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domingo, 22 de setembro de 2019

BOLSONARO NA ONU - O Brasil contra o mundo - O Globo

 Bernardo Mello Franco

Bolsonaro discursa em Davos
Em agosto de 2018, Jair Bolsonaro expôs sua visão particular das Nações Unidas. Não serve para nada a ONU. É um local de reunião de comunistas”, afirmou. Em visita à Academia Militar das Agulhas Negras, onde assistiu a uma formatura de cadetes, o então candidato fez uma promessa: “Se eu for presidente, saio da ONU. Não serve pra nada essa instituição”. [O Blog Prontidão Total sempre manifestou sua opinião de que a ONU não tem utilidade,sendo na realidade o exemplo mais gritante da 'ditadura das minorias' - basta ver, que um único membro permanente do Conselho de Segurança da ONU pode, com o poder de veto,  anular uma decisão de todos os demais membros do colegiado.]

É difícil que ele repita a bravata na terça-feira, quando debutará na Assembleia Geral. Mesmo assim, seu discurso tem potencial para agravar o desgaste do Brasil no exterior. No último dia 11, o chanceler Ernesto Araújo ofereceu uma palinha do que pensa o governo. Em visita a Washington, ele esbravejou contra o “globalismo”, o “climatismo” e uma penca de pensadores mortos, como Jacques Lacan e Michel Foucault. Incluiu na lista a filósofa Rosa Luxemburgo, fuzilada por milícias de extrema-direita há exatos cem anos.


Em outra passagem, Araújo criticou os vegetarianos e disse que se vê num “apocalipse zumbi”. É como se sentem diplomatas mais experientes diante do Itamaraty da “nova era” “O Brasil tem um patrimônio diplomático construído ao longo de décadas. Agora ele está sendo posto a perder por uma guinada radical à extrema direita”, diz o embaixador aposentado Roberto Abdenur.  Ele se diz apreensivo com a estreia de Bolsonaro na ONU. “Estou muito preocupado com o discurso, porque temo que ele opte por uma linha de confrontação. Está se configurando um panorama muito negativo para o Brasil, que pode resultar em graves prejuízos políticos e econômicos”, alerta.

Com medo de protestos, o presidente já cancelou uma viagem a Nova York. Desta vez, terá que enfrentar os descontentes com a sua política antiambiental. Eles são cada vez mais numerosos: na sexta, a Greve Global pelo Clima tomou as ruas de 150 países. Os incêndios na Amazônia foram lembrados em dezenas de idiomas.
Amanhã, a ONU promoverá uma cúpula especial sobre a crise climática. Com a credibilidade em baixa, o Brasil não foi incluído entre as 60 delegações que usarão a palavra. Melhor assim. Um discurso negacionista causaria ainda mais desgaste à imagem do país. Na quinta passada, Bolsonaro mostrou que não está alheio ao que o espera. “Tá na cara que eu vou ser cobrado”, admitiu, referindo-se à grita internacional contra as queimadas. [para saber mais sobre a Greve Global pelo Clima, sugerimos clicar aqui.]

O presidente prometeu que “ninguém vai brigar com ninguém”, mas insistiu na tese de uma conspiração mundial contra o Brasil. “Vou enfrentar as críticas, vou enfrentar os chefes de Estado dos países que estão nessa campanha”, desafiou. O embaixador Abdenur sugere que ele adote um tom menos belicoso. “O Brasil precisa se mostrar aberto ao diálogo com outros países. Existe uma preocupação legítima com a Amazônia, com a questão indígena e com os direitos humanos”, observa.
Essa preocupação não é coisa de “comunistas”, como sugere o presidente. Na última semana, 230 fundos de investimento pediram ao governo que adote medidas eficazes para proteger a Amazônia. Eles administram uma fortuna estimada em R$ 65 trilhões, cerca de dez vezes o PIB do Brasil. [esses fundos de investimento querem alguma coisa e com certeza não estão preocupados com as queimadas e sim usá-las como pretexto para ganhar mais dinheiro.]

Bernardo Mello Franco, jornalista - O Globo

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