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domingo, 8 de outubro de 2017

A morte de Cancellier é um desencanto

Proibir um reitor afastado de pisar na universidade serve apenas para humilhá-lo

Depois de ter afastado o professor Luís Carlos Cancellier da reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina, proibindo-o de entrar na instituição e de ter determinado sua prisão provisória (revogada por outra juíza), a doutora Janaína Cassol Machado, titular da 1ª Vara Federal de Florianópolis, atendeu a um requerimento da defesa e decidiu: “Diante do parecer do Ministério Público, deve ser deferido o pedido, ressaltando-se que a última entrevista começa às 17h30, de modo que a autorização deve se estender para às 18h. No entanto, ressalta-se que o ingresso de Luís Carlos Cancellier de Olivo nas dependências da UFSC deve ser deferido única e exclusivamente para participar da sessão pública, na data e horário acima especificado.”

Tradução: o professor podia entrar na universidade no dia 5 de outubro, mas só das 15h às 18h. Terminado o serviço, devia ir embora.  Cancellier não usufruiu o benefício concedido pela juíza. Entrou na Federal de Santa Catarina três dias antes, no final da tarde de 2 de outubro, morto, para ser velado. Ele se suicidara, jogando-se no pátio interno de um shopping center de Florianópolis.

A morte do professor jogou nas costas dos cidadãos que o acusaram, investigaram e mandaram para a cadeia a obrigação de mostrar que fazia sentido submetê-lo ao constrangimento. Se a chamada Operação Ouvidos Moucos acabar em pizza, vai se estimular a impunidade das redes de malfeitorias encravadas em dezenas de programas de bolsas de estudo do país.

Chegou-se a dizer que a operação policial na qual o professor foi preso investigava o desvio de R$ 80 milhões de um programa de educação a distância. Mentira. R$ 80 milhões foi o valor total do programa. As maracutaias não aconteceram durante a gestão de Cancellier. Havia trapaças no pedaço, envolvendo servidores e empresários, mas o reitor nunca foi acusado de ter desviado um só tostão.

Cancellier foi denunciado pelo corregedor da UFSC, doutor Rodolfo Hickel do Prado, por tentar obstruir seu trabalho. Num artigo publicado depois de sua prisão, o reitor revelou que nunca foi ouvido pela auditoria interna. A Polícia Federal investigou o caso, e a delegada Erika Marena, madrinha da marca Lava-Jato, (Flávia Alessandra no filme “A Lei é para todos”) pediu a prisão do reitor. Ela também não o ouviu. Depois de solto, Cancellier ficou proibido de pôr os pés na universidade.

Nos dias de hoje, proibir um reitor afastado de pisar na universidade serve apenas para humilhá-lo. Vale lembrar que a ditadura nunca proibiu os professores que cassou de entrarem nas escolas. Um bilhete encontrado na jaqueta que Cancellier vestia quando se matou diz que “minha morte foi decretada quando fui banido da universidade”. (Quando três ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal obrigam Aécio Neves a dormir em casa, produzem apenas barulho, a menos que estejam defendendo a temperança nas noites de Brasília e do Rio.[nota: considerando que os três ministros autores da bizarra decisão sempre estão em sintonia com o pensamento do ministro Edson Fachin - o que foi ciceroneado em uma visita ao Senado, visita de lobby por ter sido indicado para ministro, por ninguém menos que o bandido Ricardo Saud - o trio de ministros está sendo mais conhecido como Quarteto do Barulho do STF.] )
As patrulhas da polícia e do Ministério Público devem pensar, pelo menos, uma vez antes de mandar prender um cidadão. Isso porque abundam os sinais de que se pensa mais no espetáculo da publicidade do que nos direitos dos brasileiros. Era realmente necessário prender Cancellier? Soltando-o, era necessário proibi-lo de entrar na universidade?
Guimarães Rosa ensinou: “As pessoas não morrem, ficam encantadas”. O reitor Cancellier tornou-se um desencanto para o Brasil da Lava-Jato.

Super Temer se meteu com a SuperTele
Num momento de onipotência, Michel Temer disse que “converso com quem eu quiser, na hora que eu achar mais oportuna e onde eu quiser”. Conversou com Joesley Batista, e deu no que deu.  Temer é um homem frio, mas de vez em quando vira SuperTemer. Esse perigoso personagem recebeu no Planalto uma comitiva de conselheiros da operadora Oi, a ex-telegangue, ex-Telemar e ex-SuperTele. Ela deve R$ 63 bilhões na praça. O grupo estava escoltado por três deputados e representava os interesses do empresário Nelson Tanure, que participou do encontro, sem que seu nome constasse da agenda.

