Por Ricardo Noblat
A sensação do governo (no momento)
O sucessor de Santos Cruz, general Luiz Eduardo Ramos, também paraquedista como ele e Bolsonaro, é a nova sensação do governo. Simpatia em pessoa, com livre trânsito no Congresso, surpreende os que o conhecem pela franqueza e sem cerimônia com que se refere a alguns dos seus colegas. Sobra para quase todos.
Segundo a mais recente edição do TAG Reporter, das jornalistas Helena Chagas e Lydia Medeiros, o ministro Onyx Lorenzoni, chefe da Casa Civil da presidência da República, é um dos alvos preferidos do general que o critica por ter procedido mal ao fazer determinados acordos com partidos para a cessão de cargos.
Não escapa nem o ministro Paulo Guedes, da Economia. Para Eduardo Ramos, Guedes promete, promete, mas não entrega. Em reuniões com parlamentares, ele já usou a expressão “loura maluca” para bater na deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), líder do governo no Congresso. O general está com a língua solta.
Há pouco mais de 15 dias, durante um encontro com a bancada de parlamentares federais do Paraná, depois de fazer as restrições de praxe a seus colegas, o general ouviu do deputado Ricardo Barros (PP), ex-ministro da Saúde do governo Michel Temer:
– Presidente não demite deputado, mas deputado demite presidente.
O general engoliu a seco. [não se conhece nenhum caso que apoie o comentário do deputado Barros, qual seja: em que deputado - ou mesmo deputados - demite presidente.
O máximo que deputados podem fazer, o plural aqui é indispensável, e que pode resultar na 'demissão' (via impeachment) de um presidente da República, é a aceitação de uma denúncia contra um presidente da República (a denúncia tem que ser aceita por no mínimo 342 deputados) e uma vez aceita é encaminhada ao Senado Federal que, sob a presidência do presidente do Supremo, tem a competência constitucional julgar o presidente e de declarar o seu impeachment.]
Blog do Noblat - Ricardo Noblat, em VEJA
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