Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador devotos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador devotos. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 21 de abril de 2023

Dias de loucura - Augusto Nunes

Revista Oeste

É preciso impedir que supremos superpoderes transformem 2023 no mais infame dos anos

 

O presidente do TSE, Alexandre de Moraes | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 Cabelos desgrenhados em veloz processo de extinção, o paletó de quem dorme vestido, a gravata estreita demais para camuflar a curvatura do ventre, a expressão entediada — nada na aparência do homem que empunhava um microfone induziu a pequena plateia a desconfiar que logo testemunharia um momento histórico. “Dados atualizados da invasão do Capitólio, ministro Alexandre de Moraes”, preparou a assistência o orador Dias Toffoli. Assim começou, em 14 de dezembro de 2022, a mais audaciosa ofensiva da dupla de artilheiros em ação no Supremo Tribunal Federal. “Novecentas e sessenta e quatro pessoas já foram detidas. Nos cinquenta Estados. E acusadas de crimes cometidos desde 6 de janeiro de 2021”, foi em frente o orador. “E quatrocentas e sessenta e cinco fizeram acordos se declarando culpadas com o Ministério Público”.  

O impetuoso parceiro subiu ao palanque improvisado pronto para o arremate. “Antes de dizê o que eu ia falar, eu fiquei feliz com a fala do ministro Toffoli”, emocionou-se Moraes em paulistês interiorano. “Porque comparando os números têm muita gente pra prendê”, fez uma pausa e subiu o tom de voz para o fecho glorioso: “E muita multa pra aplicá!”. A plateia formada por gente que ajudou a eleger um governo favorável à “política de desencarceramento” saudou com risos e aplausos a advertência do Supremo Carcereiro. 
Menos de um mês depois, o surto de vandalismo agravado pela invasão dos prédios que abrigam as sedes dos Três Poderes animou Moraes a deixar claro que havia mesmo muita gente implorando por cadeia.
 Em 9 de janeiro, além dos 41 detidos em outras paragens, 1.406 brasileiros foram capturados na capital federal. 
E Moraes se tornou o novo recordista mundial da modalidade não olímpica prisões em massa.  
 
Nenhum exagero, recitaram em coro porta-vozes do governo Lula fantasiados de jornalista. A democracia brasileira seria sepultada em cova rasa se Moraes não tivesse sufocado o que o consórcio da imprensa batizou de Intentona Bolsonarista. A óbvia alusão à Intentona Comunista — uma sequência de insurreições militares que tentou derrubar em novembro de 1935 o governo de Getúlio Vargas — é só um monumento à ignorância histórica.  
A desastrosa quartelada conduzida por tentativa de golpe liderada por Luiz Carlos Prestes provocou pouco mais de 100 mortes. 
Nos distúrbios de 8 de janeiro não morreu ninguém.  
Em 1936, foram julgados 35 integrantes do alto comando da Intentona Comunista
Passados mais de três meses, os presídios da Papuda e da Colmeia continuam atulhados de homens e mulheres aos quais foram negados o devido processo legal e o direito de ampla defesa.  
Os colunistas de picadeiro que resistiram à intentona que não houve acabam de ser baleados pelos vídeos que mostram o assombroso desempenho do general lulista Gonçalves Dias, em 8 de janeiro, durante a invasão do Palácio do Planalto.  
O líder comunista brasileiro Luiz Carlos Prestes, em julgamento pelo Tribunal de Segurança, 1937 | Foto: Wikimedia Commons
Com a placidez de um bebê de colo, o agora ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional contempla a movimentação das tropas inimigas. Gentil como um guia turístico, oferece água aos futuros prisioneiros de guerra e indica-lhes a saída mais segura. 
O presidente da República, os devotos da seita e os ministros do STF fizeram de conta que não viram nada de mais. 
Lula jurou que não sabia de nada, que se houve algo errado a culpa é do velho amigo dele. 
Parlamentares do PT garantem que o chefe foi traído. Moraes deixou claro que não perde tempo com criminosos que votaram no candidato certo. Primeiro, ordenou à Polícia Federal que esperasse 48 horas para ouvir o que tem a dizer o general amigo de Lula. Em seguida, comunicou que vai manter na cadeia Anderson Torres. Ex-ministro de Bolsonaro, Torres era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e estava nos Estados Unidos em 8 de janeiro. Foi preso por omissão. Mas vai continuar preso por outros motivos que o ministro preferiu omitir. 
Os demais superjuízes não deram um pio sobre a troca de gentilezas entre Gonçalves Dias e os depredadores. 

