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terça-feira, 9 de janeiro de 2024

Sem anestesia, mais de 10 crianças perdem as pernas todos os dias em Gaza

Apenas 13 dos 26 hospitais permanecem parcialmente funcionais e 90% dos menores de 2 anos enfrentam "pobreza alimentar grave", diz ONU

 Saib Abu Muhadi, de 11 anos, teve a perna amputada após ataques israelenses ao campo de refugiados de Nasirat, em Gaza. 13/11/2023

 Saib Abu Muhadi, de 11 anos, teve a perna amputada após ataques israelenses ao campo de refugiados de Nasirat, em Gaza. 13/11/2023 (Doaa Albaz/Anadolu/Getty Images)

Leia mais em: https://veja.abril.com.br/mundo/sem-anestesia-mais-de-10-criancas-perdem-as-pernas-todos-os-dias-em-gaza/
A organização não governamental Save the Children revelou neste domingo, 7, que mais de 10 crianças são amputadas diariamente em Gaza, sendo a maioria dos casos sem uso de anestesia. 
Em comunicado, o diretor da instituição para Palestina, Jason Lee, disse que “o sofrimento das crianças neste conflito é inimaginável e ainda mais porque é desnecessário e completamente evitável”, alegando que esses procedimentos médicos infantis ocorrem desde o início da guerra Israel-Hamas, em 7 de outubro, em meio à grave crise humanitária.

“Já vi médicos e enfermeiras completamente sobrecarregados quando crianças chegam com ferimentos de explosão. O impacto de ver crianças com tantas dores e não ter equipamentos, medicamentos para tratá-las ou aliviar a dor é demais até mesmo para profissionais experientes”, escreveu. “Mesmo numa zona de guerra, as imagens e os sons de uma criança mutilada por bombas não podem ser conciliados e muito menos compreendidos dentro dos limites da humanidade”.

O comunicado cita dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), de 19 de dezembro, que apontavam que mais de 1.000 crianças tiveram uma ou ambas as pernas amputadas pelos constantes e intensos ataques contra Gaza. 
Sobrecarregado, o sistema de saúde da principal cidade da Faixa sofre com a escassez de material médico, incluindo anestésicos e antibióticos, e de enfermeiros, mostram informações da Organização Mundial de Saúde (OMS), também citados no relatório da Save the Children. 

+ Israel revela plano para futuro de Gaza após fim da guerra contra o Hamas

Violações do Direito Humanitário Internacional
Ao longo da nota
, Lee instou a comunidade internacional a “defender as suas responsabilidades sob o Direito Humanitário Internacional e prevenir os crimes mais graves”, de forma a evitar que a história julgue a todos por inação. Ele também ressalta a importância de um cessar-fogo definitivo para interromper a “matança e a mutilação de civis” e permitir a entrada de “ajuda humanitária desesperadamente necessária”, destacando a vulnerabilidade daqueles que ainda não deixaram a infância.

“As crianças pequenas apanhadas em explosões são particularmente vulneráveis ​​a ferimentos graves que podem mudar a sua vida. Eles têm pescoço e torso mais fracos, portanto, é necessária menos força para causar uma lesão cerebral”, advertiu. “Seus crânios ainda não estão totalmente formados e seus músculos subdesenvolvidos oferecem menos proteção, então é mais provável que uma explosão destrua órgãos em seu abdômen, mesmo quando não há danos visíveis. “

“Este sofrimento, o assassinato e a mutilação de crianças, são condenados como uma grave violação contra as crianças e os seus perpetradores devem ser responsabilizados”, bradou.

+ Com ataques de Israel, número de mortos em Gaza chega a 22 mil

Situação dos hospitais em Gaza
Apenas 13 dos 26 hospitais de Gaza permanecem parcialmente funcionais,
mas o atendimento aos feridos é flutuante, a depender do acesso diário a combustíveis e materiais médicos básicos. Ao sul, nove centros de saúde operam com o triplo da sua capacidade, enquanto somente 30% dos médicos ainda trabalham, de acordo com a OMS.

Segundo o Ministério da Saúde palestino, ao menos 22.835 palestinos foram mortos e 58.416 ficaram feridos desde o dia 7 de outubro. As crianças, que somadas às mulheres compõem maioria das vítimas, são alvo de uma tripla ameaça: ataques violentos, subnutrição e doenças. A agência da ONU indica que os casos de diarreia entre menores de 5 anos aumentaram 2.000% em comparação com antes da guerra.

Além disso, 90% dos menores de 2 anos enfrentam “pobreza alimentar grave”, superando a estimativa de 80% de duas semanas antes. Na última sexta-feira, o subsecretário-Geral para Assuntos Humanitários e coordenador de Ajuda de Emergência, Martin Griffiths, alertou que a crise de saúde pública se agravará com o desenrolar da guerra, uma vez que esgotos transbordam e doenças infecciosas tomam conta dos abrigos na região.

