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quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Liberal

Coluna publicada em O Globo - Economia 10 de janeiro de 2019
 
Na comemoração dos seus 175 anos, em setembro último, a revista Economist produziu magnífico material sobre a situação global do liberalismo, começando pela definição mais atualizada do termo. Não se trata, diz, do “progressismo” esquerdista dos campi universitários americanos (e brasileiros, acrescentamos) nem do “ultra liberalismo” direitista excomungado pela intelectualidade francesa (e brasileira). Liberalismo, eis a definição, é um compromisso com a dignidade individual, mercados abertos, governo limitado e fé no progresso humano realizado pelo debate e por reformas.

Não faltou progresso nos séculos de prevalência do liberalismo e do capitalismo, seu lado econômico. Por exemplo: expectativa global de vida em 1850 era de apenas 30 anos; hoje, acima de 70 anos. População vivendo na extrema pobreza, 80%; hoje, 8%. E o número absoluto de pobres caiu, mesmo com a população mundial passando de 100 milhões para 6,5 bilhões. Os direitos civis são mais respeitados do que nunca.  Claro que há diferenças entre os países, mas o mundo todo melhorou de vida. O progresso começou pelo Ocidente e, dado o sucesso, acabou se espalhando, no fenômeno conhecido por globalização.  De uns tempos para cá, entretanto, surgiu um claro mal-estar com o liberalismo. A questão principal está na desigualdade – os ricos avançam mais – e numa bronca contra as elites dominantes na política e na economia.

Essa onda antiliberal leva, na Europa e nos Estados Unidos, a um populismo de extrema direita. Na economia, isso leva a uma demanda por mais controle do governo para, por exemplo, defender indústrias locais, mesmo ineficientes, caso de Trump.  Na política, vem uma descrença na democracia, já que os sistemas eleitorais permitiram o contínuo comando das mesmas lideranças partidárias (que aliás, estão sendo varridas na Europa).

Na sociedade, há o retorno do conservadorismo. Por exemplo: o casamento entre pessoas do mesmo sexo é um avanço liberal evidente; a pessoa tem o direito (a liberdade) de escolher com quem quer viver. Já para o populismo de direita, casamento se dá entre homens e mulheres – e ponto final.  Essa onda bateu no Brasil, mas de um modo, digamos, enviesado. O que torna o debate confuso e raivoso – sendo nosso propósito aqui tentar colocar um pouco de bom senso.

Para começar, na economia, a demanda dominante no Brasil, expressa nas urnas, é por uma política liberal – menos Estado, mais privatizações, facilitar a vida de quem empreende honestamente, mercados abertos, livre competição. E isso faz sentido depois da falência de um sistema de mais Estado, mais gasto público – e mais corrupção. Nesse lado, portanto, a nova direita brasileira caminha na direção contrária da global.

Outra diferença importante: a direita europeia e americana é protecionista. Já a brasileira, pelo menos nas palavras de Paulo Guedes, é por livre comércio e competição entre investimentos nacionais e estrangeiros.  Já na pauta política e social, as direitas se encontram no anti-liberalismo. E não raro se encontram com a esquerda brasileira, representada pelo PT e seus associados. Por exemplo: no ataque à imprensa livre, a nossa aqui, considerada ao mesmo tempo comunista e fascista. É normal – todo autoritarismo detesta a imprensa crítica.

Já no social, a direita brasileira encontra a europeia no casamento (entre azul e rosa), na desconfiança em relação à democracia (a história da fraude nas urnas), na tentativa de impor seus padrões morais para todo mundo e excluir os adversários. Aliás, fazendo o mesmo que a esquerda faz, pelo avesso.

Não estranha que os liberais, na definição da Economist, fiquem no meio de um fogo cruzado. Mas o progresso brasileiro está no liberalismo na economia, na sociedade, nos costumes e, sobretudo, nas reformas que eliminem privilégios de uma elite voraz e corrupta.  E só pra lembrar: entre os que vivem no Brasil, os únicos que não são descendentes de imigrantes ou imigrantes de primeira viagem são os índios, que têm suas próprias culturas e não cantam o hino nacional. [as imigrações do passado eram necessárias e convenientes por trazer o progresso, incluindo melhores condições de vida para os locais - as atuais, infelizmente,  estão mais para uma distribuição de miséria.]

Carlos Alberto Sardenberg, jornalista

 


quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Problema vai ser quando o monstro sair do armário

[Fato: Bolsonaro é o presidente do Brasil - apesar do fato de uma minoria não gostar;

vão ter que aceitar, vão ter que engolir.] 

Por enquanto tudo é divino maravilhoso. Mas, como Gil e Caetano cantaram no endurecimento do regime militar, lá no final dos anos 60, é preciso ter olhos firmes para este sol, para esta escuridão. Atenção! Tudo é perigoso! É preciso estar atento e forte!

(Nota do autor:

Mauricio Rudner Huertas


Só nesse primeiro parágrafo, 55% dos leitores e eleitores já estão me tachando de comunista; não sou, mas se fosse está aí Jair Bolsonaro para varrer do mapa os comunistas, graças a Deus! E é verdade esse bilhete!)