A multidão de prisioneiros sem julgamento, formada exclusivamente por eleitores que não votaram em Lula, é a vitória da perversidade sobre a compaixão 

Como o caso do general pode esperar, os 11 Doutores enfim começaram a decidir o destino do primeiro grupo de acusados sabe Deus do quê, formado por 100 seres humanos. Exatamente 100; nem mais, nem menos. 
Como o Supremo mandou às favas a obrigatória individualização de conduta, a multidão encarcerada foi dividida em grupos (“lotes”, preferem os semideuses togados). 
A inovação pode juntar num mesmo balaio depredadores compulsivos e manifestantes que lastimavam a volta de Lula longe da Praça dos Três Poderes. 
Como o julgamento é virtual, as vítimas do arbítrio ficam nas celas, os doutores deliberam em casa e advogados sem acesso aos autos fazem a defesa oral à distância. 
Também os que saíram da cadeia não recuperaram a liberdade. 
São prisioneiros do medo, alimentado o tempo todo pelo uso da tornozeleira e por outras restrições ultrajantes. 
 
Foto: Cristyan Costa
O ministro que acredita ter sufocado a Intentona Bolsonarista talvez ignore que em 1936, ao aprovar a deportação de Olga Benario Prestes para a Alemanha nazista, o Supremo Tribunal Federal conheceu sua hora mais escura. Alheia à Constituição, aos códigos legais, à ascendência judia e à gravidez da ré, a Corte condenou à morte a mulher de Luiz Carlos Prestes
Em tese, aplicou-se a pena de expulsão a uma estrangeira presa meses antes por ter participado da Intentona Comunista. Olga foi assassinada num campo de concentração. A criança que sobrevivera à escala no inferno foi resgatada por uma campanha internacional liderada pela avó. A decisão do STF inscreveu em sua história o dia da infâmia.
 
Olga Benário Prestes | Foto: Wikimedia Commons

Em 2019, quando Dias Toffoli atropelou o sistema acusatório brasileiro, confiscou atribuições do Ministério Público, abriu o inquérito das fake news e entregou sua condução a Alexandre de Moraes, poucos juristas enxergaram um vigoroso pontapé na Constituição. 
Quatro anos, nove inquéritos abusivos e incontáveis ilegalidades depois, a democracia brasileira é deformada pela existência de exilados perseguidos pelo Judiciário, presos políticos, indultos presidenciais atirados ao lixo, jornalistas proibidos de opinar, empresários sitiados por multas multimilionárias, contas bancárias e redes sociais bloqueadas, normas constitucionais em frangalhos, cidadãos sem passaporte além do medo epidêmico infundido por ditaduras disfarçadas
A multidão de prisioneiros sem julgamento, formada exclusivamente por eleitores que não votaram em Lula, é a vitória da perversidade sobre a Justiça. O Brasil que pensa vem colecionando dias de loucura. É preciso impedir que supremos superpoderes transformem 2023 no mais infame dos anos.

Leia também “O que aconteceu no 8 de janeiro”

Augusto Nunes, colunista - Revista  Oeste


sábado, 17 de dezembro de 2022

Rumo ao Estado policial - J. R. Guzzo

 Revista Oeste 

A eleição acabou e Lula foi declarado vencedor pelo TSE, mas o petista e o ministro Alexandre de Moraes anunciam que a perseguição aos  adversários vai continuar 

A cerimônia de diplomação de Lula pelo Tribunal Superior Eleitoral, apressada por uma antecipação de vários dias, reservada só para os seus devotos e protegida por tropa de choque, deveria ser um ato normal do processo de sucessão na presidência da República. 
Foi uma exibição grosseira, arrogante e mal-educada de ameaças. 
Nós ganhamos, disseram Lula e o presidente do TSE, quem votou no outro candidato é inimigo da pátria, está na nossa lista negra e não vamos admitir que nos faça oposição — não oposição de verdade. 
Não houve para eles uma eleição regular, livre e limpa, com a vitória natural de quem teve mais votos e o cumprimento das regras de alternância de poder.

