Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador CVM. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador CVM. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Conselho da Caixa Economica ainda não autorizou emprestimo à Petrobras - petroleira mente e diz ter conseguiu empréstimo que ainda não foi autorizado. Objetivo era 'pedalar' balanço divulgado ontem

Empréstimo da Caixa à Petrobras não passou pelo conselho

Financiamento de R$ 2 bilhões foi divulgado pela Petrobras para o mercado antes da apresentação do balanço auditado, nesta quarta-feira

O conselho diretor da Caixa ainda não aprovou o limite de financiamento de 2 bilhões de reais para a Petrobras. Na sexta-feira, a petroleira informou ao mercado ter obtido da Caixa, Banco do Brasil e Bradesco limites de financiamento que somam 9,5 bilhões de reais. Os recursos resolvem, segundo a estatal, as necessidades de caixa deste ano.

No fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Petrobras se limitou a comunicar que aprovou o contrato de "limite de financiamento pré-aprovado" com a Caixa no valor de 2 bilhões de reais. A notícia, publicada após o fechamento do pregão da Bolsa de Valores, surpreendeu o mercado. A divulgação ocorreu às vésperas da divulgação do balanço de 2014, que era motivo de dúvida no mercado sobre a situação financeira da empresa.

A aprovação do limite de financiamento da Caixa, operação que servirá como "reserva", conforme a Petrobras, ainda precisa do aval do conselho que reúne vice-presidentes e a presidente da Caixa, Miriam Belchior. O órgão se reuniu nesta quarta, mas a operação não entrou na pauta. Segundo uma fonte a par das negociações, causou estranheza a Petrobras ter divulgado a operação como certa sem que houvesse o "ok" do conselho diretor, responsável pela aprovação do limite com prazo de cinco anos.

A política de crédito da Caixa exige a aprovação do conselho diretor, mesmo se tratando de um limite de financiamento pré-aprovado, "standby" no jargão de crédito. Havia risco de a Petrobras chegar ao fim do ano com o caixa no limite mínimo de 10 bilhões de dólares, como previu a companhia, antes de concretizar as operações de crédito.  A Caixa, por meio de sua assessoria, confirmou que os trâmites ainda não foram concluídos. "A pré-aprovação passou por uma instância técnica da Caixa e ainda seguirá para aprovação dos comitês do banco", informou, em nota.

 Empréstimo - No Banco do Brasil, a Petrobras conseguiu 4,5 bilhões de reais. Do BB vieram o atual presidente da petroleira, Aldemir Bendine, e o diretor financeiro, Ivan Monteiro. A operação vinha sendo negociada desde outubro de 2014 e passou por onze comitês. O banco informou que a operação atende a "todos os requisitos da política de crédito do banco e está adequada aos limites definidos para a empresa e para o setor".

Do Bradesco, a Petrobras conseguiu outra "reserva", de 3 bilhões de reais, também com prazo de cinco anos. Procurado, o banco não comentou a operação. A Petrobras também fechou uma operação financeira com o britânico Standard Chartered no valor de 3 bilhões de reais.

Para o analista de bancos da Austin Rating Luis Miguel Santacreu, os bancos deveriam ter optado pela prudência e esperado a divulgação do balanço, que já estava marcado para esta quarta-feira, antes de tornar pública a concessão de crédito. "O ideal seria olhar o balanço para poder aprovar um crédito desse tamanho. Isso mostra ou a confiança que a Petrobras tem ou a urgência da estatal para, ao publicar o balanço, mostrar uma estrutura de dívida que já contava com esses empréstimos", disse.

Com Estadão Conteúdo

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Divulgação do balanço da Petrobras só depende de aprovação da SEC - órgão americano que não concorda com o uso da 'contabilidade criativa' inventada pelo PT

Petrobras poderá adiar - novamente - divulgação de balanço de 2014

Marcado para o dia 30 de abril, o anúncio pode atrasar porque os métodos adotados para apurar os resultados ainda estão sob análise da SEC

A Petrobras poderá ter de adiar, mais uma vez, a publicação do balanço financeiro do ano passado. Marcada para o dia 30 de abril, a divulgação pode atrasar porque os métodos adotados para apurar os resultados ainda estão sob análise da autoridade americana responsável pela vigilância do mercado, a SEC (Securities and Exchange Comission). Os técnicos da SEC receberam o relatório há duas semanas e não se manifestaram oficialmente sobre os procedimentos. Fontes ligadas à Petrobras dizem, porém, que há sinais de que a metodologia será aprovada.

Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, o novo cálculo, no entanto, não levará em conta os prejuízos causados pela corrupção revelada pela Operação Lava Jato, considerando a análise individual de cada refinaria. "Levamos em conta a sinergia entre as refinarias", diz uma fonte ligada à empresa. Segundo a fonte, o valor final da baixa contábil ainda não foi definido, mas deve ficar entre 20 bilhões de reais e 40 bilhões de reais. Para chegar a este número, a Petrobras não atualizou o valor de cada refinaria, alvo das investigações da Lava Jato, mas do conjunto delas.

Com isso, deverá levar a uma baixa contábil - redução do valor dos ativos da empresa - bem menor do que a conta anterior, feita em janeiro pela consultoria Delloite e pelo banco BNP. Pelos cálculos da Delloite, os ativos da Petrobras estavam inflados em 88,6 bilhões de reais - resultado de vários problemas, do superfaturamento das obras e à queda do preço do petróleo, que provoca desvalorização dos ativos.

O método foi submetido à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), responsável pela fiscalização do mercado brasileiro, que indicou o que achava necessário conter no balanço. Se a SEC der o sinal verde, a auditoria PricewaterhouseCoopers (PWC), que havia se recusado a assinar o balanço após a Lava Jato, deve referendar o documento.

Mas, mesmo se a SEC der o "ok" nos próximos dias, pode não haver tempo hábil para entregar o balanço até 30 de abril. A Petrobras precisa de dez dias para convocar uma assembleia e mais trinta para que os acionistas se manifestem. A estatal tem pressa porque os detentores de títulos da dívida podem pedir o pagamento antecipado do débito caso o prazo não seja cumprido. A empresa negocia mais prazo com os credores.

Fonte: Estadão - Veja OnLine 

 

Petrobras fecha empréstimo de US$ 3,5 bilhões com banco chinês (altamente suspeito, tudo feito em sigilo, sem informar garantias, taxas, etc.)

Operação foi concluída um dia após a estatal anunciar a venda de ativos na área de exploração e produção na Argentina

A Petrobras informou nesta quarta-feira ter assinado um contrato de financiamento com o Banco de Desenvolvimento da China (CDB), no valor de US$ 3,5 bilhões. A operação foi concluída um dia após a companhia ter anunciado a venda de ativos na área de exploração e produção de petróleo na Argentina por US$ 101 milhões.
 
Às 11h50m, as ações ordinárias e preferenciais da empresa subiam com força na Bolsa de Valores de São Paulo: em torno de 5%. Segundo um especialista, essa operação mostra o esforço da nova direção em captar recursos para melhorar o caixa da companhia. Com limites para realizar captações no mercado, em meio a denúncias de corrupção que envolvem a empresa, a Petrobras disse anteriormente que estudava “outras possibilidades de financiamento e incremento de fluxo de caixa”, até para fazer frente aos pesados investimentos projetados. A estatal não conseguiu até agora publicar seu balanço auditado de 2014.

Em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) o contrato de financiamento assinado nesta quarta-feira na China é o primeiro de um acordo de cooperação que será implementado ao longo de 2015 e 2016. A operação foi fechada durante visita do diretor financeiro, Ivan Monteiro, à China. A estatal explica que o contrato de financiamento foi assinado pela a Petrobras Global Trading BV (PGT), subsidiária da Petrobras. Segundo a Petrobras, “as duas partes confirmaram a intenção de desenvolver novas cooperações no futuro próximo.” 

