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segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Saudades do Brasil - Fernando Gabeira

Blog do Gabeira

Uma medida do AI-5 foi pôr censores nos jornais. Não havia internet. Como fariam hoje para censurar a rede?

No dia em que o Flamengo se tornou campeão da Libertadores, cruzei no avião com um homem vestido com a camisa do time. Apenas nos olhamos, mas nos sentíamos unidos pela mesma tensão e esperança. Naquele momento, senti uma estranha saudade do Brasil. A seleção brasileira já não empolga como antes; o lugar foi momentaneamente [permanentemente] ocupado pelo Flamengo. Mas o futebol não era meu objeto de saudade, mas sim a política. Vim me perguntando na viagem de Natal para o Rio como era difícil encontrar essa sensação de unidade nacional, sobretudo em tempo de paz.

Quando digo unidade, não quero dizer unanimidade. Mas algo que congregue as pessoas para além de suas escolhas singulares. A última vez que senti isso foi no movimento pelas Diretas. A partir daí, a sensação foi escapando aos poucos. É um pouco ingênuo acreditar nessa possibilidade. A política americana em alguns momentos conseguiu unificar os dois grandes partidos pontualmente, em temas bem definidos. Hoje, com Trump, esse sentimento deve estar se esvaindo também lá. Digo também lá porque aí as perspectivas são de confronto, com os atores se pintando para a guerra.

O Chile é uma espécie de arma que os contendores escolheram para o seu duelo. De um lado, a esquerda pedindo manifestações como a chilena; de outro, o governo de extrema direita acenando com o AI-5 e preparando-se para uma repressão sem limites, camuflada sob um nome bastante complicado: excludente de ilicitude, cuja tradução real é liberar a porrada. [se queres a paz, prepara-te para a guerra; 
é notório que indivíduos de esquerda, incluindo condenados pela Justiça e temporariamente fora da cadeia, tentam insuflar nos brasileiros a ideia que devem participar de manifestações, promover tumultos, etc.
É DEVER dos governantes, estar preparado para conter situações de quebradeira, tumultos, agressões.

Os brasileiros são sabedores que em passado não muito distante, ocorreram situações de conflito dentro do Brasil e sabemos que  foi graças as medidas firmes adotadas pelo Governo militar - incluindo o A-5 - que a ORDEM PÚBLICA foi restabelecida.
E a situação naquela ocasião se complicou, devido as autoridades da época não terem 'pisado' no pescoço da esquerda, quando seus integrantes começaram a mostrar as garras.
Prevenir é melhor que remediar.]
Dentro desse quadro radical, uma tênue centelha do passado comum reaparece nas reações que surgem sempre que se fala de novo no AI-5. Elas têm sido rápidas e bastante amplas no mundo relativamente restrito dos que se interessam por política. Mostram não só um vigor democrático, mas apontam para uma unidade nacional contra estados de exceção. Tenho várias razões pessoais para não acreditar num novo AI-5. A principal delas é ser velho o suficiente para conhecer as condições daquela época e as que existem hoje.

Uma das medidas do AI-5 foi introduzir pequenos grupos de censores dentro dos jornais. Não havia internet. Como fariam hoje para censurar a rede? Não me refiro apenas às dificuldades técnicas, mas aos gigantescos transtornos culturais e econômicos. Naquele tempo, vivíamos numa Guerra Fria simbolizada pelo Muro de Berlim. Embora o governo ainda respire os ares da Guerra Fria, e o muro não tenha caído para uma parcela da esquerda, a verdade é que os tempos são outros.
O movimento pelas Diretas, com seu potencial unificador, foi basicamente contra um resquício da ditadura. Qualquer novo ato ditatorial, creio eu, poderá reviver seu espírito, uma vez que, apesar de todas as divergências, estamos de acordo em preservar o sistema democrático.

É possível olhar o que se passou no Chile de forma diferente: estudar o que aconteceu e buscar soluções menos dramáticas. O número de pessoas que ficaram cegas parcial ou totalmente supera duas centenas.  O ultraliberalismo tende a trazer enormes dificuldades para a vida das pessoas. Sem sensibilidade política, não há chances de racionalizar a economia. Da mesma forma, os governos de esquerda tendem a quebrar o país com a ilusão de que dinheiro cai do céu.

Uma ampla frente contra o fantasma da ditadura está no horizonte imediato, pois ela se manifesta toda vez que falam de AI-5. Mas ela ainda não é articulada o bastante para intervir na base da instabilidade. Propor uma agenda social aos liberais e uma racionalização econômica à esquerda.
Não deixa de ser estranho falar sobre AI-5 nesse começo de dezembro. Não é que me sinta aprisionado na máquina do tempo. Mas era como se conversasse com sua tela, com pessoas que ainda estão com a cabeça em 13 de dezembro de 1968. [no que me concerne, interpreto que é a situação atual que, de maneira crescente atua buscando destruir os valores mais básicos de uma Nação, começando pela FAMÍLIA, RELIGIÃO, LIBERDADE, PATRIOTISMO - que leva as pessoas muitos a entenderem a necessidade de um instrumento nos moldes do  AI-5  = um remédio legal que reverta a situação atual.
Os que assim pensam, não sabem, ou esquecem, que a própria Constituição e legislação infraconstitucional, já oferecem esse remédio.]
Para não ficar triste, posso entender isso como uma maravilha da tecnologia estar voltando atrás para dizer: não pensem nisso, vocês vão durar pouco tempo. E os adversários não serão mais os gatos pingados do passado, mas multidões enérgicas como a torcida do Flamengo.

