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sábado, 5 de janeiro de 2019

A mira é o PT [o pt = perda total é tão insignificante que não merece sequer ser alvo de uma cusparada.]

Bolsonaro não abandonou o discurso de campanha nem na posse nem depois dela

Com menos de uma semana do governo declaradamente de direita de Jair Bolsonaro, é possível identificar na direção da máquina do Estado alguns nichos já muito bem definidos. Uns trabalham em silêncio, ou já adiantam medidas que pretendem tomar, como os ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Justiça, Sérgio Moro; outros mostram ponderação, como os ministros das áreas de infraestrutura; e há os que fazem um barulho danado com suas posições polêmicas, seja por declarações, seja por manifestações nas redes sociais. Entre estes últimos estão os ministros da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, e das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. O presidente da República é outro que está no meio dos barulhentos. [Damares e Araújo, da mesma forma que qualquer outro ministro, podem e até devem se manifestar sobre assuntos da pasta que dirigem - em entrevista ou ao lado do presidente da República;
desaconselhável é se, e quando, a manifestação envolva assuntos de outras pastas - que devem ser apresentadas pelo titular da pasta, e/ou pelo presidente da República ou por porta-voz - por isto, o nosso clamor por em POST de ontem, para chamar o Alexandre Garcia.].

Bolsonaro não abandonou o discurso de campanha nem na posse nem depois dela. É provável que vá mantê-lo por um bom tempo, enquanto sentir necessidade de falar as coisas que seu eleitor gosta de ouvir: liberação da posse e flexibilização do porte de armas, [inaceitável que só os bandidos e policiais (estes quando em serviço, fora de serviço só com porte, exclusivo para maiores de 25 anos) possam andar armados] fim do auxílio-reclusão[o trabalhador perde o emprego e fica, juntamente com a família, à míngua; o bandido comete um assalto, é preso, perde o emprego, e recebe auxílio reclusão superior a um salário mínimo]  adeus ao indulto de fim de ano para presos, [soltar bandido no final do ano para cometerem mais crimes !!!] manutenção da prisão para condenados em segunda instância, [o cara é julgado em primeiro grau já deve começar a puxar a cadeia, em segundo grau não deveria caber mais  recursos = cana braba mesmo.] salvo-conduto para policiais no enfrentamento com bandidos, [óbvio que o policial tem o DIREITO e o DEVER de fazer o necessário para que em um confronto ele sobreviva - está lá cumprindo o DEVER, o bandido está por opção]  ataque à corrupção, [corrupto é tão criminoso quanto o autor de crime hediondo e tem que, a exemplo do Lula, ser preso e puxar cana pesada.] combate ao PT para que a bandeira nacional nunca seja vermelha e enxotamento do socialismo do País (dois exageros), [o pt - perda total teve sua chance de governar, roubou por treze anos seguidos, acabou, agora é fechar as portas e lacrar a sepultura - JAIR MESSIAS BOLSONARO GANHOU e É o PRESIDENTE, fará um EXCELENTE GOVERNO com chances de reeleição.] , agora é acabar para citar alguns dos temas que garantiram popularidade ao presidente.

Jair Bolsonaro sabe que, ao abordar esses assuntos nos discursos, nas entrevistas ou pelas redes sociais, ele consegue falar diretamente com o eleitor que votou nele. Então, mãos à obra. Ao mesmo tempo, seus técnicos, no caso Guedes, Moro e os ministros da infraestrutura, vão preparando as reformas que serão enviadas ao Congresso, o plano de privatização e de investimentos. Enquanto as medidas na área econômica não vêm, e elas precisam vir para dar à sociedade a sensação de que as coisas vão mesmo mudar, e com profundidade, o presidente fica no palanque, funcionando como aquele que distrai a plateia para que outros possam preparar as atrações principais. É um estilo curioso de governar.

Nesse papel, Bolsonaro se incumbe também de ser o presidente bonzinho para com a população. Quer que ela pague menos imposto, diz que a alíquota de 27,5% do Imposto de Renda da Pessoa Física já está de bom tamanho e que o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) deve ser o menor possível. E também que a idade mínima para a aposentadoria deve ser de 62 anos para os homens e 57 para as mulheres, menor do que a atual para os servidores públicos, de 65 e 60 anos, respectivamente. Só não dá mesmo é para tolerar o PT e seus agregados, que teriam  [teriam???]  implantado o socialismo no País, arruinado sua economia e corrompido geral. Quando confrontado com a realidade, que jamais esse país foi socialista, Bolsonaro não se importa. Responde que o socialismo só não chegou por aqui porque os militares não deixaram. Uma forma simplista de ver as coisas, mas que fala ao eleitor. Se fala ao eleitor, por que não tirar também as cadeiras vermelhas do Palácio da Alvorada, onde ele passou a morar com a família, e substituí-las pelas azuis? Foi isso o que o presidente fez.

Quem sabe entre os servidores comissionados há uma legião de petistas? [há este risco, só que é fácil identificar um petista = em sua maioria, com pouquíssímas exceções, são incompetentes e ladrões.]  Então, que sejam todos demitidos, como fez o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, ao exonerar 320 sob seu comando, com recomendação para que os outros ministros façam o mesmo.

O capitão Jair Bolsonaro, que serviu na arma da Artilharia quando estudou na Academia Militar das Agulhas Negras, aprendeu que o sucesso dele como aluno dependia, entre outras coisas, o cálculo de tiro e do acerto na mira. Agora no comando, a mira é o PT. [a mira está no alvo, que é ORDEM e PROGRESSO, para o Brasil e os brasileiros.]  Socialista ou social-democrata. Não importa.
João Domingos - O Estado de S. Paulo

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