Mundo - Revista VEJA


terça-feira, 23 de novembro de 2021

No Brasil tudo é punível, tudo constrange, é preconceito disso e daquilo - querem proibir até pensar

Sancionada Lei "Mari Ferrer" que pune constrangimentos em julgamentos

Lei é inspirada no caso da influenciadora digital Mariana Ferrer, que foi humilhada durante audiência 

O presidente Jair Bolsonaro sancionou, nesta segunda-feira (22/11), a Lei 14.245/ 2021. Conhecida como Lei Mariana Ferrer, a legislação prevê punição para constrangimentos sofridos por vítimas de violência sexual e testemunhas em julgamentos. O texto foi publicado no Diário Oficial da União desta terça-feira e entra em vigor imediatamente.

De acordo com a lei, todos os presentes no julgamento deverão assegurar a integridade física e psicológica da vítima. O juiz tem como dever garantir que a lei seja cumprida. Caso a determinação não seja respeitada, os envolvidos poderão ser responsabilizados nas áreas civil, penal e administrativa. A lei também aumenta em um terço a pena para casos de coação, que é de quatro anos de prisão e multa, quando se tratar de um crime sexual.

Aranha foi absolvido por falta de provas. [consideramos o estupro um crime repugnante e defendemos castração química já no primeiro estupro e no caso de reincidência castração física - esmagar os testículos a marteladas e sem anestesia. (claro punição aplicável com base em lei especifica decretada pelo Poder Legislativo.) Agora esse lance das fotos em poses ginecológicas, que nos parece não foram tiradas sob coação, defendemos que quem pose para elas seja cuidadoso na guarda.]

A medida foi proposta pela deputada Federal Lídice da Mata (PSB/BA) em 2020 depois da repercussão do caso da influenciadora digital Mariana Ferrer.

Segundo Mariana, ela teria sido estuprada pelo empresário André Aranha em dezembro de 2018. Durante uma das audiências na Justiça de Santa Catarina, o advogado de Aranha, Cláudio Gastão da Rosa Filho, mostrou fotos de Mariana e disse que ela fazia poses "ginecológicas".

[Mais detalhes sobre a confusão do 'estupro culposo' de Mariana Ferrer, recomendamos ler:  "Está explicada a entrada de Gilmar Mendes na Confusão do 'estupro culposo' de Mariana Ferrer."  Tem mais no Ataque Aberto e  tem outros suspeitos do tal estupro culposo.]

Brasil - Correio Braziliense


quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Quem se cala... - William Waack

O Estado de S. Paulo

Profissionais não podem reclamar quando permitem que amadores mandem na política externa

O Brasil não é participante relevante de nenhum agudo conflito internacional, seja ele de fronteiras, geopolítico, étnico, religioso ou comercial (estamos ensaiando um na questão ambiental). Por um lado, não deixa de ser uma bênção: nenhuma família brasileira vai dormir preocupada se um integrante seu estará na linha de fogo de algum confronto internacional – a não ser que se considerem como “internacional” as balas perdidas em comunidades controladas pelo narcotráfico e milícias. [consideração que ocorrendo tem procedência; aos que não sabem, no Brasil tem algumas áreas de favelas do Rio em que a polícia só pode entrar, para ações de combate ao crime,  com ampla e prévia justificativa.]

Por outro, é uma espécie de “maldição”. A nossa distância dos grandes conflitos ajuda a entender o estado de “anestesia” pelo qual a sociedade brasileira contempla confrontos internacionais. É uma espécie de mentalidade de “isolamento esplêndido”, dado nosso tamanho e posição geográfica, que nos tira o senso de urgência ou de “ameaça” de problemas vindos de fora. Política externa é um assunto para especialistas, e de escasso apelo ao grande público e só em circunstâncias excepcionais – não é parte relevante de campanhas eleitorais.

Foi preciso que no caso da vitória de Joe Biden a política externa brasileira, entregue por Jair Bolsonaro a uma desastrosa mescla de diletantes amadores e profissionais ideologizados, produzisse uma incomparável vergonha internacional para que o Senado humilhasse o Itamaraty e declarasse que o rei está nu. E que assim pelado fosse “para o inferno”, conforme as palavras do senador Major Olímpio dirigidas ao chanceler Ernesto Araujo. [de há muito somos contra Ernesto Araújo no comando do Itamaraty, só que ele continua lá, Realmente esperamos que não por influência de um senador e sim por decisão do presidente da República, Temer assuma o comando do MRE.]

A mistura de soberba com ignorância dos que formularam as posturas externas no governo Bolsonaro não permitiria mesmo prever nada diferente dos atuais resultados, mas o problema é mais grave. Integram os círculos palacianos militares com passagens por excelentes instituições de ensino (como as academias e escolas de Estado Maior), com formação profissional em relações internacionais, segurança e estratégia, e com experiência pessoal direta em confrontos lá fora, inclusive militares (como as missões de paz em vários países).

