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segunda-feira, 5 de setembro de 2022

A bizarra profecia de Nostradamus que já abalou o Rock in Rio

Quando o evento surgiu, em 1985, circulavam boatos de que uma grande reunião de jovens na América do Sul acabaria em tragédia

Em 1985, a ideia de reunir 200 000 pessoas por dia para assistir às maiores bandas do mundo em solo brasileiro era um projeto que parecia megalomaníaco. 
Com uma aura quase mística, a primeira edição do Rock in Rio chegou cercada de altas expectativas. A maioria delas era positiva, mas uma exceção ameaçava atrapalhar a festa.
 Às vésperas do festival, circularam boatos sobre uma suposta profecia de Nostradamus prevendo que “um grande encontro de jovens na América do Sul perto do final do século terminaria com uma tragédia que causaria a morte de milhares de pessoas” – o público, é claro, juntou as peças e elegeu o Rock in Rio como local da catástrofe anunciada.

Para a sorte dos organizadores, o medo não impediu que os fãs do rock comparecessem em peso a Jacarepaguá para assistir aos shows do Queen, Iron Maiden, AC/DC e outros astros da época. Mas havia, sim, uma clima de tensão no ar – e até a Igreja católica se meteu na história. Pouco antes do início do festival, o cardeal arcebispo D. Eugênio Sales divulgou uma nota condenando o evento e dizendo que o rock seria um estilo que agiria contra a moral, já que o gênero costumava ser ligado ao diabo.

Houve, no entanto, quem resolvesse desafiar o universo e brincar com a situação. O cantor Eduardo Dusek aproveitou o furor da falsa profecia para fazer piada e promover uma de suas músicas, batizada com o nome do profeta. “Nostradamus gostava muito de rock’nroll”, disse no palco. A alemã Nina Hagen entrou no clima e disse em uma coletiva que um grande desastre seria positivo. “Trinta e cinco milhões de naves alienígenas estarão a postos para salvar a gente. Só os muito ruins não serão resgatados”, debochou ela.

Para a sorte dos presentes, nenhuma tragédia se concretizou naquele ano. Na edição seguinte, em 1991, um novo boato voltou a ganhar força. Agora, a previsão dava conta de que o Maracanã iria desmoronar. A organização chegou até a fazer obras extras no estádio só para acalmar a população. De novo, nada aconteceu, e o festival segue firme e forte até hoje, sempre rendendo boas histórias.

[sobre a tragédia vale registrar que,  segundo vários autores,  Nostradamus previu que o fim do mundo seria na virada do milênio = alguns autores até exploraram um suposto acerto do profeta sobre o atentado contra o Papa João Paulo II   diziam que em uma profecia  de Nostradamus consta um trecho com o texto: "... quando a rosa vermelha florescer na França, o Papa com dois nomes, que sucedeu ao de breve pontificado, sofrerá grave atentado atentado... ". 

Simples, foi fácil associar a vitória do partido socialista na França - símbolo uma rosa vermelha - ao  Papa João Paulo II, sucessor do Papa Albino Luciano, 33 dias de pontificado, e teríamos um acerto do vidente ao fim do mundo. Nada ocorreu na virada do milênio - sobre fim do mundo, o evento mais recente foi a instauração pelo STF do "inquérito do fim do mundo".

Por tudo, preferimos as palavras de Jesus Cristo em Mc 13.32-37; Lc 21.34-36; 17.26-27, 34-35; 12.39-46, Mt 24.36-51; Lc 21.34-36.]

O Som e a Fúria - Revista VEJA


segunda-feira, 16 de novembro de 2020

O discreto poder das eleições - Fernando Gabeira

In Blog

Outrora tão animadas, as eleições municipais, coitadinhas, foram bombardeadas, este ano, por vários mísseis adversos: pandemia, as próprias eleições americanas e o crescente desencanto com a política. Estávamos certos, no passado, quando dávamos a elas uma atenção maior que à escolha por cargos federais. Reuniões diárias, comícios domésticos, sabíamos que, mais do que todas, elas podem transformar nosso cotidiano. [as eleições municipais, para escolha de prefeitos e vereadores perdem totalmente o sentido diante dos imensos gastos que provocam - de  dinheiro público, cada vez mais escasso e o pouco que tem necessita ser usado em despesas de maior importância para o POVO, razão primeira da existência da NAÇÃO.

Imagine quantos bilhões de reais foram gastos nas eleições deste ano - dinheiro que poderia ser utilizado em finalidades mais importantes para a população, começando pelo combate à covid-19.

Para poupar esse rio de recursos públicos, seria necessário apenas  prorrogar o mandato dos atuais vereadores e prefeitos por dois anos, mudando para 2022 as eleições municipais e estabelecendo a coincidência com as eleições marcadas para  2022 =  que passariam a gerais. Não fizeram, mas se o bom senso e o cuidado com o dinheiro público prevalecerem, as de 2024 irão para 2026 = autênticas eleições gerais.  

