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sábado, 4 de setembro de 2021

O terror chega a São Paulo - Revista Oeste

Bandidos fazem 'escudo humano' com moradores de Araçatuba  | Foto: Reprodução
Bandidos fazem 'escudo humano' com moradores de Araçatuba | Foto: Reprodução
 
Araçatuba, 200 mil habitantes, 500 quilômetros a noroeste da capital paulista. Pouco antes da meia-noite do domingo 29 de agosto. Cem quilos de explosivos estão espalhados em 28 pontos da cidade, prontos para ser detonados pelo celular ou por aproximação. Por três horas, a Praça Rui Barbosa, no centro, vive o terror. Ali, estão localizadas as agências da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil.

Na segunda-feira, o comércio amanhece com as portas fechadas pelo medo. Não há aulas nas escolas nem transporte coletivo regular. Ruas e praças são bloqueadas. Uma multidão permanece nas janelas acompanhando a varredura do esquadrão antibombas da Polícia Militar de São Paulo, o Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais). O que se viu foi a mais sofisticada ação de terrorismo urbano já registrada no Estado.

Três pessoas morreram no tiroteio, uma delas um criminoso conhecido no sistema penitenciário por integrar a facção Primeiro Comando da Capital, o PCC. Cinco moradores foram levados a hospitais com ferimentos, um em estado grave. Um jovem que estava de bicicleta teve de amputar os pés pela explosão de um artefato. Sete dos cerca de 30 assaltantes foram presos em cidades do interior até agora. Ainda não foi divulgado o montante roubado porque, como os bancos são públicos, a Polícia Federal assumiu a investigação.

As cenas hollywoodianas captadas por celulares são chocantes: quem estava na rua naquele horário foi feito refém e colocado no teto e no capô de carros como escudo humano para evitar o revide da polícia. Algumas vias foram interditadas por veículos incendiados, inclusive caminhões, para dificultar a chegada do Baep (a tropa de elite do interior, como a Rota na capital), enquanto os caixas eletrônicos foram dinamitados.

Os criminosos optaram por um momento em que pudessem fazer reféns na rua.

A contraofensiva da Polícia Militar ainda deparou com um potente poderio de tiro da quadrilha, modernos fuzis e metralhadoras, além de coletes à prova de balas, capacetes, balaclavas e instrumentos militares. Toda a ação da quadrilha foi coordenada pelo uso de um drone, que apontava o deslocamento das viaturas e que depois indicou rotas de fuga. Segundo os investigadores, o bando também posicionou homens próximos à base aérea da PM no aeroporto da cidade, a 8 quilômetros de distância. O objetivo era avisar os comparsas caso o helicóptero Águia decolasse. Foram inclusive encontradas munições para fuzis 762 e .50, com potencial para derrubar aeronaves.

O modelo empresarial do PCC
O tenente-coronel da reserva da PM Diógenes Lucca, fundador do Gate, atuou por mais de 30 anos em operações como a desta semana. Ele afirmou a Oeste que as imagens que rodaram o país são “um marco divisor” nessa modalidade de crime. “Foi a ação mais sofisticada que se tem registro”, disse. “O que mais me chamou a atenção foi a quantidade de explosivos no modelo metalon com acionamento por celular. O segundo ponto foram os carros adaptados com pequenas aberturas circulares nos vidros (feitas com serra-copo) para passar apenas o cano dos fuzis (como os blindados militares). Por fim, o horário: eles normalmente agem no meio da madrugada, mas, desta vez, optaram por um momento em que pudessem fazer reféns na rua.”

Ações como essa foram batizadas de “novo cangaço”. O nome técnico é “domínio de cidades”, mas o apelido se deve ao começo dessa onda de crimes nos rincões do Nordeste há 20 anos. Um grupo de bandidos planeja um grande assalto em municípios de tamanho médio, distantes de onde vivem, e depois reparte o dinheiro.

Apesar da presença já confirmada de integrantes do PCC, a polícia ainda não tem certeza se essa investida partiu do comando da facção. É bem provável que não. A principal linha de investigação indica que o PCC cedeu, como tem feito ultimamente, suas armas e equipamentos em troca de uma parte da bolada. Em suma, o modelo empresarial de negócio consiste em financiar a ação. O pagamento é feito com uma fatia do valor roubado pelo “aluguel” do arsenal.

Funciona assim também com saques de cargas de eletrônicos que desembarcam no Aeroporto de Viracopos, na região de Campinas, sob escolta de empresas de segurança privada que não têm tamanho aparato bélico e acabam derrotadas. Dada a quantidade de sumiços de carretas, a área é tratada como “Triângulo das Bermudas” pela polícia e passou a ser evitada pelos gigantes do setor.