Blog do Gabeira - Fernando Gabeira, jornalista


 



Artigo publicado no jornal O Globo em 02/12/2019


quarta-feira, 27 de novembro de 2019

A Presidente Vargas de 1984 a 2019 - Elio Gaspari

Folha de S. Paulo - O Globo

O povo não deve ter medo da polícia, nem a polícia deve ter medo do povo 

PM manchou a festa do Flamengo

PM do Rio manchou a celebração no fim da festa

A avenida foi a mesma. Em abril de 1984 ali aconteceu o grande comício das Diretas. Noticiou-se que a multidão passava do milhão de pessoas. Nem chegava a isso, mas deixa pra lá. A festa durou cerca de sete horas, sem um só incidente. No domingo, mais de um milhão de cariocas festejaram o Flamengo. A festa terminou com uma pancadaria e 23 feridos nas proximidades do monumento ao Zumbi de Palmares. 

Não se sabe como começou a confusão, mas é elementar que a Polícia Militar não precisava ameaçar o povo com fuzis ou apontando-lhe revólveres. A primeira bomba de gás contra uma multidão parada pode ter sido um exagero. As demais, truculência, sobretudo sabendo-se que na festa havia crianças. O veículo da Guarda Municipal também não precisava dar marcha a ré em alta velocidade numa pista livre. Acabou atropelando um guarda. Assim como Gabigol fez a alegria dos brasileiros com dois gols em três minutos num final de jogo, a PM do Rio manchou a celebração no fim da festa. 

O medo faz mal à alma. O povo não deve ter medo da polícia, nem a polícia deve ter medo do povo. Em 2013, quando o Papa Francisco chegou ao Rio, estava protegido por um dispositivo teatral, com soldados e até cães farejadores. Na Presidente Vargas o carro do Papa ficou preso no trânsito, e centenas de pessoas cercaram-no, assustando muita gente que via a cena pela televisão. Só Francisco não se assustou e manteve o vidro aberto. Os agentes da Polícia Federal que escoltavam o veículo a pé mantiveram a calma, sem agredir ninguém. Também não se assustaram as pessoas que queriam vê-lo, pois não é todo dia que há um Papa na Presidente Vargas.

O Rio é governado por um bufão que estimula a violência policial na construção de sua própria teatralidade. No gramado do estádio de Lima, ajoelhou-se diante de Gabigol, recebendo um olhar seco, digno dos melhores monarcas da Casa de Windsor. 

No dia seguinte à pancadaria do fim da festa do Flamengo, o repórter Rafael Soares revelou o áudio de um PM que revelou sua contrariedade diante de um episódio no qual um sargento matou a tiros dois jovens que estavam numa motocicleta. O caso aconteceu em 2015, soldados da patrulha haviam dito ao sargento para não atirar, mas “ele estava trabalhando com ódio, ficava falando que ia matar, matar”. O sargento matou porque achou que a furadeira carregada por um dos jovens era uma arma. Já houve casos em que um cidadão foi morto porque carregava um guarda-chuva e outro, uma esquadria de alumínio. O PM que matou o homem do guarda-chuva foi absolvido e o outro caso ainda está sendo investigado. O sargento que ficava falando em matar ainda não foi julgado. 

Na tarde de domingo, depois da confusão da Presidente Vargas, uma mulher se referiu aos PMs como “esses milicianos”. É verdade que o pessoal das milícias está em alta, mas nenhuma cidade terá segurança se a sua polícia se comportar de forma a permitir tamanha confusão.

A PM é uma corporação militar que deve trabalhar com normas profissionais e, sobretudo, de forma disciplinada, cumprindo protocolos. O que aconteceu na Presidente Vargas não seguiu protocolo algum. Quanto à disciplina, quem sabe? Em março do ano passado, durante a intervenção federal na segurança do Rio, um general foi inspecionar o quartel do 18º Batalhão da PM do Rio, viu-se diante de uma tropa formada por 20 homens. À voz do comando, alguns deles não lhe deram continência. Foi preciso que o coronel repetisse: “Todo mundo.” Só então foi obedecido.
Folha de S. Paulo - O Globo - Coluna Elio Gaspari, jornalista 
 
 
 

domingo, 24 de novembro de 2019

Breve análise de Campeão da Libertadores - Alerta Total

Valeu a pena o Flamengo esperar 38 anos para repetir a façanha do time espetacular de 1981. 

Dois golaços de Gabigol no finalzinho do jogo não tiveram preço... Sinceramente, o River Plate foi mais eficiente. Só que o Flamengo foi mais eficaz. No finzinho, os argentinos perderem a cabeça. Conquista monumental do Clube de Regatas do Flamengo. Obrigado, Jesus... Virada de maluco... 2 a 1! Inacreditável! Que venha o Mundial...