Num rolo desse tamanho, as querelas são muitas, mas vale a pena resgatar uma delas. O conselheiro Hélio Costa, ex-ministro das Comunicações de Lula, anunciou que será “impossível” cumprir o acordo que a Oi assinou com a Anatel, comprometendo-se a transformar em investimentos, num prazo de quatro anos, os R$ 11 bilhões que admite dever à Viúva por conta de multas. Costa (e as demais operadoras que entraram na farra desse “Termo de Ajustamento de Conduta”) querem até 12 anos de refresco.

A operadora ofende o regulamento, é multada e não paga. Mal administrada, quebra. Faz um acordo e promete investir o que deve. Não quer cumprir o trato e vai ao presidente da República, escoltada por três deputados. Quando der bolo, SuperTemer precisará de bons advogados.

O Rio mudou
O governador Luiz Fernando Pezão é amigo de seus amigos. Durante uma audiência formal, tratando de assuntos do Rio, pediu aos visitantes que fizessem doações de livros para a cadeia de Benfica, onde seu padrinho Sérgio Cabral trabalha como bibliotecário.
O juiz Marcelos Bretas fez bem ao Rio. Hoje o governador pede livros a quem vai tratar de negócios com ele.

Ato falho
A defesa de Temer pisou na Bíblia ao chamar os irmãos Joesley e Wesley Batista de “iscariotes”.
Judas foi um traidor, mas ninguém nega que ele era da turma do Nazareno. Jantaram juntos horas antes do beijo infame.
Temer, que ainda não se comparou a Jesus, diz que nunca teve a ver com os Batista.

Stepan (1936-2017)
Morreu Alfred Stepan, o professor americano que, com suas pesquisas, reorientou o conhecimento que os brasileiros tinham sobre seus militares.  Em 1974, a polícia política se preocupou porque o professor Fernando Henrique Cardoso estaria traduzindo o livro de Stepan — “Os militares na política”. Era boato, mas o meganha temia que a “convicção esquerdista” do tradutor contaminasse a obra.

Em 1970, Stepan foi um dos 20 brasilianistas que protestaram diante da abertura de um processo contra o historiador Caio Prado Júnior. Numa das grandes covardias da ditadura, Caio foi condenado a quatro anos e meio de prisão por causa de uma entrevista inócua para um jornalzinho de estudantes.

Estatística
A Olimpíada se confundiu com uma roubalheira, mas o Rock in Rio foi um sucesso, e nele a Viúva não pôs um tostão.
Os organizadores do evento tiveram que tourear 68 órgãos públicos.

Fonte: Elio Gaspari, jornalista

[ Nota para a jornalista Dorrit Harazim:
 - magnifico seu artigo ser ser favorável a devolução do Prêmio Nobel;
Só que inócuo, pois vc mesma diz que o regulamento do Nobel não aceita devolução nem cassação.

Não pegou bem o diálogo que vc contou ao final. 


"Diálogo do século passado: uma senhora que fora assistir a uma exposição de Henri Matisse (1869-1954) teria se indignado com uma de suas telas.

— Mas isso não é uma mulher — protestou ao artista.

— Não, minha senhora. Isso é um quadro — esclareceu Matisse

Vale para os dias de hoje."


No Brasil de hoje tem muitos artistas, vários com o apoio da imprensa, que chamam pedofilia de arte.]

sábado, 30 de julho de 2016

O cordel encantado de Lula

A petição encaminhada à ONU é uma peça risível e a perfeita tradução da alma do ex-presidente: um tratado de vitimização e de autolouvação

A denúncia de Lula ao Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) é mais um capítulo na infindável saga de vexames a que o país vem sendo submetido no cenário internacional. Não contente de escancarar ao mundo a extensão de nossa miséria moral, administrativa e política, ao trazer para o Brasil uma Copa do Mundo e uma Olimpíada, o ex-presidente agora segue os passos de Dilma Rousseff e mancha um pouco mais a imagem da Nação ao levantar suspeitas sobre a Justiça brasileira.

A petição é uma peça risível e a perfeita tradução da alma do ex-presidente: um tratado de vitimização e de autolouvação. Lula parece ver a si mesmo como herói de uma saga de literatura de cordel. A boa notícia é que, perante o Cordel Encantado de Lula, o leitor tem certeza que o petista está em pânico devido à possibilidade de vir a ser preso pelo juiz Sérgio Moro.

