Ação conjunta tem como alvo chefes da maior facção criminosa em atuação no estado do Rio
A Polícia Militar afirmou que busca em área de mata no Complexo da Penha, Zona Norte do Rio, mais suspeitos que possam estar feridos ou mortos. A corporação não descarta a possibilidade de encontrar pessoas mortas, além das 11 já contabilizadas, após o confronto.
O porta-voz da Polícia Militar, tenente-coronel Ivan Blaz, em entrevista à Rádio BandNews FM, afirmou que os corpos estão sendo identificados e que há a possibilidade de outros serem encontrados no alto da comunidade. Há registro de ao menos dois feridos.
— Como tem confronto em área de mata, é difícil precisar se há ou não mais mortos. Tem mata fechada, pouca visualização do oponente, e pode ter criminosos feridos, como no Salgueiro que só apareceram depois. Essa é a realidade. Vamos usar a aeronave nas buscas. Mas, é provável que outras pessoas possam aparecer feridas ou mortas — diz Blaz.
Em meio à operação, policiais militares reforçam o patrulhamento em diversas ruas da região do Complexo da Penha e em bairros vizinhos, como na Avenida Nossa Senhora da Penha, um dos acessos à Vila Cruzeiro; na esquina das ruas Bento Cardoso com Jacaraú, na Penha; e também na Rua Uranos, em Olaria, na esquina com a Rua Piancó.
O porta-voz da PM, tenente-coronel Ivan Blaz, em entrevista à rádio CBN, ressaltou o impacto da ação na vida dos moradores da região: — São centenas de milhares de moradores, e essa ação impacta no funcionamento público, como escolas e postos de saúde. Infelizmente, essa é uma rotina dessas pessoas. Infelizmente, gostaríamos de chegar lá e sair após a ação. Mas criminosos ali se encastelam e trocam tiros com a polícia.
Sobre a retomada do território por criminosos, já que a região foi pacificada, Blaz afirmou que “a UPP levou serviços de segurança para moradores que viviam à margem da segurança”. — A ação que a UPP faz ainda é de suma importância. Logicamente, sabemos que a solução está além do esperado. Não é só com polícia que se resolve o problema.
De acordo com informações da direção do Hospital Estadual Getúlio Vargas (HEGV), na Penha, até o momento, 12 pessoas, foram encaminhadas à unidade, vindas do Complexo da Penha. Todas vítimas de perfuração por arma de fogo na operação policial que está acontecendo na área da Vila do Cruzeiro, no Complexo da Penha. A unidade informou ainda que dez óbitos foram constatados na emergência. Duas vítimas estão em atendimento no setor de trauma, segundo a direção do hospital.
Seis carros e 10 motos utilizados por traficantes durante operação militar foram abandonados na região conhecida como "Vacaria" e encontrados pelos militares. A localidade é a mesma que serviu como rota de fuga de bandidos em 2010, na ocasião da ocupação do Complexo do Alemão. Durante a ação desta terça-feira, foram apreendidos, até as 9h, diversos armamentos, sendo 13 fuzis e dez granadas, além de pistolas. De acordo com porta-voz da PM, major Ivan Blaz, essas armas vêm de outros países. — Esse são fuzis produzidos na China e no Leste Europeu que vem para o país no tráfico internacional de armas. São armamentos longos que podem vitimar pessoas a longa distância, como aconteceu com a moradora.
Os militares também apreenderam drogas na região do Complexo da Penha.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram a troca de tiros desde a madrugada desta terça-feira. Quem mora na região diz que o clima é de medo. Nas cenas gravadas pelos moradores, é possível ver um blindado militar circulando dentro da comunidade e pessoas carregando corpos por conta própria para o hospital. Em outro vídeo, moradores fazem uma manifestação na Rua 14 por conta do número de mortes e queimam madeiras e caixas de papelão.