Luiz Inácio Lula da Silva e Alexandre de Moraes na cerimônia de diplomação | Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE

Luiz Inácio Lula da Silva e Alexandre de Moraes na cerimônia de diplomação  Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE

O que houve, conforme disseram em seus discursos, foi uma guerra contra a democracia, movida pelo presidente Jair Bolsonaro, e sua defesa heroica por parte do TSE e do candidato do PT. 
Quem votou em Lula foi um democrata que salvou o Brasil; quem votou contra foi um criminoso que queria criar uma ditadura no país. [votamos contra e sempre votaremos - ninguém nos obrigará a votar na esquerda maldita, no perda total, no comunismo.]  
Disseram, também, que esse crime não acabou com a eleição. Segundo as ameaças feitas na cerimônia de diplomação, contestar o governo Lula também vai ser um ato contra a democracia, dependendo do que digam o sistema TSE-STF e o seu departamento de inquéritos criminais — que hoje governam o Brasil acima da Constituição, dos processos legais na justiça e dos direitos civis dos cidadãos. 
Vai haver punição. Vai haver repressão. Vai haver proibição, multa e cadeia. Já houve tudo isso, durante a campanha eleitoral
Agora a eleição acabou e Lula foi declarado vencedor pelo TSE, mas Lula e o ministro Alexandre de Moraes anunciam que a perseguição aos adversários vai continuar. 
 
“Missão dada, missão cumprida”, disse a Moraes, no ato de diplomação, o integrante do TSE que mais militou a favor de Lula durante a campanha — foi, o tempo todo, um parceiro do ex-presidente, ou um subordinado que cumpria ordens, e não um magistrado.  
Você se lembra dele: é aquele sujeito a quem Lula distribui seguidos tapinhas de amor no rosto, numa festa em Brasília antes da eleição, já comemorando a vitória que o TSE iria providenciar. O que pode significar uma frase dessas? Nenhum dos dois vai sequer se preocupar com uma resposta, mesmo porque ninguém vai perguntar nada a eles. 
 

[MEMÓRIA]:Ministro Benedito Gonçalves, do TSE, recebe do companheiro Lula um carinhoso tapinha no rosto. - Foto: Reprodução/ Twitter [são momentos carinhosos e que mostram que autoridades e criminosos também são capazes de momentos de carinho.]
Mas depois da eleição mais viciada, suspeita e contestada que o Brasil já teve, pela recusa absoluta do TSE em aceitar a mínima discussão no seu sistema eletrônico, só usado no Butão e em Bangladesh, ou qualquer sugestão de melhoria, essa “missão” não parece ter sido o bom e inocente acompanhamento do processo eleitoral. Ao contrário, tem toda a cara de ser o conjunto de decisões que o TSE tomou, na campanha e na apuração dos votos, para colocar Lula na presidência da República. Se não foi isso, o que seria? O homem diria a mesma coisa, “missão cumprida”, se o TSE estivesse diplomando Bolsonaro como presidente? 
 
Alexandre de Moraes e seu tribunal, para completar a obra, não admitiram investigar, nem por cinco minutos, nenhuma das denúncias de fraude e irregularidades que receberam como acreditar, com isso, na honestidade do processo? Ela foi destruída, sistematicamente, pela ação concreta do TSE durante toda a campanha.  
O ministro, na diplomação, disse que nenhuma fraude eleitoral foi constatada. É claro que não. Como poderia ter sido, se nenhuma queixa foi examinada? Foi o oposto: Moraes multou em R$ 23 milhões  quem fez a reclamação, uma punição sem precedentes na sua ilegalidade, na sua violência e na sua clara intenção de intimidar qualquer apelo à justiça. “Missão cumprida”, de fato.