O mais surpreendente na petição é o uso, em diversos momentos, de uma linguagem coloquial incompatível com a que se espera em um documento endereçado a uma corte internacional. Os principais alvos são o juiz Sérgio Moro, o Ministério Público e o vazamento de informações, mas as acusações perdem impacto diante das teorias da conspiração e da alta carga ególatra-coitadista que se lê nas mal traçadas linhas. [o estúpido do Lula insiste - acreditamos que sem a concordância de seus advogados que certamente não são tão desprovidos de raciocínio quanto o cliente cuja causa patrocinam - em tentar convencer (algo impossível, mesmo junto aos eleitores que votaram por duas vezes nele e em Dilma, a Afastada,) que houve ilegalidade quando uma conversa telefônica da 'afastada' com Lula foi gravada.
Esquece o Apedeuta que autorizar gravações de detentor de foro privilegiado, o que inclui o presidente da República, é competência do STF - desde que os números grampeados sejam da autoridade com perrogativa de função.
Mas, os números grampeados pertenciam ao Lula, ex-presidente e SEM foro privilegiado ou perrogativa de função. Quem ligou para Lula foi a Dilma. É a mesma situação de se colocar um traficante sob vigilância da polícia e se flagrar o presidente da República comprando drogas do traficante vigiado - neste caso o foro privilegiado do cliente não pode ser invocado.
Lula, pare de tentar enganar os seus eleitores, por duas razões:
- nem eles acreditam mais em você;
- quando uma autoridade com foro privilegiado liga para o telefone de um bandido (ato praticado por Dilma, a Afastada, ao telefonar para você) ela abre mão de todo direito ao sigilo da conversa. Vale o: DIZ-ME COM QUEM ANDAS, QUE TE DIREI QUEM ÉS!]

Lula chega a acusar Moro de ser candidato à Presidência da República em 2018! E não se envergonha de defender o fim das prisões temporárias que levam os envolvidos no Petrolão a fazer delações premiadas. Sua defesa também se posiciona a favor das propostas que tramitam no Congresso Nacional, sob as bênçãos do impoluto Renan Calheiros, e que representam  um freio nas ações da Lava Jato.

E o que dizer do momento em que Luiz Inácio demonstra incômodo como aliás já o fez em diversos discursossobre os prêmios internacionais concedidos a Sérgio Moro? 

Lembro-me de, em um de seus últimos discursos, o ex-presidente ter advertido Moro sobre os perigos da vaidade por receber prêmios internacionais. Acho bonito quando a experiência fala – e Lula sabe como poucos o poder da bajulação como infladora do ego. Noto que Lula teme Moro em três aspectos: o de juiz que vai determinar sua prisão; o de concorrente na categoria brasileiro-estrela-incensado-no-exterior; e futuro concorrente nas eleições de 2018. Calma, Lula, só os dois primeiros são reais ameaças.

Juro que tentei fazer uma análise sóbria do que li, mas minha veia histriônica ficou inquieta diante de frases como a que o gabinete de Moro “vaza como uma peneira” informações sigilosas a fim de destruir a honra (sic) e a reputação (sic, de novo) de Lula. Ou que a corrupção no Brasil é um exagero da mídia.

Há de se reconhecer o talento do advogado de Lula para a comédia. Desafio qualquer um a permanecer com ar compungido diante do trecho que classifica Sérgio Moro como um soldado das Cruzadas! Nesse caso, quem seria Lula? Saladino? Outro momento impagável é o exemplo escandaloso” da parcialidade de Moro: o juiz foi convidado de honra na festa de lançamento de um livro sobre a Lava Jato. O texto adverte que, na ocasião, Sergio Moro cometeu o gravíssimo crime deposar para fotos com o autor do livro e sua mãe “que é conhecida por reprovar Lula”.

Ainda agora me pergunto como lidar com esse primor da egolatria vitimista: “Lula é reconhecido internacionalmente como um lutador dos direitos dos trabalhadores para o desenvolvimento econômico e social do país, com ênfase no alívio da pobreza.  No Brasil sua honra e reputação são altas, particularmente entre os mais pobres. No entanto, ele tem muitos opositores nas classes média e alta, os quais estão prontos para falar mal dele quando é difamado por juízes e promotores, que o incluíram como suspeito em investigações de corrupção. Essas autoridades tentam criar expectativas na população da culpa de Lula, com a colaboração da mídia, que também é quase toda contra o ex-presidente e o Partido dos Trabalhadores”.

