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terça-feira, 14 de novembro de 2023
Visita do CV destaca, cada vez mais, Flávio Dino como maior desastre do governo Lula na segurança - O Estado de S. Paulo
J. R. Guzzo
Reportagem do Estadão revelou que mulher de chefe do Comando Vermelho foi recebida duas vezes no Ministério da Justiça
Uma reportagem publicada hoje noEstadão,
de autoria dos repórteres André Shalders e Tácio Lorran, traz
informações de primeira qualidade sobre um problema cujo debate é quase
proibido no Brasil de hoje– as relações entre integrantes do governo Lula e o crime organizado.
Não
vai ser possível dizer desta vez que se trata de acusação sem provas,
ou “desinformação”, ou alguma outra desculpa.
Também não foi uma conversa com algum
funcionário subalterno.
As reuniões foram com assessores do próprio
ministro.
O criminoso em questão, enfim, está na cadeia, condenado a 31
anos por crimes diversos – e sua própria mulher, que foi recebida no
Ministério da Justiça, está recorrendo em liberdade da pena de 10 anos
de prisão a que foi condenada.
A reação inicial doMinistério da Justiça,
naturalmente, foi dizer que não houve nada de anormal na história toda.
As realidades práticas, porém, mostram que não há nada normal. Duas
visitas seguidas, uma após a outra?
O nome da mulher de “Tio Patinhas”
não consta das relações de visitante ao Ministério.
A polícia, incluindo
a Polícia Federal – “que eu comando”, como diz o ministro Dino – sempre
soube quem é a visitante.
Ela
ocupa posição de destaque na administração financeira do Comando
Vermelho no Amazonas, tem uma “ONG” que recebe dinheiro do tráfico e
anda em Brasília com políticos ligados a partidos de extrema esquerda,
como Psol e PSTU.
Como poderia, então, andar sem problema nenhum dentro
do Ministério da Justiça?
Se isso tudo fosse um fato único e isolado,
seria possível para o governo tratar o caso com um desses acidentes da
vida que podem acontecer a qualquer um. Mas não se trata de um fato
único e isolado. Ao contrário, as visitas vêm se somar às repetidas
acusações de que o atual governo está envolvido com as organizações
criminosas mais conhecidas. [oportuno lembrar que ainda falta investigar sobre a visita do esfaqueador Bispo à Câmara dos Deputados, semana antes dele tentar matar Bolsonaro, e investigar quem bancou seus advogados - o crime não prescreveu.]
Não
ajuda em nada, obviamente, a constatação de que os curtos-circuitos
nessa questão acontecem, em geral,no pior lugar em que poderiam
acontecer: o Ministério da Justiça.
Em condições normais, criminosos que
segundo as próprias autoridades são um perigo para a segurança dos
cidadãos, ficariam o mais longe possível do Ministério encarregado de
cuidar da justiça e da segurança pública.
O que acontece, como revela a reportagem do Estadão, é justamente o contrário – é justo ali que eles se sentem mais à vontade.
Tornou-se inevitável, aí, a impressão de apoio explícito
aos grupos de criminosos que intoxicam cada vez mais a sociedade
brasileira. Se não foi isso, o que teria sido?
O
ministro diz que criticar seus contatos com esse meio é “preconceito
contra os pobres”. Os pobres não têm nada a ver com isso, e nem com as
visitas de uma das chefes do tráfico ao Ministério da Justiça.
A verdade
é que o ministro Flavio Dino não apenas se destaca, cada vez mais, como
maior desastre do governo na área de sua responsabilidade. Também vai
criando, dia após dia, a imagem do Brasil como um pária na comunidade
internacional – que sempre acompanha, com os dois olhos bem abertos, a
promiscuidade, ou a cumplicidade, entre governos e crime.
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