No primeiro tempo, o Flamengo experimentou de seu próprio veneno. Os argentinos do River Plate foram rápidos na articulação de ataque. Marcação quase perfeita, com roubada de bola e rápido acionamento ao contrataque. Usaram muito tem a tradicional marra Argentina para segurar o jogo e neutralizar a saída de jogo rubro-negra. O Mengão tomou um gol em uma vacilada de indecisão da defesa – um dos poucos pecados do time de Jesus.



O River controlou o ritmo jogo nos primeiros 48 minutos, mesmo com o Flamengo tendo pretensa posse de bola maior. O Mengão não conseguiu botar a bola no chão e tocar a bola ofensivamente. Curiosamente, o Flamengo será Campeão Brasileiro por que soube jogar exatamente como os argentinos jogaram no primeiro tempo. O Flamengo costuma pecar por chutar pouco a gol. Aliás, este tem sido o mais crítico vício do futebol brasileiro.


Sergio Moraes / Reuters

No intervalo, Jorge Jesus não mexeu na escalação original do time. Por superstição, apenas trocou o elegante colete preto pelo habitual paletó preto com o escudinho vermelho do Flamengo (apesar do calorão no Estádio Monumental de Lima). O Mengão teve uma grande chance aos 11 minutos. Perdeu... Jesus chutou copinhos de água... O meio-campo do River Plate anulou duas pelas chaves do Flamengo: Arrascaeta e Gérson (que se machucou).



A entrada de Diego melhorou a qualidade do toque de bola, mas nem fez a diferença taticamente. O Flamengo errou muito tecnicamente. Falhou bem acima do normal. Jogou algumas bolas na área, mas o goleiro Armani, titular da seleção Argentina, se deu bem em todas. As grandes chances do River aproveitaram vaciladas em passes do Mengão. É preciso insistir: o Flamengo chutou pouco ao gol.
Resumindo: Futebol é gol. Toque de bola no gramado e passes corretos no ataque, tendo como foco chutar para fazer gol. Eventualmente, vale de falta, de pênalti, de cabeça ou de qualquer outra parte do corpo. Uma decisão em partida única como na Copa Libertadores da América geralmente premia o time que comete menos erros imperdoáveis. Flamengo e River Plate foram times muito parecidos, exceto pela manha maior dos hermanos. A marcação Argentina, no ataque e na defesa, foi implacável. Fez a diferença.



Na decisão equilibrada em Lima, o triunfo foi justo para quem conseguiu ser mais fiel e eficiente ao seu estilo de jogo ofensivo, porém cadenciado. O Flamengo foi muito voluntarista, sobretudo na velocidade de Bruno Henrique. O River mais eficiente e marrento, acertando a maioria dos passes. Os argentinos souberam administrar o gol no começo do jogo.



O Flamengo errou mais passes que o normal. Enfim, não fez mal aos argentinos acostumados a ganhar a Libertadores. Há cinco anos no comando do River Plate, o técnico Marcelo Gallardo venceu 10 dos 14 campeonatos disputados. Fica a lição para os clubes brasileiros que dão curta sobrevida aos seus treinadores. Temos de segurar Jesus no Flamengo. Que Deus nos ajude...


A imensa torcida do Flamengo fez muito mais que sua parte... Foi gigantesca. Domingo tem mais. A Nação Rubro Negra só precisa torcer por uma vitória do Grêmio sobre o Palmeiras. [atualização: um simples empate Grêmio x Palmeiras, torna o FLAMENGO CAMPEÃO, já que se for alcançado pelo Palmeiras - dificil, mas, não impossível - ficará na frente do time paulista no número de vitórias.

Caso o Palmeiras expulse de sua torcida  o presidente Bolsonaro, motivo na foto abaixo, o Flamengo o receberá como torcedor de braços abertos e estará entre VENCEDORES.] 


Assim será confirmado o justo título do Brasileirão.  Por graça, conquistado, antecipadamente, sem o Flamengo entrar em campo. O Futebol proporciona estas ironias... Obrigado, Jesus...
 
Para diretoria do Flamengo, um recadinho final: vamos usar a grana a rodo ganha na Libertadores para pagar uma indenização justa às famílias dos 10 meninos que morreram no incêndio do Ninho do Urubu... A Libertadores é deles! É nossa!  


Alerta Total - Jorge Serrão 

domingo, 17 de novembro de 2019

'Estou revendo um filme que a gente já viu', diz Collor sobre governo Bolsonaro - O Globo

Bernardo Mello Franco

Para senador, presidente repete erro de desprezar partidos e corre risco de não terminar o mandato


Senador Fernando Collor de Mello (PTC-AL) Foto: Jorge William / Agência O Globo
Senador Fernando Collor de Mello (PTC-AL) Foto: Jorge William / Agência O Globo

Trinta anos depois de sua eleição, o ex-presidente Fernando Collor diz que Jair Bolsonaro está cometendo os mesmos erros que o levaram ao impeachment. “Continuando do jeito que está, eu não vejo como este governo possa dar certo. São erros primários”, afirma.
Collor vê semelhanças entre o antigo PRN (atual PTC) e o PSL . Ele diz que caiu por se recusar a dividir poder e negociar com partidos. “Estou revendo um filme que a gente já viu”, alerta.
[a grande diferença entre o ex-presidente Collor e o presidente Bolsonaro é que apesar de ambos pretenderem governar sem partidos, faltou ao ex  a liderança e preferência do eleitorado que o leva a governar sem partido e ter suas propostas aprovadas no Congresso sem negociação, por serem propostas válidas e que os inimigos do presidente, e do Brasil, não ousam rejeitar.