Se os que se consideram donos do Brasil não concordarem, tenham pelo menos a decência de aproveitar as eleições 2022 para realizar um plebiscito com uma simples pergunta: as eleições de 2024 devem ser transferidas para o ano 2024?]

É hábito usar as eleições municipais para checar a força dos líderes nacionais. Bolsonaro mostrou-se um cinturão de chumbo, mas seus candidatos nas duas grandes cidades são náufragos vocacionados: Russomano populista pelo consumidor e Crivella tentando estrangular uma metrópole cosmopolita, com sua mediocridade administrativa e rígidos princípios religiosos.[Bruno Covas é realmente um fantástico administrador = no inicio da pandemia  'criou engarrafamentos artificiais' e comprou 38.000 urnas funerárias, como forma de combater a covid-19.

Quanto ao Crivella, é melhor defender e estabelecer rígidos princípios religiosos do que propagar a imoralidade, a destruição da FAMÍLIA - os contrários aos princípios defendidos pelo Crivella terão muito a lamentar com a não realização do Carnaval em 2021.]

A cidade onde vivo por amor passa por um perigoso momento de decadência. Algumas pessoas talentosas já a deixaram ou se preparam para isso. A pandemia nos atingiu em cheio. Tenho o hábito de documentar os moradores de rua do meu bairro, na esperança de reter com as imagens os únicos rastros de sua passagem pelo mundo. Muitos desapareceram e, no seu lugar, veio uma multidão: famílias inteiras com seus animais domésticos e alguns trapos para cobrir a cama de papelão.

Nesta eleição, em vez de discutir candidatos, conversei sobre programas com pessoas que gostam e entendem do Rio. Minha expectativa inicial foi plenamente satisfeita por eles: não é hora de partir, temos uma grande chance de encontrar a vocação da cidade e de transformá-la numa das mais atraentes para viver no planeta. Bonita e situada entre o mar e a Mata Atlântica, o Rio pode ser um lugar onde a qualidade de vida e o respeito ao meio ambiente impulsionam a economia. Quem diz isso é Arminio Fraga, que conhece o mundo, o Rio e a economia.

Empresários do turismo estão prontos para oferecer um calendário de eventos que ocupe o ano, no pós-pandemia. De um carnaval mais bem explorado ao Rock in Rio, a cidade pode fervilhar durante um ano inteiro. Quem diz isso é Roberto Medina, que realizou, depois do carnaval, nosso maior espetáculo. O Rio é uma cidade de gente que estuda e pesquisa. Tem tudo para ser, além de bonita, uma cidade inteligente. A Coppe/UFRJ já está avançando na busca das ferramentas que permitam à cidade ser administrada com uma racionalidade jamais vista, articulando políticas urbanas, sabendo o que pensam moradores das áreas de intervenção. [se o Rio precisar do Carnaval e do Rock in Rio para se sustentar, é melhor desistir.]

Ser dermos voz ao morro, toda a cidade vai cantar. Bastou uma conversa com Celso Athayde para compreender que o quarto da população que vive nos morros já tem seu próprio impulso. Ele seria multiplicado se as pessoas tivessem um endereço, título de propriedade, orientação arquitetônica nas suas reformas, serviços públicos e, sobretudo, saneamento. [como e onde ficaria a bandidagem? os bandidos concordar com esse repaginação? afinal, os morros, favelas e assemelhados  se tornaram,  por  decreto do STF, áreas em que ações policiais sofrem restrições.]  Sei que a esquerda condena o Novo Marco do Saneamento. Mas é a única esperança no horizonte para vencer um atraso secular.

Aprendi com Claudia Costin que a educação pode dar grandes passos porque já viveu momentos melhores no Rio. E com a Dra. Margareth Dalcolmo que o próprio drama da saúde pública, agravado pela pandemia, revelou inúmeros aspectos positivos da cidade, na articulação público-privada, nas iniciativas nos morros, campanhas humanitárias na classe média. O Rio tem gente pensando seriamente no uso racional e democrático do solo. Gente sonhando não só em transformar a cidade num centro de esportes aquáticos, mas em abrir, com isso, oportunidades para milhares de crianças pobres.

O fim de pandemias pode resultar em renascimento. A chegada de uma vacina eficaz e segura nos trará uma chance de recomeçar em novas bases, explorar o potencial que sempre esteve diante de nós e sistematicamente o destruímos nos últimos anos. E teremos diante de nós um novo Plano Diretor. Não sei quem será o prefeito. Eduardo Paes foi o mais votado no primeiro turno. Ele é sensível a todos os temas de reconstrução do Rio.