“A principal fonte de renda do PCC é o tráfico de drogas, mas vem crescendo muito o lucro com grandes roubos de bancos e cargas valiosas”, afirma o deputado Guilherme Derrite (PP), capitão da Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar). “São verdadeiros empresários do crime. Fornecem a infraestrutura e a mão de obra para a execução e ganham bilhões de reais por ano.”

Um Porsche para a fuga
Foi em Campinas, aliás, que o megaassalto foi arquitetado, de acordo com uma reportagem da TV Bandeirantes. Um dos suspeitos presos pela Polícia Federal organizava reuniões de planejamento em sua casa havia dois meses. O promotor Lincoln Gakiya, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), diz que o treinamento dos terroristas urbanos é feito em países como Paraguai e Bolívia.

Esse planejamento tático também envolve o recrutamento de especialistas no preparo do  artesanal de explosivos disparados a distância, de pilotos de drones para traçar a logística e de motoristas de fuga, responsáveis pelo despacho e pela troca de veículos a cada trecho. Quase sempre há um carro veloz para o escape com o produto do roubo. No ataque a Araçatuba, o veículo usado foi um Porsche, localizado no dia seguinte numa cidade vizinha. Também são usadas motos se o grupo for encurralado. O objetivo é escoar o dinheiro com agilidade e pulverizá-lo para evitar o rastreio.

Outro dado importante é a data escolhida para os ataques. Por exemplo, na virada do mês, os bancos públicos são abastecidos com enorme volume de dinheiro vivo para saques dos beneficiários de programas sociais do governo. As quantias desembarcam nos chamados Seret (sigla que significa uma espécie de tesouraria regional do Banco do Brasil), mas não há comunicação prévia da entrega pela instituição às polícias estaduais, o que se torna um prato cheio para a bandidagem. Foi o que ocorreu em Araçatuba e em casos similares em Ourinhos e Botucatu recentemente. Mais: invariavelmente, a apuração do crime descobre a participação de um funcionário do próprio banco, que comunica os bandidos quando os carros-fortes fazem a entrega.

“Araçatuba era uma tesouraria do banco, uma central de distribuição de recursos do Banco do Brasil”, afirmou o coronel Álvaro Camilo, secretário de Segurança Pública. “É mais uma ação com informação privilegiada, e as investigações já estão andando para chegar aos autores.”

Polícia prende, o STF solta
No meio disso tudo, é claro que os políticos tentaram usar as armas de sempre. O governador João Doria (PSDB), que agora resolveu comprar briga até com a PM, arvorou-se em números de redução de roubos a bancos no Estado durante a sua gestão. Números que nenhuma agência de checagem se atreveu a testar. Para Doria, cada vez mais convencido pelos marqueteiros e editorialistas de jornais de que tem alguma chance de chegar ao Palácio do Planalto, a população está mais assustada com as cédulas de R$ 100 que desapareceram do que com o pavor instalado na calçada de casa. A esquerda, claro, culpou o presidente Jair Bolsonaro por defender o porte de armas. Segundo eles, as armas terminam “em mãos erradas” o que causaria risos nos mercadores do PCC em ação nas fronteiras sul-americanas.

O fato é que, para além da politicagem, desatar o nó da segurança pública brasileira passa invariavelmente pela integração das forças policiais e do Ministério Público (Gaeco). É preciso compartilhamento de bancos de dados e informações de Inteligência em tempo real, com o uso de informantes, agentes infiltrados e monitoramento telemático permanente. Enquanto cada um achar que pode resolver o problema sozinho, a bandidagem se aprimora, e essa conta nunca vai fechar.  Se o ocupadíssimo Congresso Nacional tiver tempo, pode tirar da fila uma série de projetos de lei que preveem o endurecimento da legislação penal — pelo menos até o Supremo Tribunal Federal (STF) entrar em cena. “Imagine o trabalho que dá para prender um criminoso perigosíssimo, o serviço de Inteligência envolvido, a árdua investigação, aí vai lá a Corte Suprema depois e solta, como fez com André do Rap, diz Guilherme Derrite. Pois é. Mas, quando se trata do Supremo, para estar em segurança hoje em dia, convém não falar nada sobre ele.