Além do mais, Collor apesar de ter sido inocentado no STF, foi vítima de sérias acusações que pavimentaram na época o caminho para o impeachment, já o atual presdiente NÃO FOI ACUSADO de nenhum crime - podem acusar os filhos dele,  os primos do sobrinhos dos irmão do presidente, mas, nada cola em Bolsonaro, nada de desonesto ele praticou.] 

Ao lembrar a campanha de 1989, o senador diz que se arrepende de ter explorado acusações de uma ex-namorada de Lula em sua propaganda eleitoral. “Eu me senti mal depois que assisti ao vídeo”, afirma. Aos 70 anos, faz mistério sobre o livro de memórias em que promete revelar segredos do poder. Os originais ainda estão armazenados num disquete. “Preciso tirar isso de lá, porque estraga. Mas está num lugar bom, refrigerado”.
 
A eleição de Bolsonaro foi muito comparada à sua, em 1989. Em que o governo dele se parece com o seu?
Vejo semelhança entre o tratamento que eu concedi ao PRN e o que ele está conferindo ao PSL. Em outubro de 1990, nós elegemos 41 deputados. O pessoal queria espaço no governo, o que é natural. Num almoço com a bancada, eu disse: “Vocês não precisam de ministério nenhum. Já têm o presidente da República”. Erro crasso.
O que está acontecendo com o Bolsonaro é a mesma coisa. A bancada do PSL foi eleita na onda bolsonarista, é verdade. Mas quando a pessoa chega e assina o termo de posse, ela vira entidade.

Logo no início, ele tinha que ter dado prioridade aos 53 deputados do PSL. E, a partir desse núcleo, construído a maioria para governar. Ele perdeu esse momento. Agora reúne a bancada para dizer que vai sair do partido? Erro crasso.
Estou dizendo porque eu já passei por isso. Estou revendo um filme que a gente já viu. Vai ser um desassossego para ele.

Qual o futuro do governo?
Continuando do jeito que está, não vejo como este governo possa dar certo. São erros primários. Bolsonaro esteve na Câmara por 28 anos, viu como se forma um movimento numa casa em que o chefe do Executivo não dispõe de maioria.
Ele tem que entender algo fundamental: o presidente da República é o líder político da nação. Como líder, ele tem que fazer política. E política se faz por intermédio dos políticos e dos partidos.
O senhor vê risco de impeachment?
É uma das possibilidades. Bolsonaro não vem se preocupando com a divisão da sociedade brasileira, que se aprofunda. O discurso dele acentua a divisão. Com a soltura do Lula, a tendência é que essa divisão se abra ainda mais.

O governo tem que ser bombeiro. Tem que entender que não está mais em campanha. Hoje uma boa parcela dos eleitores que não queriam o PT está desiludida. É preciso que alguém acorde neste governo e diga: “O rei está nu”.
(...)

O Paulo César (Farias) era o tesoureiro da campanha. Eu dizia pra ele: “Paulo César, para com esse negócio”. Ele dizia: “Eu não tenho o que fazer. É uma avalanche”. 

Lula diz que o resumo do último debate exibido pelo Jornal Nacional foi decisivo para sua vitória. Concorda?
O Lula não foi bem no debate. Tem a história de dizer que a Globo editou. Não houve nenhuma edição (tendenciosa). Depois do debate, as ruas de São Paulo ficaram cheias de bandeiras, carros buzinando. A sensação era de vitória.
Como você edita um jogo em que o Flamengo ganha de 5 a 0 do Botafogo? Os melhores momentos são de quem ganhou. Do Botafogo, vão passar os piores momentos, a canelada na bola.

Em setembro, Bolsonaro pediu ao povo para ir às ruas de verde e amarelo. O senhor também fez isso em 1992. O que se lembra desse episódio?
Eu estava muito pressionado pelo impeachment. Foi uma tirada de marketing que deu errado. No domingo, todo mundo saiu de preto. Quando eu liguei a TV, pensei: “Não tem mais jeito. Agora é esperar o desfecho desse processo, que não vai ser nada bom”. 

Bernardo Mello Franco, colunista - O Globo - Leia MATÉRIA COMPLETA

sábado, 9 de novembro de 2019

Achamos: o paradeiro do porteiro do condomínio de Bolsonaro - VEJA

Por Leandro Resende e Sofia Cerqueira

Depois de implicar o presidente em depoimentos à polícia, logo desmentidos, Alberto Jorge Mateus não voltou ao trabalho e vive como 'um animal acuado'


SOB HOLOFOTE – “Seu Alberto”: o condomínio preferiu afastá-lo do serviço até a poeira baixar (Reginaldo Teixeira/.)

