Como consequência, fica liberado o mercado para que os partidos se agreguem ou desagreguem, ou se desfigurem por interesses regionais, cargos nas funções de governo e de administração, emendas pix ou alguma vantagem qualquer. Ficamos sabendo disso, pouco a pouco, pelo noticiário cotidiano, logo após a eleição do ano passado.
Vergonha e frustração! O maior bloco político do país, conhecido como centrão, vende apoio a quem controla a tesouraria. Essa enorme bancada negocia anonimamente. Seus parlamentares não fornecem recibo ou nota fiscal, evitam o voto nominal e, a cada quatro anos, frustram a esperança de dezenas de milhões de cidadãos.
Há que reconhecer as condutas dos que a tanto resistem. Refiro-me aos principais partidos de esquerda; seus programas são ruins para o país, mas seus congressistas lhes são fiéis. E me refiro aos congressistas de direita que, apesar dos vícios do sistema e do mau exemplo dos partidos, correspondem ao que deles esperavam seus eleitores. Deus seja louvado por ainda existirem, na política brasileira, homens e mulheres como vocês. Em todo país, ao assistir sua atividade, milhões de cidadãos dos mais diferentes estados proclamam a expressão que os consagra: “Esse me representa!”.
Percival Puggina (78) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras.
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