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terça-feira, 9 de janeiro de 2024

Sem anestesia, mais de 10 crianças perdem as pernas todos os dias em Gaza

Apenas 13 dos 26 hospitais permanecem parcialmente funcionais e 90% dos menores de 2 anos enfrentam "pobreza alimentar grave", diz ONU

 Saib Abu Muhadi, de 11 anos, teve a perna amputada após ataques israelenses ao campo de refugiados de Nasirat, em Gaza. 13/11/2023

 Saib Abu Muhadi, de 11 anos, teve a perna amputada após ataques israelenses ao campo de refugiados de Nasirat, em Gaza. 13/11/2023 (Doaa Albaz/Anadolu/Getty Images)

Leia mais em: https://veja.abril.com.br/mundo/sem-anestesia-mais-de-10-criancas-perdem-as-pernas-todos-os-dias-em-gaza/
A organização não governamental Save the Children revelou neste domingo, 7, que mais de 10 crianças são amputadas diariamente em Gaza, sendo a maioria dos casos sem uso de anestesia. 
Em comunicado, o diretor da instituição para Palestina, Jason Lee, disse que “o sofrimento das crianças neste conflito é inimaginável e ainda mais porque é desnecessário e completamente evitável”, alegando que esses procedimentos médicos infantis ocorrem desde o início da guerra Israel-Hamas, em 7 de outubro, em meio à grave crise humanitária.

“Já vi médicos e enfermeiras completamente sobrecarregados quando crianças chegam com ferimentos de explosão. O impacto de ver crianças com tantas dores e não ter equipamentos, medicamentos para tratá-las ou aliviar a dor é demais até mesmo para profissionais experientes”, escreveu. “Mesmo numa zona de guerra, as imagens e os sons de uma criança mutilada por bombas não podem ser conciliados e muito menos compreendidos dentro dos limites da humanidade”.

O comunicado cita dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), de 19 de dezembro, que apontavam que mais de 1.000 crianças tiveram uma ou ambas as pernas amputadas pelos constantes e intensos ataques contra Gaza. 
Sobrecarregado, o sistema de saúde da principal cidade da Faixa sofre com a escassez de material médico, incluindo anestésicos e antibióticos, e de enfermeiros, mostram informações da Organização Mundial de Saúde (OMS), também citados no relatório da Save the Children. 

+ Israel revela plano para futuro de Gaza após fim da guerra contra o Hamas

Violações do Direito Humanitário Internacional
Ao longo da nota
, Lee instou a comunidade internacional a “defender as suas responsabilidades sob o Direito Humanitário Internacional e prevenir os crimes mais graves”, de forma a evitar que a história julgue a todos por inação. Ele também ressalta a importância de um cessar-fogo definitivo para interromper a “matança e a mutilação de civis” e permitir a entrada de “ajuda humanitária desesperadamente necessária”, destacando a vulnerabilidade daqueles que ainda não deixaram a infância.

“As crianças pequenas apanhadas em explosões são particularmente vulneráveis ​​a ferimentos graves que podem mudar a sua vida. Eles têm pescoço e torso mais fracos, portanto, é necessária menos força para causar uma lesão cerebral”, advertiu. “Seus crânios ainda não estão totalmente formados e seus músculos subdesenvolvidos oferecem menos proteção, então é mais provável que uma explosão destrua órgãos em seu abdômen, mesmo quando não há danos visíveis. “

“Este sofrimento, o assassinato e a mutilação de crianças, são condenados como uma grave violação contra as crianças e os seus perpetradores devem ser responsabilizados”, bradou.

+ Com ataques de Israel, número de mortos em Gaza chega a 22 mil

Situação dos hospitais em Gaza
Apenas 13 dos 26 hospitais de Gaza permanecem parcialmente funcionais,
mas o atendimento aos feridos é flutuante, a depender do acesso diário a combustíveis e materiais médicos básicos. Ao sul, nove centros de saúde operam com o triplo da sua capacidade, enquanto somente 30% dos médicos ainda trabalham, de acordo com a OMS.

Segundo o Ministério da Saúde palestino, ao menos 22.835 palestinos foram mortos e 58.416 ficaram feridos desde o dia 7 de outubro. As crianças, que somadas às mulheres compõem maioria das vítimas, são alvo de uma tripla ameaça: ataques violentos, subnutrição e doenças. A agência da ONU indica que os casos de diarreia entre menores de 5 anos aumentaram 2.000% em comparação com antes da guerra.

Além disso, 90% dos menores de 2 anos enfrentam “pobreza alimentar grave”, superando a estimativa de 80% de duas semanas antes. Na última sexta-feira, o subsecretário-Geral para Assuntos Humanitários e coordenador de Ajuda de Emergência, Martin Griffiths, alertou que a crise de saúde pública se agravará com o desenrolar da guerra, uma vez que esgotos transbordam e doenças infecciosas tomam conta dos abrigos na região.

Mundo - Revista VEJA


quarta-feira, 21 de abril de 2021

O lockdown da elite - Revista Oeste

J. R. Guzzo

Os governadores e prefeitos, como sempre, não levam em conta que a maioria da população brasileira é pobre. Por que iriam perceber agora, se nunca perceberam?