Fomos adversários em 2008, jamais inimigos. Alguns colaboradores de nossa campanha foram ajudá-lo em temas vitais para seu governo. Discordo dos rumos de seu governo, da natureza de suas alianças, das concessões. Mas isso é outra história. Qualquer prefeito que se disponha a canalizar essa imensa energia positiva que ainda existe no Rio, sobretudo na euforia do pós-coronavírus, poderá conduzir a cidade ao seu papel real no planeta. As eleições municipais talvez tenham sido uma das mais discretas da história e, paradoxalmente, as que mais importância terão na história do Rio.

Blog do Gabeira - Fernando Gabeira, jornalista

Artigo publicado no jornal O Globo em 16/11/2020

 

terça-feira, 22 de outubro de 2019

Togada e tatuada: a juíza que tirou Marcelo Crivella do sério - VEJA

Por Giovanna Romanno

Mirela Erbisti, do Rio de Janeiro, ostenta desenhos no ombro e no braço, é ativa nas redes sociais e youtuber nas horas vagas



O prefeito Marcelo Crivella criticou sua decisão de interditar a Avenida Niemeyer e citou o fato de a senhora ser tatuada, mulher, jovem e youtuber. O que achou? Sobre esse comentário do prefeito, não tenho nada a dizer. Toda a minha fundamentação técnica sobre o caso da Niemeyer está lançada nas decisões lá proferidas (ela apontou risco de deslizamento, e a via continuava interditada até a última quarta, 16).

A senhora já foi discriminada por ter tatuagens?
Elas não me restringem no meu ambiente de trabalho. Não poderia ser diferente. A Casa da Justiça não é lugar para preconceitos e discriminações. Em 2016, o STF firmou a tese de que os editais de concursos públicos não podem estabelecer restrição a pessoas tatuadas, salvo se a imagem tiver conteúdo que viole valores constitucionais. [a famosa, sempre citada e cada vez mais adequada frase de Rui Barbosa para explicar o supremo entendimento do STF:
"a Suprema Corte é a corte que tem o direito de errar por último".  A mais alta Corte do país reconheceu que a tatuagem é uma autêntica forma de liberdade de manifestação pessoal.

A senhora posta fotos na praia, no Rock in Rio, em festas, praticando esportes. Considera-se fora do estereótipo de um magistrado? 
Estereótipo é outro nome para preconceito. Talvez o estereótipo da figura do juiz ainda seja o daquele senhor sisudo e sedentário sentado atrás de uma pilha de processos. No entanto, temos muitos juízes com atividades e interesses externos que se contrapõem a essa imagem: ciclistas, bateristas, corredores, skatistas, surfistas, ironmen, lutadores de jiu-jítsu. Os tempos são outros.

Por que criou um canal no YouTube?
 A sociedade se renova, o direito se renova, e o juiz não pode ficar vendo pela janela o mundo se transformar. O Justo Eu é um projeto meu e da juíza Tula Mello que visa a assegurar direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a Justiça. Há direitos que não são exercidos pelo simples fato de que não são conhecidos. Abordamos em mais de quarenta aulas temas relevantes como feminicídio, racismo, violência moral, adoção e impunidade.

Qual tem sido a repercussão?
A iniciativa recebeu em 2018 o Prêmio Patrícia Acioli de Direitos Humanos, um dos mais importantes da área do direito, na categoria Trabalhos dos Magistrados, e teve enorme receptividade tanto por parte do público (tem quase 22 000 inscritos) quanto da comunidade jurídica.

Por Giovanna Romanno - VEJA



Publicado  edição nº 2657 de VEJA, de 23 de outubro de 2019


sexta-feira, 11 de outubro de 2019

A investigação sobre pagamentos do PCC a um advogado do PT - VEJA

Por Edoardo Ghirotto

Prisão de responsável pela contabilidade da facção revela indício de que dinheiro do tráfico foi usado para patrocinar ação no STF contra Sergio Moro


 
 WHATSAPP – Décio Gouveia Luiz, preso em agosto: mensagem para bancar ações jurídicas contra portaria de Moro, e a mansão na cidade de Búzios, no Rio de Janeiro, comprada com dinheiro do tráfico
 

