Sem saída
É notícia, hoje, porque o julgamento acabou suspenso com dois votos contrários ao pedido em um total possível de cinco. O julgamento só será retomado no próximo ano. Lula passará o primeiro Natal e o primeiro fim de ano de sua vida preso e sozinho. O Supremo está para votar outra vez se suspende ou mantém a decisão que conferiu à 2ª instância da justiça o direito de prender depois de condenar.
Se revogar a decisão, beneficiará Lula, afrontará o ministro Sérgio Moro e o presidente eleito Jair Bolsonaro que deseja ver Lula mofar na cadeia.
Bolsonaro e a caneta Bic
Escalado
para chefiar a Casa Civil do próximo governo, o deputado Onyx Lorenzoni
(DEM-RS) tornou-se a uma velocidade espantosa o principal incômodo para o
presidente eleito Jair Bolsonaro. Corre o risco de não ser ministro. Se
virar ministro, de ser o primeiro a perder o cargo. Bolsonaro
sabia que Onyx recebera pelo menos um repasse de R$ 100 mil do Grupo J&F.
Não sabia que foram dois no mesmo valor, um em 2012 e outro em 2014. . Dinheiro
de caixa 2, não declarado à justiça. Crime, portanto, previsto em lei.
Onyx
confessara o primeiro, pedira desculpas e devolvera a metade. Sobre o segundo
revelado agora, só falou uma vez para se defender. Sua situação agravou-se nas
últimas 48 horas quando passou à condição de investigado pela Procuradoria
Geral da República. O
vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão, afirmou que se forem
encontradas irregularidades na investigação, Onyx terá de pedir demissão ou de
ser demitido. De fato, Mourão repetiu o que Bolsonaro já havia dito quando
provocado por jornalistas.
Irregularidade
houve, reconhecida pelo próprio Onyx. Talvez o general tenha se referido à
descoberta de novas irregularidades. Mourão está aprendendo a ser político mais
depressa do que seus antigos colegas de farda imaginavam ser possível. Onyx é um
aliado sincero do presidente eleito. Apoiou-o desde a primeira hora na
contramão do seu próprio partido que preferiu apoiar a candidatura de Geraldo
Alckmin (PSDB) a presidente. Mas a caneta Bic de Bolsonaro está cheia de tinta.
Ele não
precisou usá-la para livrar-se do senador Magno Malta (PR-ES), seu puxador de
rezas em momentos de dor e de júbilo. Malta recusou o convite de Bolsonaro para
ser seu vice. Não se reelegeu senador. Quis ser ministro. Foi considerado
inadequado para tal.
Todo
governo tem lá seus problemas depois que começa, e assim é até o fim. O de
Bolsonaro tem um desde já – e ele se chama Onyx Lorenzoni.
Blog do Noblat - Veja
Nenhum comentário:
Postar um comentário