A política escolhida um ano atrás pelas “autoridades locais” para tratar da covid, caso se possa chamar de “política” o aglomerado de decisões tomadas ao acaso, no pânico e com uma burrice difícil de encontrar mesmo no secular histórico de incompetência do poder público no Brasil, é um hino à elite deste país. 
Talvez nada resuma de modo tão perfeito essa opção de enfrentar uma epidemia mortal pensando o tempo todo na porção mais rica, mais privilegiada e mais protegida da sociedade brasileira do que a oração suprema da “gestão” da covid: “Fique em casa”. É o Padre-Nosso e a Ave-Maria do “distanciamento social”, a única ideia que passou até agora pela cabeça dos que foram encarregados pelo STF de combater a covid — e que conseguiram, até agora, somar mais de 350 mil mortos (170 mil apenas neste ano), destruir a economia brasileira e arruinar milhões de vidas.
“Fique em casa”? Como alguém que precisa trabalhar todos os dias para sustentar a si ou à sua família pode “ficar em casa”? É um dos grandes clássicos de todos os tempos em matéria de atitude elitista diante da vida: “Vamos adotar a regra que seja melhor para nós; fora do nosso mundinho não existe nada, nem ninguém, que possa interessar.”  
É a convicção religiosa, arrogante e autoritária de quem se dá ao direito de decidir sobre a vida social no Brasil de hoje — com o apoio quase integral da mídia, das classes intelectuais e de tudo o que descreve a si próprio como “campo progressista”.  
 
Mas as pessoas que não pertencem à elite, essa elite que já está com a vida ganha, simplesmente não podem ficar em casa: não podem, ponto-final. 
São obrigadas a utilizar diariamente o transporte público; só em São Paulo, e só no sistema de metrô e de trens metropolitanos, são cerca de 8 milhões de passageiros por dia. Precisam abrir seus negócios para sobreviver, para pagar aos funcionários e para pagar as verbas rescisórias quando são obrigados a demitir esses funcionários. Precisam, em resumo, ir ao trabalho — inclusive para fornecer à minoria que tem o privilégio de fazer “distanciamento social” a alimentação, os remédios, os serviços de água encanada, luz elétrica e gás de cozinha, o delivery e tudo o mais que a elite confinada precisa e deseja 24 horas por dia.
Desde o primeiro decreto que os governadores e prefeitos, mais os seus secretários, médicos-burocratas e gerentes de marketing, baixaram na sua tentativa de “gerir” a covid, tudo foi feito para a minoria que forma a elite. 
Você sabe muito bem quem são eles — os ricos em geral e a classe média alta das cidades, em primeiro lugar. 
A maioria dos 12 milhões de funcionários públicos.  
(Os policiais, enfermeiros ou agentes da alfândega, por exemplo, continuam pegando no pesado todos os dias; para eles, e muitos outros, não há os luxos do home office.) 
Executivos de multinacionais, de bancos e de grandes empresas. Professores públicos e particulares. 
Cem por cento dos intelectuais, políticos e magistrados. Em suma: todos os que não precisam comparecer diariamente ao local de trabalho para ganhar salário ou prover a própria renda. 
É neles, e só neles, que as “autoridades locais” pensam dia e noite; são eles o público-alvo, e único, das entrevistas coletivas quase diárias que os governadores, os prefeitos e os seus “cientistas” dão em seu cenário de máscaras fashion e adereços variados de propaganda — tudo pago com o dinheiro da maioria, por sinal. (Só o governador João Doria, até agora, deu 200 entrevistas sobre o assunto; São Paulo, com 85 mil mortes, é o maior cemitério da covid em todo o Brasil, até porque é o Estado mais populoso.)
Para a elite que vai de luva ao supermercado e está preocupada em pegar covid no botão do elevador, as “autoridades locais” garantem que estão cortando o transporte público, para ver se forçam a pobrada a viajar menos; em São Paulo, já conseguiram eliminar 40% da frota de ônibus. [em Brasília,  o secretário de uma tal de mobilidade urbana, palavra que define a mobilidade que não se move, indagado pela imprensa como impedir aglomeração no transporte público, apenas respondeu: "a população deve evitar o transporte público". Lógico que o ENGANÊS, alcunha merecida do ainda governador do DF,  ,pelas promessas não cumpridas do DF, pensou em demiti-lo. Desistiu - poderia até perder o cargo...E, agora os marajás do metrô do DF, o metrô que consegue gastar o maior valor no planeta Terra para transportar passageiro x km2, criaram uma greve. 
Descobriram que tem uns horários e trechos em que os passageiros estão desobedecendo a regra primeira: fique em casa, mas sempre que possível se aglomere, especialmente no transporte coletivo.] 
Asseguram que a polícia está em cima da lojinha de bairro que pode, quem sabe, carregar o vírus até as coberturas. Os fiscais também estão ligadíssimos a tudo — aliás, esta é uma época de ouro para os fiscais, e para os chefes dos fiscais
Mandam prender, algemar e agredir quem vai à praia; querem reprimir o ar livre. Vendedor ambulante, que não tem onde cair morto? Nem pensar. Cogitam em cortar a venda de carvão para impedir o churrascão na laje — e, com isso, evitar que o vírus viaje até os bairros bons. Proíbem a venda de vassouras, panos de prato e raladores de queijo nos supermercados, e dizem que assim haverá menos gente disputando espaço nos corredores com a turma do “trabalho a distância”. Vetam a entrada do povo nas cidades: para eles, só quem tem casa de praia e de campo precisa ir do ponto “A” ao ponto “B” e, neste período em que a elite consciente, a favor da vida e socialmente responsável está evitando “deslocar-se” (ou permanece trancada nos lugares para os quais se mudou), o povão não tem nada de ficar andando de um lugar para o outro. As escolas têm de continuar fechadas para proteger a saúde dos professores e funcionários. E por aí vamos, até o infinito.

