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sábado, 24 de outubro de 2020

Só no Brasil, pós Constituição de 1988, um absurdo deste pode ocorrer

Ricardo Kertzman

Lula, livre, se torna réu pela quarta vez. Só no Brasil

Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente da República e atual presidiário, temporariamente em liberdade, condenado a quase trinta anos de cadeia por corrupção e lavagem de dinheiro, recebeu nesta sexta-feira (23) mais um processo penal; o de número quatro. Como diria Galvão Bueno: “É tetra! É tetra! É teeeetraaaa!!”

[o Prontidão Total tem como regra evitar publicar notícias sobre criminosos multicondenados;

estamos publicando esta para que nossos dois leitores atualizem a folha corrida do marginal petista. Consideramos questão de tempo para que o multicondenado seja recolhido ao presídio - presídio, penitenciária, é inconcebível que seja recolhido ao 'spa' de Curitiba = dando despesas ao contribuinte a trabalho à Polícia Federal.]

Desta vez, ao lado de Antonio Palocci, o operador da planilha “Amigos”, abastecida por propina cobrada junto às empreiteiras, sobretudo a Odebrecht, e Paulo Okamotto, o eterno faz-tudo, por, em tese, “lavar” cerca de 4 milhões de reais, recebidos indevidamente como se fossem doação ao seu Instituto.

O chefe de quadrilha, conforme o adjetivou o Ministério Público Federal, coleciona inquéritos, processos e condenações criminais como crianças colecionam figurinhas. Lula, ainda segundo o MPF, foi o “cabeça” do Petrolão, mas insiste em se dizer a “alma mais honesta deste País”. O pior é que certos togados supremos parecem concordar. A defesa do meliante petista, é claro, repetiu a ladainha: “é perseguição”. Primeiro, foi Sergio Moro; depois, a juíza Gabriela Hardt; agora, o persecutor é o juiz federal Luiz Antônio Bonat. Afora os três desembargadores  do TRF-4, que ratificaram todas as condenações anteriores. Pobre Lula. Tão bonzinho, tão honesto e tão injustiçado.

Num país em que um senador é flagrado com dinheiro nos fundilhos. Em que um ex-senador, atualmente deputado federal, enviava o primo para recolher dinheiro. Em que um ex-ministro dos últimos três governos anteriores mocava 50 milhões de reais, em espécie, num cafofo em Salvador, até que Lula, de fato, tem razão em reclamar um pouco.

Sem esquecermos, por óbvio, do senador das rachadinhas. Da primeira-dama, agraciada com cheques e mais cheques de um casal ligado às milícias do Rio. Do narcotraficante transnacional, posto em liberdade por um ministro do Supremo, e de outras “pérolas” do gênero, deste pobre país rico, atolado na lama da corrupção e da impunidade.

IstoÉ - Ricardo Kertzman


segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

É Lula de novo: indiciado por corrupção... - Jorge Serrão

Ano quase terminando, e nenhuma novidade para o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O morto-vivo da politicagem brasileira sofre mais um indiciamento por corrupção e lavagem de dinheiro. Desta vez, Lula tem a companhia de Antônio Palocci Filho, Paulo Okamoto e Marcelo Odebrecht. A “República de Curitiba” termina o ano prometendo muito trabalho para 2020.

Todos se acham inocentes. Acontece que foram dedurados por documentos do famoso “Setor de Operações Estruturadas” da Odebrecht, entregues pelo próprio Marcelo Odebrecht (ex-presidente da companhia, demitido recentemente por justa causa). Entre dezembro 2013 e março 2014, a empreiteira repassou R$ 4 milhões, “em doações”, ao Instituto Lula, presidido por Okamoto.  
 

Novidade? Nenhuma... A não ser a repetida cara de pau dos indiciados. Todos juram inocência, apesar das evidências documentais. Exceto Palocci, claro alvo de rigor seletivo, todos os envolvidos estão tecnicamente “soltinhos da silva” – o que, na prática, configura impunidade. O lado “bom”: Lula se desmoraliza a cada dia e, como já proclamou o Presidente Jair Bolsonaro, é “carta fora do baralho”.

 
 
 
Se isto serve de consolo para alguém, vamos em frente... Eu paro por aqui... O negócio é fazer que nem o Bolsonaro: apostar na Mega Sena da Virada... 
 
 
 
E torce para os R$ 300 milhões não saírem para a petelândia, pois eles já estão endinheirados demais e investindo pesado no mercado imobiliário...
 