O porteiro mais comentado do Brasil finalmente tem nome e endereço. Ele se chama Alberto Jorge Ferreira Mateus e mora na Gardênia Azul, bairro fincado em área dominada por milícias na Zona Oeste do Rio de Janeiro. VEJA o localizou às 17 horas de segunda-feira 4, quando ele apareceu na porta de casa, um sobrado amplo e sem pintura, de shorts, chinelo e camiseta do Flamengo. Assim que a reportagem se identificou, o sorriso despreocupado com que o porteiro se aproximou sumiu. “Eu não estou podendo falar nada. Não posso falar nada”, disse, virando as costas e fechando a porta. 

Alberto Mateus ficou famoso, ainda sem nome nem endereço, na última semana de outubro, quando o Jornal Nacional divulgou os dois depoimentos dele à Polícia Civil do Rio de Janeiro afirmando que no dia do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, em 14 de março do ano passado, um dos acusados pelo crime, o ex-policial militar Élcio Queiroz, parou na cancela do condomínio em que ele trabalha, o Vivendas da Barra, e lhe disse que ia visitar a casa 58, onde vivia seu mais famoso morador: o então deputado federal Jair Bolsonaro, candidato à Presidência. A versão cairia por terra em menos de 24 horas. Ele mentira.

Na rua da Gardênia Azul onde Alberto Mateus mora com a mulher há 32 anos e onde criou o casal de filhos, ninguém dá palpite sobre o motivo que o teria levado para o olho de um furacão envolvendo o presidente da República. Moradores e comerciantes do local, uma via calma de mão dupla por onde circulam motos e carros em péssimo estado, demoraram a saber que aquele sujeito calvo, alto, magro e discreto, que não frequenta bares nem festas e nos fins de semana é visto sempre a caminho da igreja, com uma Bíblia nas mãos, era porteiro do condomínio Vivendas da Barra. Um cunhado, que não quis se identificar, conta que boa parte da família só descobriu na reta final da eleição do ano passado, quando o porteiro foi filmado por uma equipe de TV na entrada onde o público se aglomerava. “A gente brincou que ele estava famoso. O Beto é do tipo que sai cedo para trabalhar e não comenta nada”, disse.

(...)

O dono da casa 65 é o também ex-­PM Ronnie Lessa, o outro acusado de matar Marielle (Queiroz teria dirigido o carro e ele, puxado o gatilho). O encontro da dupla, quatro horas antes do crime, é peça crucial na reconstituição do caso. Ao envolver “seu Jair” no enredo, ainda mais em um dia em que o deputado estava comprovadamente em Brasília — como o próprio Jornal Nacional apontou —, o porteiro identificado por VEJA criou uma enorme confusão, por motivo até agora não esclarecido, já que não voltou a ser convocado pela polícia para dar explicações.

Aparentemente tranquilo nos dias seguintes aos seus depoimentos, prestados em 7 e 9 de outubro, durante seu período de férias, ele foi ficando nervoso à medida que a repercussão crescia. Deveria ter voltado ao posto em 1º de novembro, mas, diante da divulgação do depoimento três dias antes, o condomínio optou por prorrogar a licença e mantê-lo afastado do local até a poeira baixar. Cinco dias depois, no domingo 27, Alberto Mateus foi visto na praia, ajudando a mulher, que tem uma barraca onde vende cervejas e refrigerantes a 2 quilômetros do Vivendas. “Ele comentou o caso com a gente muito por alto. Acho que não tinha dimensão do que estava acontecendo”, disse a VEJA o dono de uma barraca próxima, que não quis se identificar. Hoje, segundo familiares, o porteiro está “feito um animal acuado”.

(...)

"A coisa toda aconteceu há tempos, e são muitas casas e visitantes o dia inteiro.” Izaias contou que, ao saber do depoimento do colega, tentou falar com ele por aplicativo de mensagem, para obter “a informação verdadeira”, mas não recebeu resposta. “Todos aqui no condomínio ficaram surpresos por ele ter ligado o presidente a um crime gravíssimo. Pode ser que estejam usando o Alberto para denegrir a imagem de Bolsonaro”, arriscou Izaias, que ostenta orgulhoso uma foto ao lado do capitão em suas redes sociais. No condomínio francamente bolsonarista, o próprio Alberto não escondia sua simpatia pelo presidente.
 
A casa 65 que Lessa alugava no Vivendas da Barra está vazia e fechada. Os aparelhos de ar condicionado foram removidos. A associação com a morte da vereadora e do motorista preocupa os moradores do condomínio, que temem ver os imóveis desvalorizados. “O lugar ficou malvisto, associado à milícia”, disse um proprietário. Mesmo assim, em um ato de solidariedade para com um funcionário antigo, solícito e considerado de confiança, foi convocada uma assembleia extraordinária para discutir a proposta de que as 135 casas se cotizem para pagar um advogado para o porteiro Alberto Mateus.