 

Silvio Navarro, jornalista - Revista Oeste
 

segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Um 7 de Setembro para chamar de seu - Revista Oeste

Silvio Navarro

Disposto a viabilizar sua candidatura à Presidência, João Doria tenta emparedar até a polícia contra as manifestações do dia 7 [esse cara tem problema e é coisa séria. No mínimo, ele é descoordenado. Ele tem obsessão em ser presidente da República ... é um sem noção e se descuidarem ele vai fazer m ...]

 João Doria e Aleksander Lacerda
João Doria e Aleksander Lacerda | Foto: Montagem com foto Shutterstock e Divulgação 
 
A exatas duas semanas daquela que se anuncia como a maior manifestação popular desde que a pandemia trancou os brasileiros em casa — o “7 de Setembro em defesa da liberdade” —, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), decidiu atear mais fogo no já inflamado cenário político do país. Numa canetada, afastou o coronel da Polícia Militar Aleksander Lacerda do Comando de Policiamento do Interior (CPI-7), em Sorocaba, que engloba cerca de 78 municípios da região. E conclamou outros governadores a defenderem o Supremo Tribunal Federal (STF) contra “bolsonaristas” de farda e “psicopatas” que participarem dos protestos. [no seu raciocínio tortuoso ele imagina que se o Supremo conseguisse tirar Bolsonaro da presidência da República, o indicaria para um mandato tampão.]

Na cabeça de Doria, que parece mais obcecado que nunca em seu devaneio de que chegará à Presidência no ano que vem, “estamos diante de um momento gravíssimo da vida nacional”. Segundo ele, temos um golpe militar em curso para restaurar a ditadura e fechar o Supremo e o Congresso Nacional. E o gatilho será justamente a aglomeração dos brasileiros sem máscaras na Avenida Paulista no feriado cívico. “Há sinais de que, pela proximidade do 7 de Setembro, movimentos sejam promovidos por bolsonaristas, “bolsominions” e psicopatas que seguem o presidente Bolsonaro, para defender a ditadura e um regime autoritário no Brasil. Nós resistiremos”, disse, de acordo com o jornal O Estado de S.Paulo.

A ofensiva contra a Polícia Militar foi um passo desnecessário e arriscado.

É legítimo o fato de Doria se opor politicamente a uma manifestação no coração do seu Estado. Manifestação que tem potencial para fortalecer seu principal rival no tabuleiro eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro. O tucano já deixou claro que tentará até o limite se viabilizar como uma via alternativa ao choque entre o atual presidente e Lula. Mesmo porque, como bom enxadrista, Doria sabe que as chances de se reeleger ao governo paulista seriam remotas, e a corrida ao Palácio do Planalto é o que lhe deve restar — será menos vergonhoso para o político ser derrotado numa disputa federal do que perder a reeleição. A ofensiva contra a Polícia Militar, contudo, foi um passo desnecessário e arriscado, segundo analistas ouvidos pela reportagem de Oeste durante a semana.

Doria irritou a PM ao declarar que está usando a Inteligência da Polícia Civil para rastrear a atuação dos militares inclusive perfis particulares em redes sociais. Ao afirmar abertamente que monitora cada passo dos oficiais, a temperatura esquentou. “O policial, antes de ser militar, é brasileiro e tem direito de se manifestar em suas redes privadas”, diz o coronel e piloto de helicóptero da PM Marcio Tadeu Anhaia de Lemos, eleito deputado federal pelo PSL. “O afastamento do coronel Aleksander Lacerda foi uma situação chata, embora lícita”, afirmou o deputado Coronel Tadeu. “É importante lembrar que se trata de uma relação desgastada: em 2018, o governador prometeu em campanha a recomposição salarial dos policiais e não aconteceu; então ele quebrou o compromisso. Em junho de 2019, num ato grosseiro, deu um ‘pito’ num coronel antigo porque ele estava usando o celular para fazer a ata da reunião. E, em outubro de 2019, na cidade de Taubaté, chamou um grupo de veteranos de ‘vagabundos’”.

Em post no Twitter, o capitão da Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar) e deputado Guilherme Derrite (PP-SP) afirmou que a polícia é tratada como uma força “de governo e não de Estado”:

Afinal, o policial militar pode ou não se pronunciar como cidadão? O regulamento da PM diz: “Aos militares do Estado da ativa, são proibidas manifestações coletivas sobre atos de superiores, de caráter reivindicatório e de cunho político-partidário”. É aí que mora a confusão.