Blog Alerta Total - Transcrito em 29 dezembro 2019
 

sexta-feira, 12 de julho de 2019

Dinheiro público banca o Lula Livre

Documentos obtidos por ISTOÉ comprovam que a mobilização petista iniciada em abril do ano passado em favor da libertação de Lula é paga com recursos do Fundo Partidário. Valores podem chegar a R$ 1 milhão 

O PT sempre cantarolou que o movimento “Lula Livre” era uma iniciativa intrinsecamente popular — bancada pelo militante abnegado ou no máximo pelos cofres de sindicatos devotos ao petismo — visando pressionar o Poder Judiciário a libertar o ex-presidente Lula, que cumpre pena por corrupção desde abril do ano passado, na sede da Polícia Federal em Curitiba. Contudo, documentos obtidos por ISTOÉ mostram que o movimento dificilmente ficaria em pé e sua voz ecoaria Brasil afora se não houvesse farta utilização de recursos públicos. Prestações de contas da Executiva Nacional petista ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre o montante destinado ao partido pelo Fundo Partidário comprovam que o PT usou dinheiro da União — ou seja, público — na compra de passagens aéreas, diárias de hotéis e alimentação para os petistas irem a Curitiba pedir a soltura do ex-presidente, no pagamento de locação de veículos, no aluguel de salas para reuniões e, até mesmo, no custeio do trabalho de seguranças privados em atos registrados em favor do “Lula Livre”. Em especial, no acampamento erguido próximo à sede da PF de Curitiba.

Do bolso do petista que ostentava estrelinha no peito e faixa rubra na cabeça saiu muito pouco ou quase nada. Já do Fundo Partidário (uma verba pública) foi utilizado em 2018 quase R$ 1 milhão. Independentemente do valor, o importante é que princípio da lei que rege a utilização do recurso público foi quebrado. Advogados eleitorais ouvidos por ISTOÉ afirmam que o partido contrariou frontalmente o que determina a Lei 9.096/95 (Lei dos Partidos Políticos), já que o Fundo Partidário destina-se a sustentar as atividades de organização meramente partidárias, não iniciativas de promoção pessoal de seus filiados, como se verifica clara, expressa e indiscutivelmente no movimento pela libertação do ex-presidente.

A farra das passagens
As planilhas às quais ISTOÉ teve acesso somam aproximadamente 10 mil páginas. Elas revelam que a legenda bancou com a verba despesas de boa parte de seus dirigentes para que eles estivessem presentes em São Bernardo do Campo durante o ato de resistência à prisão de Lula, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, entre os dias 6 e 7 de abril de 2018, ou nos dias seguintes em Curitiba, para onde o petista foi levado preso. Os gastos se estenderam a eventos que pediam a libertação do petista nos meses de maio e começo de junho. Muitas das viagens de parlamentares do PT a Curitiba para visitar Lula na cadeia, como as dos senadores Lindbergh Farias e Gleisi Hoffmann, também foram custeadas pela União. Do mesmo modo que as despesas com deslocamentos de Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo, e da ex-presidente Dilma Rousseff, entraram na cota do dinheiro meu, seu e nosso. Um verdadeiro acinte, para dizer o mínimo.

Os maiores gastos, sem dúvida alguma, foram com passagens aéreas para esses militantes e dirigentes. No período de abril a junho, quando o movimento “Lula Livre” se intensificou e ganhou capilaridade , o partido torrou em torno de R$ 230 mil só com as viagens. Entre os beneficiados pelas passagens aéreas estavam, além da ex-presidente Dilma Rousseff, e do ex-prefeito e candidato a presidente derrotado Fernando Haddad, o ex-presidente da executiva estadual do PT em São Paulo, Emídio de Souza. O Fundo Partidário petista foi generoso ainda com integrantes de executivas estaduais, como da Bahia e Maranhão.

Não houve pudores no gasto com a verba do contribuinte. Por exemplo, para que ela pudesse acompanhar o ato de resistência à prisão de Lula nos dias 6 e 7 de abril, a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, na época senadora, não coçou o bolso. Preferiu, claro, ter despesas pagas no Novotel Jaraguá em São Paulo com recursos extraídos pelo PT do fundo público. Na farra com dinheiro da União, outra figura carimbada do PT não poderia faltar: trata-se do sempre histriônico Lindbergh Faria. Para o hoje “Youtuber”, a hospedagem no Astron Saint Moritz, de São Bernardo do Campo, foi inteiramente quitada pelos cofres públicos. “A utilização de recursos do fundo partidário para a promoção pessoal de um de seus filiados, não se enquadra nas premissas legais estabelecidas no Artigo 44 da Lei dos Partidos Políticos. Assim, ao utilizar-se de recursos públicos, provenientes do fundo partidário, para a promoção de filiado, o partido pode ser obrigado a ressarcir a União”, afirma o advogado especialista em Direito Eleitoral, Francisco Emerenciano