Enquanto vivermos a exaltação ao presidente empossado, depois do “xô PT” que marcou as eleições de 2018 e do “ch*** Lula” (censurado) que estava entalado na garganta do brasileiro, parece que não há com o que se preocupar. Começamos o ano com cenas explícitas de patriotismo. O verde e amarelo voltou a reinar no Brasil. Viva!!!

Passagens em câmera lenta, sorrisos em close, o sentimento de orgulho e a satisfação estampada na cara de cada brasileiro usado na edição dos melhores momentos da posse para encerrar o Jornal Nacional festivo de 1º de janeiro dão o tom oficial do que vem por aí. Tudo é mesmo divino maravilhoso. Arre!!!  Tem o charme da primeira-dama, que “quebrou o protocolo” e foi a 1ª primeira-dama (a repetição é proposital, não reparem) a discursar antes do presidente, e ainda por cima em libras. Um encanto! Tem o tradutor negro encenando o hino nacional, substituindo na posse o deputado negro que fica sempre postado como peça do cenário nos discursos do presidente. Viva a inclusão e a diversidade!

Tem entrevista da primeira-dama (de novo!), eleita pela mídia chapa-branca para dourar a pílula truculenta do bolsonarismo, garantindo que o marido não é machista coisa nenhuma. Tá ok? Tem cobertura especial no canal do Silvio Santos, aquele que não gosta de se envolver em nada de política a não ser que seja para afagar o poderoso de plantão e garantir seus interesses. Tá certinho

[Brasil, ame-o ou deixe-o!]

Tem urros do Major Olímpio, senador por São Paulo (Senhor!). Tem selfie com o presidente e arminha com a mão. Tem Frota, tem Joice, tem Bia Kicis, tem uma penca de filhos e novos deputados dessa nova ordem. Tem falas contra os comunistas (sempre eles, esses canalhas!), contra os direitos humanos, [nada contra os direitos humanos para os HUMANOS DIREITOS; tudo contra direitos humanos para os MANOS.]

Tem bandeira do Brasil que jamais será vermelha, a não ser pelo sangue que, se preciso, será derramado em defesa da Nação, como alerta Bolsonaro para deleite da claque e do fã-clube. Bravo!!! Tudo por amor à Pátria, enfim resgatada das mãos do inimigo. Mito!!!! 

Daqui Pra frente, nada de ideologia, essa invenção de esquerdista para destruir a família brasileira e desviar os nossos filhos do caminho de Deus! De agora em diante acaba toda essa baboseira. Escola é sem partido! Gênero é como nos tempos de Adão e Eva. Homem é homem. Mulher é mulher. O resto a gente cura, na bala ou no tapa! Novos tempos!

Acabou esse papinho de sustentabilidade, aquecimento global, direito social, direito trabalhista. Chega de nhenhenhém! Vamos trabalhar, p***! (censurado)
Tem ambientalista predador do meio ambiente?
Tem Funai que vai desmarcar terra indígena? [convenhamos que reserva indígena com 50.000 hectares, para 12 índios,   é o absurdo dos absurdos.]
Tem ministra que vai dar bolsa-auxílio para quem não abortar?
Tem xenófobo nas relações exteriores?
Tem militar a dar com pau (ops!) para garantir a democracia?
Tem tudo isso, mas é a vontade do povo brasileiro! Urra!!!

Enfim, tudo é divino maravilhoso. Problema vai ser quando o monstro sair do armário. É como o Palmeiras de Bolsonaro, decacampeão brasileiro. Era penta em 2016, virou deca em 2018. Estamos mais ou menos nessa mesma situação. Entramos em 2019, mas podemos parar em 1964. Assim, num vôo direto no túnel do tempo, sem escalas. Liberdade? Democracia? Futuro? Foi bom enquanto durou. E leia esse texto antes que acabe. ObrigXXX. [Parabéns!!! só o comentário sobre o absurdo  'salto' do Palmeiras, valeu transcrever o comentário.]

Mauricio Huertas, jornalista



sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Bolsonaro, o homem e seu tempo

Jair Messias Bolsonaro, o 38º presidente do Brasil, é o homem que captou o espírito do seu tempo, aquilo que os cientistas passaram a resumir na expressão alemã “Zeitgeist” para refletir as manifestações intelectuais, políticas e culturais de uma determinada época e geração. Bolsonaro parece ter entendido, como poucos candidatos, o clima de expectativas e necessidades dos eleitores que foram às urnas. Venceu contrariando todas as previsões, no bojo de um partido nanico, sem campanha, sem tempo de TV, sem alianças partidárias representativas, com parcos recursos e uma massa de opositores que se mantém numerosa. Há pouco mais de um ano, quando iniciou a caminhada, ninguém enxergaria qualquer chance nessa candidatura.

