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terça-feira, 22 de maio de 2018

Dilema do combustível

Controlar o preço da gasolina já deu errado muitas vezes no passado


Nos governos do PT, causou prejuízo de US$ 40 bi à Petrobras. No arsenal de medidas contra a alta dos combustíveis não há solução boa. O governo pensa em reduzir impostos, e a reunião do presidente Temer com a Petrobras aumenta o risco de intervenção nas decisões da empresa. No governo Dilma houve as duas coisas: redução de tributos e intervenção na Petrobras. Só à estatal isso custou US$ 40 bilhões. Perdeu-se receita sem que houvesse ganho para o país.

Que o dilema apareceria era previsível. Os preços oscilaram conforme as cotações internacionais enquanto não tinham disparado. Mas agora o barril está acima de US$ 80. Entre o dia primeiro de maio e esta terça-feira, a gasolina foi reajustada pela Petrobras em 15,5% e o diesel subiu 13,6%. Um aumento nessa proporção pesa ainda mais porque a economia está tentando se recuperar de uma longa recessão, e o percentual parece desproporcional para um país que está com inflação abaixo de 3% ao ano. Além disso, a eleição está chegando, e a tentação intervencionista aumenta. Diante disso, fazer o quê? Repetir os erros do passado?

Parece justo evitar a alta dos preços da gasolina, dado que esse não é o custo da Petrobras, e sim o valor da cotação externa. Esse raciocínio sempre aparece nas campanhas eleitorais na boca dos candidatos. O problema é que na economia se trabalha com o conceito de custo de oportunidade. Se a Petrobras exportar terá esse ganho. Se vender aqui mais baixo — por imposição governamental terá prejuízo. A empresa passa, então, a ser usada pelos governantes para fazer política de preços. Esse tipo de intervenção na estatal prejudica principalmente o seu maior acionista, o Tesouro.

Fazer populismo com o preço dos combustíveis é um caminho sem volta. Nos governos do PT isso prejudicou os cofres públicos e a empresa. Primeiro, a Cide passou a ser reduzida até ser zerada, depois outros impostos foram diminuídos, a empresa passou a absorver o custo. Chegou a importar mais caro do que vendia. Criou-se um círculo vicioso. O subsídio aumentava, isso estimulava o consumo, o que elevava o prejuízo da Petrobras e piorava a perda tributária. O subsídio aos combustíveis fósseis durou anos, não evitou a inflação, o preço represado um dia teve que ser corrigido, e o setor de etanol entrou em crise.

O governo Temer discutiu ontem a possibilidade de reduzir tributo para que a alta dos combustíveis não seja tão alta. O problema é de onde tirar. Quase metade do preço da gasolina é imposto, 45%, sendo que desse percentual os estados ficam com 29 pontos através do ICMS, e 16 pontos percentuais são PIS/Cofins e Cide, segundo a Petrobras. O consultor e especialista em energia Adriano Pires acha que o menos prejudicial seria se a base sobre a qual incide o ICMS fosse fixada em um preço como R$ 4,00. Eles teriam a sua arrecadação e não mexeriam na alíquota que é de 25% em São Paulo e de 34% no Rio. Mas acha que os estados não vão aceitar. Ele lembra que se o governo diminuir imposto sobre combustível fóssil terá também que diminuir o tributo sobre o etanol. — Na verdade, a melhor forma de fazer essa mitigação das oscilações cíclicas dos preços de petróleo seria ter uma Cide alta quando a cotação caísse, e baixa quando o preço internacional subisse — disse Pires.

A Cide foi pensada para funcionar dessa forma, com uma alíquota flexível. O que houve é que o governo passado zerou o imposto e quando ele voltou foi com um valor muito baixo. O governo Temer preferiu aumentar o PIS e o Cofins. A Petrobras argumenta que tem controle apenas sobre um pedaço da cadeia de custos, que é o preço da gasolina nas refinarias. Segundo a empresa, isso representa 32% do valor final nos postos de gasolina. Sobre todo o resto, o preço do etanol que é misturado, os impostos, as margens da distribuição e revenda, ela não tem ingerência. Para evitar a confusão, passou a divulgar o preço na refinaria.  — O petróleo é preço cíclico. Agora está subindo por causa da Síria, acordo com Irã, Venezuela. Além disso, o príncipe herdeiro da Arábia Saudita quer fazer um IPO da Saudi Aramco e está forçando o preço com corte de produção — conta Adriano.

O custo é de fato influenciado por fatores geopolíticos, mas o Brasil já tentou diversas vezes controlar o preço do combustível e só criou distorções na economia. O risco é repetir os erros do passado.