Para milhares de brasileiros que estarão nas ruas, os atos serão em defesa das liberdades individuais.  
Que foram tolhidas por arbitrariedades do monstrengo jurídico criado pelo Supremo, que enveredou em prisões, censura e quebras de sigilos. 
Ou até pela CPI da Pandemia — que a cada dia desperta metamorfoseada sabe-se lá em quê.  
Leia-se: essas manifestações dos policiais militares não são atos em defesa do governo Bolsonaro, o que justificaria postagens como a do coronel e de qualquer um em suas redes privadas. 
Por outro lado, é evidente que os militares apoiam o presidente e não se intimidam com a pressão de Doria
É o caso, por exemplo, do coronel Homero Cerqueira, da Polícia Militar, que fez nova convocação aos veteranos em vídeo: para o governador paulista, o 7 de Setembro está tomado pela agenda bolsonarista, o que justificaria sua decisão como chefe da tropa militar. Resolvido o impasse se foi ou não um ato administrativo legítimo — e está claro que foi legítimo —, fica a pergunta no ar: por que Doria tem pavor do povo nas ruas, chancelado pela PM, no momento em que seu gabinete da covid já não para mais em pé para as coletivas diárias?
 
Dois assessores do Palácio dos Bandeirantes ouvidos por Oeste afirmaram que Doria subiu um degrau na escala de tensão nas últimas semanas. Pediu para ser entrevistado amistosamente pela TV Cultura no programa Roda Viva, na última segunda-feira, 23. E reagiu com palavrões ao aperto de mão entre Lula e o senador Tasso Jereissati (CE), que desistiu do rótulo de “Joe Biden dos trópicos” conferido pelo Estadão para disputar a Presidência. 
Também xingou entre quatro paredes o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), pela declaração na reunião virtual desta semana: “Ficam mandando pedra e mais uma vez vamos cair na vala da polarização, de caminhos opostos”, disse o mineiro. “Se o presidente tem defeitos, deveríamos apontar também o Supremo, que libertou bandido de altíssima periculosidade. O fórum de governadores se manifestou a respeito?”

Em seguida, o tucano encomendou aos marqueteiros um vídeo para circular nas redes sociais em setembro. 
Nele, se apresentará como “o responsável por vacinar o Brasil na guerra contra a covid” — um compilado de postagens de anônimos emocionados diante da seringa, celebridades de quinta, youtubers agradecidos e famosos que morreram. [o 'joãozinho' só está governador devido ao apoio que o presidente Bolsonaro lhe concedeu; caso contrário, estaria na 'rua da amargura', derrotado - onde está após as eleições de 2022.]
Ficará o alerta de que o mal seguirá à espreita. Nessa “acelerada da vacina”, terá como principal cabo-eleitoral o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.
Tudo isso vai durar até março, leitor. Depois, o governador deixará a cadeira, como fez no passado, para sair em busca de um projeto pessoal que nasceu errado e só tem um lado — o dele. 
Ou alguém duvida que o que João Doria queria mesmo era um 7 de Setembro para chamar de seu?

Leia também “Manual prático do golpe”, texto de J. R. Guzzo

Silvio Navarro - Revista Oeste


terça-feira, 13 de julho de 2021

Mistérios - Alon Feuerwerker

Análise Política

Um mistério dos alguns que faltam desvendar pela Comissão Parlamentar de Inquérito no Senado da Covid-19: como e por que o Ministério da Saúde estendeu a conversa com supostos intermediários na compra de vacinas, dado que os laboratórios arrastados para a confusão afirmam e reafirmam não usar intermediários nas negociações com governos para vender o imunizante contra a Covid-19.

Ou seja: como o ministério deixa esticar conversas com autonomeados intermediários sem pedir comprovação de que de fato representam os laboratórios cujas vacinas propõem intermediar? 
Um ofício, um documento. Ou, no mínimo, mandar mensagem para o laboratório perguntando: "Vem cá, fulano de tal realmente representa a empresa dos senhores e tem como negociar vacinas?".

Num planeta em que vacinas são disputadas a tapa pelos países não produtores, como é que se envereda numa conversa com alguém que diz ter centenas de milhões de doses de vacinas para entregar, sem que tenha ocorrido a alguém a seguinte ideia: "Se a AstraZeneca ou a Janssen têm esse tanto de vacinas disponíveis, não seria o caso de negociar diretamente com eles?".

É possível que haja respostas a essas e outras perguntas, mas não resta dúvida a esta altura que alguém se enredou numa conversa complicada com alguém, ou alguéns. E isso está tendo impacto direto não apenas na política, mas talvez na própria vacinação. Pois uma CPI que começou empenhada em questionar por que não temos mais vacinas repentinamente inverteu a rota.