Quando tentou, pouco antes, a presidência da Câmara dos Deputados contra Rodrigo Maia, do DEM, obteve meros quatro votos dos parlamentares. Tinha dificuldades para encontrar uma legenda que o abrigasse e até mesmo um nome a vice. Era tido como personagem pitoresco, movido a arroubos radicais. Um xenófobo, homofóbico e racista de carteirinha, que abominava as liberdades de gênero e opinião, com um temperamento provocador, instigando emoções extremas. Bolsonaro erigiu, mesmo assim, um personagem sob medida para uso eleitoral nesse escrutínio. Caiu nas graças do povo, tendo como reflexo mais de 57 milhões de votos – feito extraordinário para quem mal havia emplacado meia dúzia de projetos de lei na longa temporada de quase 30 anos e sete mandatos no Congresso. No fundo, no fundo, Bolsonaro surfou a onda de um sentimento difuso da população, misturando medo e esperança, desencanto e rebeldia. No Brasil, como de resto em boa parte do mundo, há uma espécie de histeria conservadora que impacta a vida das pessoas e coloca de ponta-cabeça comportamentos e princípios, resvalando no retrocesso.

O capitão reformado despontou por encarnar esses valores. A evangelização do moralismo entrou na ordem do dia. Não é difícil encontrar quem aposte em transformações concretas na rotina dos brasileiros por conta dessa ascensão da ultradireita por aqui. Nas escolas, livros didáticos podem ser revistos e o hábito, superado faz tempo, de cantar o Hino Nacional antes das aulas pode voltar a vigorar. [bons tempos aquele; a prática despertava o PATRIOTISMO em milhões de jovens brasileiros;
Até alguns meses atrás, sob as ideias comunistas da esquerda, a frente o lulopetismo, quartel do Corpo de Bombeiros Militar do DF, chegou ao absurdo de por vários dias não hastear a Bandeira Nacional no pátio da unidade. 
Os Estados Unidos é a potência que é por cultivar valores patrióticos, entre eles ser comum naquele país a Bandeira Nacional na frente de residências - exposta e respeitada.]
Na TV, programas de cunho erótico-sexual já começam a sofrer com o fenômeno da baixa audiência. [essa semana, decidi assistir a programação do inicio da noite de uma rede de TV;
em uma novela foi exibido um trecho que valorizava, divulgava,  fazendo verdadeira apologia, o lesbianismo entre duas personagens; 
no programa seguinte foi destacado o perdão de uma personagem ao pai pedófilo que a maltratava quando criança e dado algumas 'dicas' sobre como um homossexual deve revelar aos seus familiares ser portador do homossexualismo;   
para fechar as 'aulas' entrou um outro programa divulgando o sexo, pretendendo dar aulas sobre práticas sexuais, com destaque para as aberrações.]
 Nas ruas, o patriotismo virou moda. Sinal de “novos” velhos tempos. Nos idos de 60, o então presidente Jânio Quadros, tido como um delegado de costumes, celebrizou-se não apenas pela vassoura na mão a varrer corruptos como também por proibir o biquíni na praia e multar apostadores do jogo de bicho e das corridas de cavalo. Queria uma faxina do que encarava como maus costumes, tal qual Bolsonaro tenta hoje. 

Amparado por militares e religiosos, que deram esteio a sua campanha com o viés nacionalista do “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, Bolsonaro se converteu no terceiro presidente dos quadros do exército eleito diretamente pelas urnas. Antes dele, Hermes da Fonseca, ainda na infante República, fez uma gestão marcada pela ocupação dos estados federativos com a missão de combater oligarquias. Eurico Gaspar Dutra, em meados do século passado, que havia montado trincheira de resistência ao Tenentismo – a célebre rebelião de oficiais que saíram em marcha dos quartéis para protestar contra as práticas políticas correntes nos anos 20 –, proibiu o comunismo e mandou intervir nos sindicatos. Essas experiências, um tanto usurpadoras de direitos individuais, sobranceiramente autoritárias, acendem o sinal de alerta sobre eventuais desvios de conduta do futuro mandatário. A partidarização da caserna, seja no Brasil ou em outros países – majoritariamente terceiro-mundistas –, não produziu até aqui exemplos engrandecedores. Ao contrário. Para ficar em um único caso, a Venezuela do comandante Hugo Chaves é o retrato triste da degradação social que essa combinação pode provocar. 

Na teoria pura do Estado, assim como em uma república é imprescindível e inerente a tripartição dos poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário) é incompatível a um membro das Forças Armadas, que têm de zelar por tal tripartição, integrar um desses poderes. Salvo na situação do postulante de farda seguir para a reserva antes de almejar qualquer cargo eletivo. Mesmo nessas circunstâncias, como é a de Bolsonaro, a mistura pode ser uma aventura perigosa. A partidarização dos quartéis flerta com a quebra da ordem e da hierarquia, confunde poder originário e derivado e, quase sempre, descamba para a anarquia. O indivíduo talhado no ambiente de rigidez e disciplina dos quartéis, com o apoio das armas, pode se ver seduzido pelo poder desproporcional que o voto e o clamor das ruas lhe entregam e usar indevidamente a soma desses instrumentos.