Não se pode falar em “consciência pesada” onde não há consciência, e sim interesse político em estado bruto — mas ficou evidente, na diplomação, a obsessão de Moraes e de Lula em falar que “a democracia” tinha vencido. Na verdade, quase não falaram em outra coisa. Se a democracia venceu, então o outro lado era contra a democracia embora não se aponte um único fato objetivo capaz de demonstrar no que, exatamente, os eleitores de Bolsonaro ofenderam essa democracia. 
É como se os votos dados ao adversário fossem ilegais, contra o “Estado democrático de direito” e a favor de um “regime de exceção”; não lhes passou pela cabeça que existem no mínimo 58 milhões de brasileiros, ou 50% dos eleitores que votaram nesta eleição, que não concordam com eles e preferiam o outro candidato, como é normal em qualquer democracia. Por que isso? Por que a insistência desesperada em repetir, do começo ao fim da discurseira, que não houve uma escolha entre dois nomes, e sim o triunfo do “bem contra o mal”, de nós contra eles? 
Por que dizer, repetir e dizer de novo que o único resultado aceitável para a “democracia” era a declaração da vitória de Lula pelo TSE? 
Ficou a impressão de um acesso de ansiedade, de Lula e de Moraes, em encerrar o assunto. A “democracia” ganhou, certo? [Em nossa opinião o assunto não está encerrado, visto que de forma democrática e com apoio total da Constituição Federal - artigo 14, parágrafo 10 - , o assunto pode voltar a tona mediante apresentação de um pedido de impugnação do mandato eletivo do eleito presidente. Também entendemos que por se tratar de pedido apoiado na Carta Magna, se for negado pelo TSE, cabe recurso ao STF - ao nosso ver com efeito suspensivo.] 
Não aconteceu nada de errado com nenhuma decisão do TSE.  
Não há motivo para nenhuma reclamação a respeito de nada. 
A lei não está sendo desrespeitada todos os dias pela ditadura do Judiciário. A eleição não foi roubada. Acabou, acabou.

Lula, o PT e a esquerda já começam a viver o velho sonho de chefiar no Brasil um Estado policial como o que existe em Cuba, onde quem protesta contra o governo é espancado pela tropa de choque, jogado numa cela e condenado a 15 anos de prisão

Mas dar a presidência de novo para Lula, após eliminarem a lei que determinava o cumprimento de suas penas na cadeia, e anulado as quatro ações penais contra ele, incluindo as condenações por corrupção e lavagem de dinheiro, não é suficiente para os donos do sistema TSE-STF. A cerimônia de diplomação deixou isso muito claro.  
Também vai ser proibido fazer oposição a Lula, principalmente com o povo na rua e o exercício do direito constitucional de livre manifestação. 
O novo presidente e os ministros do Supremo vão admitir, sim, discursinho de político que não dá em nada e que não vai ser publicado por ninguém na mídia; todo mundo, assim, faz de conta que a democracia está em pleno funcionamento. 
Já avisaram, porém, que vão denunciar, perseguir e enfiar na cadeia quem agir “contra a democracia” — o que transforma numa piada a liberdade política no Brasil. Quem vai decidir, na vida real, o que é e o que não é agir “contra a democracia”? O próprio Moraes e mais os colegas do STFpor conta própria ou por exigência de Lula e dos capitães-do-mato de sua força de “segurança”. 
 