Blog da Miriam Leitão - O Globo

 

domingo, 10 de setembro de 2017

Saiba quais são os postos do DF que vendem o litro de gasolina mais barato

De 27 postos de abastecimento pesquisados pelo Correio, só nove repassaram ao consumidor a queda de preço anunciada na quarta-feira pela Petrobras

O último reajuste feito pela Petrobras, na quarta-feira, diminuiu em 3,8% o preço cobrado pela gasolina nas refinarias. O novo valor entrou em vigor na quinta-feira, mas não causou impacto relevante nas bombas. O Correio percorreu 27 postos de gasolina em Brasília e percebeu que apenas nove estabelecimentos reduziram o valor cobrado numa média de R$ 0,03 por litro. Alguns postos reduziram somente um centavo. A maior diminuição encontrada foi de R$ 0,06. Os demais mantiveram os valores cobrados.

O professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB) José Matias-Pereira diz que essa postura não é adequada em uma economia de mercado. “Existe uma cultura em que há muita combinação de preços. Isso explica a percepção de que, quando a Petrobras autoriza aumento, ele chega rapidamente à bomba, mas a queda demora”, explicou. E, a partir de hoje, começa a vigorar outro reajuste feito pela Petrobras. A estatal informou ontem que vai elevar o preço da gasolina nas refinarias em 2,6%. Para o diesel, o aumento será de 1,5%.


 Filas
Consumidores fazem filas nos postos que cobram mais barato pelo combustível, como ocorreu ontem na 115 Sul. O estabelecimento instalado no local cobra R$ 3,99 pelo litro da gasolina, o valor mais baixo encontrado pela pesquisa. Naqueles em que o preço é alto, porém, o movimento é cada vez menor. A clientela diminuiu bastante em vista do que era antes, quando a gasolina estava a pouco mais de R$ 3”, afirmou Danillo Gabriel, 32 anos, chefe de pista de um posto da 112 Norte em que o litro do produto custa  R$ 4,19.


A professora Fátima Montenegro, 50 anos, reclama dos valores altos praticados pelos postos: “Somos marionetes na mão desse povo”. Para ela, utilizar o carro não é mais tão vantajoso como costumava ser. “Estou deixando o carro em casa e usando o serviço de aplicativos, está compensando mais”, afirma. “Gastei R$ 50 para abastecer meu carro ontem e já tenho que abastecer hoje de novo”, lamenta a professora, que utiliza o carro para ir de casa, na Asa Sul, ao Sudoeste, onde trabalha.


“Somos marionetes na mão desse povo. Estou deixando o carro em casa e usando o serviço de aplicativos, está compensando mais”Fátima Montenegro, professora 
 Elevação
Embora a decisão de repassar preços ao consumidor seja dos donos dos postos de combustível, o aumento anunciado ontem pela Petrobras deve, em tese, demorar alguns dias para chegar às bombas. Desde o início da nova política de preços da estatal, que alinha os valores do mercado interno às cotações internacionais, a gasolina acumula alta de 15,26% e, o diesel, de 20,02%.

Com a alta dos preços, os consumidores tentam se adaptar como podem, e deixar o carro em casa é uma realidade cada vez mais próxima para muitas pessoas. O vendedor Thalisson Félix, 21 anos, deixou de utilizar o automóvel há cerca de um mês. “Não uso mais o carro desde que a gasolina foi a R$ 4,15. Não está dando, e sábado vai aumentar de novo. Não consigo pagar”, diz Thalisson, que passou a ir ao trabalho de ônibus. “Sai muito mais em conta”, afirma.

Para ir à faculdade, o vendedor ainda utiliza o carro, pois dá carona a quatro colegas que moram, como ele, no Novo Gama, entorno de Brasília, e o ajudam a pagar a gasolina. “Para a faculdade eu ainda vou de carro, porque a gente racha a gasolina. Se não fosse assim, eu não conseguiria pagar e teria que utilizar transporte público também”, conta.
Alternativas
O professor José Matias-Pereira alerta o consumidor para a importância de procurar preços mais baixos. “As pessoas devem ficar atentas”, disse. Adriano Severo, educador financeiro e professor da Fundação Universidade Empresa de Tecnologia e Ciências (Fundatec), observou que os motoristas precisam conferir qual é o combustível mais vantajoso. Como mostrou o Correio, o etanol está valendo mais a pena em alguns estabelecimentos que cobram menos de R$ 3 pelo litro do produto. “Se o preço do álcool estiver entre 70% e 75% do valor cobrado pela gasolina, é mais econômico usar o bicombustível. A média geral depende do carro e do consumidor”, destacou.