O estado da arte em matéria de incompreensão sobre como vive o Brasil real é a obsessão dos governadores, dos prefeitos e de seus comissários pelo “trabalho remoto”. Todas as vezes em que falam da epidemia, insistem na necessidade de valorizar o “escritório virtual” e de trabalhar “em casa”; não conseguem mudar de ideia nem de assunto. Não lhes ocorreu até agora, com um ano e tanto de covid, que a imensa maioria da população brasileira simplesmente não pode fazer home office tem de guiar ônibus, pendurar-se no poste de luz, carregar batata para o mercado, atracar navios no cais do porto e um milhão de outras coisas. Ou se faz isso, ou o país morre. Não entendem, de jeito nenhum, que o Brasil não é a Holanda; não admitem que é impossível fazer aqui exatamente o que se faz lá.

Nas periferias, não há entrevista com “cientista” nem editoriais contra o “genocídio”
É extraordinário que o comissário-chefe da covid em São Paulo tenha dito, na frente de todo mundo, que não estava “satisfeito” com a conduta dos cidadãos em matéria de transporte público — disse, com todas as letras, que há gente “demais” no metrô. Estão de tal forma fanatizados pelo “distanciamento social” que nem percebem mais quanto o seu discurso está ficando elitista, irreal ou apenas estúpido quando falam na epidemia. Tanto não percebem que deram, ultimamente, para jogar em cima da população a culpa por ficar doente
As pessoas não deveriam se aglomerar. Teriam de ficar mais “em casa”. Deveriam usar duas máscaras ao mesmo tempo, uma em cima da outra.
Após mais de 350 mil mortos e com taxas de infecção cada vez mais altas, as “autoridades locais” continuam convencidas, desesperadamente, de que o confinamento radical e o “fecha tudo” são as respostas mais corretas para a covid; quanto mais os seus métodos dão errado, mais elas insistem em continuar repetindo o que fazem. Como pode dar certo, se aplicam métodos iguais na esperança de obter resultados diferentes? 
O ciclo é aquilo que os norte-americanos chamam de no win situation. Fecham cada vez mais. Morre cada vez mais gente. Fecham mais ainda. É, também, a melhor tradição da elite brasileira a mesma que faz o país combater a seca com um Departamento Nacional de Obras contra a Seca, ou tratar o desastre mortal da educação pública dando cada vez mais dinheiro às universidades. É muito simples: veja, em todas as soluções preferidas pelos governos, quem ganha e quem perde. Só ganham os ricos, os aproveitadores do atraso e os ladrões de dinheiro público. A “gestão” da covid não é nem um pouco diferente.
O “distanciamento social” em São Paulo, para ficar na calamidade número 1 da epidemia no Brasil, só dá certo nos Jardins, em Higienópolis e no Itaim. Funciona também no Morumbi, é verdade, mas atenção — só na parte boa do Morumbi. A 100 metros das casas e dos apartamentos da classe média alta (e dali para cima), entre os 100 mil cidadãos que se aglomeram na favela de Paraisópolis uma das concentrações demográficas mais altas do Brasil o pau canta. 
 
