Com sua voz aveludada,
ele está em turnê mundial: Harvard, Oxford, Lisboa... Fala de forma silabada,
bem explicadinho. Tem o “s” chiado dos cariocas, mas, de vez em quando, tende
ao sibilo.
Estica as vogais, e fala, fala, fala... Sempre entre os seus, claro.
E se irrita quando é pego na mentira por alguém “infiltrado”. Ele roda o mundo,
roda a baiana. São tantos convites... Desde que não haja quem o interpele, ele
topa.
Detalhe da estátua da deusa Têmis, diante do prédio do STF, em Brasília.| Foto: Gervásio Baptista/SCO/STF
É uma espécie de presidente do clubinho: todos contra Bolsonaro. É um juiz que tem lado, que tem inimigo declarado. E são fascistas
todos aqueles que não pensam como ele. Falta de civilidade, sei...
É
professor, é contador de histórias, diz que a ditadura na Venezuela
é de direita, que a Justiça Eleitoral no Brasil é o máximo, infalível,
que Cesare Battisti é um santo; João de Deus, [o ex-médium estuprador] transcendental. Ele
não aceita críticas ao STF, mas sente-se à vontade para falar mal da
Suprema Corte dos Estados Unidos. Qualquer decisão contrária à sua
agenda será sempre ilegítima. A Constituição pouco importa [curte falar mal do Brasil em suas 'palestras' no exterior.]
Finge
mal, e finge aos seus, que fingem também. Todo mundo finge. Ele é tão
espirituoso, tão do bem, é uma farsa total. É engraçadinho, canastrão.
Salvou a democracia, com seu poder sedutor trabalhado no leite de rosas.
Gosta de ambientes
“patrióticos e fraternos”, nos quais ninguém fala da
censura a veículos de comunicação, da
prisão de jornalistas, de
parlamentar, do
banimento de contas em redes sociais, de
inquéritos
ilegais...
Essas coisas que o Supremo apronta.Ele
não aceita críticas ao STF, mas sente-se à vontade para falar mal da
Suprema Corte dos Estados Unidos. Tem uma agenda de fantasia, para
imposição de um comando global. Quer menos gente no mundo, é tão
bonzinho. E qualquer decisão contrária à sua agenda será sempre
ilegítima. A Constituição pouco importa.
Já
atropelou processo legislativo, não se cansa de questionar decisões do
Executivo e, mesmo assim, continua enxergando apenas “raríssimos casos
de ativismo judicial no país”.
Ele é uma graça, não perde um evento
contra o presidente da República.
Tem a sua turma, os seus
garotos-propaganda,
todos apoiadores do “descondenado” Lula. Trocam condecorações, suspiram juntos, afagam-se...
Não
há equilíbrio, não há isenção. Contra o inimigo valem todas as armas,
toda artimanha.
Não há mais julgamento, a condenação foi estabelecida.
Não é juiz, é justiceiro, é parcial, debocha da integridade, da
neutralidade.
Está por aí, em turnê mundial, querendo cortar cabeças,
com toda delicadeza.
Já tirou a venda dos olhos, se desfez da balança
que carregava em uma das mãos...
E o que pode fazer com a espada que lhe
resta é mesmo assustador.
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