Além disso, Severo afirma que, com a Petrobras promovendo reajustes frequentes nos combustíveis, é melhor que o consumidor abasteça de “pouquinho em pouquinho”. “É bom deixar o tanque do carro cheio. Quando chegar na metade, a pessoa abastece com R$ 50, R$ 40 ou R$ 30. Completar o tanque exige muito gasto”, afirmou.

Outra opção é verificar o que é possível fazer para reduzir o trajeto com o carro. Manter um veículo exige pagamento de IPVA, gasolina, seguro, revisões e outros gastos que, se colocados no papel, podem indicar que é mais vantajoso se deslocar de táxi ou usar sistemas de aplicativos de transporte. “Uma alternativa é dividir o carro com vizinhos ou familiares. Mas a pessoa tem que ter em mente que não vai poder usar o veículo todo o tempo e terá que abrir mão de um certo nível de conforto”, apontou.


Fonte: Correio Braziliense

domingo, 19 de junho de 2016

A maldição do petróleo

A  crise econômica que levou o Estado do Rio a decretar o estado de calamidade tem, sem dúvida, como analisei ontem aqui, a responsabilidade fundamental da crise do petróleo mundial, que afetou a base da economia do Rio como maior produtor do país. Mas contou com um ingrediente de irresponsabilidade administrativa que está sempre presente nas crises de países (ou Estados) que têm abundância de recursos naturais.

No caso do Brasil, o governo abandonou projetos de combustíveis alternativos como o etanol, porque considerava que havia tirado o bilhete premiado com o pré-sal. Essa situação recorrente é conhecida como a "maldição do petróleo", que gera desperdícios em meio à corrupção. Foi o que aconteceu no Brasil e também no Rio, onde os gastos correntes cresceram, e o Estado se endividou acima de sua capacidade.

O ex-governador Sérgio Cabral declarou que a mudança no marco regulatório do pré-sal causou esse desequilíbrio econômico no Estado, mas ele, que reagiu inicialmente à mudança do sistema de concessão para o de partilha porque prejudicaria a distribuição de royalties para os estados produtores, acabou fazendo um acordo com o governo federal em troca de ações na infraestrutura.

Sem dúvida, o Estado e o município do Rio, devido à Olimpíada, obtiveram muitos investimentos federais: PACo comunidades, Minha Casa, Minha Vida, Metrô, BRT, VLT, entre outros. Mas, com base nas receitas futuras do pré-sal, o governo do Estado endividou-se acima de suas possibilidades, ficando com um déficit de R$ 20 bilhões entre receita e despesas, além de uma conta negativa de cerca de R$ 5 bilhões de restos a pagar com fornecedores.

Com o barril de petróleo a 100 dólares, o governo do Rio endividou-se pegando R$ 1 bilhão no Banco do Brasil, R$ 2.3 bilhões na Caixa Econômica Federal e até mesmo R$ 2.3 bilhões em debêntures nos Estados Unidos, e acabou ficando com uma dívida até 2022, difícil de pagar com a queda do preço do barril. Com a crise da Petrobras, e a queda do preço internacional do petróleo, o Estado do Rio perdeu receita, teve a indústria naval afetada, os incentivos fiscais para as montadoras aumentando a crise com o preço do combustível congelado pelo governo federal reduzindo a arrecadação do ICMS do Estado em cima dos derivados. O Pólo Petroquímico de Itaboraí e o Comperj também foram afetados pela crise do petróleo.

A Rio Previdência acabou tendo uma sobrecarga com planos de cargos e salários dados pelo governador Luiz Fernando Pezão. A folha salarial foi a R$ 23 bilhões e os inativos consomem outros R$ 17 bilhões, e os royalties acabaram sendo usados para esses pagamentos. O deputado estadual Luiz Paulo discute na Agência Nacional de Petróleo o preço de referência para o pagamento dos royalties, para amenizar a crise. Mas considera que a irresponsabilidade gerencial pode ser até razão para um impeachment. 

O especialista Mauro Osório, atualmente presidente do Instituto Pereira Passos do município do Rio de Janeiro, em recente artigo no Globo ressalta os desafios que teremos esse ano, como o término das obras relativas às Olimpíadas e o aumento das demissões na construção civil.  Um desafio para o Estado do Rio é diminuir a dependência das receitas de royalties do petróleo, diz ele, e para tanto “será necessário aprimorar o planejamento público, buscando o adensamento produtivo e o aumento da base para arrecadação de ICMS”.