Segurei o riso quando a defesa de Lula reclamou que o Brasil não tem uma lei “para impedir campanhas de difamação contra suspeitos antes de seu julgamento”. E como sou discípula do velho e bom Aristóteles, apelei para a catarse a fim de terminar a leitura. Já que Lula se vê como herói de literatura de cordel, imagino que os que dominam essa adorável modalidade literária poderiam se apropriar de alguns trechos da petição encaminhada à ONU para compor novas peças. Minha contribuição para a obra é a elaboração dos títulos.
Ei-los: 
A fantástica história do Pai dos Pobres e sua luta contra as elites malvadas e a mídia perversa;  
A saga do malvado Moro e de Janot, seu jagunço;  
A lenda do mensalão e os exageros dos jornalistas malvados;  
O cruzado Sergio Moro e a tortura dos inocentes; 
Moro, o ferrador de gente, consumido pelo desejo de ser herói;  
O grande medo de ver o sol nascer quadrado nos calabouços do Reino de Curitiba;  
O grande dragão estrangeiro roubando o cordel (sobre a possibilidade da Netflix retratar Moro como herói e Lula como vilão);  
A espetacular história do jogo de um homem só: o juiz como goleiro, meio campo e centroavante; 
 A epopéia da delação que nasce a fórceps; 
O manual do eufemismo em terras de Lampião (A “Operação Lava Jato”, sem dúvida, descobriu alguns casos graves de corrupção na Petrobras, como resultado da aparente atuação ilegal das cinco maiores empresas de construção do Brasil, que supostamente formaram um cartel”) 
A memória que se perdeu no vasto mundo (“Lula tem repetida e enfaticamente negado que tenha conhecimento, tampouco, que tenha aprovado tais crimes, ou recebido qualquer dinheiro ou favores como “propina” por ações ou decisões que ele tenha tomado quando presidente do Brasil, ou em qualquer outro momento”);  
O mistério do sítio e do triplex sem donos;  
A incrível história do juiz que queria ser presidente; 
A farsa de Silvério dos Reis, que culpou os próprios amigos (“A quadrilha envolvida na Lava Jato foi o cartel de empresas construtoras, do qual nunca poderia ter se alegado que Lula era o chefe”);  
O caboclo incitador de poviléu 
A epopéia do ataque à casa do pai dos pobres (“De manhã cedo, o ataque contra a casa de Lula foi liberado para a mídia. A foto abaixo mostra ele sendo conduzido de seu apartamento em um elevador cheio de policiais”); 
 O pacto de sangue para matar o herói (Onde se aprende que Moro se aliou a grupos politicamente hostis a Lula)
O cavaleiro encantado na luta contra o eixo do mal (“Os principais meios de comunicação brasileiros – jornais, revistas e a televisão – são todos hostis a Lula). Haja imaginação!

 Por: Sonia Zaghetto - Coluna do Augusto Nunes - VEJA

 

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Tumulto no Aeroporto Santos Dumont

Novas regras de inspeção provocam tumulto no Aeroporto Santos Dumont

Longas filas se formaram para revistas de passageiros no setor de embarque

[o terrorismo deve ser combatido com rigor e todas as medidas preventivas são válidas; só que as autoridades não podem esquecer que só no Rio o número de assassinatos - por falta de policiamento preventivo nas ruas - ultrapassa por mês ao número de mortos em Nice e nada é feito para combater de forma efetiva e eficaz as causas da matança.
Turistas e viajantes devem ser protegidos, ter segurança efetiva e permanente - mesmo em época que não seja de grandes eventos - mas o brasileiro comum, o cidadão comum, também precisa ser protegido = a vida dele vale tanto quanto a do turista.]
 
Houve confusão no Aeroporto Santos Dumont, no Centro do Rio, nesta segunda-feira, primeiro dia das novas regras de inspeção para voos nacionais e internacionais. Por volta das 6h, era grande o número de passageiros aguardando em filas para serem revistados. Foi preciso criar uma fila para passagem com embarque imediato. Mas segundo passageiros que acompanharam o tumulto, muitas pessoas que não tinha o embarque imediato entraram nesta fila. O problema aconteceu entre 6h às 7h, considerado horário de pico, quando 3.600 passageiros embarcavam no terminal - sendo 2.500 pela Gol. Três filas em formato de caracol se formaram em frente ao setor de embarque. Centenas de pessoas foram prejudicadas. 
 
Hoje de manhã foram muitas filas, e houve um pouco de confusão porque era muita gente. Tinha poucos agentes orientando. Então montamos uma fila preferencial para quem estava com embarque imediato. Eles dividiram com quem não estava de embarque imediato. Quem chegava não sabia dessa informação e entrava na fila de embarque imediato. Então ficou um pouco confuso. Era muita gente, dava voltas e voltas na fila. Depois aumentou o número de agentes, mas no começo não havia muitos agentes da Infraero. Eu não cheguei a ver ninguém perdendo o voo — contou Gabriela Santos, de 28 anos, gerente de uma loja próximo ao setor de embarque. 
Essa era a situação no Aeroporto Santos Dumont, hoje pela manhã, por conta das novas medidas de segurança.
 O executivo francês Olivier Custeau, de 50 anos, que mora no Rio, considera normal as medidas rigorosas e chegou a mencionar o atentado em Nice, na França, quando mais de 80 pessoas foram mortas:  — Acho perfeitamente normal diante do que aconteceu em Nice, o terrorismo e dos Jogos Olímpicos chegando. Acho muito importante esta medida — disse ele, que recebeu um saco plástico para guardar celular e o computador para passar pelo raio X.