Ali não há governo. Não há entrevista com “cientista” nem editoriais contra o “genocídio”. O “distanciamento social”, tão precioso na hamburgueria da Faria Lima, é equivalente a três vezes zero. 
É assim ali e é assim nas quebradas da São Paulo real, onde vivem 70% dos 12 milhões de habitantes do município e onde os sermões sanitários, morais e cívicos do comissariado de vigilância da quarentena não querem dizer nada
A título de ilustração, sugere-se uma visita ao Rodoanel, um favelaço contínuo e a olho nu que se estende, quase sem interrupção, por mais de 130 quilômetros nos dois sentidos da estrada — através de 16 municípios da área metropolitana, nos três trechos que foram construídos até agora. É lá que está a São Paulo de verdade — não a São Paulo de Doria, dos seus gerentes de covid e dos seus especialistas em comunicação social.
Os governadores e prefeitos, como sempre, não levam em conta ao baixarem as suas ordens que a maioria absoluta da população brasileira é pobre. Por que iriam perceber agora, se nunca perceberam? Receberam todo tipo de poder possível para combater a epidemia — inclusive o direito de expropriar imóveis, o de suprimir as liberdades de reunião, de ir e vir e de comércio, o direito de fechar igrejas e o de fazer compras sem licitação
Não foram incomodados, nem por um minuto, pela mídia ou pelo Ministério Público nos escândalos de corrupção que pipocam sem parar desde que receberam do STF a autonomia completa no trato da covid, sem nenhuma interferência do governo federal. Há mais de um ano, aliás, esse governo só serve para liberar verbas — que podem ser gastas sem prestação de contas pelas “autoridades locais”. Por que elas iriam querer outra vida?
É justamente nisso, por sinal — comando total, responsabilidade zero —, que está uma das marcas mais agressivas do elitismo radical que torna a vida pública no Brasil a calamidade que ela é
Plenos poderes para os governos estaduais e municipais quer dizer, na prática, plenos poderes para a elite. 
O que existe de mais elitista no Brasil do que uma “autoridade local”? Pense dois minutos no governador Doria, naquele outro que escolhe o que a população pode comprar no supermercado, ou nos senhores de engenho que governam os Estados do Nordeste
Mais elite que isso? 
Ou, fazendo outra pergunta: quanto, exatamente, você confia nessa gente? Acha, mesmo, que eles têm competência para tomar decisões que podem arrasar com a sua vida?
O fato, impossível de ser negado em qualquer sistema lógico de pensamento, é que a covid foi a primeira ameaça real, direta e imediata que a elite brasileira viveu em seus 520 anos de história
Saúde pública, até então, era problema do povão, só dele — portanto, que se danem o problema e o povão, como ficou provado pelo estado lamentável apresentado no início da pandemia pelos hospitais que se destinam a atender 90% da população do Brasil. Saúde pública? 
O que a elite protegida por planos médicos privados tem a ver com isso? E, se a elite nunca deu a mínima para a questão, por que raios algum governo, local, nacional ou universal, haveria de dar? 
O resultado é que, ao tornar-se um problema para os ricos e para a classe média, a covid passou a ser tratada como prioridade sacrossanta — e com soluções voltadas unicamente para o interesse das elites. Os demais que se arranjem — e os que não conseguem se arranjar, na cabeça dos “gestores” da epidemia, podem ir para o diabo que os carregue. É o Brasil da covid. É o Brasil de sempre.
[duas notas: surpresas podem surgir onde menos são esperadas. A CPI da covid, criada por determinação expedida por um ministro do STF mandando o presidente de um dos Poderes da República, tinha um alvo. 
Só que se esse alvo escorregar e outros forem alcançados? 
Quanto a conceder poderes totais as autoridades locais para combater à covid, é a porta principal para compras sem licitações, contratações de 'institutos' para gerir o combate à pandemia = ainda que metade dos gastos totais seja apenas para gerir os tais institutos.
E qual a razão de na metade do fim da 'primeira onda' da covid-19, começarem à desativação dos 'hospitais de campanha'?agora, estão sendo montados com o dobro do tempo e de custos.
Pessoal, tudo isso pode ser investigado e muitas vezes uma CGI custa menos e é mais rápida que uma CPI.]

Leia também “Loquidau, a hipnose”

J. R. Guzzo, jornalista - Coluna na Revista Oeste

 

domingo, 24 de janeiro de 2021

Impeachment de Bolsonaro? Temores e dúvidas sobre permanência do presidente - Folha de S. Paulo

Jânio de Freitas

Impeachment de Bolsonaro ganhou mais exposição agora do que em dois anos

O impeachment não apenas como solução, mas sobretudo como necessidade, avançou mais e ganhou mais exposição nos últimos dias do que nos dois anos de Bolsonaro até a tragédia pandêmica em Manaus. Temores e dúvidas esvaneceram em grande escala, pulverizados pela visão imaginada das mortes por asfixia à falta de oxigênio hospitalar, causada por incúria e suspeita indiferença do governo Bolsonaro. E, por horror ou por cautelas tardias, nem foram ainda relatadas, como devido, essas mortes em hospitais, casas, em fila para socorro.
[Que DEUS dê vida longa aos meus inimigos, para que eles assistam de pé a minha vitória! 
Frase, cuja autoria desconhecemos, caso não conste das anotações do capitão, deve ser memorizada e dita ao amanhecer e anoitecer da cada dia.
Esperando um terceiro turno que não ocorreu,um impeachment que não ocorrerá, resta aos inimigos do presidente Bolsonaro, aguardar que conclua seu segundo mandato e, caso não se candidate a um terceiro, saia da política.] 

Bolsonaro combate o avanço do impeachment, de início, com gigantesca atividade de corrupção política. É o velho compra-e-vende de deputados, agora para eleger o futuro presidente da Câmara, em fevereiro. Nessa operação encontram-se, ao lado de velhos embolsadores antes desprezados pelos militares, generais como Luiz Eduardo Ramos, na função de coordenador político e intermediário com os congressistas. Eleger um tipo como Arthur Lira é, para Bolsonaro, a melhor garantia de bloqueio ao impeachment na Câmara, o primeiro estágio. É a permanência comprada com dinheiro público de cargos ou verbas. Além da sempre patriótica caixinha empresarial.

