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sábado, 18 de abril de 2020
O futuro incerto de Tereza Cristina no comando da Agricultura - Veja - Radar
Como antecipou acoluna Radar, o secretário deAssuntos Fundiários da pasta, Nabhan Garcia,
anda costurando para derrubá-la do comando da Agricultura do país.
Garcia foi uma indicação da área ideológica do governo e flerta com o
cargo de ministro desde a assunção de Tereza — ele se apresenta como
“vice-ministro”, cargo inexistente que aparece no cartão pessoal do
secretário. No Congresso Nacional, a permanência da ministra no governo
ainda é considerada uma incógnita. Parlamentares do DEM avaliam que as
relações entre o Palácio do Planalto e o partido ganharam novos
contornos nos últimos dias com o aumento do tom das críticas de
Bolsonaro à atuação do presidente da Câmara, correligionário do DEM,
Rodrigo Maia, e a resposta à altura dada pelo deputado em entrevista às Páginas Amarelas
de VEJA. A ministra, porém, não foi indicação direta do partido — como
foi o caso de Mandetta, com a costura do ministro da Cidadania, Onyx
Lorenzoni. Ela tem o apoio da Frente Parlamentar do Agronegócio — coisa
que, sabe Bolsonaro, Garcia não tem.
A avaliação sobre a permanência de Tereza Cristina passa pela
avaliação de que a ministra é mais importante para Bolsonaro do que para
o partido. Em condição de anonimato, parlamentares admitem que a
atuação de Tereza é mais relevante para o presidente do que para o DEM,
principalmente para conduzir os diálogos com parceiros comerciais e
garantir o abastecimento em meio à devastadora crise causada pela
pandemia do coronavírus (Covid-19). Nos bastidores, ela defendia o
trabalho de Mandetta e, apesar de as duas famílias serem próximas — os
avós de ambos os ministros, de Campo Grande, eram amigos —, ela não faz
parte da mesma vertente política dentro do partido. Porém, suas relações
com a estrutura partidária garantem a permanência da ministra no DEM.
Da mesma forma que os trabalhos técnicos da ministra no comando da
Agricultura, por ora, estão mantidos. “Se você me perguntar daqui duas
semanas, já não sei”, afirma um alto executivo do Ministério da
Agricultura.
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