A escolha de Abraham Weintraub para o Ministério da Educação tem muito
mais importância do que parece. Evidencia que Jair Bolsonaro decidiu, ou a
tanto está sendo aconselhado por seus estrategistas (quais?), a ampliar a
distância, que já não é pequena, com o chamado "núcleo militar" do
governo. O problema de uma mentalidade que se deixa capturar por teorias
conspiratórias é que passa a ver inimigos na própria sombra.
Bolsonaro e alguns
fanáticos estão convencidos, seguindo as teorias de Olavo de Carvalho, o guru,
que também os militares foram tocados pelo espírito do Mal — no caso, o
comunismo. Não é que eles tenham se convertido ao dito-cujo ou façam de forma
diligente e e deliberada a vontade dos comunistas. Seriam seus instrumentos
passivos.
Notaram? Por essa formulação, será comunista todo mundo que Olavo
decidir que é. Para tanto, basta que não lhe façam a vontade ou que sua leitura
do mundo seja contestada. É claro que vai dar errado. Weintraub, o escolhido
para o cargo, já disse em palestra que os comunistas estão no comando de
organizações financeiras, empresas e imprensa.
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