A engenheira de produção Tais Moura Sá Barroso, de 26 anos, acha importante zelar pela segurança. — Acho importante porque precisamos prezar por segurança independente de Olimpíada. Acho importante ter esse tipo de controle e acho que não é tão rigoroso como nos voos internacionais, mas agora vou tentar chegar mais cedo — afirmou ela antes do embarque para São Paulo.

Especialista em TI, Rômulo Coutinho, de 30 anos, chegou mais cedo no aeroporto porque foi avisado. — Estou vendo um pouco antes agora porque a companhia me avisou que inspeção ia ser mais rigorosa, que a gente ia pegar uma fila maior. Então recomendaram chegar uma hora e meia mais cedo. Estou entendendo que é para segurança aqui do país, porque está vindo gente de um monte de lugar. É importante essa preocupação. Não é o ideal, mas faz parte da vida — disse Coutinho.

Policial civil de São Paulo aposentado Carlos Roberto dos Santos, de 54 anos, afirmou que não vê problema numa inspeção mais rigorosa. — Acho que toda a medida de segurança é bem-vinda, apesar do atraso que vai proporcionar. Pode inibir — acrescentou.


REPERCUSSÃO NAS REDES
As novas medidas de segurança nos aeroportos do Rio repercutiram nas redes sociais nesta segunda-feira. "Bom dia pra quem acordou as 4 da manha pra ir no aeroporto e se deparar com a patética nova revista", escreveu um internauta no Twitter.
Outro disse que "#SP e #RJ vivendo um caos no #aeroporto por causa de uma #fiscalização mais rigorosa, mas a bandidagem rola solta nas ruas! Kd a #segurança?"

 Fonte: O Globo


sexta-feira, 8 de julho de 2016

Tudo termina em vinho

As transações mais sinistras começam em regabofes que reúnem amiguinhos dos três Poderes 

Por: José Nêumanne

Antes de ser ministro de Lula e de ter estraçalhado a própria biografia combatendo direitos autorais e a privacidade absoluta dos colegas artistas ricos e famosos, o baiano Gilberto Gil foi exilado pela ditadura militar e de Londres, roendo de saudade, compôs e gravou a obra-prima Aquele Abraço. O samba nostálgico virou uma espécie de hino informal dos exilados dentro ou fora do Brasil. Após me ouvir cantarolando-o, a diretora da Rádio Estadão, Paula Miranda, mandou tocá-lo em minha despedida da hora de 7 às 8 que passo no estúdio na companhia luxuosa de Alexandra Romano e Haisen Abaki fazendo uma revisão da tumultuada Pátria amada salve, salve. Valeu até como epígrafe: o Rio de Janeiro continua lindo, mas, sobretudo, continua sendo…

Provas não faltam. O prefeito falastrão Eduardo Paes, disposto a fazer o País e, sobretudo, Maricá, na Grande Rio esquecer as besteiras que andou falando e, pior que tudo, fazendo – como a ciclovia Tim Maia, que desabou, dissolvida em espumas de ressaca, também continua causando. Depois de ter chamado de “terrível” a gestão da polícia pelo Estado a um mês da Olimpíada, ele resolveu ser camarada dos turistas e avisou que a cidade que ele governa não é nenhuma Nova York, Chicago ou Londres. Esquece-se de que Nova York foi sinistra antes da “tolerância zero”; Chicago era de lascar à época da Lei Seca; e a Londres de Dickens nunca foi um modelo de conforto e tranquilidade.

 Suas imagens atuais foram construídas com sangue, suor e lágrimas, como diria um célebre habitante de lá, o lord almirante Winston Churchill. OK, tudo bem. Talvez fosse o caso de o Comitê Olímpico ter sido avisado quando, seduzido pelo charme de Lulinha de Lindu e Serginho de Cabral, ter preterido Madrid, Tóquio, que também podiam ser citadas na frase de Paes, e Chicago, que ele lembrou. Mas não adianta chorar sobre o leite derramado, dizia vovó Quinou: há que pegar o touro à unha longe da plaza madrilenha das Ventas.

Paes não foi o primeiro a avisar aos turistas que a Cidade não é mais tão maravilhosa quanto na marchinha de carnaval famosa de André Filho, mas ainda é cheia de encantos mil e também faz festas espetaculares como o réveillon de Copacabana e o desfile de escolas de samba da Marquês de Sapucaí. Os policiais, que não recebem do governo estadual, fizeram plantão na frente do Galeão (aeroporto Tom Jobim) para dar a temerários turistas “boas vindas ao inferno”. Um carro da Força Nacional, convocado a colaborar com as autoridades policiais locais no patrulhamento da Olimpíada, teve um retrovisor espatifado por uma bala perdida num lugar que frequentei muito: a avenida Brasil perto da Linha Amarela. Nota oficial providencial avisou que a recepção espantosa à ajuda prometida não ocorreu na vigência de seus serviços. Imagine se tivesse sido, diria mestre Ariano Suassuna. Seria a crônica do desastre anunciado. Nunca vi uma bala perdida, algo inusitado naquele distante 1969, mas o agente transmitiu para o País seu terror.