No momento, as curvas de casos e mortes estão em queda. Mas nada impede haver um novo repique, eventualmente trazido por alguma nova variante. Deveríamos portanto estar todos orientados a buscar a maior quantidade de vacinas possível. Mas parece que não há mais ninguém no país interessado em seguir esse caminho.
 
Alon Feuerwerker, jornalista e analista político
 

 

terça-feira, 7 de maio de 2019

Justiça rápida - Rio: executados podem ser autores do estupro coletivo

A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga se os dois homens mortos a tiros, no sábado (4), em Cabo Frio, teriam relação com um estupro coletivo de uma universitária, ocorrido na quinta-feira (2).

Dois corpos com bilhete alegando serem estupradores foram encontrados pela polícia, em Cabo Frio, na região dos Lagos do Rio. (Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal)  

Andreza Nascimento, de 21 anos, foi vítima do crime na madrugada de quinta (2) para sexta (3) e relatou pelo Facebook os momentos de horror que viveu. A jovem afirmou ter sido violentada durante 4 horas por três homens.
Junto dos corpos, foram encontrados bilhetes que os identificava como estupradores. A estudante será chamada para fazer o reconhecimento dos cadáveres e tentar identificá-los, ou não.
O estupro da jovem está sob investigação da Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher) e, segundo a Polícia Civil, há equipes nas ruas fazendo diligências para identificar e localizar os autores.

[Justiça tem que ser eficiente, precisa e rápida - não necessariamente nessa ordem; falta acertar as contas com os assassinos dos dois policiais militares da Rota, em SP - é relativamente justo, dez bandidos para cada policial morto.
Fica de bom tamanho, a sociedade se livra de vinte bandidos e o efeito didático é excelente.]

O CRIME
Andreza foi abordada enquanto estava com um amigo, na porta da casa dela, em Vinhateiro, São Pedro da Aldeia. Três homens, um deles armado, renderam os amigos, dando coronhadas no rapaz antes de colocá-lo no porta-malas e abusando por horas da moça, antes de também colocá-la no bagageiro.

Os dois conseguiram forçar e abrir o trinco do compartimento e puderam pedir ajuda a policiais que estavam a poucos metros do local. Nas redes sociais, Andreza compartilhou sua história: “Pensei muito em vir aqui me expor, mas sei que assim vou poder ajudar mais vítimas...Me estupraram durante quatro horas dentro do carro em andamento, com a arma na minha cabeça, arma no meu corpo, tudo que vocês possam imaginar”.

As informações são do portal G1.

quinta-feira, 4 de abril de 2019

Bolsonaro e Doria elogiam ação policial que matou 11 após assalto em SP

Quadrilha com cerca de trinta criminosos tentou roubar duas agências bancárias em Guararema, região metropolitana da capital paulista

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), se manifestaram nesta quinta-feira, 4, sobre a ação policial que resultou na morte de onze suspeitos após o assalto de duas agências bancárias em Guararema, na região metropolitana de São Paulo.

Ambos comentaram o ocorrido nas redes sociais. Bolsonaro classificou a ação como “rápida e eficiente” e destacou o fato de que “nenhum inocente saiu ferido”. Ele ressaltou que a ação foi realizada pelas Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), divisão de elite da Polícia Militar de São Paulo.
“Parabéns aos policiais da Rota (PM-SP) pela rápida e eficiente ação contra 25 bandidos fortemente armados e equipados que tentaram assaltar dois bancos na cidade de Guararema e ainda fizeram uma família refém. Onze bandidos foram mortos e nenhum inocente saiu ferido. Bom trabalho!”, escreveu o presidente.

O governador João Doria, por sua vez, parabenizou os policiais e publicou um vídeo em que classifica os agentes como heróis e diz que “quem tem que ter vergonha do que faz são os bandidos”. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública também elogiou a “rápida ação” dos agentes.
A orientação padrão da Polícia Militar é de evitar, sempre que possível, a letalidade policial.
“A intervenção policial evitou que qualquer morador do município ficasse ferido, inclusive uma família que foi feita refém em uma residência nas proximidades”, afirmou.


Por volta das 3h da manhã, um grupo de cerca de trinta criminosos invadiu as agências do Banco do Brasil e do Santander de Guararema.

Os criminosos explodiram os caixas eletrônicos do Banco do Brasil e atacaram a outra agência, mas não conseguiram levar o dinheiro. O bando já era monitorado pelo Ministério Público Estadual e a Polícia Militar conseguiu cercar os criminosos ainda durante a ação.

O grupo foi atacado na estrada que liga Guararema à cidade de Santa Branca.
 