Há, no entanto, destituições que só a custo muito alto, em variados males e mais ainda em vidas, poderiam aguardar o possível impeachment. Um desses é gritante. Seja qual for ainda a permanência do general Eduardo Pazuello como ministro da Saúde, por isso haverá muito mais vidas brasileiras em risco. Senão perdidas. A responsabilidade desse general pela tragédia em Manaus é inequívoca. Seu reconhecimento de que foi prevenido do então próximo esgotamento do oxigênio diz muito, mas não tudo. Além de advertências sobre o problema durante sua estada na cidade, dias antes do colapso hospitalar, a Força Nacional do SUS convocada pelo próprio general informou-o até da data de eclosão da tragédia — o oxigênio a zero.

Levantamento do repórter Vinicius Sassine, na Folha, [temos dificuldades de entender as razões de 'esquecerem' o governador do Amazonas! qual será o motivo???] permite constatar que relatórios e pedidos de providências, quase diários, informaram Pazuello desde ao menos uma semana antes do colapso total.

A fornecedora, White Martins, fez também sua advertência: a necessidade crescia além da capacidade de fornecimento imediato. Apesar disso, o secretário de Atenção Especializada em Saúde (!) do ministério, Luiz Otavio Franco Duarte, claro que um coronel, quis culpar e autuar a fornecedora. Era como se Pazuello e Bolsonaro [e o GOVERNADOR] de nada soubessem. Nenhuma providência em tempo de evitar as mortes terríveis e o desespero inapagável dos médicos, enfermeiros, atendentes.

Os casos de Covid-19 continuam crescentes no Amazonas, agora também no interior, onde não há sequer um leito de UTI. Pior, está previsto o agravamento da crise já nas próximas semanas e ao longo de fevereiro. Mas a precaução adotada por Pazuello é a nomeação de novo superintendente das ações do Ministério da Saúde no estado, Ricardo Loureiro. Coronel, naturalmente. Da infantaria, [a Rainha das Armas.]ordinário marche.

Não é menos comprometedor de Bolsonaro e do general Pazuello a recomendação, no site do ministério, de tratamento da Covid-19 com cloroquina. E seu uso em “tratamento precoce”, portanto, em “tratamento” do que ainda não é doença. Retirar o aplicativo no mesmo dia em que foi notícia de jornais é, claro, o reconhecimento da impropriedade do tratamento recomendado. Os efeitos dessa vigarice criminosa, porém, circulam por aí na companhia dos vírus inatacados. A saída do general Eduardo Pazuello é uma necessidade da vida. E é muito pouco pelo que ele deve em vidas.

A permanência de Pazuello será um desafio a mais de Bolsonaro ao Estado de Direito, às representações institucionais da Constituição e ao que reste de dignidade no país. Mas será também útil contribuição à onda que se forma. A poderosa entrevista do ex-ministro Carlos Ayres Britto à Folha, sendo ele uma das perdas do Supremo muito lastimadas, continua revertendo reservas ao impeachment e liberando vozes e escritos. É o lado ainda vivo do país, nestes tempos de duas epidemias letais.

Janio de Freitas, colunista - Folha de S. Paulo


segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Assassinos! - Denis Lerrer Rosenfield

O Estado de S.Paulo
Urge investigação minuciosa sobre quem violou os direitos de uma criança abusada
Foi esse o grito da turba ensandecida diante de um hospital, no Recife, encarregado da interrupção da gravidez de uma menina de 10 anos, estuprada sistematicamente pelo tio. A manifestação seguiu um ritual de perseguição a todos os que se colocam, voluntariamente ou não, contra as convicções de um grupo de fanáticos que procuram impor de qualquer maneira suas ideias. O evento tornou-se ainda mais dramático por mostrar a falta de sensibilidade moral, para não dizer psicológica, diante de uma criança desprotegida. Onde fica o amor ao próximo? [a pergunta é de resposta complexa para muitos.
Apoiar o aborto é ter amor ao próximo - no caso a vítima - e demonstrando este amor assassinar covardemente o próximo - o ser humano inocente e indefeso.
O que não surpreende, visto que no Brasil se tornou rotina violar direitos e liberdades individuais - assegurados na Constituição,  tão invocada em prosa e verso - para proteger à Constituição e os  direitos que ela assegura.
Quase sempre os que tem os direitos violados são apoiadores do presidente Bolsonaro e politicamente da direita - condutas que caminham para a tipificação dese tratar de  crimes hediondos.]