Para Osório, as principais janelas de oportunidade encontram-se em torno dos complexos produtivos de turismo, entretenimento, esporte, cultura e mídia; da economia da saúde; e do petróleo e gás.  É importante, também, analisar as prioridades dos gastos públicos, alerta. Em 2014, por exemplo, o gasto público per capita para o conjunto das atividades vinculadas ao Legislativo e ao Judiciário no Estado do Rio foi em torno de 70% maior do que as despesas verificadas nos estados de São Paulo e Minas Gerais. Não é à toa que o governador em exercício Francisco Dornelles, depois de ter decretado o estado de calamidade para viabilizar um financiamento de R$ 3 bilhões do governo federal, promete medidas duras.

Fonte: O Globo - Merval Pereira 

 

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Dilma bate mais um recorde negativo



Prévia da inflação tem a maior taxa para outubro em 13 anos – IPCA-15 alcança 8,49% no ano
Aumento no preço da gasolina, do botijão de gás e dos alimentos levou o IPCA-15 a subir 0,66% neste mês, chegando a 8,49% no acumulado do ano
O reajuste de 6% no preço da gasolina nas refinarias já começou a entrar no cálculo da inflação. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial, registrou um aumento de 0,66% em outubro, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira. Esse é o maior porcentual para um mês de outubro desde 2002, quando variou 0,90%. Em setembro, a taxa subiu 0,39%, e em igual mês do ano passado, 0,48%.

No acumulado do ano, o IPCA-15 ficou em 8,49%, o maior nível verificado entre janeiro e outubro desde 2003, quando chegou a 9,17%. No acumulado dos últimos doze meses, o índice acelerou para 9,77%, novamente o maior desde 2003.  Em outubro, sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados registraram alta nos preços, com destaques para habitação (1,15%), transportes (0,8%) e alimentação e bebidas (0,62%). Segundo o IBGE, as três categorias respondem sozinhas por 72,73% do IPCA-15 do mês. Em relação a transportes, a principal influência vem da gasolina, que teve o preço reajustado em 6% nas refinarias pela Petrobras no último dia de setembro. Segundo o IBGE, o combustível ficou 1,70% mais caro nas bombas, também influenciado pela alta no etanol, que faz parte da sua composição.

Individualmente, o peso maior veio do botijão de gás, cujo preço aumentou 10,22% em outubro depois de subir 5,34% em setembro. "Este foi o reflexo, nos pontos de distribuição ao consumidor, do reajuste de 15% nas refinarias autorizado pela Petrobras, com vigência a partir de 1º de setembro", informou, em nota, o instituto.

Já em relação aos alimentos, subiram o preço dos produtos consumidos dentro e fora de casa - 0,39% e 1,06%, respectivamente. Os destaques foram para o frango inteiro (5,11%), batata-inglesa (4,22%), arroz (2,15%), pão francês (1,14%), carnes (0,97%) e a refeição fora do domicílio (1,15%).

Na comparação regional, Brasília, São Paulo e Goiânia tiveram as maiores variações em outubro, com altas de 1,28%, 0,85% e 0,78%, respectivamente. A capital federal encabeça a lista devido ao reajuste pontual de 33,34% na tarifa de ônibus, que passou a valer a partir de 20 de setembro.  "Se os preços livres continuarem pressionando o indicador, é possível que o IPCA chegue a 10% este ano. E deve continuar o quadro bastante pressionado, uma vez que serviços não mostra sinal de arrefecimento a despeito da recessão", avaliou o analista de inflação da Tendências Consultoria, Marcio Milan, que calcula alta do IPCA de 9,6% neste ano e de 6,5% em 2016.

Para chegar ao cálculo do indicador, os preços foram coletados no período de 15 de setembro a 14 de outubro de 2015 e comparados com os obtidos de 14 de agosto a 14 de setembro de 2015. O IPCA-15 corresponde às famílias com rendimento de um a quarenta salários mínimos, abrangendo as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, com a diferença no tempo de coleta dos preços.

Fonte: VEJA – On Line

sábado, 4 de abril de 2015

Quinto tanque de combustível é atingido. Incêndio em Santos já dura mais de 50 horas e não há previsão para terminar



Gasolina e etanol são consumidos pelas chamas e já atingiram área do estuário de Santos
Os tanques de gasolina e etanol incendiados, em Santos, continuam queimando e a previsão é que as chamas persistam indefinidamente. Na manhã desta sexta-feira, os bombeiros voltaram a tentar combater as chamas diretamente com espuma, mas não obtiveram sucesso porque as temperaturas altas, de quase 800º C, faziam com que o material evaporasse antes mesmo de chegar ao foco do incêndio.



