaterra… mas na hora de decidir, é muito difícil sair do Barcelona.”
Messi íntimo para Líbero - TyC Sport - Entrevista Completa
“O Brasil chega ao Mundial muito bem coletivamente, tem bons jogadores a nível individual e como grupo funcionam muito bem. Se fecha atrás, tem jogadores fortes e te liquida no contra-ataque com jogadores rapidíssimos como Ney, Coutinho, Gabriel Jesus, Paulinho… E sabe muito bem o que fazer, tem os movimentos muito mecanizados e desde que o Tite assumiu não perdeu. [as derrotas do time do Tite estão marcadas para terem inicio durando a Copa do Mundo 2018.] Além do Brasil, vejo a Espanha, pelos jogadores que tem e a maneira de jogar, que é mais vistosa que a do Brasil. Alemanha sempre está aí e a França, porque tem muito bons jogadores, mas talvez a juventude do time possa ser um ponto negativo.”
Melhor a cada ano
“Não costumo ficar vendo meus vídeos, jogos antigos, não gosto de ver. Mas percebo as mudanças do meu jogo e acredito que evolui em muitos aspectos e incorporei muitas coisas novas à minha maneira de jogar. Me sinto bem, me sinto rápido, explosivo, mas antes fazia 500 vezes por jogo e não cansava, hoje seleciono mais as jogadas.”
Lembrança da final de 2014
“O que gostaria de poder mudar foi a minha definição, o gol que perdi no segundo tempo. Porque vendo o vídeo, percebo que peguei mal na bola. Tinha de chutar ali, cruzado e baixo, mas o faria com mais capricho. Gostaria de poder voltar no tempo e ter essa chance novamente.”
Erro ao desistir da seleção
“Depois de fazer isso, pensei friamente e não era o certo. Seria dar uma mensagem errada a toda a juventude, a todas as pessoas que lutam por seus sonhos. Devo seguir batalhando por meus objetivos. Mas entendo que a sociedade argentina é complicada e, se perdermos de novo, os próprios torcedores vão pedir que não joguemos mais (…) O objetivo na Copa é fazer um bom Mundial e ficar entre os quatro primeiros. É o mínimo que a Argentina merece pela história que tem.”
Revista VEJA
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