Lucas de Sousa Oliveira se apresentava como empresário e dizia às pessoas com quem tinha contato em Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro, que estava trabalhando para transformar em pousada sua mansão em Búzios, outra cidade do litoral fluminense, a uma hora de distância de carro dali. Ele dirigia uma caminhonete prata Mitsubishi Triton L200, modelo avaliado em cerca de 170 000 reais, quando foi cercado por policiais no dia 14 de agosto. “Vim para este fim de mundo e vocês me pegaram aqui”, reclamou, depois de soltar um palavrão. Lucas era a identidade falsa usada por Décio Gouveia Luiz, uma das principais lideranças do Primeiro Comando da Capital nas ruas brasileiras. Décio Português, como ele é conhecido, gozava da plena confiança de Marcos Williams Herbas Camacho, o Marcola, líder da facção, que cumpre pena hoje no presídio federal de Brasília. Uma das funções principais de Décio Português envolvia cuidar da contabilidade do PCC, lavando e ocultando bens e valores. Era a ele também que os chefões repassavam as missões mais importantes. No curso das investigações realizadas nos últimos meses, foram descobertas uma carta com planos para assassinar três policiais e uma mensagem no celular de Décio Português com indícios perturba­dores de ligações entre o PCC e um advo­gado do PT, o que gerou até um pedido de quebra do sigilo fiscal e bancário do defensor do partido.

Descrito pelos policiais como um bandido inteligente, articulado e equilibrado, Décio Português dividiu durante nove anos a cela com Marcola no presídio de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo. Ganhou ali a cumplicidade do chefão e, de volta às ruas, virou um dos cérebros encarregados de lavar e investir o dinheiro ganho pelo PCC com o tráfico. A ida de Marcola e de outros 21 integrantes da facção para presídios federais, que ocorreu em 13 de fevereiro deste ano e teve o objetivo de aumentar o isolamento dos bandidos, em uma ação comandada pelo governador de São Paulo, João Doria, com o apoio do ministro da Justiça, Sergio Moro, fez com que a facção enviasse ordens de reação a Décio Português. Em uma carta encontrada com um comparsa dele, havia a orien­tação de organizar um plano para assassinar o delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, e outros dois investigadores em retaliação à transferência dos chefes. No fim do manuscrito, assinado pela Sintonia Geral (a cúpula do PCC), ficava claro que a determinação era para valer: “Se não for concluída cada missão, a cobrança com nossos irmãos será a altura pagando com a própria vida”, diz o texto, na transcrição literal.

Na ação realizada em Arraial do Cabo, os policiais apreenderam com Décio Português cinco celulares. Até o momento, os investigadores conseguiram desbloquear apenas um aparelho, mas as informações contidas ali levantaram suspeitas graves sobre uma possível relação entre o PCC e um advogado que atuou em nome do PT no Supremo Tribunal Federal (STF). Professor associado da UFRJ, Geraldo Luiz Mascarenhas Prado foi mencionado em uma prestação de contas encaminhada a Décio Português pelo aplicativo WhatsApp como destinatário de 1,5 milhão de reais da facção. O pagamento seria feito para que o advogado representasse o PT numa Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) contra uma portaria baixada por Sergio Moro em 12 de fevereiro, um dia antes da transferência dos líderes do PCC para presídios federais. Ela determinou regras bem mais rígidas de acesso de familiares aos detentos desses estabelecimentos e ratificou a proibição de visitas íntimas para chefes de organizações criminosas.

O objetivo da medida é evitar que eles enviem, por meio dos encontros, ordens para membros da facção nas ruas. A emissão de bilhetes é o principal canal de comunicação dos chefes encarcerados com o mundo exterior. Em dezembro de 2018, duas mulheres foram presas com uma mensagem que trazia ordens para matar duas auto­ridades: Roberto Medina (não o do Rock in Rio, mas um dos coordenadores da Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo) e o promotor Lincoln Gakiya. Elas fo­ram flagradas no papel de “pombo-­correio” após visitarem Marcola e seu ex-companheiro de cela Maurinho em Presidente Venceslau.

Em VEJA, EDIÇÃO 2656, leia MATÉRIA COMPLETA


segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Witzel chama violência no Rio de genocídio e diz que vai acionar a ONU

O Globo - Rayanderson Guerra

Em coletiva do Rock in Rio, governador diz que vai pedir providências ao Conselho de Segurança das Nações Unidas

Governador Wilson Witzel em coletiva de imprensa na Cidade do Rock Foto: Pedro Teixeira / O Globo
Governador Wilson Witzel em coletiva de imprensa na Cidade do Rock Foto: Pedro Teixeira / O Globo
O governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), disse na tarde deste domingo que pretende pedir a ajuda dos países que integram o Conselho de Segurança da ONU para enfrentar o que chama de "genocídio" que está em curso no estado. Segundo ele, a violência nas comunidades cariocas e no estado é resultado do comércio ilegal de armas e de drogas por traficantes. Segundo o governador, a ONU poderia "retaliar" países como Paraguai, Bolívia e Colômbia, e até determinar o fechamento da fronteira com o Brasil, caso não haja uma política para barrar o tráfico. [governador seu problema está no Rio e o senhor pode e deve resolver - está no bom caminho; 
mas, fechar ou abrir fronteiras internacionais é assunto do Poder Executivo Federal.
 