Manifestação de rua, por exemplo, pode ser ato antidemocrático gravíssimo na hora em que o ministro disser que é.  
Conversar no WhatsApp também. 
Postar mensagens nas redes sociais também. 
Criticar os ministros do STF também. 
E ser contra o governo Lula? Também cabe ao Supremo e ao próprio Lula decidirem o que pode e o que não pode ser feito pela oposição. 
Já está sendo assim. Moraes diz que vai ser mais ainda. 
Ele mostrou o seu desagrado, por exemplo, com as críticas que são feitas à imprensa “tradicional” toda ela, há muito tempo, histericamente a favor de Lula e da ação política do STF. Falar mal da Rede Globo, pelo jeito, pode virar atentado à democracia. E o que mais? Nem Deus sabe.
Lula, o PT e a esquerda estão mergulhando de cabeça na repressão a quem não concorda com eles — antes mesmo da posse, em 1º de janeiro, já começam a viver o seu velho sonho de chefiar no Brasil um Estado policial como o que existe em Cuba, onde quem protesta contra o governo é espancado pela tropa de choque, jogado numa cela e condenado a 15 anos de prisão. 
Se funciona tão bem em Cuba, por que não aqui? Lula já ficou contra presos políticos cubanos que faziam greve de fome; achava que o governo não deveria atender a nenhuma de suas reivindicações. 
De lá para cá tornou-se mais radical, rancoroso e vingativo
Por que pensaria de outro modo depois de assumir a presidência? 
Seu ministro da Justiça, que usa boné do Exército de Cuba e desfila com a foice e o martelo no Carnaval, já deu um teaser do que vem aí pela frente. Não pronunciou até agora a palavra “justiça”; num país que fechará o ano de 2022 com mais de 40.000 homicídios não disse uma sílaba sobre o crime violento que é hoje a maior opressão imposta sobre a sociedade brasileira.
 
 Sua prioridade é perseguir os clubes de tiro e os caçadores não vê problema nenhum no bandido que mata, mas quer jogar todo o peso da repressão contra quem atira num alvo de clube ou num marrecão-do-banhado. 
Não há absolutamente nenhuma questão de segurança pública envolvida nisso. Trata-se da mais pura e simples perseguição a gente que a esquerda identifica automaticamente como sendo “de direita” ou “bolsonarista”pois quem tem arma legalmente registrada e não é “de direita” ou “bolsonarista”? Polícia neles, então
O novo ministro também ameaça quem chamar Lula de ladrão; segundo ele, é crime de injúria, pois não está em vigor neste momento nenhuma condenação penal contra o ex-presidente. Tudo bem. E dizer que Lula foi condenado como ladrão pela justiça brasileira, pela prática dos crimes de corrupção e de lavagem de dinheiro, em três instâncias e por nove magistrados diferentes o da primeira instância, em Curitiba, os três desembargadores do TRF-4, de Porto Alegre, e os cinco ministros do STJ que deram a sentença final? 
Aí são fatos indiscutíveis e oficiais — e dá exatamente na mesma
Como é que fica, então: pode ou não pode? O ministro da Justiça de Lula, igualmente, propõe uma parceria público-privada com o complexo TSE-STFa ideia é reprimir os protestos em frente aos quartéis. [lembrando sempre que entrar em ÁREA MILITAR, ainda que sendo o entrante integrante de força policial,  sem autorização da Força a qual pertence a OM lá instalada, pode trazer alguns problemas para os invasores.] 

O novo diretor da Polícia Federal será o chefe da segurança pessoal de Lula; só isso deveria desqualificar qualquer um para a função, sobretudo entre pessoas que se apresentam dia e noite como “republicanas”. Leva-se a sério, no “governo de transição”, um “estudo” sobre ataques a escolas que chama a atenção para a circunstância de que os autores desses delitos são “brancos” e “heterossexuais”.  Há uma cobrança cada vez mais fanática, por parte da mídia que Alexandre de Moraes admira, por medidas de censura nas redes sociais e punição penal para quem se opõe ao governo Lula nas ruas. A onda é toda na mesma direção proibir, criminalizar, prender. É isso que significa democracia, no Brasil de Lula, de Moraes e do STF.

Leia também “Quem apoia a ditadura”

J. R. Guzzo, colunista - Revista Oeste

 

quinta-feira, 21 de abril de 2022

Corruptor sem corrupto - O Estado de S. Paulo

J. R. Guzzo

O empreiteiro Marcelo Odebrecht é, para o Supremo Tribunal Federal, um corruptor que não corrompeu ninguém

O empreiteiro de obras Marcelo Odebrecht, uma das principais estrelas do sistema de corrupção em massa do governo Lula, está no centro de uma situação realmente prodigiosa - dessas que só mesmo a alta Justiça brasileira, como ela funciona hoje, poderia fornecer.  
Marcelo, condenado por crime de corrupção na Operação Lava Jato, e atualmente cumprindo os momentos finais de sua sentença (em regime aberto, é claro), foi agraciado pelo ministro Edson Fachin com uma redução da pena - mais a liberação de uma conta de US$ 11 milhões no exterior que estava bloqueada estava bloqueada pela Justiça.