 
 
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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Transferência de presos: Exército vai patrulhar entorno de presídios

Com transferência de Marcola & Cia. para presídio federal, Moro cumpre promessa de Bolsonaro - Exército atuará em prisões que vão receber membros do PCC

Presidente Jair Bolsonaro assinou decreto que autoriza a utilização das Forças Armadas em um perímetro de dez quilômetros ao redor das unidades



O presidente Jair Bolsonaro (PSL) assinou nesta quarta-feira, 13, um decreto de garantia da lei e da ordem (GLO) para autorizar as Forças Armadas a patrulharem um perímetro de dez quilômetros no entorno dos presídios federais de Mossoró, no Rio Grande do Norte, e em Porto Velho, no estado de Rondônia.

A decisão acontece depois que Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, principal comandante da facção Primeiro Comando da Capital (PCC), e outros 21 presos ligados ao grupo foram transferidos de penitenciárias do estado de São Paulo para unidades federais ainda desconhecidas. Ao todo, são cinco os presídios geridos pela União no Brasil, sendo que os de Catanduvas (PR) e Campo Grande (MS) já haviam sido descartados pela proximidade com o Paraguai, país onde o PCC tem forte atuação. [um lembrete: com a transferência a bandidagem do PCC, CV e outras facções recebem a primeira demonstração de que o Brasil tem governo - bandido não manda (um que mandou muito, está preso desde abril/2018) e que não adianta fazer pressão, como fizeram em Fortaleza.
Porém, deve continuar o estado de atenção, visto que as ações de Fortaleza foram também um ensaio para parar o Congresso Nacional - decretado o 'estado de sítio' ou 'intervenção federal', para conter novos tumultos o Congresso Nacional para e as reformas também. ]

O presídio federal de Brasília não foi incluído no decreto de GLO, que tem validade até o próximo dia 27 e foi assinado, além do presidente, pelos ministros da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno.  
 
[segundo o Correio Braziliense, alguns dos bandidos do PCC vieram para Brasília:
 
Mas a reportagem apurou que três dos 22 líderes foram transferidos para a capital federal: Alejandro Juvenal Herbas Camacho Júnior, o Marcolinha, irmão de Marcola; Antônio José Müller, o Granada; e Reinaldo Teixeira dos Santos, conhecido como Funchal ou Tio Sam. Eles chegaram à cidade pouco depois das 13h30, em um avião da Força Aérea Brasileira.]
A transferência foi determinada pelo juiz da 5ª Vara de Execuções Criminais de São Paulo, Paulo Sorci, que atendeu a um pedido do Ministério Público estadual. O prazo de permanência foi definido em dois anos. Desde o ano passado, o juiz já vinha ordenando a transferência de líderes do PCC para presídios federais pela suspeita de que eles continuavam comandando o crime, mesmo estando atrás das grades.

A demora em relação a Marcola ocorreu pelo receio do governo estadual de que a medida pudesse desencadear represálias como as ocorridas em 2006, nas quais a facção ordenou uma série de atentados a policiais e agentes penitenciários como reação à transferência de mais de 700 presos para Presidente Venceslau.  No fim do ano passado, setores da inteligência da Secretaria de Administração Penitenciária e do Ministério Público descobriram um plano audacioso para resgatar Marcola, que está preso desde 1999. Segundo as investigações, a operação contaria com a contratação de mercenários equipados com fuzis, lança-granadas e metralhadoras calibre .50, com poder de fogo para derrubar helicópteros em pleno voo.

O plano, estima-se, teria custado ao PCC cerca de 100 milhões de reais. Quando detectou indícios da investida, o governo paulista enviou tropas da Rota e do Centro de Operações Especiais para a região de Presidente Venceslau. Os homens passaram a ser treinados pelas Forças Armadas para operar armas de guerra e parte deles estava lá desde então.

Marcola foi condenado a mais de 330 anos de prisão pelos crimes de homicídio, tráfico de drogas, formação de quadrilha e roubo. Ele é apontado pelos investigadores como o número um da facção, que tem forte influência dentro dos presídios brasileiros e cuja principal fonte de renda é o tráfico de maconha e cocaína. Líderes de outros grupos criminoso já se encontram no sistema penitenciário federal, como Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar; Antônia Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha; e Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP.