Sabe-se por relatos e conversas pessoais que esses profissionais desprezam o amadorismo e a estupidez dos conselhos dados ao presidente pelas figuras nas quais confia em matéria de assuntos internacionais, à testa delas um de seus filhos. Lamentam abertamente os disparates do ministro das Relações Exteriores, tido nesses círculos como figura patética, e o fato de que energias políticas preciosas são gastas apenas para minimizar danos (como no caso da política comercial com a China).

Nesse caso os militares são vítimas da própria formação e do respeito à hierarquia. Não há nada mais difícil para um fardado do que rebelar-se contra um chefe, mesmo achando que está produzindo besteiras (como é o caso atual). Ocorre que é tênue e, para quem está envolvido nas decisões, difícil de ser identificada a linha que separa “lealdade” e “cumprimento da missão” da cumplicidade com a irresponsabilidade com que são tratados os interesses da Nação.

Os danos causados ao País pela política externa de Bolsonaro são graves em várias áreas e as consequências de isolamento, de ser “pária” internacional (do qual, espantosamente, se orgulha o chefe do Itamaraty) estão apenas no início – e isto não se refere apenas à derrota de Trump. Se é que admitem que a reputação das instituições às quais pertencem também estão sendo arranhadas, esses oficiais ou ex-oficiais nos círculos de decisões relevantes preferem permanecer quietos. Mais um caso na longa galeria de militares profissionais que, ao se calarem, consentem. 

William Waack, jornalista - O Estado de S. Paulo


quarta-feira, 21 de outubro de 2020

"O gigante deitado saiu da anestesia e despertou" - Alexandre Garcia

Correio Braziliense

"O dinheiro fácil das subvenções políticas secou, e isso acompanha mais um produto da pandemia: não há opinião pública que aprove desperdícios num momento desses" 

Em menos de um mês, o brasileiro vai às urnas para escolher seus representantes na célula básica da Federação, dois anos depois da reviravolta que, a despeito dos tradicionais condutores da opinião pública, elegeu Bolsonaro, sem dinheiro, quase sem partido. [fato que grande parte dos condutores da opinião pública ainda não aceitou e que os levou,  por desespero e inconformismo, a formarem no  famigerado círculo dos adeptos do 'quanto pior, melhor'. 
Para tais pessoas o importante é derrubar Bolsonaro o bem estar de 200 milhões de brasileiros é para eles apenas um detalhe - só que não conseguirão, vão engolir o capitão até, no mínimo, 2026.] A mudança que surpreendeu especialistas hoje está mais adiantada do que imaginam, e vai continuar a surpreendê-los. Não é apenas o poder político que muda, após mais de 20 anos. A mudança vai além.

O choque da pandemia sobre as cidades não conseguiu quebrar a economia e ajudou em outra transferência — no poder econômico. A influência do poder industrial e do poder comercial e de serviços — um poder urbano — foi afetada. E o poder rural foi reforçado. O agro não parou, cresceu e sustentou o país. Mais uma vez foi fundamental nas contas externas, com recordes nas exportações, na garantia alimentar e ampliou sua participação no PIB.
Não faltou comida, não houve saques e os embaixadores da China e dos Estados Unidos reconhecem que o Brasil tornou-se superpotência alimentar. Deixamos a periferia para sermos protagonistas graças ao agro.

O domínio partidário nas estatais sumiu. Até a grande Petrobras fica em segundo plano quando investimentos privados aproveitam a luz do sol em gigantescas e limpas gerações de eletricidade. Os sindicatos pendurados em estatais e no imposto sindical encolheram; o dinheiro fácil das subvenções políticas secou, e isso acompanha mais um produto da pandemia: não há opinião pública que aprove desperdícios num momento desses. Está sendo tudo tão rápido que nem mesmo a bancada ruralista se deu conta da transferência de poder que lhe favorece, que a força vai para o campo conservador e com o sentimento de patriotismo gerado na comunhão com a terra brasileira.

A mudança descobre o homem na Amazônia, califórnias no Nordeste. Quem imaginava que o vírus derrubasse o governo, mesmo quebrando o país, não conseguiu dobrar o brasileiro, mas, ao contrário, acelerou a mudança. Até mesmo a cultura mudou do litoral e foi para o interiorzão de raiz. Numa simbiose, o Brasil urbano recebe, para a indústria e o comércio, energia, fibras, matérias-primas animais e vegetais, alimentos. E o Brasil rural é a fonte. A força econômica do agro projeta-se num poder político. O que foi cultivado no berço esplêndido agora gera poder. O gigante deitado saiu da anestesia e despertou.

Alexandre Garcia, jornalista - Coluna no Correio Braziliense