Com reportagem de Jana Sampaio

Em VEJA, matéria completa

Publicado em VEJA,  edição nº 2660 de 13 de novembro de 2019,

 










terça-feira, 29 de outubro de 2019

Justiça de rico e de pobre - O Globo

O Judiciário brasileiro precisa resolver a equação da própria ineficácia

São 337 mil. É gente suficiente para encher quase cinco Maracanãs em dia decisivo para o Flamengo matar a fome de 38 anos na Libertadores. São quase todos jovens, periféricos, pobres, negros e mulatos, alguns quase brancos ou quase pretos de tão pobres, como descreve Caetano Veloso em “Haiti”. Presos “provisórios”, para a burocracia, e já somam 41,5% do total de encarcerados (818,8 mil em agosto). São pessoas forçadas a viver dentro das 2,6 mil cadeias. Cumprem pena mesmo sem condenação. 

A maioria está trancada há pelo menos quatro anos, 48 meses ou 192 semanas. Espera a assinatura de um juiz para decidir o rumo: vida em liberdade ou no exército oferecido pelo Estado brasileiro aos 80 grupos criminosos que controlam presídios.
Semana passada foram lembrados no plenário do Supremo pelo juiz Luís Roberto Barroso: “Justamente porque o sistema é muito ruim, perto de 40% dos presos do país são presos provisórios. Muitos, sobretudo os pobres, já estão presos desde antes da sentença de primeira instância.” 

Debatia-se um aspecto da Constituição, a prisão após condenação em segunda instância. O tema é de interesse legítimo, [sic]  imediato de 1.799 pessoas encarceradas (0,21% do total) por desvio de dinheiro público (1.161), corrupção ativa (522) e passiva (116). É a quarta revisão do STF em uma década.  É a mesma Constituição que assegura “a todos” o direito à “razoável duração do processo” e “a celeridade de sua tramitação”. No entanto, 337 mil estão lá, provisoriamente, nos porões do Judiciário.
“Pobre não corrompe, não desvia recursos públicos, nem lava dinheiro”, comentou Barroso, realçando a ausência de nexo num sistema que mantém pobres aos magotes aprisionados nas trevas centenas de milhares, sem sentença—, enquanto conduz um punhado de ricos condenados à vida iluminada pela liberdade até o último recurso em Brasília, com chance de prescrição do crime (quase mil em dois anos).[chegando ao absurdo de quase suplicar que o maior ladrão do Brasil aceite sair da prisão - em verdade, um resort;
o próprio MP - coordenadores da Lava-Jato - com uma celeridade inusual pediram à Justiça para soltar o presidiário de Curitiba.]

O Judiciário brasileiro precisa resolver a equação da própria ineficácia. Até porque, já é um dos mais caros do planeta. Custa 1,3% do Produto Interno Bruto, nível de gasto só encontrado na Suíça, cuja população é 25 vezes menor e a renda cinco vezes maior.
 
José Casado, jornalista - Publicado em O Globo
 
 

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Análise: Ao golear o Grêmio, Flamengo mostra em campo quem joga o melhor futebol do Brasil



 Guito Moreto / Agência O Globo

 Nem é o caso de dizer que o 5 a 0, talvez escandaloso demais, seja o tamanho exato da diferença. O fato é que não é preciso mais nada para provar quem joga melhor não só no Brasil, mas no continente. Aquela sensação de impotência que tantas vezes sentimos ao ver clubes brasileiros diminuídos em choques com  gigantes europeus se reproduz no Brasil.  


É um nível similar de disparidade que este Flamengo tem imposto a seus concorrentes domésticos - o que, óbvio, não significa dizer que este time tenha o padrão dos europeus. Pela frente virá uma dura final  com o River Plate, de prognóstico impossível. Só é possível cravar que, no que  diz respeito a talento, o Flamengo é melhor.                                      Desabafo do Renato, técnico gremista



Enfim, Flamengo e River Plate fazem o jogo que faltou à Libertadores de 1981



[um único comentário: MARAVILHOSA a atuação do MENGÃO, o placar, a desesperança do falastrão Renato Gaúcho, uma vitória que é mais um passo glorioso a anteceder novas vitórias que virão.

Relacionar os pontos, os detalhes nos quais  que o CLUBE DE REGATAS FLAMENGO está  na frente, é o primeiro tomaria tempo.

Queremos registrar apenas que a vitória teria sido ainda mais deliciosa se a vítima tivesse sido aquele tal de Internacional, o tal de Colorado que até na cor da camisa representa o que não presta, representa uma doutrina maldita = os vermelhos = os comunistas.

Simpatizamos com o Grêmio e até que aceitaríamos de bom grado a redução do placar em um ou dois gols e o Grêmio reduzir a diferença com um 'gol de honra'.


Temos uma simpatia pelo Grêmio, nada exagerada, mas futebol é futebol e aproveitamos para lembrar, encerrando com um agradecimento ao Padroeiro do MENGÃO - SÃO JUDAS TADEU - cuja festa ocorre no próximo dia 28, o dia 28 de outubro é também especial por ser o DIA do FLAMENGUISTA.] 