No caso específico de Dilma Rousseff, o PT pagou com recurso público suas passagens de Porto Alegre a São Paulo no dia 7 de abril para que ela pudesse acompanhar a resistência de Lula à prisão em São Bernardo do Campo. O custo foi de R$ 701. Depois, no dia 23 de abril, Dilma teve a passagem de Porto Alegre a Curitiba novamente custeada, no valor de R$ 2.294, para que ela fosse à PF visitar Lula e também participar do evento “Lula Livre” na porta da cadeia. Por ironia do destino, a tentativa de Dilma de ver seu mentor naufragou. A Polícia Federal não permitiu o ingresso da ex-presidente na cela do petista. Na época, a juíza Carolina Lebbos barrou 23 pedidos de visitas ao petista. Além de Dilma, na lista de pessoas que foram visitar Lula com passagens compradas com dinheiro público constavam o ex-prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto, o ex-secretário de movimentos sociais do PT, Renato Simões e Alberto Cantalice, ex-presidente do PT do Rio de Janeiro. Todos foram a Curitiba no dia 9 de abril

Clique aqui, para ler em IstoÉMATÉRIA COMPLETA


 

segunda-feira, 3 de junho de 2019

Gleisi, outra vez ela com suas ideias de jerico

PT faz o jogo de Bolsonaro  



Haveria melhor notícia para o presidente Jair Bolsonaro do que a intenção anunciada por líderes do PT de pegarem carona nas manifestações estudantis contra o "corte" de verbas na Educação para retomarem a campanha por “Lula, livre”?

Foi a presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann, que deu a notícia, ontem, nos bastidores do palco montado na Praça da República, em São Paulo, onde artistas se apresentaram para pedir a libertação de Lula, condenado e preso desde abril do ano passado.  “Lula e educação são inseparáveis. Essa moçada está indo às ruas pelo legado que Lula deixou nesse país”, disse Gleisi. E completou Paulo Okamoto, presidente do Instituto Lula:  “A campanha do Lula Livre se junta à pauta da educação”.

Oportunismo puro. Condenado, por sinal, pelo ex-candidato a presidente da República Fernando Haddad (PT): “O movimento da educação é um movimento da sociedade, independentemente da posição que a pessoa tenha em relação ao PT e ao Lula”.
Haddad teme, e com razão, que a tentativa do PT de tutelar a iniciativa de estudantes, professores e pais de alunos acabe por esvaziar o movimento. Isso é tudo que o governo quer. De longe, Bolsonaro agradece e torce pelo sucesso da nova iniciativa do PT.


 

domingo, 14 de maio de 2017

A caminho da condenação - Lula foge das acusações, entra em contradição e culpa Marisa pelo tríplex


Um réu sem argumento é como um rei despido. Seus súditos, inebriados pelo poder que um dia ele já exerceu e pela imagem imaculada de outrora, o enxergam como se seu corpo estivesse crivado de ouro. Mas o rei está nu, sua alma desvelada, exposta ao constrangimento. Como suas palavras não correspondem mais aos fatos, ele busca táticas escapistas de modo a fugir da realidade. Só que a maioria, à exceção de seu séquito cada vez mais restrito, o vê como ele realmente é. Assim é o réu Luiz Inácio. Na última semana, numa tentativa de livrar-se de uma condenação cada vez mais próxima, o petista assentou sua estratégia em três pilares: o tapetão, a procrastinação e o circo. Foi mal sucedido.

 Antes, durante e depois do interrogatório conduzido pelo juiz Sergio Moro, Lula escancarou a todos sua carência de argumentos e, sobretudo, sua fragilidade moral. Flagrantemente aturdido, agindo como quem realmente tem culpa no cartório, o réu mentiu, recorreu a evasivas, ao já clássico “não sei de nada” e transferiu a responsabilidade pelo tríplex à falecida esposa, Dona Marisa. Segundo Lula, ela chegou a alimentar o desejo de adquirir o imóvel no litoral para investimento.  “Não sei se o senhor tem mulher, mas nem sempre elas perguntam pra gente o que vão fazer”, tergiversou o petista.


Enquanto o juiz Sergio Moro estava munido de agendas e de uma fartura de documentos, Lula, movido por uma espécie de compulsão pela mentira, combatia a realidade. Por exemplo, quando insistiu que não tinha ascendência sobre o PT. O próprio petista reconheceu que, em 2014, convocou o ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, indicado pelo PT, para duas conversas num hangar do aeroporto de Congonhas. O objetivo era “dar-lhe uma reprimenda”. Na conversa, Lula foi direto: “Tenho visto na imprensa que você tem contas no exterior. Você tem contas no exterior? Ele disse que não tinha e para mim acabou aí”
  VIGILÂNCIA ESPECIAL Ao chegar ao fórum, Lula foi escoltado por agentes da PF 

O juiz, então, questionou Lula sobre o que o levou a inquirir Duque e não outros ex-diretores da Petrobras, como Paulo Roberto Costa, ao que o réu respondeu, entrando em contradição: “O Duque tinha sido indicado pela bancada do PT”. Ora, Lula exercia ou não influência sobre o partido? Se não exercia, por que resolveu dar uma dura em Duque, apadrinhado pelo partido? A delação do ex-marqueteiro João Santana, tornada pública na quinta-feira 11, forneceu a resposta definitiva, ao confirmar o relato de outros delatores. Segundo Santana, “Lula sabia e dava a palavra final como chefe”.