Mas aí é que está a beleza da história toda, inédita nos anais do Judiciário: o empresário recebeu esses mimos porque Fachin considerou que a sua delação premiada, na qual deixou a nu a roubalheira descontrolada da era Lula, foi “efetiva”, ou seja, rendeu o que se esperava dela. A delação de Marcelo era uma espécie de “contrato de performance”: se suas acusações realmente provassem a prática de crimes por parte dos delatados, o prêmio seria maior, em termos de redução da sua própria pena. A suprema Justiça brasileira, agora, decreta que Marcelo cumpriu a sua parte, ou seja, que falou a verdade ao delatar crimes de corrupção - mas também decreta, ao mesmo tempo, que a ajuda que prestou não serve para rigorosamente nada, já que não aconteceu rigorosamente nada com os ladrões denunciados por ele. 

Fachin acaba de criar, com a sua decisão, um formidável desafio doutrinário aos mais agudos cérebros jurídicos do planeta - a figura do corruptor sem corrupto. Imaginava-se, até agora, que essas coisas vinham juntas: para corromper, o corruptor precisa de alguém que aceita ser corrompido. Não mais. Para o Supremo Tribunal Federal brasileiro, Marcelo Odebrecht é um corruptor certificado por fé pública, tanto que acaba de ser premiado, por sentença judicial, pela delação que fez. Mas é, segundo nossa suprema corte, um corruptor que não corrompeu ninguém.

Como assim? Simples: o mesmo STF, através do mesmíssimo Fachin, recusa-se oficialmente a punir o principal delatado pelo empreiteiro - o ex-presidente Lula. Tempos atrás, numa das decisões mais dementes jamais tomadas na História do Direito Universal, o ministro anulou, sem o mínimo fundamento em qualquer fato relevante, as quatro ações penais que existiam contra Lula, incluindo sua condenação pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro - condenação em terceira e última instância, como resultado das decisões de nove juízes diferentes.

Temos no Brasil, assim, o crime de corrupção sem o corrupto. Ou melhor: sabe-se perfeitamente quem foi denunciado por Marcelo Odebrecht como sendo o corrupto. Ele tem nome, endereço, CPF e é candidato a presidente da República. Até outro dia, aliás, tanto ele próprio como os seus devotos achavam que já tinham ganhado a eleição, no primeiro turno, e com mais de 100% dos votos; estavam brigando, naquela altura, por-cargos no exterior. É este o Brasil que o STF criou.

J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo

 

 

terça-feira, 20 de agosto de 2019

Família que opera unida pode enterrar seu chefe e Facções brasileiras se unem ao narcoterrrorismo - Blog do Noblat

Por Ricardo Noblat - Veja

O capitão vacila

Há limites para tudo – até mesmo para quem se elegeu presidente prometendo combater a corrupção e agora teme ser alcançado pelo que defendia antes. Esse é o dilema que enfrenta Jair Bolsonaro desde que dois dos seus filhos tiveram os sigilos quebrados sob a suspeita de se beneficiaram de dinheiro público. O ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal, saiu em socorro dos garotos e ao fazê-lo, socorreu-se e socorreu colegas e outras autoridades dos três poderes da República investigadas pelo Ministério Público com base em informações fiscais obtidas sem prévia autorização judicial.

A bandeira do combate à corrupção decorava o gabinete de Bolsonaro no terceiro andar do Palácio do Planalto desde que ele entrara ali para ficar pelos próximos quatro anos. Sumiu. Como exibi-la sem prejudicar os garotos, sem parecer desleal com os que o ajudam a safar-se da enrascada familiar e sem ser contraditório? Se ela ainda ocupasse um lugar de honra em sua agenda, Bolsonaro não teria enfraquecido Sérgio Moro, líder inconteste do Partido da Lava Jato. Não teria atacado a Receita Federal e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras. Nem peitado a Polícia Federal como ainda não desistiu de fazer.