Uma operação que deveria ser sigilosa, para a proteção da vítima, foi publicamente escancarada, tendo ela de entrar escondida no hospital. A ativista radical de extrema direita Sara Giromini, dita Sara Winter, já bem conhecida por seu acampamento anterior na Esplanada dos Ministérios, com a complacência de autoridades, divulgou em suas redes o endereço onde seria realizada a interrupção da gravidez. Acontece que há um problema da maior gravidade aqui envolvido. Onde ela obteve as informações sobre o hospital? Quem as forneceu? Tem contatos com autoridades? Sua responsabilidade é flagrante! Urge uma investigação minuciosa que produza resultados, visto que o ocorrido é intolerável jurídica e moralmente! [Nossa posição contrária em algumas ações da Sara Winter,é conhecida dos nossos dois leitores - ninguém e todo mundo;
O que nos surpreende é que alguns órgãos da imprensa defendam a punição da cidadã Sara Winter, contradizendo uma das máximas dos defensores da liberdade de imprensa, que usam e abusam do jargão: 'censurar a imprensa é o mesmo que quebrar o termômetro que acusa febre'. Algo do tipo defender a punição do mensageiro e não do criminoso, que é o responsável pelo vazamento. = tipo punir o mensageiro e não o crime e o criminoso.]

A história é aterradora. Essa criança foi abusada sistematicamente por seu tio desde os 6 anos de idade, ficando à mercê dele, com ameaças de que se não consentisse ele mataria seu avô, a quem é muito afeiçoada. Não se sabe exatamente o que acontecia naquela “família”, porém salta aos olhos que estamos diante de uma menina desprotegida. Não tinha nenhum domínio de si mesma. Estritamente falando, não tinha liberdade de escolha, seu corpo era usado e abusado. Assim transcorreram anos até que o inevitável numa situação dessas terminou por se consumar: a gravidez. Imaginem-se os tormentos dela ao tomar progressivamente consciência do que lhe estava a acontecer, até conseguir verbalizá-lo para sua avó. Foi então que ambas recorreram às autoridades. O sofrimento e a angústia eram crescentes.

Tiveram a sorte de encontrar no secretário da Saúde do Espírito Santo uma pessoa compreensiva, que soube corretamente avaliar a relevância do caso, atento à condição humana dessa criança. Note-se que o secretário é médico e pertence à Igreja Batista. Faço essa observação para que não se faça indevidamente a identificação entre conservadorismo e insensibilidade moral com essa criança, havendo casos em que, por mais distintas que sejam as convicções religiosas, a interrupção da gravidez é necessária. Quero dizer com isso que estamos diante de um caso, previsto em lei, que se situa para além das oposições entre “abortistas” e “não abortistas”. A interrupção da gravidez, dependendo dos casos, e não necessariamente apenas os hoje previstos em lei, é necessária por afetar irremediavelmente a mãe.

O secretário, ademais, alertou para o problema de alguns conselhos tutelares que postergam sua decisão para tornar irreversível a gravidez, de modo que a interrupção caia fora do que está temporalmente contemplado em lei. Seria uma postergação voltada para afetar a vítima em proveito de convicções religiosas que procuram se impor de qualquer maneira, até mesmo à revelia da lei. Em nome da moralidade e da religião, o desamor à vítima é patente, numa assombrosa expressão de insensibilidade, para além da irresponsabilidade no cumprimento de suas funções.

Decisão tomada, a criança foi removida rapidamente para o Estado de Pernambuco por ter condições hospitalares propícias para esse tipo de operação. Foi quando irrompeu o grito de “assassinos!”, mormente [e merecidamente]   endereçado, no ato, àqueles que iriam realizar a intervenção. O comportamento de médicos e enfermeiros foi exemplar, cumprindo a lei, imunes aos ataques daqueles fanáticos. O mesmo não se pode dizer de um médico que, na noite anterior, foi ao quarto da menina para dissuadi-la de realizar a interrupção. Não tinha nenhum mandato para isso, invadiu a privacidade de uma pessoa desprotegida e procurou arbitrariamente impor suas convicções. É propriamente intolerável que uma pessoa dessas exerça a medicina. O que farão os responsáveis das entidades médicas? Segundo se soube, há uma investigação sigilosa em curso. Espera-se, em nome da dignidade humana, que ela produza resultados!
[Comentário final:  por mais bytes que sejam gastos tentando maximizar  a condição de vítima da criança estuprada por quatro anos - lembrando que os primeiros dois anos de estupro coincidiram com o período em que o estuprador cumpria pena por tráfico de drogas (crime hediondo e cujos autores deveriam, ou devem,  cumprir a pena em regime fechado, sem direito a progressão) e regularmente  era libertado , ocasião que utilizava para satisfazer seus instintos estuprando uma inocente - tem uma vítima maior, inocente e indefesa: a criança abortada.
É moral, é ético, é humano, matar o ser humano  mais indefeso e inocente para preservar o outro partícipe - não tão inocente, não tão indefeso? ]

A menina com a girafa, bichinho que trouxe consigo, símbolo precisamente da infância, de uma infância ultrajada, violada, não teve nem direito ao sossego, porque algumas autoridades religiosas resolveram rezar pela “criança abortada”. A reza mudou de lugar, numa inversão completa de valores morais. De repente, opera-se um deslocamento, deixando ainda mais desprotegido aquele ser, que carece de compaixão. O que pretendiam? Que ela tivesse um bebê fruto do incesto, da violência? Deus deu aos homens a liberdade, e não a ignomínia de uma espécie de “fatalidade”, como se tudo o que acontece fosse fruto da vontade Dele, pois assim chegaríamos a justificar os piores atos de maldade cometidos no mundo como se fossem divinos, o que seria uma blasfêmia.