As mentiras do réu
O réu Luiz Inácio também faltou com a verdade ao dizer que só soube do tríplex em 2005, quando Marisa adquiriu uma cota do imóvel, e em 2013, ocasião em que o presidente da OAS, Léo Pinheiro, lhe falou sobre o apartamento. Ocorre que durante esse tempo todo o imóvel já constava em sua declaração do Imposto de Renda. E, em 2010, depois de reportagem do jornal O Globo, uma nota oficial emitida pela Presidência da República confirmou que o então presidente era sim dono do imóvel. Lula só passou a negar a propriedade do apartamento depois que a OAS foi envolvida no escândalo da Lava Jato, em 2014. À primeira pergunta do juiz, Lula foi logo dizendo: “Não solicitei, não paguei e não tenho tríplex”. Estava treinado para isso. 



Ao tentar justificar o que foi fazer no imóvel em fevereiro de 2014 acompanhado pelo presidente da OAS, Léo Pinheiro, e de sua mulher Marisa, Lula voltou a se complicar. “Estive lá e coloquei 500 defeitos no apartamento”. Quando o juiz quis saber se ele havia comunicado a Pinheiro a intenção de não ficar com o tríplex, o petista se embaraçou: “Não comuniquei. Ele disse que iria analisar o que poderia fazer e depois me falaria, mas nunca mais conversamos sobre o assunto”. Tratou-se de mais uma mentira, porque na sequência Dona Marisa e seu filho Fábio Luiz comandaram as reformas no apartamento. “Sua mulher voltou ao apartamento depois?”, quis saber Moro. O réu, acuado, respondeu: “Parece que sim”. “Parece ou foi?”, replicou o juiz. “Me parece que ela foi lá com meu filho Fábio em agosto, mas ela não me falou nada. Soube pelo meu filho”. “Parece, quem sabe, talvez, não sei de nada” foram as expressões mais utilizadas pelo réu Luiz Inácio quando confrontado com questões que o incriminavam. Só o termo “não sei” foi usado 82 vezes. Já nas situações em que ele não estava envolvido diretamente, Lula demonstrava memória de elefante: “Quem indicou o Jorge Zelada para a diretoria da Petrobras foi o PMDB”, disse sem titubear.

De antemão, Lula já sabia que não teria argumentos jurídicos para enfrentar Moro. Por isso, seus advogados fizeram uma verdadeira maratona nos tribunais. Estava em curso a estratégia do “tapetão”. No total, sua banca impetrou sete habeas corpus no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Lula perdeu todas. Primeiro, tentaram tornar o juiz Moro incompetente para julgar o caso. 

 Depois quiseram adiar a audiência, alegando que não haviam tido tempo para analisar documentos recebidos da Petrobras. A defesa alegou ser “materialmente impossível” analisar o processo – “5,42 gigabytes de mídia e cerca de 5 mil documentos estimados em cerca de 100 mil páginas” – até a data do depoimento. Esse é o típico caso, como dizia Tancredo Neves, em que a esperteza foi demais e engoliu o dono: a documentação que a Petrobras anexou ao processo foi requerida pela própria defesa e não estava relacionada aos contratos indicados na denúncia. 

Desta vez, a tática era da “procrastinação”. “Não há ilegalidade no não fornecimento de contratos e documentos que não digam respeito às imputações não contidas na denúncia”, explicou o juiz federal Nivaldo Brunoni. Em seguida, quiseram filmar a audiência com equipe própria, ignorando o fato de que a Justiça do Paraná divulga todos os vídeos das audiências no site oficial do tribunal impreterivelmente meia hora depois de terminada a sessão. Ao fim e ao cabo, os advogados do petista recorreram à Justiça para conseguir entrar na sala de audiências portando celulares. Todas as exigências de Lula foram reprovadas. 


Pena de 20 anos de prisão
Juridicamente num beco sem saída, o réu Luiz Inácio procurou espetacularizar o evento. Mas não conseguiu transformar o interrogatório num comício, como fizera em seu primeiro depoimento à Justiça de Brasília. Quando tentou politizar o discurso, foi admoestado por Moro, que lembrou-lhe que ele não estava lá para “fazer balanço” de governo. De fato, o estratagema do “circo” não rendeu como esperado. No Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, o petista desembarcou de jatinho para poder ser recebido pela militância. O avião de prefixo PR-BIR, pertence ao ex-ministro Walfrido Mares Guia, também réu no mensalão mineiro. Um vôo fretado de São Paulo a Curitiba custa em média R$ 20 mil, mas Lula novamente pediu favores a um amigo. A polêmica da viagem a jato não foi compensada pelo benefício. A carreata até o fórum de Curitiba constituiu um fracasso de público: somente 48 pessoas o acompanharam. Depois da audiência, Lula foi aguardado por cinco mil pessoas – bem menos do que as 50 mil esperadas inicialmente. Em seu discurso para a militância, chorou lágrimas de crocodilo. “Quero ser julgado pelo povo”, entoou.