Esses são os órgãos de Estado, não de governo, mais empenhados no combate à corrupção. É da natureza deles. E sempre foram respeitados pelos presidentes que antecederam o capitão. A Procuradoria Geral da República poderá ser o próximo alvo de Bolsonaro, a depender de quem ele escolha para assumi-la.  Ou Bolsonaro não se dá conta do perigo que corre de vir a ser acusado por obstrução de Justiça ou está seguro de que conta com aliados confiáveis em tribunais superiores capazes de protegê-lo. Se uma parte dos seus devotos se convencer de que ele fraquejou no trato de assunto tão sensível, Bolsonaro pagará muito caro. 

Ricardo Noblat - Blog do Noblat - Veja

 

terça-feira, 30 de julho de 2019

Uma crueldade para jamais ser esquecida- Ricardo Noblat

Veja


Cobra-se de Jair Bolsonaro, o ex-capitão afastado do Exército por indisciplina e conduta antiética, o que ele não tem para dar. [o Senhor Presidente da República Federativa do Brasil, JAIR BOLSONARO, eleito com quase 60.000.000 de votos, foi absolvido de todas as acusações contra ele assacadas, pelo SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR, instância máxima da Justiça Militar da União.] Por exemplo: compostura e dignidade para o exercício do cargo de presidente da República, moderação para saber lidar com conflitos e a capacidade de compreender sentimentos e emoções dos outros.

Carente dessas e de outras qualidades que podem fazer de uma pessoa um ser humano melhor, Bolsonaro protagonizou, ontem, mais um episódio de vilania, estupidez e brutalidade que chocou até mesmo seus aliados políticos, calando pelo menos parte da manada de devotos que costuma defendê-lo nas redes sociais.
Ao queixar-se do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Fernando Santa Cruz, que impediu a Polícia Federal de ter acesso a dados confidenciais do advogado de defesa de Adélio Bispo, o esfaqueador de Juiz de Fora, Bolsonaro feriu um dos princípios do mundo civilizado de jamais se ofender a memória dos mortos. [o Senhor presidente não ofendeu a memória dos mortos - ele pode até ter ofendido aos familiares do falecido Fernando Santa Cruz, devido o tom inadequado que utilizou para oferecer informações sobre a morte do citado;
mas, não ofendeu o morto - visto que apontou o fato do mesmo pertencer a uma organização terrorista,a AP,  uma das mais sanguinárias organizações terroristas, não estendendo em nenhum momento tal classificação ao falecido;

Bolsonaro, lamentavelmente, não prima pela opção do uso de determinadas palavras. Pelo seu estilo, temperamento - com certeza, não por maldade - as vezes utiliza um vocabulário inadequado, sendo que muitas vezes determinadas palavras são pinçadas do contexto;

com certeza, o respeito aos mortos é prática comum a todos os cristãos - sendo o desrespeito considerado ofensa não só na esfera penal, quanto na religiosa.
Bolsonaro é um cristão - discordamos quando ele se declara católico, mas, sendo evangélico, em várias igrejas com denominações distintas, é um cristão.]
 
Primeiro porque os mortos não podem se defender. Segundo porque sua descendência vive e não deve ser ofendia. Terceiro porque isso é uma coisa que não se faz e ponto. As religiões compartilham valores comuns como o perdão, a fé, a caridade e a paz. Batizado nas águas do Rio Jordão, Bolsonaro não passa de um religioso de araque.  Que seja levado às barras dos tribunais. A ninguém é dado revelar publicamente que sabe como um crime foi cometido e não se oferecer para depor. Ou não ser chamado a depor. [a Lei da Anistia, apagou todos os fatos que podiam ser considerados crimes na época em que ocorreram e com isso o presidente Bolsonaro ficou desobrigado de qualquer compromisso de contar o que sabe sobre qualquer fato que naquela época era crime.
A lei da anistia não aboliu o direito dos parentes dos que morreram naquela época tentarem saber o que ocorreu.
Mas, ao perdoar os criminosos, obviamente, perdoou eventuais testemunhas do fato,  bem como terceiros que ouviram narrativas de testemunhas presenciais. ] Bolsonaro disse que sabe como o pai de Fernando Santa Cruz foi morto depois de preso por militares no Rio quando tinha 28 anos de idade.