Está marcado na história, às vezes até em forma de golpes de Estado. Mesmo a “Quartelada”, que levou a derrubada da monarquia e a proclamação da República, traz em seu ímpeto original uma rebelião contra a ordem constituída.  O presidente Bolsonaro, nos novos tempos que se descortinam, precisa dar demonstrações cabais de que vai respeitar as instituições e os ditames da Carta Magna. Necessita de uma vez por todas perceber que há uma grande diferença entre fazer campanha e administrar um país, com as complexidades, diferenças regionais e de pensamento do Brasil. Que o futuro chefe da Nação desça do palanque em paz para governar para todos. Sem rancores ou perseguições indevidas, movido pelo sentimento de verdadeiro estadista que sabe não corresponder ao desejo da maioria, mas que se esforçará para atender aos anseios gerais.

Ele terá de encontrar, pela natureza do posto onde não cabem inspirações tirânicas, novas formas de conciliação e proximidade com o universo ideológico que não compartilha de suas ideias e exprime ainda medo e desencanto. O candidato que catequizou fiéis e foi chamado de “mito” por alguns está devendo grandeza de espírito especialmente quando repudia a crítica.  Soaram mal suas ameaças ao jornal Folha de S. Paulo que, de mais a mais, exerceu a função profícua da liberdade de expressão, pilar da cidadania. 

Acompanhar, debater e fiscalizar os poderes são missões inerentes à imprensa responsável e qualquer mandatário precisa saber conviver com o contraditório desse ou de outros setores da sociedade. Nas retóricas oportunistas, cruamente sinceras, Bolsonaro já afrontou instituições, direitos humanos e o próprio sufrágio que legitimou a sua vitória. Antes de assumir, deve virar a página, modelar o discurso e as práticas. Até por que não recebeu um cheque em branco para governar. Continuará sob o olhar crítico e independente, sem trégua, de todos os guardiões nacionais que, como ele (assim esperamos), zelam pela nossa democracia.

Carlos José Marques, diretor editorial da Editora Três - IstoÉ
 

domingo, 30 de setembro de 2018

Manifestantes em atos a favor de Bolsonaro em 16 cidades do país; no Rio, os apoiadores do candidato se concentraram em Copacabana

Manifestantes a favor do presidenciável Jair (PSL) se reúnem em cerca de 16 cidades de sete estados em atos em defesa do candidato. O movimento foi convocado pelas redes sociais e reuniu No Rio de Janeiro, manifestantes saíram às ruas na tarde deste sábado para marcar posição a favor candidatura de Bolsonaro. Apoiadores do capitão da reserva se reúnem em Copacabana, Zona Sul da cidade, para defendê-lo com camisas e bandeiras do Brasil.

Goiás, Minas Gerais, Piauí, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Tocantins foram os estados que concentraram os manifestantes entre as cidades Rio de Janeiro, Itatiaia, São Paulo, Boituva, Itapira, Ourinhos, Santa Bárbara d’Oeste, São José do Rio Preto, Amparo, Rio Verde, Montes Claros, Teresina, Osório, Gurupi, Tupã e Presidente Prudente em defesa do candidato Jair Bolsonaro.

No Posto 5 em Copacabana, os manifestantes a favor de Bolsonaro destacam a defesa da família e o histórico Ficha Limpa do deputado. Muitos também aproveitam o ato para protestar contra o PT e a esquerda. O ato começou por volta das 14h30 com a execução do Hino Nacional e a reza do ‘Pai Nosso’. Muitos usam blusa verde e amarela e bandeiras do Brasil. Em meio à manifestação várias vezes, grupos entoam os gritos “eu vim de graça”, em provocação a manifestantes de esquerda, que supostamente receberiam para protestar. [em todas as manifestações da esquerda os participantes ganham, no mínimo, as passagens de ida e volta e um sanduíche com suco.]







quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Bolsonaro participa de carreata em Ceilândia e declara apoio a Paulo Chagas

Ao som do Hino Nacional, o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) reforçou apoio à candidatura de Paulo Chagas (PRP). No discurso feito para centenas de apoiadores, Bolsonaro encheu de elogios o postulante ao Buriti e afastou boatos de que apoiaria outros nomes. “Aqui no DF, sou Paulo Chagas”, disse. Os dois participam de carreata, que teve início em Ceilândia (maior colégio eleitoral do DF).
 Ana Rayssa
 
Antes do início do ato, cabos eleitorais do candidato do DEM ao GDF, Alberto Fraga (DEM), panfletaram entre os apoiadores de Bolsonaro. Apesar de estar coligado com o PSDB de Geraldo Alckmin, Fraga já declarou o voto em Bolsonaro. No som do trio elétrico, os organizadores do evento pediram respeito e reforçaram que o evento era em favor de Chagas.

Bolsonaro ressaltou qualidades de Chagas. “Vamos ter um governador que ame a pátria, respeite o povo e esteja unido com o presidente”, afirmou. Ele completou dizendo que o general tem seu apoio incondicional. “Não só por ser militar, mas pelo grande cidadão que é.”