E esta não foi a única homenagem que a cidade dedicada a São Sebastião, soldado flechado e seu padroeiro, prestou ao Conselheiro Acácio, de Eça de Queiroz, nestes últimos dias. Como aquele predecessor do óbvio ululante do carioca nascido em Recife Nelson Rodrigues, Paes constatou o óbvio que ulula. E o paulista Alexandre Morais, ministro da Justiça de Temer, também. Sua Excelência reconheceu o que nenhum carioca o fez, nem os de adoção. Que há risco de terrorismo no Rio. Pode ser até que ele se tenha inspirado na conversa que teve com o chefe Temer no barbeiro, em que o esperou sem que o dono do salão soubesse o que podia fazer diante de seu coco raspado. 

Bom, pelo menos ele deve ter lido nos jornais que o Estado Islâmico (EI) está espalhando o terror pelo mundo porque é acossado nos territórios que tinha conquistado na Turquia e no Irã. A Olimpíada é um destino óbvio de seus terroristas-bombas. E, a não ser que os bandidos locais ajudem a combater os importados, não vai ser fácil as autoridades imporem a ordem pública numa cidade em que traficantes pés de chinelo, como o Fat Family, são resgatados a bala, com morte de inocente, em hospital público apontado como modelo na propaganda oficial da Olimpíada mais privatizada do mundo (pelo menos segundo Paes). Mas não é o caso de chamar desgraça, pois no Rio este talvez seja o único produto que se pode encontrar nos hospitais, escolas e outras repartições.

Seja Alá misericordioso para que o Estado Islâmico não queira repetir as agruras do Bin Laden imaginário do humorístico da TV, submetido às agruras dos morros do Rio! Afinal, Dilma Rousseff, sempre disposta a negociar com os terroristas da Jihad, cuidando de eliminar golpistas a seu redor, não tem mais autoridade para negociar com eles, como pretendia, numa ação sem graça mais absurda do que a piada na TV.

No meio desses tiroteios todos, o Rio ainda é capaz de apresentar sinais de que a mudança da capital para Brasília não evita que ela continue fornecendo personagens que sintetizam a velha malandragem nacional, nem sempre boa. É o caso de Fernando Cavendish, o empreiteiro grã-fino e finório que se dá bem há muito tempo, apesar de também se ter tornado notório, uma rima, mas nunca uma solução.

Com ele trouxe à baila o desembargador federal Antônio Ivan Athié, do Tribunal Federal da 2ª Região (TRF2), protagonista de um processo levado ao Supremo Tribunal Federal (STF) em 2004, acusado de ter participado de um esquema de fraudes no sistema judicial que resultaram em danos ao patrimônio público. Ele resolveu mandar Fernando Cavendish e Carlinhos Cachoeira pra casa com tornozeleiras, mas eles só ficaram na prisão porque não há tornozeleiras à disposição no Rio. Depois de tê-lo feito, declarou-se “suspeito” em ações do empreiteiro. Manda soltar e, depois, declara-se “suspeito”. Não é cara de nosso Brasil varonil?

De uma coisa, contudo, nem ele nem o Rio podem ser acusados: sua cidade não é mais a capital federal, que Juscelino Kubitschek transferiu para o Planalto Central do País, que Caetano, parceiro de Gil, canta na canção que começa e encerra a novela Velho Chico, de Benedito Ruy Barbosa, às 21 horas, na Globo.

Em Brasília, ao contrário do que pensa quem não é muito bem informado, nem tudo termina em pizza. A maioria das transações mais sinistras começa em regabofes que reúnem amiguinhos dos três Poderes regados à melhor produção vinícola de Bordéus e arredores. Pois nossa pátria da máfia pública, que ainda controla os cordéis republicanos na cidade construída onde São João Bosco mandou, não recorre a tradições napolitanas para comemorar seus feitos de furto. Mas às melhores safras vinícolas do Velho Continente, da Califórnia e da Oceania.

E, antes que me esqueça, aquele abraço.

Fonte: Coluna do Augusto Nunes 
 

domingo, 19 de junho de 2016

A maldição do petróleo

A  crise econômica que levou o Estado do Rio a decretar o estado de calamidade tem, sem dúvida, como analisei ontem aqui, a responsabilidade fundamental da crise do petróleo mundial, que afetou a base da economia do Rio como maior produtor do país. Mas contou com um ingrediente de irresponsabilidade administrativa que está sempre presente nas crises de países (ou Estados) que têm abundância de recursos naturais.