O petista foi o último dos sete réus da ação do tríplex a ser ouvido pelo juiz Sergio Moro. O magistrado abriu prazo de cinco dias para que os advogados das partes anexem os últimos documentos necessários. No próximo dia 16, Moro vai abrir prazo para que a defesa e o Ministério Público Federal façam as considerações finais. O prazo termina no dia 31 de maio. A partir daí, o juiz estará pronto para a sentença, possivelmente até o final de junho. Lula é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por ter recebido R$ 3,7 milhões da OAS – para a aquisição do tríplex e para o pagamento da Granero pela mudança a São Paulo, quando deixou a Presidência. A estimativa de advogados especialistas na Lava Jato é que ele possa ser condenado a 20 anos de prisão.

O depoimento, as circunstâncias que o cercaram, bem como as estratégias adotadas pelo petista para não encarar a realidade dos fatos, deixaram claro: Lula não é inocente. Confirmada a condenação por Moro, Lula poderá recorrer à segunda instância. Em geral, o TRF4 leva de seis meses a um ano para despachar sobre um recurso. Por isso, a tendência é que até junho do ano que vem Lula possa ter a pena confirmada. Condenado em segunda instância, torna-se automaticamente um “ficha-suja”, razão pela qual não poderá disputar as eleições em 2018. Seu destino pode ser a cadeia. Por isso, o réu Luiz Inácio é hoje um personagem que desperta comiseração: um político que hoje busca alcançar a todo custo o Palácio do Planalto. Não para governar um País e fazê-lo retomar a trilha da prosperidade, mas para servir-lhe de refúgio jurídico, tornando-o imune a processos criminais, condenações e prisões. E saciar sua vingança contra opositores, agentes públicos e a imprensa. Como dizia Voltaire, no entanto, quem se vinga depois da vitória é indigno de vencer.

Terceirizar a culpa para alguém que já faleceu, principalmente quando esta pessoa é sua mulher, constitui o cúmulo da apelação. Primeiro porque ela encontra-se impossibilitada de fazer sua defesa. Depois, porque é de uma perversidade sem igual. No dialeto chulo de presidiários, o comportamento de Lula se traduz pela frase: “joga tudo no morto”. No caso, na esposa morta. “As afirmações em relação à Dona Marisa é um tanto triste de se ver feitas”, lamentou o procurador Carlos Fernando dos Santos. Nas redes sociais, a sociedade também reagiu indignada. E com razão.

Para ampliar a gravidade do gesto, trata-se de uma mentira deslavada. Ao transferir o peso da responsabilidade pelas negociações do imóvel à esposa morta, o petista conferiu à companheira de quatro décadas um papel que ela jamais e em tempo algum exerceu: a da mulher que cuida das finanças e do patrimônio do casal. O perfil “Marisa investidora” não guarda qualquer conexão com a realidade. Quando Lula era presidente da República, a entourage do governo fazia questão que Dona Marisa mantivesse uma distância regulamentar do governo e das negociatas – políticas ou não – do marido. A esposa formava a retaguarda afetiva de Lula. Avocou para si a tarefa de cuidar do jardim, plantar horta, de se preocupar com a dieta do marido e cuidar dos filhos e netos. “Vamos, bem. O menino está sem chave”, disse, certa feita, Marisa, interrompendo Lula num churrasco oferecido aos amigos. O casal deixou o evento de mãos dadas para, juntos, abrirem a casa onde moravam ao filho caçula, antes de o petista alcançar o poder. Na última semana, esse elo, definitivamente, foi quebrado. Por Lula. Triste fim.

Há uma expressão popular que se aplica até hoje: “O peixe morre pela boca”. Foi justamente uma declaração do ex-presidente Lula em seu depoimento à Justiça que embasou a determinação do juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, de suspender por tempo indeterminado as atividades do instituto que leva o nome do petista réu em cinco processos judiciais. Para a Justiça, o Instituto Lula pode ter sido local da trama de vários crimes, entre os quais, os relacionados com a Lava Jato. Lula disse que o Instituto virou o “Posto Ipiranga”, onde se tratava de assuntos nem sempre relacionados com a entidade.

Fonte: Isto É

 

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Assim, acabam absolvendo Lula

Nosso Guia é ‘amigo’ de Odebrecht, mas daí a dizer-se que ele é o ‘amigo’ da planilha vai enorme distância

O conjunto de investigações que é associado genérica e impropriamente à Operação Lava-Jato está se transformando num parque de diversões. Há um magistrado que já apelidaram de Walt Disney, assim há procuradores e policiais que caçam holofotes. É compreensível que isso aconteça, sobretudo quando, de uma hora para outra, aparece um empreiteiro presenteando a mulher de um governador com brilhantes da Van Cleef.