Denis Lerrer RosenfieldProfessor de filosofia - O Estado de S. Paulo

domingo, 3 de maio de 2020

Fim do Mundo - Eliane Cantanhêde

O Estado de S.Paulo

Brasil no epicentro da pandemia, Moro depondo, Bolsonaro e povo sem entender nada
O ex-chanceler alemão Helmut Schmidt, grande orador e um dos maiores estadistas do século 20, previu numa conferência do InterAction Council, fundação que reúne ex-chefes de Estado e de governo, em Xangai, em 1994, que o fim do mundo não seria por guerras e bombas, mas sim por uma doença desconhecida disseminada pelas migrações massivas. O Homo Sapiens surgiu de uma mutação genética e seria destruído por um vírus.
O relato é do ex-presidente José Sarney, que estava presente, ao lado de figuras lendárias como Henry Kissinger, Robert Mcnamara e o fundador de Cingapura, Lee Kuan Yew. Ao completar 90 anos, Sarney mantém íntegros a memória primorosa e o capricho ao contar histórias, uma característica dos maranhenses. Quanto ao fim do próprio mundo não se sabe, e espera-se não saber tão cedo, mas a sensação é de fim do mundo no Brasil, que vai se transformando no novo epicentro da covid-19, com a economia e os empregos implodindo e uma crise política absurda. Em meio ao caos, o presidente da República e milhões de pessoas continuam sem entender nada.
As manchetes de sábado reproduziam a realidade. Estado: “Impeachment é a última opção”, segundo o ministro do STF Luís Roberto Barroso; “Ninguém vai querer dar um golpe em cima de mim”, declarava o presidente Jair Bolsonaro; “A incógnita Mourão nos bastidores do poder”, informava a Coluna do Estadão. Globo: “Brasil vira um dos polos globais da covid-19”. UOL: “Bolsonaro ameaça demitir ministro que não ceder cargos ao Centrão”. O ex-ministro Sérgio Moro detalhava à PF e ao MP suas acusações ao presidente. [detalhar não é provar e quanto mais detalhado um depoimento, maior a chance de apresentar fatos; 
Frederic Forsyth, fantástico escritor,  especialista em livros de ficção, detalhados ao extremo.] Local: justamente a Superintendência da PF em Curitiba, onde o ex-presidente Lula ficou preso por 580 dias, condenado por Moro e pelo TRF-4 no caso do triplex do Guarujá. Alvo do depoimento: Bolsonaro, pivô da ação que pede ao STF o impedimento do ex-juiz nos processos de Lula. Moro condenou Lula e pode condenar Bolsonaro. Alvo da esquerda lulista, é agora também da direita bolsonarista.

O destino de Bolsonaro está nas mãos e nas provas que Moro diz ter. O destino do governo depende institucionalmente do STF e do Congresso e, politicamente, dos militares e do Centrão. Tudo embrulhado nas milhares de mortes, a maior recessão da história, um oceano de empresários quebrados e trabalhadores desempregados e, portanto, um cenário social nada tranquilizador. Alheio à realidade, o povo volta em massa às ruas e à sanha do coronavírus, que ganha a guerra sem esforço e adversários. Há os desesperados que se amontoam para dividir o vírus e a esperança de R$ 600,00. Os que enfrentam o vírus “como homens, não como moleques”. E os perversos, que salvam a própria pele, mas não estão nem aí para a pele de pobres e trabalhadores.
É assim que o Brasil vai se destacando nas manchetes internacionais e até nas entrevistas de Donald Trump como a “bola da vez”, mesmo com a China sob críticas, desconfianças e forte recessão, a Europa juntando os cacos, a África esperando bovinamente a sua vez e os próprios EUA atingindo 70 mil mortos e uma avalanche de desempregados jamais vista.
A imagem do Brasil vem sendo devastada por ataques à OMS, votos na ONU, o presidente contra o isolamento e pró atos golpistas, os textos alucinados do chanceler Ernesto Araújo. E o casal de bolsonaristas, com a bandeira nacional, atacando enfermeiros clamando pacificamente por melhores condições de trabalho e portando cruzes negras pela morte de colegas? 
Em todos os países, homenagem e reverência ao pessoal da saúde, que arrisca (e perde) a própria vida para salvar vidas. Não na capital do Brasil. Aqui, até os enfermeiros são “comunistas”, os vilões da história.

Eliane Cantanhêde, colunista - O Estado de S. Paulo 


quinta-feira, 2 de abril de 2020

Coronavírus - CORONA E COROA - Alexandre Garcia

Gazeta do Povo

De certa forma, estamos no lucro: índice de acidentes de trânsito despenca

Nasci em 1940. Sou, portanto, um coroa entrando no nível mais alto do grupo de risco, no ano do meu 80º aniversário. Já estou em casa há duas semanas, e muito feliz, porque a casa da gente é o melhor lugar do mundo. Ligo-me ao mundo exterior pelas modernidades digitais de informação e pelo jornal impresso que me chega pela manhã.