No caso do Brasil, o governo abandonou projetos de combustíveis alternativos como o etanol, porque considerava que havia tirado o bilhete premiado com o pré-sal. Essa situação recorrente é conhecida como a "maldição do petróleo", que gera desperdícios em meio à corrupção. Foi o que aconteceu no Brasil e também no Rio, onde os gastos correntes cresceram, e o Estado se endividou acima de sua capacidade.

O ex-governador Sérgio Cabral declarou que a mudança no marco regulatório do pré-sal causou esse desequilíbrio econômico no Estado, mas ele, que reagiu inicialmente à mudança do sistema de concessão para o de partilha porque prejudicaria a distribuição de royalties para os estados produtores, acabou fazendo um acordo com o governo federal em troca de ações na infraestrutura.

Sem dúvida, o Estado e o município do Rio, devido à Olimpíada, obtiveram muitos investimentos federais: PACo comunidades, Minha Casa, Minha Vida, Metrô, BRT, VLT, entre outros. Mas, com base nas receitas futuras do pré-sal, o governo do Estado endividou-se acima de suas possibilidades, ficando com um déficit de R$ 20 bilhões entre receita e despesas, além de uma conta negativa de cerca de R$ 5 bilhões de restos a pagar com fornecedores.

Com o barril de petróleo a 100 dólares, o governo do Rio endividou-se pegando R$ 1 bilhão no Banco do Brasil, R$ 2.3 bilhões na Caixa Econômica Federal e até mesmo R$ 2.3 bilhões em debêntures nos Estados Unidos, e acabou ficando com uma dívida até 2022, difícil de pagar com a queda do preço do barril. Com a crise da Petrobras, e a queda do preço internacional do petróleo, o Estado do Rio perdeu receita, teve a indústria naval afetada, os incentivos fiscais para as montadoras aumentando a crise com o preço do combustível congelado pelo governo federal reduzindo a arrecadação do ICMS do Estado em cima dos derivados. O Pólo Petroquímico de Itaboraí e o Comperj também foram afetados pela crise do petróleo.

A Rio Previdência acabou tendo uma sobrecarga com planos de cargos e salários dados pelo governador Luiz Fernando Pezão. A folha salarial foi a R$ 23 bilhões e os inativos consomem outros R$ 17 bilhões, e os royalties acabaram sendo usados para esses pagamentos. O deputado estadual Luiz Paulo discute na Agência Nacional de Petróleo o preço de referência para o pagamento dos royalties, para amenizar a crise. Mas considera que a irresponsabilidade gerencial pode ser até razão para um impeachment. 

O especialista Mauro Osório, atualmente presidente do Instituto Pereira Passos do município do Rio de Janeiro, em recente artigo no Globo ressalta os desafios que teremos esse ano, como o término das obras relativas às Olimpíadas e o aumento das demissões na construção civil.  Um desafio para o Estado do Rio é diminuir a dependência das receitas de royalties do petróleo, diz ele, e para tanto “será necessário aprimorar o planejamento público, buscando o adensamento produtivo e o aumento da base para arrecadação de ICMS”.

Para Osório, as principais janelas de oportunidade encontram-se em torno dos complexos produtivos de turismo, entretenimento, esporte, cultura e mídia; da economia da saúde; e do petróleo e gás.  É importante, também, analisar as prioridades dos gastos públicos, alerta. Em 2014, por exemplo, o gasto público per capita para o conjunto das atividades vinculadas ao Legislativo e ao Judiciário no Estado do Rio foi em torno de 70% maior do que as despesas verificadas nos estados de São Paulo e Minas Gerais. Não é à toa que o governador em exercício Francisco Dornelles, depois de ter decretado o estado de calamidade para viabilizar um financiamento de R$ 3 bilhões do governo federal, promete medidas duras.

Fonte: O Globo - Merval Pereira 

 

domingo, 3 de janeiro de 2016

Maratona no escuro

O ano que começa não é dos mais promissores. É um desses em que você dizfeliz ano-novo”, mas reconhece que é apenas uma maneira de dizer: as chances são escassas.

O ano velho terminou com uma vitória do governo no Supremo. Alguns consideram a salvação de Dilma. Se estivesse na UTI e fosse salvo por gente usando frases em latim, desconfiaria. Na penumbra do quarto pode soar como uma extrema-unção. Mais complexo, o impeachment dará tempo a ela para respirar. Resta saber o que fará com essa dose extra de oxigênio.

A troca de ministros na economia nos confunde. Caiu Joaquim Levy, subiu Nelson Barbosa. O discurso é de continuidade e o mercado parece não confiar nele. Já as forças que defendem Dilma parecem confiar no que diz o novo ministro e lamentam seu discurso. Com a manobra Dilma descontentou, simultaneamente, quem a apoia e quem a rejeita.
Indiferente às opiniões, a realidade marcha no ritmo implacável da lama de Mariana.