O delegado federal Filipe Hille Pace, que investiga traficâncias do ex-ministro Antonio Palocci com a empreiteira Odebrecht, revelou sua suspeita de que Lula seja o “amigo” que recebia dinheiro da empreiteira. Fez isso na linguagem contorcida de quem diz, mas não afirma. A ele:  “Muito embora haja respaldo probatório e coerência investigativa em se considerar que o ‘amigo’ das planilhas (...) faça referência a Luiz Inácio Lula da Silva, a apuração de responsabilidade criminal do ex-presidente da República não compete ao núcleo investigativo do GT Lava-Jato do qual esta Autoridade Policial faz parte.”

O “respaldo probatório” conhecido está em várias referências a Lula, sempre mencionado como amigo de Emílio Odebrecht. Sendo ele amigo do dono da empresa, seria ele o “amigo” que recebeu R$ 8 milhões. Lula e a Odebrecht têm muitos amigos, mas essa cova é curta. O próprio delegado ressalvou que “a apuração da responsabilidade criminal do ex-presidente da República não compete ao núcleo investigativo” do qual faz parte. Sendo assim, foi despropositada a inexorável e deliberada publicidade obtida pela divulgação de sua suspeita. Se o assunto não é da sua alçada, teria feito melhor mantivesse o caso nos canais investigativos da corporação.

Como Lula afirma que nunca soube de nada, não é dono do apartamento do Guarujá e nada tem a ver com o sítio de Atibaia, se amanhã alguém disser que ele estava no depósito de livros de Dallas na manhã na manhã de 22 de novembro de 1963, haverá quem acredite que, finalmente, se descobriu quem matou John Kennedy.  Contam-se em muitos milhares as pessoas que desejam ver Lula preso. Tamanha é essa esperança que na semana passada, quando a Polícia Federal vagou três celas na carceragem de Curitiba e ocupou uma com Eduardo Cunha, muita gente boa acreditou que as outras duas estavam reservada para Lula e seu escudeiro Paulo Okamoto. Informados de que o carro da Federal viria buscá-lo, petistas já madrugaram na porta de seu edifício.

Admita-se que resolvam prender Lula porque, de acordo com os documentos conhecidos, ele seria o “amigo” que recebeu R$ 8 milhões da Odebrecht. Nesse caso, os trabalhos seriam dois: primeiro, prendê-lo, em seguida, soltá-lo. Em março, o ex-presidente foi conduzido coercitivamente a uma delegacia. O balanço do episódio foi a sua martirização, papel em que há 40 anos ele se sente bem.

Repetiu-se a dose em setembro, quando o Ministério Público fez um teatrinho infantil, apresentando-o como cabeça da hidra da roubalheira. Num gráfico de PowerPoint, nem do português cuidaram, mencionando uma “propinocracia”. Essa espetacularização foi criticada pelo próprio ministro Teori Zavascki. Na ocasião, o relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal cobrou respeito à “seriedade que se exige na apuração desses fatos”.
Não custa ouvi-lo.

Fonte: O Globo - Elio Gaspari, jornalista
 

domingo, 18 de setembro de 2016

Se condenado, pena mínima de Lula deve chegar a 35 anos de prisão

Ex-presidente tem sete acusações de corrupção passiva e 64 de lavagem de dinheiro. Ele ainda teria de devolver R$ 87,6 milhões à Petrobras, por danos

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente da empreiteira OAS Léo Pinheiro estão sujeitos a penas de mais de 30 anos de cadeia caso o juiz da Operação Lava-Jato no Paraná, Sérgio Moro, atenda exatamente a todos os pedidos de condenação feitos pelo Ministério Público no caso do triplex. Levantamento do Correio, com base na denúncia, na legislação e na experiência de juízes, procuradores e professores de direito penal consultados, aponta que os dois serão os mais afetados por uma eventual condenação do magistrado.

Para Lula, a pena mínima seria de 35 anos e 4 meses de cadeia, mais multa, além de pagamento de R$ 87,6 milhões por danos causados, valores destinados à Petrobras. Ele foi acusado de sete atos de corrupção passiva qualificada e majorada e 64 de lavagem de dinheiro. Em caso de condenação às penas máximas, o que é raro, segundo fontes ouvidas pelo jornal, a punição subiria para até 125 anos, 9 meses e 10 dias.

Para o empreiteiro e ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, a pena mínima seria de 40 anos e 8 meses de cadeia, mais multa e pagamento de ressarcimento de danos de R$ 58 milhões à Petrobras — montante que deveria quitar conjuntamente com o ex-diretor da construtora Agenor Franklin de Medeiros. Léo foi denunciado por nove atos de corrupção ativa e 64 de lavagem de dinheiro. Se for punido no grau máximo da lei, as penas subiriam para 221 anos, 9 meses e 10 dias de cadeia. A esposa do ex-presidente, Marisa Letícia Lula da Silva, está sujeita a penas de 12 a 50 anos de prisão. O amigo e presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto, de 4 a 27 anos. A denúncia atinge mais três funcionários da OAS: Paulo Gordilho, Fábio Yonamine e Roberto Moreira.