O presidenciável lembrou que é casado com uma ceilandense, Michelle Bolsonaro. “Vamos ter uma primeira-dama de Ceilândia.” Ele estendeu o apoio também aos dois candidatos ao Senado do partido, Fadi Faraj e Brigadeiro Átila Maia.  Em breve discurso, Paulo Chagas retribuiu os elogios de Bolsonaro. “Ele já nos diz tudo que tem que ser feito. E para isso é preciso coragem. Não nos faltará essa coragem para fazer tudo o que o nosso presidente quiser fazer”, declarou.

Correio Braziliense

 

segunda-feira, 23 de julho de 2018

- Sem disciplina não existe ORDEM, sem ORDEM não existe ...... ... Batalhão juvenil - Farda, fardão, uniforme de dormir

Número de escolas públicas “militarizadas” no país cresce sob o pretexto de enquadrar os alunos

Total de escolas geridas pela PM cresceu 212% em cinco anos. O Sudeste é a única região onde não há colégio militarizado. o primeiro deve ser criado no Espírito Santo

 Atualmente, Goiás conta com 46 escolas, com 53 mil alunos, sob administração da Polícia Militar. Há cinco anos, o estado tinha apenas oito colégios militares  
O dia nos colégios geridos pela Polícia Militar começa com gritos de guerra, hasteamento da bandeira brasileira e o Hino Nacional
Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo

Ítalo Cardoso, de 9 anos, apertou ligeiramente o passo no começo daquela tarde de 14 de junho. Ele não queria chegar atrasado à escola. Um minuto de atraso poderia lhe render uma anotação de infração no boletim escolar. Ao se aproximar do colégio, Ítalo ajeitou a farda com destreza. Enquanto caminhava em direção a dois militares para bater continência, assentou na cabeça a boina marrom, limpa e bem asseada, para que nenhuma ponta de cabelo ficasse à mostra. Na porta da escola, um militar parrudo fez uma breve revista no menino e o liberou para se juntar a 700 colegas que se encontravam em fila indiana e divididos em dois pelotões. Gritos de guerra, hasteamento da bandeira e hinos nacionais   deram continuidade ao ritual de entrada de Ítalo na escola, similar ao de um quartel.

“Quartel”, aliás, é a palavra usada pelos oficiais da Polícia Militar de Goiás para se referir ao Colégio Estadual Waldemar Mundim, na periferia de Goiânia, onde Ítalo cursa o ensino fundamental. A rotina diária dos alunos do Waldemar Mundim é militar, como mostra a “primeira revista” feita por dois militares na porta da escola, que costumam barrar meninas com esmalte nas unhas ou cabelos soltos e rapazes com costeleta fora do padrão ou barba e bigode por fazer.
Especialistas afirmam que o processo de militarização de escolas públicas é inconstitucional, fere a Lei de Diretrizes e Bases da Educação e coloca em risco a capacidade cognitiva dos estudantes - Daniel Marenco / Daniel Marenco
[quando o crítico não tem argumentos, ele opta por dizer que um 'especialista' disse ...]

A “segunda revista” é feita pelos próprios alunos, liderados e auxiliados por PMs. Cada pelotão tem um chefe de turma — responsável pela chamada —, um comandante de companhia e um chefe-geral, que recebe a chamada e a passa para um militar responsável. “Os alunos ajudam a fechar a fiscalização. Olham o cabelo, barba, sapato. Um deles fica encarregado dos atrasados, que são encaminhados para uma segunda chamada. É feita então uma apresentação para o militar que destina cada atrasado para a sala de aula. É como num quartel”, explicou o tenente-coronel Luzimário Guimarães, comandante diretor do Waldemar Mundim.

A sala do tenente-coronel é adornada por 30 cabeças de caveira de plástico e metal. É nesse espaço que ele recebe os pais para tratar das sanções aplicadas aos alunos. Nos dias em que a reportagem de ÉPOCA visitou o colégio, o comandante diretor exibia com orgulho sua nova conquista para reforçar a segurança da escola, que já era patrulhada internamente por militares ostensivamente armados: um recém-implantado sistema de videomonitoramento, que instalou uma câmera em cada sala de aula a fim de controlar os alunos em tempo integral . “Havia muito furto de pulseira, relógio, celular”, disse Guimarães. “Colocamos a câmera para combater esses furtos.”

Há três anos, a realidade do Waldemar Mundim era diferente. O colégio tinha uma gestão civil, além de um grêmio estudantil que organizava apresentações musicais e de dança, bazares, aulas de teatro e almoços comunitários. Todas as atividades eram compartilhadas num blog criado pelos próprios alunos, que atualmente está desativado, assim como o grêmio. A página ainda no ar mostra alguns alunos ostentando barbas e alunas com cabelos levemente pintados, às vezes vestidos com roupas extravagantes e chapéus. Na mesma página, é possível ver como os professores do colégio comemoraram, no final de 2014, a aprovação de mais de 30 alunos do terceiro ano do ensino médio no vestibular. Na lista, havia aprovações em cursos tradicionais da Universidade Federal de Goiás (UFG) e da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Goiânia, como Direito, psicologia, engenharia, fisioterapia, farmácia e economia. O destaque ficou para uma aluna que passou em medicina na UFG.