Segundo um analista que prefere não ser identificado, o fato de o financiamento ter sido assinado pela Petrobras Global Trading (PGT), uma subsidiária da estatal no exterior, indica que deve ter sido negociado o fornecimento de petróleo. — Não tenho dúvida de que a China pode estar considerando esse momento de fragilidade como uma oportunidade para melhorar o relacionamento deles com a Petrobras e o país e garantir o recebimento do petróleo no futuro — disse um analista.

A companhia afirma ainda que o contrato é um importante marco para dar continuidade à parceria estratégica com a China, para quem a estatal exporta petróleo, “fortalecendo as sinergias entre as economias dos dois países”.  A Petrobras não informou as condições e taxas do financiamento chinês, nem se está atrelado à compra de equipamentos na China.

Em maio de 2009, a estatal e o CDB fecharam empréstimo de US$ 10 bilhões, com prazo de dez anos. Os recursos seriam utilizados para financiar o plano de investimento da estatal brasileira e incluía a compra de bens de capital e serviços de empresas chinesas. Esse mesmo contrato previa o incremento das exportações de petróleo para a Unipec Asia, subsidiária da Sinopec. 

Segundo Pedro Galdi, da consultoria Independent Research, o contrato com a China não resolve os problemas da Petrobras, mas foi a oportunidade encontrada para melhorar seu caixa.  — Não resolve o problema, mas é um colírio. Ajuda porque ela precisa captar recursos para alongar a dívida. Por outro lado, é uma estratégia da China para garantir a antecipação do fornecimento futuro de petróleo — disse Galdi.

Fonte: O Globo

sábado, 7 de março de 2015

Juiz do caso Eike ou 'juiz do Porsche'

Investigação sobre juiz do caso Eike revela agora sumiço de dinheirama

Corregedoria do Tribunal Regional Federal do Rio de Janeiro faz varredura na vara do magistrado que saiu para passear com o Porsche do ex-bilionário. Descobriu que evaporaram da repartição um naco dos 116.000 reais recolhidos na casa de Eike e 600.000 reais apreendidos de um traficante

Depois que se descobriu que o juiz Flávio Roberto de Souza, a quem cabia julgar o caso Eike Batista, circulara pelo Rio de Janeiro a bordo de um Porsche apreendido do ex-bilionário e ainda por cima guardara outros dois carros e um piano no condomínio onde mora, a Justiça Federal fluminense não teve um dia de trégua. O Conselho Nacional de Justiça retirou Souza de todos os processos ligados a Eike, e o próprio magistrado pediu uma licença médica para deixar a história esfriar, mas não escapou de ser afastado do cargo no Tribunal Regional Federal do Rio. Parecia o ponto final de um daqueles enredos infelizes que só fazem esfacelar a confiança nas instituições. Só que ainda tem mais. 

Segundo informação obtida por VEJA, uma junta de juízes designada pela corregedoria do tribunal para fazer uma limpa na vara deparou com mais um fato de enrubescer os togados: evaporaram da repartição um naco dos 116 000 reais recolhidos na casa de Eike e os 600 000 reais apreendidos de um traficante internacional de drogas - parte em moeda nacional, parte em dólares e euros. Como o juiz Souza não era o único a ter acesso ao cofre, o sumiço da dinheirama está sob investigação.

 Efeito colateral – O juiz Flávio de Souza, que guardou o Porsche e o piano de Eike Batista no próprio condomínio: irregularidades já fizeram o julgamento do empresário por crimes financeiros voltar à estaca zero(Guilherme Pinto/Agência o Globo)

Os rumores sobre o desaparecimento foram oficialmente levados pelo corregedor Guilherme Couto ao magistrado. Ele disse saber onde estavam os maços de notas achados na casa de Eike: repousavam em certo armário. Ao contarem o dinheiro, porém, veio a surpresa. Faltava uma parte, e até agora não se tem notícia de que tenha sido localizada. Quanto aos 600  000 reais, ninguém sabe, ninguém viu. Pertenciam ao traficante espanhol Oliver Ortiz de Zarate Martin, preso no Rio em junho de 2013, aos 35 anos. Junto com o dinheiro, os policiais da operação batizada de Monte Perdido apreenderam ainda uma moto e uma Ferrari. Na ocasião, os trâmites obedeceram ao padrão do Judiciário. Os bens foram a leilão, e os 600 000, depositados em contas do Banco Central e da Caixa Econômica Federal. Mas acabaram retornando à guarda do juiz Souza quando pessoas que alegavam ter feito negócios imobiliários supostamente lícitos com o traficante reivindicaram sua fatia. A partir daí, tudo é mistério.