É possível falar de intensidade, inteligência tática,  qualidade técnica farta. Mas este Flamengo  chega à final com outro traço notável: quando tem a bola, esbanja leveza, seu jogo flui a partir da mobilidade de seus jogadores. Há muito de confiança também. E mais. Jesus devolve ao futebol brasileiro algo que por muito tempo o marcou: as duplas de ataque técnicas,  rápidas, que deixam rivais desnorteados por serem móveis. Gabigol e Bruno Henrique se exibiram, quase sempre posicionados entre zagueiro e lateral, criando dúvidas na marcação e abrindo latifúndios pelo campo. É difícil olhar para Gabriel e não enxergar um atacante de nível internacional. Pela  movimentação ou pela qualidade  técnica.
Renato declara que o Grêmio é o melhor time do Brasil e nem criança acredita








Tudo isso significa que o Grêmio foi mero sparring? Não, o placar tem muito a ver com as virtudes do Flamengo e também com questões de ânimo. Jogos de futebol são uma mistura complexa de  fatores. O plano inicial do Grêmio funcionou, dados os problemas físicos que o fragilizavam. Renato, por 45 minutos, disfarçou a disparidade com um jogo bem pensado. Teve até momentos de superioridade.

Ao colocar Michel como terceiro meio-campista, abriu mão de seu modelo de construção desde a defesa, reforçou o poder de  marcação e apostou em bolas mais longas. Só não abria mão das perseguições defensivas para  marcar. A mobilidade dos jogadores do Flamengo, arrastando seus marcadores e tirando-os do lugar, claramente abria espaços, ora pelos lados, ora à frente da área. Mas este Grêmio camaleônico, muito concentrado e numa versão mais marcadora, ganhava duelos e não permitia escapadas dos rubro-negros nos espaços vazios. Teve até uma excelente chance no início, com Maicon. E ameaçava ganhar as costas da linha defensiva do Flamengo.

Nestas horas, é preciso uma chave para o cadeado. O jogo indicava
 que ela seria Éverton Ribeiro, por sua capacidade de giro, de drible, de livrar-se de marcadores após movê-los do lugar e desequilibrar a marcação rival. Ele criou as duas primeiras chances do Flamengo, que aos poucos se tornava superior.

Jorge Jesus pensara também em outro aspecto do jogo: os volantes do Grêmio, iniciadores de todas as jogadas. A pressão avançada do Flamengo concentrava-se no centro do campo. E  claro ficou que havia um elo fraco: justamente Michel, inseguro nos passes. Deu uma bola mal tocada para Maicon, que, cercado por Gerson e Éverton Ribeiro, autor do bote, permitiu a transição rápida até o gol de Bruno Henrique. Três minutos antes do intervalo, o jogo mudava. A dificuldade imposta pelo Grêmio reforçava a capacidade de  adaptação deste time de Jorge Jesus às situações.

 Meme mostra o técnico Jorge Jesus segurando Renato Gaúcho no colo (Reprodução/Twitter)

Porque para deixar o Flamengo desconfortável, impedir que desse ritmo ao jogo, o custo que o Grêmio assumiu era perder poder ofensivo, apostar em poucas bolas. Ao sofrer o segundo gol na primeira ação da segunda  etapa, e diga-se de passagem um grande gol de Gabigol, o plano gaúcho perdera sentido. Mas houve outro efeito: a concentração nos encaixes de marcação, nas perseguições, já não era o mesmo. O Grêmio perdeu também a fé. E o fez diante de um time impiedoso.
De novo, Éverton  Ribeiro exibiria sua lucidez. Arrastou Cortez da lateral esquerda ao meio-campo, produzindo uma sequência de compensações que deixou Filipe Luís livre no lado oposto, o esquerdo. Éverton iniciou o lance, a bola atravessou o campo e Geromel fez pênalti. Gabigol bateu e o jogo se transformou num monólogo.

Dois gols em bolas paradas, um de Pablo Marí e outro de Rodrigo Caio, são provas de que este Flamengo é insaciável na busca pelo ataque. Outro de tantos paradigmas que Jorge Jesus quebra: intensidade, compactação, inteligência tática, a volta dos dois atacantes, ofensividade... O jogo mostrava outra. Contra um Grêmio que se especializou em privilegiar copas e poupar jogadores no Brasileiro, este Flamengo que trata cada compromisso como decisão sobrava também fisicamente. O rubro-negro pode até não ser campeão da América. Mas Jorge Jesus obriga o futebol brasileiro a pensar. Porque por mais que se argumente que o investimento do Flamengo é alto, que Gabigol é um atacante de nível raro no país, que Rafinha e Filipe Luís há poucos meses jogavam em dois dos principais times da Europa e dominam as laterais com excelência, que Gérson dita o ritmo do jogo, o fato é que os parâmetros de cobrança estão prestes a se transformar.

Um sintoma: encerrado o jogo, enquanto os jogadores permaneciam no campo longos minutos celebrando com a torcida, como numa despedida do Maracanã em noites de Libertadores, a sensação era de um público grato por algo mais do que os resultados. A  torcida vê  no campo um futebol que a representa.