A lei da anistia perdoou os autores de crimes de sangue, e também os que torturaram ou foram responsáveis pelo desaparecimento de corpos. Mas ela não aboliu o esquecimento nem o direito de se procurar saber o que aconteceu, e como aconteceu. É o que a família Santa Cruz tenta sem sucesso desde 1974.  Diante do estupor provocado pelo que disse, Bolsonaro sentiu-se forçado a dar explicações. Então fez mais uma de suas aparições ao vivo no Facebook, desta vez na cadeira de um cabeleireiro que aparava suas madeixas, para garantir que o pai de Fernando Santa Cruz foi morto por seus companheiros de organização política. [naquela época era comum a execução de integrantes de organizações terroristas, por seus próprios comparsas e muitas vezes por motivos banais.
Clique aqui e confira depoimento, em vídeo, de um terrorista que executou mais de dez companheiros.]
 
No passado, ao defender a ditadura militar, seus assassinos e torturadores, Bolsonaro já havia dito que o pai de Santa Cruz deveria ter morrido embriagado em uma rua qualquer do Rio. Um documento secreto da Aeronáutica diz que ele foi morto por militares. Seu corpo, segundo uma testemunha, acabou incinerado.  À época, Marcelo, um irmão do morto, teve cassado o direito de estudar no Brasil. Rosalina, a irmã mais velha, foi presa, torturada à base de choques elétricos e sofreu um aborto provocado pela violência. Pontificava em São Paulo o coronel Brilhante Ustra, um dos mais cruéis torturadores da ditadura que duraria 21 anos. Sim, trata-se do mesmo coronel que Bolsonaro tanto faz questão de exaltar, autor de um livro cuja leitura ele recomenda a amigos e companheiros de ideias.


Blog do Noblat - Veja



sexta-feira, 13 de julho de 2018

SanatórioGeral: Amante imaginosa

Gleisi jura que o mundo inteiro exige que o Brasil liberte os bandidos e prenda os xerifes

“Se não queriam essa decisão, recorressem. Não tem Ministério Público? Recorre. Tem pra onde recorrer. Tem também plantão no STJ, no STF. Agora fazer esse convescote, essa articulação, é vergonhoso para as instituições desse país. 

Nós tamo sendo motivo de crítica de graça no exterior. Os juristas não entende o que tá acontecendo aqui. Instituições que não se dão o respeito. Esse Sergio Moro já cometeu barbaridades absurdas. 

A primeira foi levar o presidente Lula sem necessidade, gastando dinheiro da Polícia Federal”.  

(Gleisi Hoffmann, senadora e presidente do PT, presenteada pela Odebrecht com alguns milhões e os codinomes Amante e Coxa, jurando que o mundo inteiro quer saber por que a Justiça brasileira insiste em prender bandidos em vez de engaiolar juízes e procuradores que cumprem a lei)


Só na cadeia Lula aprendeu a ler, escrever e rezar

Segundo os devotos que o visitaram em Curitiba, o ex-presidente ficou muito melhor em três meses de gaiola

Informações fornecidas pelos próprios devotos de Lula que o visitaram em Curitiba garantem que a cadeia está fazendo muito bem ao ex-presidente condenado a 12 anos e 1 mês de prisão. Por enquanto, já que outros seis processos estão em curso.

Em três meses de gaiola, por exemplo, Lula aprendeu a ler e já devorou quase 30 livros. Se desse certo o golpe tramado por três patetas fantasiados de deputados federais e um desembargador de araque, teria de interromper a leitura de Guerra e Paz.

Também aprendeu a escrever, e todo santo dia remete a amigos, parentes ou correligionários cartas redigidas sem atentados à língua portuguesa. Aprendeu até a rezar, e hoje não perde a missa das seis transmitida diariamente pela TV Aparecida.
Essa mudança para melhor é um dos dois mais sólidos motivos para manter o chefão na cela que ocupa. O segundo: enquanto passar as horas lendo, escrevendo e rezando, Lula não terá tempo para pensar em coisas que acabarão ampliando seu formidável prontuário.

Blog do Augusto Nunes - Veja