Os vices, como os ciprestes, costumam crescer apenas à beira do túmulo.
Mas há exceções. Hamilton Mourão, por exemplo, começa a exibir os galhos antes
da posse. "Serei uma mistura de Marco Maciel e Aureliano Chaves",
disse o número dois de Jair Bolsonaro nesta quarta-feira, referindo-se aos
vices de Fernando Henrique Cardoso e do general João Baptista Figueiredo.
Maciel foi um vice dos sonhos. Era quase invisível de tão magro e reservado.
Aureliano, entretanto, frequenta o verbete da enciclopédia como um pesadelo que
tirou o sono do último presidente da era militar.
Corpulento e expansivo, foi
um vice, por assim dizer, espaçoso. "O Marco Maciel era uma pessoa
extremamente discreta, um político hábil. É um bom exemplo de
vice-presidente", enalteceu Mourão, antes de acrescentar: "O
Aureliano era um pouquinho mais audaz. Mas é também um bom exemplo para ser
seguido." Recém-saído do quadro ativo do Exército, o general que Bolsonaro
escolheu como companheiro de jornada parece ambicionar uma nova carreira:
"Aureliano era político. Eu acabo aprendendo."
Afora as substituições rotineiras, Aureliano, o protótipo de Mourão,
comandou o Planalto em duas longas interinidades.
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Numa, iniciada em setembro de 1981, um infarto obrigou Figueiredo a tirar licença de 60 dias. Voltou 49 dias depois, incomodado com a desenvoltura do vice. Noutra, em julho de 1983, Figueiredo ausentou-se do cargo por tempo indeterminado, para implantar pontes de safena no peito numa clínica de Cleveland, nos Estados Unidos. Reassumiu em 44 dias. Na primeira interinidade elástica, Aureliano fez até discurso de posse. Pregou a união nacional.
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Numa, iniciada em setembro de 1981, um infarto obrigou Figueiredo a tirar licença de 60 dias. Voltou 49 dias depois, incomodado com a desenvoltura do vice. Noutra, em julho de 1983, Figueiredo ausentou-se do cargo por tempo indeterminado, para implantar pontes de safena no peito numa clínica de Cleveland, nos Estados Unidos. Reassumiu em 44 dias. Na primeira interinidade elástica, Aureliano fez até discurso de posse. Pregou a união nacional.
Recusou-se a executar uma providência que todos
no governo consideravam inevitável. Ele não expulsou do Brasil os padres franceses
Aristides Camio e François Gouriou. Ambos haviam sido presos sob a acusação de
insuflar posseiros, instando-os a pegar em armas na região do Araguaia. Se
estivesse dentro dos sapatos de Aureliano, Mourão talvez não chegasse a tanto
—menos por ousadia do que por ideologia. Na segunda interinidade hipertrofiada,
Aureliano meteu-se na seara do então czar da Economia, Delfim Netto, o Posto
Ipiranga da época.
Enquanto Delfim negociava um acordo com o FMI, para
restabelecer o crédito do Brasil junto aos bancos internacionais, o presidente
interino pregava a moratória...
(...)
Para bom …tendedor ..eia ..lavra ..asta.
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