Carlos Eduardo Mansur - Publicado em O Globo, 24 outubro 2019

  Clique aqui para mais memes: Renato Gaúcho, a principal vítima dos memes de Flamengo 5 x 0 Grêmio

Goleada no Maracanã levou o clube rubro-negro à final da Libertadores e inspirou os piadistas das redes sociais

 

sexta-feira, 19 de julho de 2019

Guilherme Fiuza - "O chapa-branca arrependido"

O tal do “bolsonarismo” tem sido um fenômeno revelador no debate político nacional. Um estudo antropológico sério – que nunca será feito, claro – mostraria que os brasileiros que se acham cultos e civilizados tendem a preferir as caricaturas à realidade. Não para de sair gente do armário.  Lancemos aqui as bases para o tratado antropológico que nunca será feito – dividindo de forma arbitrária (e fascista e ditatorial) os democratas carnavalescos em quatro categorias. Não entram no estudo aqueles que não votaram em Bolsonaro porque não quiseram e ponto final. Esses não estão fazendo proselitismo sobre caricaturas, portanto apenas seguem suas convicções e isso não tem a menor graça. Contemplaremos só os acrobatas da lenda – que são a maioria.

A primeira categoria é a dos que aderiram ao “Ele Não” na eleição para poder sair daquele armário petista genérico – e poder voltar a ficar ao lado dos que exaltam a doce e charmosa lenda do bom ladrão. Estavam cansados de ser patrulhados pela MPB.   A segunda categoria é a daqueles que cansaram a beleza de todo mundo com aquele papo chato e burro de “sou de direita” (tipo sou Corinthians ou sou Flamengo) para se sentir heróis da resistência ao petismo. No que apareceu a caricatura bolsonarista, deram uma cambalhota no playground ideológico deles e viraram petistas de sinal trocado. Aí, se Bolsonaro virasse o Mahatma Gandhi ou a Madre Tereza de Calcutá, eles iam se horrorizar do mesmo jeito com seus maus modos.

A terceira categoria é a dos que foram “Ele Sim(para derrotar o PT) e no dia 1º de janeiro já estavam de-ce-pi-ci-o-na-dos e fazendo cara de nojo para tudo – e esses dispensam explicação porque você já entendeu.  A quarta categoria é a mais intrigante. É composta pelos que apoiaram o novo governo, inclusive duelando bravamente contras as três categorias acima – todas no modo sabotagem frenética. Aí se dá a grande alquimia.

Não mais que de repente, justamente quando o governo emplacava agendas positivas como a lendária reforma da Previdência, os alquimistas da quarta categoria saem do armário com sua mutação chocante de antibolsonaristas! Você não entendeu: não é que tenham passado a fazer críticas que não faziam antes. Viraram militantes, corneteiros, tarados pelo fetiche de detonar a caricatura que até anteontem era uma grande convicção.  Freud foi chamado às pressas para explicar essas almas, mas respondeu em alemão: “Me inclui fora dessa”. O VAR também foi chamado, mas os árbitros de vídeo mandaram dizer que estavam no banho.

DefesaNet - Guilherme Fiuza


 



quinta-feira, 13 de junho de 2019

Bolsonaro vai a jogo do Flamengo junto com Moro



Em meio à crise provocada pelas mensagens que revelam bastidores tóxicos da Lava Jato, Jair Bolsonaro foi ao estádio Mané Garrincha, em Brasília, com Sergio Moro a tiracolo. O presidente e seu ministro da Justiça assistiram, na noite desta quarta-feira, à partida entre Flamengo e CSA.



Do alto da tribuna, a dupla foi saudada pela torcida rubro-negra. Um torcedor arremessou uma camiseta do Flamengo na direção de Bolsonaro. Palmeirense, o presidente vestiu a peça. Pediu que fosse arremessada uma para Moro. Foi atendido. O ministro trocou o paletó pela camiseta. Sorridente, Bolsonaro queria ser visto ao lado de Moro. Mandou postar um vídeo no Facebook. Limitou-se, porém às imagens. 


Nenhuma palavra. Desde a noite de domingo, quando o site The Intercept Brasil divulgou a primeira leva de mensagens eletrônicas trocadas entre Moro e o procurador Deltan Dallagnol, chefe da Lava Jato de Curitiba, o capitão não disse uma mísera palavra sobre a encrenca em público. [presidente da República só deve se manifestar através do porta-voz ou de nota oficial.
Excepcionalmente, poderá conceder entrevista coletiva, com perguntas apresentadas previamente.
A atitude do nosso presidente, ontem, ao encerrar uma entrevista coletiva devido pergunta impertinente de uma repórter foi correta e típica de estadista.]



Mais cedo, Bolsonaro reunira-se privadamente com o ministro. Os dois almoçaram na companhia do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo. Conversaram sobre a encrenca das mensagens, confirmou o porta-voz da Presidência Otávio Rêgo Barros. Falaram também sobre o desejo de que a PF aprofunde as investigações em torno de Adélio Bispo, o personagem que esfaqueou Bolsonaro na campanha presidencial. Foi a segunda conversa do presidente com Moro desde a deflagração da crise. Os dois já haviam se reunido na véspera. Depois, participaram juntos de uma cerimônia promovida pela Marinha. À noite, porém, de passagem por São Paulo, Bolsonaro interrompeu abruptamente uma entrevista ao ser questionado sobre a situação de Moro.




O blog apurou que estiveram também no Mané Garrincha o vice-presidente Hamilton Mourão e o ministro Paulo Guedes (Economia).