Quanto mais se remexe nos ofícios e processos de Flávio de Souza na 3ª Vara Criminal Federal, mais irregularidades vão emergindo. Quem passa em frente à repartição, no centro do Rio, vê as portas cerradas e tem a sensação de que o lugar está às moscas. Mas no interior o clima é de alta tensão desde que o chefe surgiu ao volante do Porsche - e só piora. Ao saber do enrosco do dinheiro sumido, a associação de juízes federais a que Souza pertencia decidiu desfiliá-lo. Ele acabou a semana com o passaporte confiscado. Ainda que os reais, dólares e euros reapareçam, os procedimentos pouco ortodoxos verificados no gabinete do juiz Souza já prestaram o desserviço de ferir o Judiciário e pôr no papel de vítima Eike Batista, réu em um processo por crimes financeiros, alvo de um inquérito sobre lavagem de dinheiro na Polícia Federal e de outros que correm na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o xerife do mercado financeiro.

Os desdobramentos práticos das peripécias do juiz já se fizeram sentir. O julgamento de Eike, que havia começado em novembro, voltou à estaca zero, e não há sequer um novo magistrado no comando (os bens apreendidos, no entanto, continuarão em poder da Justiça). Todo o processo, que já se anunciava moroso, agora tende a emperrar. Uma decepção para grandes e pequenos investidores que perderam dinheiro com a derrocada do grupo X e para todos os que esperam das instituições um funcionamento adequado e eficiente. Ainda assim, é um mal menor diante do que poderia acontecer se o caso continuasse sendo conduzido por um juiz afundado em suspeitas.

 Fonte: Revista VEJA

 Leia mais sobre as irregularidades do 'juiz do Porsche".


terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Bendine sai do BB com 'superaposentadoria' de R$ 62 mil



A base de cálculo da aposentadora do ex-presidente da instituição soma benefícios vencidos como férias e vale-alimentação. A política é criticada por associações de funcionários e aposentados
O atual presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, foi escolhido para comandar a Petrobras 

O novo presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, deixa o comando do Banco do Brasil (BB) com aposentadoria calculada com base no salário mensal de 62.400 reais, embora as associações de funcionários e aposentados do maior banco do país sejam contrárias ao que chamam de "aposentadoria cheia" - na qual se somam aos vencimentos benefícios como férias e vale-alimentação.

A prerrogativa de se aposentar por essas regras não é exclusiva de Bendine, mas foi adotada em sua gestão. Outros vinte executivos recebem dessa forma. Ivan de Souza Monteiro, novo diretor da petroleira, também reúne idade e tempo de contribuição suficientes  para se aposentar com base no salário cheio de 55.800 reais mensais que recebia como vice-presidente.

A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), xerife do setor, considerou que caberia ao BB assumir a diferença dessas aposentadorias maiores. Para a Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (ANABB), as "superaposentadorias" são indevidas. "Eles não poderiam fazer a contribuição sobre seus honorários brutos porque contêm o empilhamento de verbas de benefícios que o plano não admite. Esses valores são considerados no cálculo das aposentadorias, o que não é permitido para os demais funcionários", disse Fernando Amaral, vice-presidente da associação.

A origem do problema remonta a 2008, quando, para cumprir exigências da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o BB decidiu que os executivos passariam a receber honorários em vez de salários. Para calculá-los, o banco somou tudo que qualquer funcionário recebe durante o ano (salários, comissões, 13º, férias, abonos, licença-prêmio, auxílio-alimentação, etc.) e dividiu por doze.