Em 19 de julho de 2015, depois de um projeto de lei aprovado pela Assembleia Legislativa do estado, o então governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), transferiu a gestão do Waldemar Mundim para a PM. Em uma transição que demorou menos de um mês, a direção civil do colégio foi destituída e um coronel da reserva foi indicado para assumi-la. Outros 16 policiais foram escalados para a missão de implantar um novo modelo de ensino, baseado num regimento de 74 páginas escrito pelo Comando de Ensino Policial Militar, subordinado à Secretaria Estadual de Segurança Pública e que tem a Secretaria de Educação apenas como parceira. No mesmo ano em que o Waldemar Mundim foi transferido aos militares, outras 14 escolas de Goiás passaram pelo mesmo processo, e salas e corredores viraram “alas” e “pavilhões”.

 Entre as transgressões que não são admitidas nos colégios administrados pela PM estão, para os garotos, o cabelo comprido e barba ou bigode por fazer. As meninas precisam usar sempre rabo de cavalo - Daniel Marenco / Agência O Globo

Atualmente, Goiás conta com 46 escolas, com 53 mil alunos, sob administração da Polícia Militar. Há cinco anos, o estado tinha apenas oito colégios militares. De 2013 para cá, 30 escolas foram retiradas da administração civil da Secretaria de Educação e foram transferidas para a PM. Inicialmente, a militarização das escolas estaduais goianas foi justificada pelo governo Perillo como uma medida para atenuar altos índices de violência em áreas de periferia. Ela ganhou impulso e virou bandeira política com a melhoria do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) dos colégios militarizados.


segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Janot, uma no cravo outra na ferradura; ora aperta Lula, ora solta. A de agora favorece o estrupício

Dilma planeja renunciar, enquanto suspensão de delação premiada que afeta Toffoli pode salvar Lula 

Maturidade, superação e orgulho. Estes foram os "sentimentos" que podem fazer a diferença no Brasil, como legado imaterial dos jogos olímpicos no Rio de Janeiro. Em meio a uma desmoralizante crise política, combinada com uma brutal crise econômica, confirmando a falência estrutural do modelo estatal brasileiro, conseguimos mostrar ao mundo que também somos capazes de realizar coisas boas e grandiosas. 

Menos relevante é a décima terceira colocação do País no quadro geral de medalhas (com 7 de ouro, seis de prata e seis de bronze). O mais importante é que provamos que o brasileiro pode fazer as coisas bem feitas, sem apelar ao "jeitinho" que tanto nos prejudica e desmoraliza. Certamente, o nível de cobrança e a vontade de vencer do brasileiro vão aumentar depois da bem sucedida Rio 2016. O espírito olímpico expulsou do pódio o nosso complexo de vira-lata.

Agora é hora de seguir em frente em busca dos triunfos urgentes necessários. Esta semana, no Dia do Soldado (25) começa o decisivo processo de Dilma Rousseff. O "espetáculo" nada olímpico no Senado deve durar sete dias. O êxtase será na segunda (29), quando Dilma fará a própria defesa. Na inquisição, é provável que ela escolha alguns senadores para desmoralizar. Os alvos serão aqueles que ela e Lula tanto ajudaram, mas "traíram" na hora da necessidade.

Depois da espinafração geral, também com ataques ao "vice-judas" Michel Temer, Dilma deverá renunciar - como este Alerta Total já antecipou algumas semanas atrás. Evidentemente que a renúncia, a esta altura do processo do impeachment, nada altera o quadro institucional. No entanto, cria confusão, gera um mal estar e abre um caminho (sem sucesso garantido) para uma guerra judicial que levará a nada, a não ser a um desgaste duplo: para Dilma e para o Temer que fica. Quando assumir definitivamente a Presidência, Temer não terá alívio e perdão nos erros. Ou acerta, ou também será saído, em breve. A esquerdalha aposta no caos.

Na guerra de todos contra todos, que fica mais eletrizante que o vai-e-vem do vôlei na olimpíada, o cheiro de pizza fica mais forte. Bastou vazar a revelação (verdade ou mentira?) de que o ministro do Supremo Tribunal Federal, José Dias Toffoli teve uma obra de casa bancada, generosamente, pela OAS, para começar a esperada "operação abafa". O Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, agora ameaça pedir a suspensão das delações premiadas de Léo Pinheiro e demais dirigentes da empreiteira. Quem vai soltar fogos é Lula - que seria um dos alvos do delator...

 A Lava Jato sofreu seu mais perigoso atentado no País da impunidade nada olímpica... O golpe era previsível. Sempre que as broncas atingem muitos poderosos ao mesmo tempo, principalmente quando atinge o judiciário, os poderes ocultos do nosso inferno político jogam mais lenha na fábrica de pizza. Imagina o que aconteceria se fosse confirmada a denúncia do Léo Pinheiro contra o ex-petista Toffoli... Quem poderia julgar um "deus" do Supremo?