A transferência de Marcola sempre foi um pleito da Polícia Civil e do Ministério Público rechaçado à exaustão pela cúpula dos governos tucanos – investigações recentes mostram que a facção nascida em São Paulo se espalhou para outros estados brasileiros e para países vizinhos, como Paraguai e Bolívia. Oficialmente, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) sempre argumentou que os presídios paulistas eram seguros o suficiente para manter os bandidos. Essa percepção, pelo jeito, mudou na nova gestão do governador João Doria (PSDB).


terça-feira, 6 de novembro de 2018

PM quer metralhadoras do Exército para impedir resgate de Marcola

Arma do Exército


A Polícia Militar de São Paulo enviou metralhadoras MAG, calibre 7,62 mm, para agentes da corporação que cobrem o perímetro da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau e negocia empréstimo de metralhadoras de calibre .50 do Exército para proteger o entorno da prisão onde está a cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC), no oeste paulista. Homens das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) foram treinados na semana passada para usar esse tipo de armamento no quartel do 37.º Batalhão de Infantaria Leve, em Lins, também no interior do Estado.

Metralhadora .50 Uma das armas de guerra mais potentes, fura a blindagem de carros-fortes e de aeronaves. Atinge com precisão um alvo a 1 km e provoca danos a 2,5 km

Oficialmente, o Comando da PM informou apenas que a operação na região “conta com o apoio e suporte logístico do Exército Brasileiro, sem envolvimento de efetivo”. Esta é a primeira vez desde 2006 que a polícia paulista pede apoio do Exército para garantir a segurança das penitenciárias. Tudo porque a inteligência da polícia detectou um plano de resgate de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, e de outros integrantes da cúpula da facção em que o PCC contaria até com a ajuda de mercenários.

Para o plano, era previsto ainda o uso de lança-foguetes, metralhadoras e aeronaves. “A cúpula do PCC tem urgência. Eles acreditam que o futuro governo (Jair) Bolsonaro vai endurecer ainda mais a situação deles”, afirmou um dos envolvidos na investigação. Marcola está condenado a 332 anos de prisão e não tem perspectiva de sair da penitenciária. A cúpula da facção teme ser transferida para um presídio federal – diferentemente dos líderes de outras facções pelo País, os chefes do PCC não foram enviados a penitenciárias geridas pela União.

A PM reforçou na semana passada o efetivo na região. Há um mês já havia enviado um pelotão da Rota e outro do Comando de Operações Especiais (COE). A eles se juntou outro pelotão da tropa de choque, um esquadrão do Regimento de Cavalaria e dois blindados do Comando de Policiamento de Choque. A região está com dois helicópteros Águia e o aeroclube de Presidente Venceslau foi interditado. Mais de cem homens participam da ação. Em nota, o comando da Polícia Militar informou que “mantém o aumento de efetivo policial, com apoio do Comando de Policiamento de Choque, no município de Presidente Venceslau”.

De acordo com as investigações, o plano de resgate de Marcola foi tramado por Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, um dos maiores narcotraficantes da América do Sul. Trabalhando da Bolívia e do Paraguai, Fuminho opera com o PCC para enviar cocaína para a Europa e para a Ásia. Ele estava planejando a contratação de mercenários que soubessem manejar o armamento de guerra para resgatar os chefes do PCC. Fuminho estaria envolvido no assassinato de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, líder da facção que foi morto no Ceará em fevereiro deste ano. Conversas interceptadas pela polícia mostram que a facção estaria disposta a usar até R$ 100 milhões no plano.
Exército

O Comando Militar do Sudeste (CMSE) confirmou que o 37.º Batalhão de Infantaria Leve é usado para o treinamento de policiais militares independentemente da situação criada pelo PCC no Estado. Na avaliação do Comando, será difícil a cessão das metralhadoras à PM. Como são armas de guerra, seria necessário alteração legal. O interesse da Polícia Militar pela arma, além do poder de fogo, é por seu caráter dissuasório.


Em São Paulo, a ação do Exército na área de segurança pública é incomum. Ela ocorreu só em três oportunidades: as visitas do papa Bento XVI e do presidente americano George W. Bush e os ataques do PCC nas ruas em 2006. Se nos dois primeiros houve emprego de tropa, no terceiro não. Mais uma vez é este o modelo procurado pela polícia de São Paulo.  Em 2006, o Exército assinou convênio com a Secretaria da Segurança para permitir o uso de helicópteros do Comando de Aviação do Exército para o deslocamento rápido de tropas policiais ao oeste do Estado. Agora, mais uma vez, a PM está atrás de um equipamento do Exército de que ela não dispõe: as metralhadoras calibre .50.