Limite Para manter a isonomia entre a cúpula e os servidores, o conselho deliberativo da Previ aprovou, em abril de 2008, que os executivos poderiam contribuir sobre o mais alto salário de empregado do banco (37.000 reais mensais em valores de hoje). Essa medida, referendada pela diretoria executiva do BB, foi retirada em 2010, sob a gestão de Bendine. Com isso, os executivos puderam contribuir com base nos honorários brutos e, dessa forma, incrementar as aposentadorias.

Para a Previc, a direção do BB não poderia voltar atrás. A autarquia exigiu, em junho de 2013, que o banco colocasse limite nas aposentadorias da alta cúpula, sob pena de intervir no fundo de pensão. A exigência gerou uma disputa no governo que opôs os Ministérios da Fazenda e do Planejamento ao da Previdência.

Procurado, Bendine disse que o BB responderia em seu nome. Em nota, o banco informou que "as normas vigentes nunca estabeleceram um teto". "O posicionamento do Banco do Brasil tem por base o Estatuto da Previ, que estabelece a equivalência entre as contribuições realizadas e os benefícios a serem pagos aos aposentados." Previ e Previc não responderam até esta edição ser concluída.

Com Estadão Conteúdo

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Graça Foster renuncia e Petrobras anuncia novo presidente na sexta



Estatal enviou comunicado à CVM anunciando a saída da presidente e de mais cinco diretores
Petrobras comunica renúncia de Graça Foster e nova diretoria da estatal será eleita na sexta
Documento sobre a saída dela foi enviado à CVM nessa manhã “face à renúncia da presidente e de cinco diretores", diz o curto texto 
Um comunicado da Petrobras enviado na manhã desta quarta-feira Comissão de Valores Mobiliários (CVM) anuncia a renúncia de Graça Foster, além de cinco outros diretores. Ainda segundo o texto, a nova diretoria será eleita em reunião do Conselho de Administração na sexta-feira. 
"A Petrobras informa que seu Conselho de Administração se reunirá na próxima sexta-feira, dia 06.02.2015, para eleger nova Diretoria face à renúncia da presidente e de cinco diretores", diz o curto texto enviado à autarquia que supervisiona os mercados financeiros no Brasil.
O anúncio veio um dia depois da reunião de Graça com a presidente Dilma Rousseff, em Brasília, em que teria ficado acertado que a então presidente da estatal sairia junto com os demais diretores até março. Na terça-feira, os rumores da saída da Graça Foster, as ações da estatal subiram mais de 15%. Nessa manhã, operam em alta de mais de 5%.
DECISÃO APÓS RELATÓRIO
Pressionada pelas investigações da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal (PF), Graça deixa o cargo depois de ocupá-lo por três anos. Dilma teria ficado insatisfeita com a divulgação da estimativa feita pela própria estatal de perdas de ativos na ordem R$ 88,6 bilhões com as denúncias de corrupção. A informação foi dada após a publicação do balanço financeiro da estatal referente ao terceiro trimestre de 2013, tornado público sem a inclusão das perdas com a corrupção. 
Com a divulgação do balanço, Graça declarou que poderia haver aumento nos valores relativos à corrupção e ampliação no período de análise dos contratos de empresas com a estatal, de 2004 a 2012. Segundo ela, se durante as investigações mais empresas fossem citadas seria necessário "abrir os números". Desgastada com as diversas denúncias, Graça Foster vinha sendo cobrada pela oposição para que se demitisse. Ela chegou a colocar o cargo à disposição em mais de uma ocasião. Segundo ela mesma, "duas ou três vezes". Apesar disso, Dilma mantinha a amiga no posto de presidente da estatal.
Um dos maiores golpes que ela sofreu foram as denúncias da ex-gerente da Petrobras Venina Velosa da Fonseca, em dezembro, que afirmou que Graça sabia das irregularidades antes da operação ser deflagrada. Segundo ela, o alerta foi feito através de e-mails enviados à atual presidente Graça Foster - antes dela assumir a presidência, ainda como diretora de Gás e Energia, e depois- e também pessoalmente. No encontro, Venina afirma que entregou a Graça documentos sobre denúncias na área de Comunicação.
Em respostas às acusações, a presidente da Petrobras negou que soubesse dos desvios na estatal. A Petrobras também chegou a divulgar nota dizendo que os e-mails encaminhados a Graça pela ex-gerente em abril de 2009, agosto e outubro de 2011 e fevereiro de 2012, "não explicitaram irregularidades" nas áreas citadas.
Durante a conclusão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras no Congresso, a oposição apresentou um relatório no qual acusou a presidente da estatal de mentir ao parlamento. No documento, a oposição afirmava que Graça Foster havia recebido um relatório informando sobre o pagamento de propina a funcionários da Petrobras pela empresa Holandesa SBM e sabia do esquema desde o início de 2014. A SBM relatou à Justiça Holandesa e dos Estados Unidos que havia distribuiído US$ 102,2 milhões a funcionários da estatal.
Fonte: O Globo