O juiz Sérgio Moro deve receber ou rejeitar a denúncia na semana que vem, depois serão marcados depoimentos de testemunhas e réus. A seguir, a acusação e a defesa escrevem as alegações finais. O magistrado dará sua sentença, absolvendo ou condenando os réus. No segundo caso, ele deve considerar uma série de fatores, explica coordenador do curso de direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV) no Rio de Janeiro, Thiago Bottino.
 

Fonte: Correio Braziliense

 

 

sábado, 5 de março de 2016

Lula entenda: entre perder tempo enviando oficio para analfabeto o juiz Sérgio Moro preferiu usar a autoridade que possui e te obrigar a comparecer a PF



"Se Moro quisesse me ouvir era só me mandar um ofício", diz Lula
Nesta manhã, o ex-presidente prestou depoimento sobre acusações de recebimento de propina. As residências dele e o Instituto Lula foram alvos da Operação Aletheia
Após prestar depoimento na Polícia Federal, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu entrevista coletiva na sede do Diretório do Partido dos Trabalhadores (PT), em São Paulo. Ele se defendeu das acusações que pesam contra ele nas investigações da Operação Lava-Jato. “Se o [juiz Sérgio] Moro quisesse me ouvir, era só me mandar um ofício que eu ia prestar esclarecimento porque eu não devo e não temo”.

Lula comentou que chegou a desmarcar férias para prestar esclarecimentos à PF e ao Ministério Público. “Só existe uma intenção nesse comportamento da Justiça, que é muito grave. (...) Um processo em que a pirotecnia é maior qualquer coisa. É mais importante que a investigação que deve ser feita”.

Documentos do Instituto Lula foram destruídos, segundo PF e Receita

A Polícia Federal e a Receita têm motivos para acreditar no vazamento de parte da investigação envolvendo pagamentos e favorecimentos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo os investigadores e fontes do Correio, documentos e computadores do Instituto Lula foram levados para outro lugar ou até mesmo destruídos para evitar que a operação encontrasse provas.

A procuradoria investiga os pagamentos que as empreiteiras investigadas na Lava-Jato fizeram ao Instituto Lula, no valor de R$ 20,7 milhões, e à LILS, de R$ 10 milhões. Os valores representam 59% e 47%, respectivamente, dos recursos recebidos entre 2011 e 2014. Os clientes eram as empreiteiras Camargo Correa, OAS, Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e UTC.

Do instituto e da empresa, o dinheiro seguia para familiares do ex-presidente e para integrantes do partido.
A própria presidência do Instituto foi ocupada, em dado momento, por ex-tesoureiro de sua campanha que é apontado por colaboradores como recebedor de propinas que somaram aproximadamente R$ 3 milhões, decorrentes de contratos com a Petrobras, o que, mais uma vez, mostra o vínculo de pessoas muito próximas ao ex-Presidente com os crimes e indica possível ligação das próprias empresas ao esquema ilícito e partidário que vitimou a Petrobras.”

Há suspeitas da polícia federal e da Receita Federal de que funcionários do Instituto Lula retiraram uma série de documentos do local para dificultar a apuração de provas contra o ex-presidente Lula, que foi levado para depor hoje diante das suspeitas de que teria se beneficiado do esquema de corrupção que destruiu o caixa da Petrobras. Houve vazamentos sobre a 24ª fase da Operação Lava-Jato.

Segundo agentes encarregados de coletar documentos e computadores do Instituto Lula, pouca coisa foi encontrada no local. Há suspeitas de que tudo foi retirado e destruído para evitar provas contra o ex-presidente. Foram encontrados poucos dados digitais, que podem ser insuficientes para confirmar as denúncias de favorecimento do Instituto por empreiteiras que desviaram recursos da Petrobras.

Fiscais da Receita acreditam que tudo foi orquestrado para dificultar as investigações. Além de Lula, foi levado para prestar depoimentos um importante funcionários do Instituto Lula, Paulo Okamoto , uma das pessoas mais próximas de Lula. A polícia fez buscas e apreensões na casa de Clara Ant, assessora especial do ex-presidente.

A Receita levantou duas fontes principais de suspeita de irregularidades:
o fato de funcionários e pessoas ligadas ao Instituto Lula serem responsáveis pela contabilidade da LILS e a constatação de que as cinco principais empresas contratantes de palestras do ex-presidente são as mesmas que fizeram grandes doações ao instituto. “São as mesmas cinco que contrataram palestras da LILS e fizeram doações ao Instituto Lula entre 2011 e 2012. Se para algum ou outro pagamento dessas palestras for confirmada que a mesma não ocorreu efetivamente, esse fato é uma irregularidade”, disse Roberto Leonel.

A suspeita do Ministério Público Federal é de que pagamentos feitos ao ex-presidente Lula possam configurar enriquecimento ilícito, assim como pagamentos feitos pelo Instituto Lula a empresas dos filhos do ex-presidente possam ter resultado em vantagens indevidas.
 