IstoÉ


sexta-feira, 28 de julho de 2017

Polícia eficiente muitas vezes é obrigada a escolher entre MATAR ou MORRER - os policiais do Estado de SP fazem a escolha certa

Morte pela polícia do Estado de SP bate recorde no 1º semestre


O número de mortes causadas por policiais no Estado de São Paulo no primeiro semestre de 2017 é o maior dos últimos 14 anos, na comparação com o mesmo período. A cada dois dias, cinco pessoas foram mortas por agentes em serviço ou de folga, totalizando 459 óbitos. Desde que a série histórica foi iniciada, em 2001, só em 2003 o número foi mais alto, com 487 casos. A estatística deste ano é 13,8% maior ante os primeiros seis meses de 2016. 

Especialistas dizem que o dado indica excesso de uso da força por policiais e pedem acompanhamento das corregedorias e do Ministério Público (MP), além de novas políticas da Secretaria da Segurança Pública (SSP), para reduzir as mortes. Os dados, compilados pela pesquisadora Samira Bueno, diretora executiva do Fórum Brasileiro de Segurança, mostram ainda que 30 policiais foram mortos no primeiro semestre de 2017, menor número da série. [a Polícia do Rio se deixou levar pela conversa fiada de PACIFICAÇÃO, pelo POLITICAMENTE CORRETO e agora está entre a Polícia que mais morre no Brasil;
as famosas - e agora se comprova, ineficientes - UPPs se transformaram pela leniência da polícia carioca em Unidade de Perigo aos Policiais.
Entre a morte de um bandido ou de um policial que morram dois bandidos.]

O levantamento aponta que a maior parte das mortes, classificadas oficialmente como “decorrentes de intervenção policial”, partiram de PMs: 430 óbitos. Do total, 117 foram quando os agentes estavam de folga, quantidade que também é um recorde da série. Nos últimos quatro anos, a soma de mortos por policiais ficou acima de 400 no primeiro semestre.  Para Samira, é necessário cobrar alterações na política estadual de segurança. “Esse fenômeno tem sido ignorado pelo Estado, que é, no mínimo, omisso. Enquanto isso não se tornar um problema para a secretaria, que age de forma pouco transparente, a situação vai continuar.” 

Ela classifica como “mentirosa” a associação feita entre a alta da letalidade da polícia e a redução da criminalidade. “É uma ideia hiperfantasiosa dizer aos policiais que eles podem ser justiceiros, deixar nas mãos deles a decisão de quem pode viver ou morrer”, diz. [não cabe aos policiais decidir quem pode viver ou morrer - cabe sim, o DIREITO de exercer o DEVER de não morrer e assim ele pode decidir se morre para não matar um bandido.] “Nenhuma sociedade foi capaz de reduzir a violência gerando mais violência.”

A especialista cobrou a implementação integral do que está previsto na resolução 40 da SSP, de 2015. Vendo os números saltarem, o então secretário Alexandre de Moraes determinou procedimento-padrão para investigar esses casos, com designação imediata da apuração pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e comunicação ao MP. Ainda tramita a investigação de dois casos cuja atuação policial foi criticada no último mês. Em 27 de junho, equipes das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) invadiram a Favela do Moinho, na região central, em ação contra o tráfico que terminou na morte de Leandro Santos, de 18 anos. No dia 12, um PM matou o carroceiro Ricardo Nascimento, de 39 anos, em Pinheiros, após discussão. [mortes durante ou após discussões sempre ocorrem e não é o fato de um dos envolvidos na discussão ser policial que torna obrigatório que seja ele a morrer.]
Para Júlio César Neves, ouvidor das polícias do Estado, os agentes não estão praticando o que é ensinado na academia de formação. “Há orientação de atirar só em último caso. É impossível que tantas mortes sejam legítima defesa.”

Confrontos
O ex-comandante da PM de São Paulo, que ocupou o cargo entre o fim de 2012 e o início de 2015, coronel Benedito Roberto Meira, discorda e atribui a alta ao crescimento da violência e ao destemor dos criminosos. “Nenhum policial sai às ruas com o propósito de atirar e matar. O confronto hoje acontece porque, para o bandido, isso representa status. Se matou, tem status na facção. Se morreu, foi em batalha, como se não fosse crime”, disse. 

Em nota, a SSP disse desenvolver ações para reduzir a letalidade, mas ressaltou que “a opção pelo confronto é sempre do criminoso”. Segundo a pasta, houve no primeiro semestre “1.850 confrontos apenas com PMs em serviço. O índice de criminosos que morrem após reação da polícia para combater crimes foi de 17%. Ou seja, na grande maioria dos casos, o confronto não resulta em óbito”. A secretaria ainda destacou que todos os casos são rigorosamente apurados para constatar se a ação policial foi realmente legítima.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.