Pelo telefone, recebo as preocupações dos amigos, que me parecem muito assustados. Queixam-se de suores, taquicardia, falta de apetite; pensam que o mundo vai acabar, que todos vamos morrer de Covid-19. Parece que estão num mundo diferente do meu. 
Concluo que estão permitindo que os assustem. 
Neste artigo eu mostro por que devemos ter cuidados e, ainda, temos que agradecer a quem permite que fiquemos em casa protegidos. 


De certa forma, estamos no lucro: índice de acidentes de trânsito despenca.  Você acreditaria se eu dissesse que a gente está ganhando em números de mortes no Brasil? Pois estamos. Com essa história de quarentena, os acidentes de trânsito despencaram, assim como os homicídios.  Com todos trabalhando em casa, há menos fluxo no trânsito e menos oportunidade de haver um acidente com morte. Talvez saiamos dessa aprendendo que muitas atividades podem ser feitas em casa com maior produtividade e rapidez.

Outro fator importante é que as pessoas não estão indo para o bar e enchendo a cara de álcool e, por isso, não estão brigando até a morte. É bom pensarmos nisso.

Agentes de saúde
Nós precisamos pensar na proteção dos agentes de saúde. Estamos muito mal protegidos. Os médicos da Coreia do Sul, por exemplo, estão vestidos como se fossem astronautas, e os nossos médicos só usam luvas e máscara.

Aqui em Brasília, um médico já foi parar na UTI por conta do coronavírus; ele já teve alta. Além do vírus, ele também era obeso.
" Agora, pense nos enfermeiros e no pessoal da zeladoria. Como eles fazem ao chegar em casa? Antes de entrar, passam por um chuveiro desinfetante? Deveriam encontrar uma forma de alojar essas pessoas para que elas não tenham que voltar para casa e infectar os familiares."

As mortes por coronavírus até domingo (29) eram 114 em um mês. Essa é a quantidade de mortos no trânsito em um dia. Então, de certa forma, estamos tendo lucro. 

Carreatas
Em muitas cidades do Brasil, houve carreatas pedindo a volta do trabalho e o fim da quarentena. O presidente Bolsonaro foi para Ceilândia, Taguatinga e Sobradinho para conversar com as pessoas. As pessoas com quem Bolsonaro conversou eram autônomos e estavam na rua para tentar vender mercadoria. Eles precisam trabalhar para poder comer no dia seguinte.

O presidente nunca ouviu tanto a conjugação do verbo trabalhar. Existem pessoas querendo voltar ao trabalho. É preciso que elas trabalhem, mas com muito cuidado.

'Gripezinha' em Brasília
A primeira morte de Covid-19 em Brasília foi a da secretária do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (CNSS). Além do coronavírus, ela tinha obesidade mórbida, diabetes, hipertensão não tratada e era fumante. Veio a 'gripezinha' e a derrubou. Quase todos os casos são de pessoas que já têm alguma doença prévia, e são elas que precisam ser altamente protegidas. O vírus não vai parar até não infectar todo mundo.

Cuidados são necessários, mas também é preciso tomar providências para que a economia não pare. A China não vai indenizar nenhum país por ter espalhado esse vírus para o mundo inteiro.  A minha família tem uma loja, no Rio Grande do Sul, que vende bolos. Eles não pararam a produção, estão entregando bolo em casa ou para os carros que param na frente da loja.

Eu vejo que as lojas estão funcionando com entregadores. Aliás, os entregadores estão trabalhando e nós estamos em casa na boa, dependendo deles. Você acha que eles estão protegidos? 
E nós não podemos nos proteger?
É um desafio para todos nós essa situação, mas tem gente criando soluções para continuar trabalhando. Eu tenho certeza que nós vamos encontrar o caminho e vamos vencer.

Veja Também: O que é o Orçamento de Guerra e qual sua importância no combate ao coronavírus

Alexandre Garcia, jornalista - Vozes - Gazeta do Povo



[sobre a importância do 'orçamento de guerra' no combate ao coronavírus, podemos dizer que é praticamente nenhuma  - exige uma PEC e até ser aprovada a pandemia tem passado.
Algum efeito imediato ele tem para o Maia e Alcolumbre fazer politicagem - de pouco valor, já que em 2022 com o Brasil em processo de recuperação econômica, sob o comando do presidente Bolsonaro, tal orçamento sequer será lembrado.

Destacamos um pequeno trecho da matéria:
"Após ser cobrado quanto à efetivação do pagamento do auxílio de R$ 600 aos trabalhadores informais em entrevista coletiva na terça-feira (31), o ministro da Economia, Paulo Guedes, rebateu a crítica com um desafio ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ): “se Maia aprovar em 24 horas uma PEC de emergência, o dinheiro sai em 24 horas”.

Maia, buscando simular uma resposta ao desafio do ministro, colocou em tramitação uma proposta na própria terça. Só que como é habitual, a previsão agora é para a próxima semana.]