Em tempo: nada impede o senhor de intensificar o controle das fronteiras estaduais do Rio - entrou alguns metros no território do Rio, o assunto passa a ser estadual e o senhor pode e deve impedir entrada de armas e drogas.
Nada impede que o senhor também controle o que sai e entra dos aeroportos e mesmo do mar - áreas de marinha são de competência federal, mas, no momento em que sai daquela área o assunto passa a ser estadual.
 
E o senhor sabe que pode contar com o apoio do Presidente Bolsonaro.
 
Controle rígido das fronteiras é importante mas, no momento, não há condições logísticas para um controle total e assim fica bem mais fácil o controle das fronteiras interestaduais.] 


Witzel afirmou está trabalhando para diminuir o número de homicídios no estado e que chegou a chamar o ministro da Justiça, Sergio Moro, para juntos apresentarem a situação da violência no Rio à ONU. —  Estamos trabalhando para não acontecer mais ( homicídios ). Todas essas ações: trabalhando para tirar as armas, trabalhando junto às Nações Unidas, levar realmente a causa do genocídio do Rio de Janeiro, que não é o governador — disse. — Eu tentei através do Ministério da Justiça, o ministro Moro, que ele viesse comigo, estou aguardando. Mas, se não vier, nós vamos sozinhos, porque o Rio de Janeiro vai fazer o seu trabalho junto à Organização das Nações Unidas e ao Conselho de Segurança da ONU. Já pedi para entrarem em contato com o Conselho de Segurança da ONU nesta semana para que a eu possa expor o que está acontecendo no Rio de Janeiro e pedir providências junto a esses países.

'Quem tem que ser crucificado é quem vende essas armas'

O governador cita a entrada de contêiners de armas de forma ilegal no Brasil como uma das causas da violência nos morros cariocas e em toda a cidade. Para ele, o Conselho de Segurança da ONU poderia retaliar os países vizinhos "no que diz respeito às armas".

O próprio conselho pode tomar essa decisão: retaliar Paraguai, Bolívia e a Colômbia.  Países que vendem armas para esses países têm que ser proibidos de fazê-lo, sob pena de continuar esse massacre, essa situação sangrenta que vivemos nas comunidades do Rio de Janeiro. E fechar fronteira.
Witzel voltou a defender sua política de segurança e afirmou que "muita gente em volta do Rock in Rio poderia estar morta" caso ele não estivesse fazendo nada. O governador afirmou que a polícia do Rio não deve ser "crucificada" pela violência na cidade:
— Quem tem que ser crucificado, digamos assim, é quem vende essas armas de forma ilícita, passando por países soberanos, para que a comunidade no Rio de Janeiro fique sangrando. O Rio precisa enfrentar de verdade quem está matando os nossos policiais e pessoas inocentes que ficam no meio desta troca de tiros. 

Menina Ágatha
Ao ser questionado se seu governo seria marcado pela morte da menina Ágatha Felix, de 8 anos, atingida por um tiro nas costas quando voltava de um passeio com a mãe, no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio, Witzel afirmou que a oposição tem usado a morte dela como "palco político": 
— Eu vejo que a oposição perdeu discurso. Eles deveria estar discutindo agora como melhorar a educação, mas nós ( o governo ) estamos fazendo com a educação algo que nunca foi feito, com a saúde algo que nunca foi feito, e com a segurança, a mesma coisa, algo que nunca foi feito. Querer fazer palanque de uma criança, ou de quem quer que seja, como palco de político, é uma indecência da oposição. Quem embarca nessa história... Nós temos que respeitar a diversidade, mas quem embarca nessa história está dando eco a uma política perversa contra algo que está sendo bem feito.

Na sexta-feira, primeiro dia do festival, a cantora Lellê, ex-vocalista do Dream Team do Passinho, interrompeu o show que fazia Espaço Favela para pedir uma salva de palmas para Ágatha. — Eu quero celebrar a vida, não quero celebrar a morte. Vamos agir de forma muito rigorosa contra o tráfico de drogas e armas — respondeu o governador.



O Globo - Cultura

domingo, 8 de outubro de 2017

A morte de Cancellier é um desencanto

Proibir um reitor afastado de pisar na universidade serve apenas para humilhá-lo

Depois de ter afastado o professor Luís Carlos Cancellier da reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina, proibindo-o de entrar na instituição e de ter determinado sua prisão provisória (revogada por outra juíza), a doutora Janaína Cassol Machado, titular da 1ª Vara Federal de Florianópolis, atendeu a um requerimento da defesa e decidiu: “Diante do parecer do Ministério Público, deve ser deferido o pedido, ressaltando-se que a última entrevista começa às 17h30, de modo que a autorização deve se estender para às 18h. No entanto, ressalta-se que o ingresso de Luís Carlos Cancellier de Olivo nas dependências da UFSC deve ser deferido única e exclusivamente para participar da sessão pública, na data e horário acima especificado.”