Aproximadamente R$ 30 milhões de doações e pagamentos feitos por grandes empreiteiras são alvo de investigação, disse o delegado da PF Carlos Fernando dos Santos Lima.

Com informações da Agência Brasil

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Lula: temos que ajudar Dilma a sair da "encalacrada que a oposição colocou"

Lula é tão estúpido que acusa a oposição pelo ninho de cobras em que a Dilma se meteu - esquece que foi Dilma quem decidiu mentir descaradamente, para vencer as eleições.

Venceu as eleições e agora está desmoralizada - por incompetência e ser uma mentirosa - e prestes a ser expulsa da presidência

O ex-presidente cobrou respostas e propostas da juventude do PT e disse que "escrever num documento 'Fora Levy, ou fora PMDB' é muito pouco"

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou nesta sexta-feira (20/11) que é preciso empenho para defender o mandato da presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, antes de pensar em 2016 e 2018, é preciso tirar o governo da agonia criada pela oposição. "Temos que ajudar a companheira Dilma a sair da encalacrada que a oposição nos colocou depois das eleições", defendeu, durante o 3º Congresso da Juventude do PT, em Brasília. "Eles não souberam perder."

Lula disse ainda que o partido pode fazer uma "surpresa" para aqueles que acham que o PT já acabou e que é fundamental que o partido se fortaleça ainda mais nas eleições do ano que vem para garantir a continuidade do seu projeto. "Não tem 2018 se a gente não tiver 2016", disse. "Nós precisamos construir 2016, precisamos ter candidatos onde puder ter candidato."


Sem citar os prováveis adversários do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, Lula afirmou que a mídia trabalha para mostrar que a política está apodrecida. "E aí quem tenta resolver possivelmente seja um programa de TV ou um apresentador", disse. Na pré-campanha em São Paulo, nomes de jornalistas e apresentadores como Celso Russomano (PRB), João Dória (PSDB) e José Luiz Datena (PP) aparecem na disputa.

O ex-presidente voltou a dizer que não se pode permitir "que ladrão fique chamando petista de ladrão" e fez uma defesa do ex-tesoureiro João Vaccari, preso por suspeita de corrupção no esquema de propina da Petrobras. "Eu quero saber se o dinheiro do PSDB foi buscado numa sacristia", provocou. [Lula, agora são 99,99% dos petistas que são chamados merecidamente de ladrão e você não está entre as poucas exceções.]


Cobrança dos jovens
Lula minimizou as palavras de ordem que ouviu de jovens do PT e lembrou o episódio de criação do partido, em 1980, para dizer que na época "havia muito mais radicalismo". "As palavras de ordem que estou vendo aqui é como doce de cupuaçu em comparação ao que a gente ouvia no Colégio Sion", disse - o colégio Sion, em São Paulo, foi palco de uma reunião que culminou com a criação do PT.


Lula ouviu cobranças da juventude do PT assim que subiu no palco: "Lula, eu quero ver você romper com o PMDB", gritavam. Os jovens também pediam a saída do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O petista afirmou acreditar que o "ideal" seria que um único partido pudesse governar tudo. "O ideal de um partido é que ele pudesse ganhar a presidente, 27 governadores, 81 senadores e 513 deputados sem se aliar a ninguém", disse. "Seria maravilhoso."

Depois, o ex-presidente ponderou que isso é uma utopia e que é preciso aceitar o resultado das eleições e "construir a governabilidade". "Entre a política e o sonho, entre o meu desejo ideológico partidário e o mundo real da política, tem uma distancia enorme", disse. Lula afirmou que as alianças são fundamentais já que sempre "alguém vai ganhar e alguém vai perder".

Os jovens pediram, ainda, a saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy e abriram uma faixa escrita "Nem Meirelles, Nem Levy", numa referência ao ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.Lula nega, publicamente, que esteja atuando para convencer a presidente Dilma pela substituição de Levy por Henrique Meirelles, que foi presidente do Banco Central durante seus mandatos. 

Lula cobrou respostas e propostas da juventude e disse que "apenas escrever num documento 'Fora Levy, ou fora PMDB', é muito pouco". Ao discursar, afirmou que em encontro recente com o ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, os dois conversaram sobre a possibilidade de escrever um livro ou fazer um vídeo para "provocar a juventude a assumir um papel mais importante na política".
Antes das cobranças, o ex-presidente foi recebido aos gritos de "Lula guerreiro do povo brasileiro". A frase também estampa algumas faixas que ocupam o ginásio onde cartazes com fotos estilizadas de petistas que tiveram os nomes envolvidos nos escândalos do mensalão e da Lava Jato, como o ex-ministro José Dirceu e o ex-tesoureiro do partido, João Vaccari - ambos presos

Também estavam presentes no evento presidente nacional do PT, Rui Falcão, o presidente da CUT, Vagner Freitas, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto, os deputados Zé Geraldo e Paulo Pimenta.


Fonte: Correio Braziliense