Muito provável seria que os ministros pegassem o jovem Toffoli para bode expiatório. Cortar na própria carne seria uma solução exemplar, porém muito perigosa estrategicamente. Se tal precedente de degola fosse aberto, outros supremos magistrados, odiados politicamente por qualquer motivo, poderiam se transformar em futuros alvos... Quem julgaria o Supremo, a não ser seus próprios pares? Já pensou um Senado de corruptos pedindo o impeachment de ministros do STF?

Os próximos capítulos da guerra de todos contra todos, já batizada de "guerra do fim dos imundos", promete cenas de barbárie e pornografia institucional. A opinião pública pós-olímpica não tolera novas sacanagens institucionais que aumentem a impunidade. Não demora, a massa volta às ruas e exige o tal "desafio". Tudo com direito a trilha sonora do Dart Vader misturada com o Hino Nacional cantado do começo ao fim, inclusive aquela parte desconhecida da primeira parte da música:

"Espera o Brasil que todos cumprais o vosso dever... Ei avante, brasileiros, sempre avante..." 
Fonte: Blog Alerta Total - Jorge Serrão

domingo, 29 de maio de 2016

Presidente do PT = vidente de circo e “No caminho também era o caos”

Vidente de circo - Presidente do PT garante que os brasileiros logo vão querer piorar de vida

“Vão começar a reclamar, sobretudo aqueles que não são ricos e têm o que perder, os assalariados. Vão refletir: ‘Opa! Estamos numa fria. É bom que a mulher volte porque agora está pior'”. 

(Rui Falcão, presidente do PT, em entrevista à BBC Brasil, jurando que os brasileiros pobres, principalmente os milhões de desempregados, logo vão exigir que a pior governante da história volte ao Planalto para concluir a missão de quebrar o Brasil)

Fonte: Coluna do Augusto Nunes

“No caminho também era o caos” e outras sete notas de Carlos Brickmann

No Brasil, gente de terceiro time abre a boca e derruba figurões; pois figurões e figurinhas são a mesma turma, unida para mamar onde for possível, tanto quanto for possível

No princípio, ensina a Bíblia, era o caos. No Brasil os princípios de há muito foram esquecidos, mas o caos se mantém. Gente de terceiro time abre a boca e derruba figurões; pois figurões e figurinhas são a mesma turma, unida para mamar onde for possível, tanto quanto for possível.

Quem é Pedro Corrêa? Um obscuro parlamentar pernambucano, conhecido por pouquíssima gente. É o depoimento dele que põe Lula no palco, já que o acusa, em delação premiada, aceita pela Justiça, de comandar a distribuição dos pixulecos da Petrobras e a nomear diretores mais compreensivos com as necessidades financeiras dos partidos.

E aquele Sérgio Machado, que conversou com velhos amigos, gravou tudo e entregou as gravações ao Ministério Público? Este acertou um ex-presidente da República, José Sarney, derrubou um ministro importante, Romero Jucá, e atingiu o segundo homem na linha sucessória, Renan Calheiros. Todos os figurões falaram abertamente com o homem do terceiro time. Claro: eram aliados, não tinham segredos uns com os outros.

Há mais caos no futuro. Lembra de Pedro Barusco, o gerente que ficou com uns cem milhões de dólares? Está colaborando agora com a Justiça americana, onde correm processos de quase cem bilhões de dólares contra estatais brasileiras. E falta a delação premiada de Marcelo Odebrecht.

O interminável
Sarney, no finalzinho de 2014, pronunciou seu discurso de despedida da vida pública. OK, todos pensavam saber do que Sarney seria capaz. Mas alguém imaginaria que ele, com quase 86 anos, ex-deputado, senador, presidente, seria capaz de deixar a vida pública para recolher-se à privada?

Mão na massa
Pedro Corrêa confessou (VEJA dá a reportagem na capa, neste fim de semana) que recebia dinheiro de uns 20 órgãos do governo, sempre seguindo ordens do então presidente Lula. Atribui a Lula frases específicas sobre distribuição de propinas. Dá detalhes sobre suas próprias atividades no campo da corrupção, nos últimos quarenta e poucos anos. Fala sobre corrupção de 1970 para cá (Fernando Collor, seguido por Itamar Franco, Fernando Henrique, Lula, Dilma e Michel Temer), mas o único figurão que cita é Lula.

Tem para todos
Assustado com o déficit gigantesco do Orçamento? Coisa pequena. Em setembro ou outubro a Justiça de Nova York julga ação de dois fundos de pensão contra a Petrobras. A pena máxima possível é de US$ 98 bilhões, como punição pelos prejuízos causados aos acionistas por suas fraudes.

Os novos alvos
Um dos políticos mais próximos da presidente afastada Dilma Rousseff está na linha de tiro: o governador mineiro Fernando Pimentel, do PT. Na delação premiada do empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto (Bené, aquele cujo avião carregado de dinheiro foi vistoriado pela Federal), Pimentel aparece como beneficiário de propinas de 20 empresas, de empreiteiras a uma petroquímica, passando por agências de publicidade e  uma indústria automobilística). As doações a Pimentel envolvem também sua esposa, recentemente nomeada e em seguida afastada, por ele, secretária de Estado.