Tradução: o professor podia entrar na universidade no dia 5 de outubro, mas só das 15h às 18h. Terminado o serviço, devia ir embora.  Cancellier não usufruiu o benefício concedido pela juíza. Entrou na Federal de Santa Catarina três dias antes, no final da tarde de 2 de outubro, morto, para ser velado. Ele se suicidara, jogando-se no pátio interno de um shopping center de Florianópolis.

A morte do professor jogou nas costas dos cidadãos que o acusaram, investigaram e mandaram para a cadeia a obrigação de mostrar que fazia sentido submetê-lo ao constrangimento. Se a chamada Operação Ouvidos Moucos acabar em pizza, vai se estimular a impunidade das redes de malfeitorias encravadas em dezenas de programas de bolsas de estudo do país.

Chegou-se a dizer que a operação policial na qual o professor foi preso investigava o desvio de R$ 80 milhões de um programa de educação a distância. Mentira. R$ 80 milhões foi o valor total do programa. As maracutaias não aconteceram durante a gestão de Cancellier. Havia trapaças no pedaço, envolvendo servidores e empresários, mas o reitor nunca foi acusado de ter desviado um só tostão.

Cancellier foi denunciado pelo corregedor da UFSC, doutor Rodolfo Hickel do Prado, por tentar obstruir seu trabalho. Num artigo publicado depois de sua prisão, o reitor revelou que nunca foi ouvido pela auditoria interna. A Polícia Federal investigou o caso, e a delegada Erika Marena, madrinha da marca Lava-Jato, (Flávia Alessandra no filme “A Lei é para todos”) pediu a prisão do reitor. Ela também não o ouviu. Depois de solto, Cancellier ficou proibido de pôr os pés na universidade.

Nos dias de hoje, proibir um reitor afastado de pisar na universidade serve apenas para humilhá-lo. Vale lembrar que a ditadura nunca proibiu os professores que cassou de entrarem nas escolas. Um bilhete encontrado na jaqueta que Cancellier vestia quando se matou diz que “minha morte foi decretada quando fui banido da universidade”. (Quando três ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal obrigam Aécio Neves a dormir em casa, produzem apenas barulho, a menos que estejam defendendo a temperança nas noites de Brasília e do Rio.[nota: considerando que os três ministros autores da bizarra decisão sempre estão em sintonia com o pensamento do ministro Edson Fachin - o que foi ciceroneado em uma visita ao Senado, visita de lobby por ter sido indicado para ministro, por ninguém menos que o bandido Ricardo Saud - o trio de ministros está sendo mais conhecido como Quarteto do Barulho do STF.] )
As patrulhas da polícia e do Ministério Público devem pensar, pelo menos, uma vez antes de mandar prender um cidadão. Isso porque abundam os sinais de que se pensa mais no espetáculo da publicidade do que nos direitos dos brasileiros. Era realmente necessário prender Cancellier? Soltando-o, era necessário proibi-lo de entrar na universidade?
Guimarães Rosa ensinou: “As pessoas não morrem, ficam encantadas”. O reitor Cancellier tornou-se um desencanto para o Brasil da Lava-Jato.

Super Temer se meteu com a SuperTele
Num momento de onipotência, Michel Temer disse que “converso com quem eu quiser, na hora que eu achar mais oportuna e onde eu quiser”. Conversou com Joesley Batista, e deu no que deu.  Temer é um homem frio, mas de vez em quando vira SuperTemer. Esse perigoso personagem recebeu no Planalto uma comitiva de conselheiros da operadora Oi, a ex-telegangue, ex-Telemar e ex-SuperTele. Ela deve R$ 63 bilhões na praça. O grupo estava escoltado por três deputados e representava os interesses do empresário Nelson Tanure, que participou do encontro, sem que seu nome constasse da agenda.

Num rolo desse tamanho, as querelas são muitas, mas vale a pena resgatar uma delas. O conselheiro Hélio Costa, ex-ministro das Comunicações de Lula, anunciou que será “impossível” cumprir o acordo que a Oi assinou com a Anatel, comprometendo-se a transformar em investimentos, num prazo de quatro anos, os R$ 11 bilhões que admite dever à Viúva por conta de multas. Costa (e as demais operadoras que entraram na farra desse “Termo de Ajustamento de Conduta”) querem até 12 anos de refresco.

A operadora ofende o regulamento, é multada e não paga. Mal administrada, quebra. Faz um acordo e promete investir o que deve. Não quer cumprir o trato e vai ao presidente da República, escoltada por três deputados. Quando der bolo, SuperTemer precisará de bons advogados.