Crescem a inflação e o desemprego, estados e municípios começam a dar sinais de quebradeira. Aqui, no Rio de Janeiro, a crise eclodiu na saúde, atingindo os mais pobres num momento de vulnerabilidade, buscando socorro médico nas emergências. Este é o ano da Olimpíada. O colapso do sistema de saúde o inaugura. A festa foi programada num momento de euforia com o Brasil e com o petróleo. De lá para cá veio a a crise econômica. No caso específico do Rio, vieram o petrolão, com a ruína da Petrobras, e as quedas no preço internacional do petróleo.

Em 2010 tive a oportunidade de mostrar a fragilidade da saúde pública no Rio, visitando hospitais, com ou sem autorização do governo. Incompetência e corrupção se entrelaçavam e os governantes escaparam com as UPAs, algumas replicadas ao longo do país como uma grande saída . Todos sabiam que não eram em si a solução. No momento em que optaram pela Olimpíada no Rio, os governantes queriam projetar o poder de um Brasil emergente. Havia dinheiro e empreiteiras para tudo. Grande parte desse dinheiro já foi gasta. Impossível reverter o processo. O realmente necessário, no entanto, não foi procurado: a resposta a como tocar a Olimpíada num momento de crise profunda; e como evitar que o estado se desintegrasse, num campo essencial como o da saúde.

Jamais neguei o potencial de uma Olimpíada para o turismo e a economia brasileira. Menos ainda seu papel de projetar um soft power, uma cultura e um estilo de vida do país. Mas um evento dessa magnitude pode revelar exatamente o contrário do que pretendem os políticos. Ele dramatiza a nossa fragilidade. A Baía de Guanabara está sendo projetada pelos atletas que treinam nela como um espaço imundo e perigoso.

Num ano em que os esportes olímpicos se preparam para grandes recordes, nas ruas do Rio vivem-se modalidades mais sinistras: parto na calçada, chacina de adolescentes. O governo do Rio encostou-se no petróleo e na aliança com Dilma. O petróleo caiu, Dilma apenas respira. Foi tudo vivido como se os royalties fossem crescentes e eternos.  Entramos no ano da Olimpíada com uma retaguarda problemática, manchas comprometedoras em nosso traje de gala. E somos os anfitriões.

Esse é um dos nós de 2016. Assim como os outros, já estava rolando no ano velho, mas agora o Rio passa a ser uma agenda internacional. Não apenas o Rio, mas o Brasil. Não é fácil atrair a atenção do mundo, com esperanças de projetar poder, num estado atingido pela combinação da crise com o escândalo na Petrobras. Como realizar a Olimpíada despojado da visão delirante do passado, respeitando as condições reais, sem humilhar uma população vulnerável, que depende do serviço público de saúde?

A Olimpíada ficou um pouco deslocada, como se ela se desenrolasse num mundo à parte, blindado contra a crise. De um ponto de vista político, é preciso reconsiderar tudo. A imagem de um país esbanjando progresso ficou no passado. A pergunta que todos farão é esta: como se faz Olimpíada num país em recessão, com milhões de desempregados e emergências, universidades, hospitais de ponta, como um moderno hospital do cérebro, fechados por falta de grana?

Foi um projeto nacional de grupo dominante. Dilma terá de buscar também essa resposta, aproveitando os momentos em que respira.  A qualquer instante pode voltar a asfixia paralisante. E a Olimpíada está aí. O Brasil será o foco de interesse internacional num dos momentos mais difíceis de sua História.  Sempre se começa um ano com festas e promessas. Só depois examinamos os desafios que nos esperam. A Olimpíada é, ao mesmo tempo, uma grande festa e um desafio.

Nadamos pelados na maré alta e quando ela baixa convidamos todos a nos olhar. É uma das operações de risco em 2016. É o ano que concentrará o maior banco de dados sobre a corrupção no Brasil. Inúmeros depoimentos virão, novas investigações serão feitas, a história secreta do poder vai sendo escrita pela Operação Lava Jato e outras da Polícia Federal.

Nunca as engrenagens e os mecanismos do sistema político ficaram tão claras. O volume de dados, a claridade, tudo isso tem um poder de combustão incalculável, ao longo do ano.  Ano de imprevisíveis eleições municipais. Até que ponto a crise nacional não influirá nelas? Até que ponto a ruína das prefeituras não vai produzir maciças alternâncias? Como o resultado de todo esse enigma influenciará de novo a crise nacional?

Ano de eleição, costuma ser ano de gastança. Um governo que apenas respira, precisa produzir um novo voo de galinha na economia, uma nova ilusão de crescimento. Mas a galinha está alquebrada e precisa de um ano sabático. O Brasil pode terminar 2016 mais pobre, como preveem os economistas. O consolo é prever que cada vez o país saberá mais, cada vez acumula mais elementos para ousar a mudança.

Fonte: Fernando Gabeira - Publicado no Estadão