sábado, 24 de janeiro de 2015

Táticas para escapar da Justiça no petrolão

Empreiteiras se dizem vítimas da Petrobras e ex-diretores apontam para o Conselho de Administração, na tentativa de envolver a presidente da República

A Operação Lava-Jato, na vertente de responsabilidade da Justiça e do Ministério Público, ganha consistência, depois de ter passado da fase em que poderia ser imaginado algum retrocesso em investigações e na denúncia de empreiteiros, ex-dirigentes da Petrobras e políticos. O próprio ministro Teori Zavascki, do Supremo, ao homologar o acordo de delação premiada do operador financeiro do esquema, Alberto Youssef, reconheceu formalmente que há, no processo, base para que autoridades e “parlamentares federais” tenham de se defender nos respectivos foros a que têm direito — para deputados e senadores, o STF; e STJ para governadores, se houver algum na lista dos denunciados.

A irreversibilidade, tudo indica, do trabalho do juiz federal paranaense Sérgio Moro, com apoio na Polícia Federal e no MP, leva acusados de participar do petrolãoinclusive quem ainda poderá ser denunciado a formular táticas na tentativa de minimizar danos.

Os empreiteiros, por exemplo, apresentam a no mínimo polêmica tese de que são “vítimas” de diretores da Petrobras, frios chantagistas de empresas bastante experientes em fechar vultosos negócios com o poder público. O objetivo da extorsão de empresas fornecedoras da Petrobras, explicitou o vice-presidente da Engevix, Gerson de Mello Almada, preso desde novembro, era a “geração de montantes necessários à compra da base (parlamentar) aliada do governo”. Nenhuma novidade. Já ocorrera no mensalão, conforme está nos volumosos autos do processo julgado pelo STF.

Segundo a defesa esboçada pela advocacia de empreiteiras até agora denunciadas no caso do petrolão — Camargo Correa, OAS, Mendes Júnior, UTC, Galvão Engenharia e Engevix —, o cartel dessas empresas que atuou na estatal é de responsabilidade da própria Petrobras. Não será fácil convencer juízes dessa vitimização.  A Petrobras, por sua vez, precisa se defender no front americano, em que é acusada de, por gestão, digamos, desatenta, ludibriar investidores, algo grave no âmbito da SEC (CVM americana) e do Departamento de Justiça.

Pessoas físicas, é certo, também serão responsabilizadas. Pelo menos duas delas, sem dúvida instruídas por advogados, apontam o dedo para o Conselho de Administração da estatal, presidido por Dilma Rousseff durante longo tempo. Devem achar que envolver a presidente da República lhes serve de escudo. Um, Nestor Cerveró, ex-diretor Internacional, preso até sexta à noite, já é acusado por Dilma de ter-lhe induzido a erro na compra desastrosa da refinaria de Pasadena. O outro, José Sérgio Gabrielli, ex-presidente, um dos representantes do PT na cúpula da companhia, está até agora sem qualquer denúncia, mas faz o mesmo, porque talvez não escape de ter de explicar alguns negócios estranhos, como gasodutos construídos à margem de controles. Quanto mais não seja, há no petrolão um lado de esgrima jurídica e política a ser acompanhado de perto.


Fonte: Editorial - O Globo