O Rio mudou
O governador Luiz Fernando Pezão é amigo de seus amigos. Durante uma audiência formal, tratando de assuntos do Rio, pediu aos visitantes que fizessem doações de livros para a cadeia de Benfica, onde seu padrinho Sérgio Cabral trabalha como bibliotecário.
O juiz Marcelos Bretas fez bem ao Rio. Hoje o governador pede livros a quem vai tratar de negócios com ele.

Ato falho
A defesa de Temer pisou na Bíblia ao chamar os irmãos Joesley e Wesley Batista de “iscariotes”.
Judas foi um traidor, mas ninguém nega que ele era da turma do Nazareno. Jantaram juntos horas antes do beijo infame.
Temer, que ainda não se comparou a Jesus, diz que nunca teve a ver com os Batista.

Stepan (1936-2017)
Morreu Alfred Stepan, o professor americano que, com suas pesquisas, reorientou o conhecimento que os brasileiros tinham sobre seus militares.  Em 1974, a polícia política se preocupou porque o professor Fernando Henrique Cardoso estaria traduzindo o livro de Stepan — “Os militares na política”. Era boato, mas o meganha temia que a “convicção esquerdista” do tradutor contaminasse a obra.

Em 1970, Stepan foi um dos 20 brasilianistas que protestaram diante da abertura de um processo contra o historiador Caio Prado Júnior. Numa das grandes covardias da ditadura, Caio foi condenado a quatro anos e meio de prisão por causa de uma entrevista inócua para um jornalzinho de estudantes.

Estatística
A Olimpíada se confundiu com uma roubalheira, mas o Rock in Rio foi um sucesso, e nele a Viúva não pôs um tostão.
Os organizadores do evento tiveram que tourear 68 órgãos públicos.

Fonte: Elio Gaspari, jornalista

[ Nota para a jornalista Dorrit Harazim:
 - magnifico seu artigo ser ser favorável a devolução do Prêmio Nobel;
Só que inócuo, pois vc mesma diz que o regulamento do Nobel não aceita devolução nem cassação.

Não pegou bem o diálogo que vc contou ao final. 


"Diálogo do século passado: uma senhora que fora assistir a uma exposição de Henri Matisse (1869-1954) teria se indignado com uma de suas telas.

— Mas isso não é uma mulher — protestou ao artista.

— Não, minha senhora. Isso é um quadro — esclareceu Matisse

Vale para os dias de hoje."


No Brasil de hoje tem muitos artistas, vários com o apoio da imprensa, que chamam pedofilia de arte.]

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Rocinha em guerra e Fora Temer no Rock in Rio? Maconha e pó põem AK-47 na mão de traficante

Ah, sim: parece que, em certas áreas da imprensa do Rio, favela voltou a ser chamada de “favela”. 

Como se sabe, naqueles doces anos cabralinos, em que as UPPs eram apresentadas como um milagre, e quase ninguém na imprensa ousava dizer o contrário, as ditas-cujas passaram a ter o epíteto de “comunidade”

Acabou neste domingo a sétima edição do Rock in Rio. Quem puxou o grito “Fora Temer” em algumas apresentações foram os artistas, não o público. A imprensa deu visibilidade para os protestos “arranjados”, e o canal MultiShow, da Globosat, emprestava à coisa ares de quase revolução.  Fica assim provado ser verdadeira a frase: há mesmo gente que não aprende nada nem esquece nada.


Quiseram as circunstâncias, que têm história, que o grande evento se realizasse ao mesmo tempo em que se dá a “guerra na Rocinha”. Aqui e ali, leem-se tolices cuja síntese poderia ser esta: “Enquanto a moçada pulava no Rock in Rio, o Brasil real entrava em guerra na favela…” Por que é uma tolice? Porque as duas coisas fazem parte do Brasil real.  Ou, se quiserem, os dois países são reais. Em um deles, articulam-se com eficiência iniciativa privada e Estado; no outro, faltou o Estado oficial, e a iniciativa privada foi capturada pelo Estado paralelo do crime.

“Fora Temer”? É mesmo? Vamos ver.


“Ozartistas”, esse grupo que anseia ser, no Brasil, uma categoria de pensamento, leram as respectivas denúncias — a primeira e a segunda —, analisaram os indícios apresentados, procederam a um exame técnico e legal do material produzido pelo Ministério Público Federal? Bem, as minhas perguntas são meramente retóricas. Todos conhecemos a resposta.  O “Fora Temer”, nas circunstâncias dadas, seria um golpe. Como aquele sonhado pelo general Hamilton Mourão. Tanto ele como “ozartistas” creem em soluções radicais, rejeitam os instrumentos da democracia e do Estado de Direito e acham que, sob o império das leis que temos, não há solução. “Ozartistas”, em suma, são o general sem uniforme. E o general é a versão “heavy metal” dos que rejeitam “tudo isso que está aí”.


