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quinta-feira, 21 de junho de 2018

Exército faz política e expõe flacidez institucional

De todos os sintomas do enfraquecimento de Michel Temer o mais inusitado é a agenda do comandante do Exército. O general Eduardo Villas Bôas recebe presidenciáveis em seu gabinete com notável desenvoltura. Pluripartidária, a lista de interlocutores do general já soma nove candidatos. Sua movimentação contrasta com a paralisia de Temer, um presidente débil que teve de abdicar da pretensão de influir na própria sucessão. [tudo bem; o governo Michel Temer está fraco, praticamente acabado e algum alivio nas críticas ao atual presidente é mais pelo interesse de preservar o Brasil - ruim com Michel, péssimo sem ele - do que aliviar para o presidente.

Mas, alguém diga com absoluta sinceridade: qual presidente da República teria peito para demitir o Comandante do Exército, ou sequer censurá-lo, por receber políticos?

De épocas recentes o único presidente da República que teve coragem de demitir o ministro do Exército foi o general Ernesto Geisel.
Sendo público e notório que ser comandante do Exército e ser ministro do Exército - em que pese a existência do ministro da Defesa - é seis por meia dúzia.]

Pela Constituição, o presidente da República é o comandante em chefe das Forças Armadas. Em tese, o general Villas Bôas lhe deve, mais do que obediência, uma certa reverência constitucional. Mas a desqualificação de Temer e do seu governo promoveram, por assim dizer, uma espécie de subversão liturgia militar. O comandante do Exército sente-se à vontade para recepcionar até os maiores desafetos do presidente.

A pretexto de discutir temas relacionados à defesa nacional e à segurança pública, o general já recebeu de Marina Silva a Geraldo Alckmin. Causou desconforto no Planalto ao recepcionar Jair Bolsonaro e Ciro Gomes, que chamam Temer de “ladrão” e “escroque”. Incluir na agenda Fernando Haddad, o Plano B do PT. Num instante em que proliferam os pedidos de volta dos militares, o ciclo de conversas do comandante do Exército revela uma flacidez institucional que deseduca o pedaço mais alienado da sociedade brasileira. [se há pedidos é confirmação que existe necessidade;  agora receber figuras como Marina Silva, Ciro Gomes e Haddad é desperdício de tempo.]

Blog do Josias de Souza

 

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