Agora vai
A Comissão de Artigos Desportivos da Assembleia paulista aprovou projeto que torna obrigatório executar o Hino Estadual, após o Hino Nacional, nos jogos interestaduais realizados em São Paulo. E nem é a marcha Paris Belfort, símbolo da revolução constitucionalista de 1932. Começa assim: Paulista, para um só instante dos teus quatro séculos, Ante tua terra sem fronteiras, O teu São Paulo das “bandeiras”! O autor do projeto é o deputado Igor Soares, do PTN.
Conforme o jogo, pode ser até a parte mais importante.

Mas vai mesmo
Em eleição vale tudo: em São Paulo, por exemplo, o ex-tucano Andrea Matarazzo sai pelo PSD, partido do ministro Gilberto Kassab. Ambos têm sentimentos intensos um pelo outro: adorariam ver o hoje aliado coberto de rodelas de limão e com a maçã na boca. Andrea era oposição a Dilma, em cujo governo Kassab foi ministro. E há quem jure que José Serra, que se dá bem com os dois mas cujo partido tem candidato (o empresário João  Dória Jr.) poderia fechar com eles, para derrotar o governador Alckmin, tucano como Serra mas seu rival para ser candidato à presidência.

Foi!!!
Serra é ministro de Temer e seu aliado firme. Mas o PMDB do presidente Temer tem candidato em São Paulo: a ex-petista Marta Suplicy. Entretanto, não se confunda: aqui não estamos falando de caos, o velho e permanente caos da política nacional. A palavra é outra: confusão.

Fonte: Coluna do Carlos Brickmann - http://www.brickmann.com.br/


sexta-feira, 13 de maio de 2016

Temer resgata a liturgia do poder



O Palácio do Planalto, ontem, viveu dois tempos bem diferentes. Um pela manhã quando a presidente Dilma ainda exercia o cargo até ser comunicada oficialmente sobre seu afastamento para ser processada pelo Senado. O segundo no final da tarde quando o presidente Michel Temer deu posse aos novos ministros.

Dilma estava de mau humor – Temer, feliz. Dilma estava apressada – Temer sem pressa alguma. Dilma tentava disfarçar seu constrangimento – Temer demonstrava sentir-se à vontade. Ao discursar, Dilma posou de vítima de um golpe, criticou Temer e afirmou que ele acabaria com os programas sociais. Temer manifestou seu respeito por Dilma e garantiu que os programas sociais serão preservados.

A plateia de Dilma era de ex-ministros abatidos e de representantes de movimentos sociais inconformados com o que assistiam. A de Temer, de ministros sorridentes, dispostos a aplaudi-lo, e de políticos dos onze partidos que se dispõem a apoiá-lo. Parte deles jamais pôs os pés ali nos últimos 14 anos.

O que Dilma mais queria era sair logo. Havia retirado previamente seus objetos pessoais e documentos. Os retratos dela nas paredes do palácio começaram a ser retirados à noite. Temer queria ficar. E certamente teria ficado durante mais tempo se não tivesse outro compromisso.

Os dois haviam sido convidados para a posse do ministro Gilmar Mendes na presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Dilma não foi, e nada mais natural que não tivesse ido. Temer foi. E a cerimônia de posse de Gilmar acabou transformando-se de fato na cerimônia de posse de Temer na presidência da República.

Toda a liturgia do poder foi respeitada ao longo da cerimônia. Temer sentou-se à esquerda do ministro Dias Toffoli, que transferiria a presidência do TSE a Gilmar.
Toffoli saudou, primeiro, as demais autoridades, todas elas em trajes formais. Deixou para saudar Temer por último, e ao fazê-lo, chamou-o de professor, lembrou que fora seu aluno na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo, e destacou que ele era o novo presidente da República legitimado pelos votos que o elegeram e a Dilma.

Em seguida, Toffoli pediu que todos se pusessem de pé para ouvir a banda da Marinha tocar a versão completa do Hino Nacional. Após a execução do hino, Gilmar assinou o termo de posse e discursou já na condição de presidente do tribunal.  Sustentou que o modelo político eleitoral brasileiro está esgotado, e que “não é produtivo nem atuável, com a criação em série de partidos políticos e de coligações ilegítimas vinculadas e dirigidas não por afinidade programática”. Segundo ele, “esses conchavos, antes de assegurar apoio a qualquer dos atores políticos, corroem a legitimidade e a representatividade popular. Estimulam crimes como a corrupção desenfreada, a falsidade ideológica, a lavagem de dinheiro e a formação de quadrilhas”. E bateu duro naqueles que por desatino “patrocinaram o desconcerto atual”.

Manda o protocolo que os participantes de uma solenidade onde o presidente da República esteja presente só saiam depois que ele for embora. O protocolo foi respeitado.

Fonte:  Blog do Noblat