Enquanto gritavam o mantra, mera adesão inercial a uma agenda ideológica que desconhecem, o pau comia na Rocinha. Foi o “Dentro Temer” que autorizou a intervenção do Exército, o que permitiu, diga-se, a realização do Rock in Rio, onde se gritou “Fora Temer”. Até outro dia, note-se, “ozartistas” que ora vociferam boçalidades estavam inteiramente entregues à agenda de Sérgio Cabral. Ou não fui o único na grande imprensa, ao longo dos anos, a lastimar a política de segurança pública do agora ex-governador amaldiçoado? [sem pretensões de ser parte da GRANDE IMPRENSA este Blog PRONTIDÃO TOTAL sempre se manifestou contra a política das UPPs e aos fartos elogios feito àquela política, a grande farsa do Beltrame.



Nunca “ozartistas” perguntaram para onde iam os traficantes que, em tese, fugiam das “comunidades”, como se dizia em carioquês, ocupadas.

Nunca “ozartistas” perguntaram como era possível “pacificar” favelas sem prender os líderes do narcotráfico.

Nunca “ozartistas” perguntam como se operava a mágica de supostamente ocupar território do tráfico sem dar um tiro.

Ao contrário:, aquilo era considerado um milagre da “Cidade Maravilhosa”, sob gestão estadual não menos “maravilhosa” de Cabral. Na campanha de 2010, Dilma prometeu levar o modelo de segurança do Rio para todo o Brasil.
  

Transcrevo um trecho do discurso daquela senhora: “A gente considera que o resultado da política aqui, dessa parceria do governo federal com o governo estadual, aqui, com o governador Sérgio Cabral, ela construiu uma referência no que se refere (!!!) à… No que se refere basicamente à… estruturação de uma política de segurança através das Unidades de Polícia Pacificadora. É transformar territórios em guerra em territórios de paz (…) 

Em muitos estados, não transferiram os chefes do crime organizado para as penitenciárias de segurança máxima. Aqui foi transferido. Os daqui estão em Catanduvas, Campo Grande e Mossoró. Com isso, o que é que acontece? Você tira do presídio os líderes e os cabeças e impede que os presídios sejam transformados em plataformas do crime (…)”


Onde estavam os que gritam, agora, “Fora Temer”, enquanto o Exército, por vontade de Temer, garante a segurança possível no Rio? Bem, acho que estavam votando em Dilma. Não custa lembrar a adesão dos veículos de comunicação do grupo Globo à política cabralina, não? Um grupo de cariocas chegou a lançar um movimento para que José Mariano Beltrame, então secretário de Segurança, recebesse o Prêmio Nobel da Paz.


Por que lembrar isso tudo? Em nome da responsabilidade.

O “Fantástico”, claro!, fez reportagens sobre o último dia do Rock in Rio. Uma delas tratava dos R$ 150 milhões que o governo federal deve investir no ano que vem num calendário de 100 eventos nas áreas de cultura, turismo, esporte e negócios. O conjunto deve atrair algo em torno de R$ 1 bilhão da iniciativa privada. O objetivo é aumentar o fluxo de turistas, aumentando emprego e renda. O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, estava presente ao encontro com empresários e políticos que tratou do assunto. Não teve fala sua no “Fantástico”. O programa, aliás, também noticiou as ações do Exército na Rocinha e a tomada do “bunker” de um traficante. Os ministros Raul Jungmann (Defesa) e Moreira Franco (Secretaria Geral) foram citados. Nada de lhes dar a palavra. Mas, é claro, ganhou destaque o “Fora Temer” durante apresentação de uma banda brasileira.


Ah, sim: parece que, em certas áreas da imprensa do Rio, favela voltou a ser chamada de “favela”. Como se sabe, naqueles doces anos cabralinos, em que as UPPs eram apresentadas como um milagre, e quase ninguém na imprensa ousava dizer o contrário, as ditas-cujas passaram a ter o epíteto de “comunidade”. O termo “favela” passou a ser considerado politicamente incorreto. Não dá mais para esconder: aquela fantasia está desmoralizada, assim como o governo Cabral, e o Rio está na lona. Então a comunidade” voltou a ser “favela”.


A propósito: queimar um baseado no Rock in Rio, cheirar uma carreira ou consumir uma “bala”, gíria para o ecstasy, são ações que põem metralhadoras e fuzis AK-47 nas mãos dos bandidos da Rocinha, que aterrorizam também os trabalhadores da Rocinha, que não têm dinheiro para ir ao Rock in Rio gritar “Fora Temer”.