Os brigadistas retomaram a estratégia de resfriar os cerca de 40 tanques que estão ao redor do fogo. O problema é que a tubulação entre eles têm menor capacidade de aguentar o calor e, ao se romper, espalha combustível pela área do terminal da empresa.

— Tememos que os tanques voltem a colapsar, como aconteceu ontem, o que espalharia mais combustível por uma área maior. Não sabemos quanto esses tanques aguentam. É um dragão contido em uma gaiola — informou o Capitão Wagner Bertolini, dos Bombeiros. Apesar do clima de tensão, há motivos para acreditar que o combate ao incêndio tem sido efetivo. Segundo os brigadistas, a cada hora as labaredas diminuem em média 30 centímetros. 

A Cetesb informou que o estuário do Porto Santos acabou atingindo pelo material inflamável, mas que o incidente ainda não provocou a mortalidade em massa dos peixes.
Nesta quinta, o incêndio atingiu quatro tanques de combustível na região do Porto de Saboó. Nesta sexta, um quinto tanque foi afetado. Segundo o Corpo de Bombeiros, a expectativa é de que o combate às chamas leve até quatro dias. 

Na quinta, após sete horas de incêndio, quando os bombeiros já o consideravam controlado, novas explosões ocorreram, e as chamas voltaram a se alastrar. Os tanques pertencem à empresa Ultracargo e continham entre 5 milhões e 10 milhões de litros de etanol, gasolina e diesel.

Ao perceber que, mesmo com o uso de um navio-tanque, a água evaporava antes de alcançar os tanques em chamas, os bombeiros passaram a concentrar os esforços em resfriar os recintos laterais para evitar que o fogo se espalhasse. Após as novas explosões, por volta de 18h, os policiais consideraram o fogo fora de controle, e a Defesa Civil determinou que jornalistas e pessoas que acompanhavam o movimento se afastassem do local. A temperatura chegou a 800ºC, e as chamas atingiram 50 metros de altura.

Ainda pela manhã, duas pessoas foram levadas ao hospital mais próximo, uma delas com intoxicação e outra em estado de choque. Um duto da Ultragás, vizinho ao local do acidente, chegou a ser inspecionado, mas ainda não se sabe se foi atingido. Um trecho da rodovia Anchieta, perto do local, foi interditado para evitar riscos. — O fogo não está controlado, mas a situação está— afirmou nesta quinta-feira à noite o capitão Marcos Palumbo, que comanda a operação.



terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Alta da gasolina em Brasília supera média nacional



Com avanço de 8,83%, alta da gasolina em Brasília supera média nacional
Capital federal está entre as cinco cidades com o combustível mais caro do país. Especialista recomenda mistura de álcool e gasolina
A capital federal está entre as cinco cidades com a gasolina mais cara do Brasila variação de 8,83% ultrapassa bastante a média nacional (7,59%). Segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), divulgado nesta terça-feira (10/2), o valor médio registrado do Distrito Federal entre 1º e 7 de fevereiro foi R$ 3,45 o litro de gasolina.

Com esse valor, serão necessários R$ 172,50 para encher um tanque de 50 litros. Na última semana de janeiro, as bombas de gasolina registravam R$ 3,17. Já na primeira semana de fevereiro, o valor alcançou R$ 3,45. Para o etanol, a variação foi de 2,41%.

Moto, carro econômico e mistura
Frente a esse aumento, há consumidores que têm optado pelo álcool em detrimento à gasolina para abastecer o tanque do automóvel. Alguns até cogitam trocar o veículo por modelos de motocicletas que percorrem mais de 40 quilômetros por litro. Outros, como o autônomo Anderson Pereira de Oliveira, 34 anos, pensam em substituir o atual carro por um mais econômico. “Coloquei as contas na ponta do lápis e analisei que, com minhas despesas atuais, não terei como manter”, disse ele, que necessita do carro para manter o trabalho de manutenção de piscinas.

Entretanto, mesmo diante dos reajustes, há como assegurar economia. O consultor automotivo Marcus Romaro estima que, uma proporção entre 10% e 20% de álcool no tanque com o restante de gasolina, possa aliviar o bolso do consumidor ao fim do mês. “Gasta-se um pouco mais para encher o tanque, mas, em contrapartida, o carro vai rodar mais. Vai depender muito do tipo do motor, da qualidade dos combustíveis utilizados e da condução do veículo”, garantiu.

O que não é recomendado nas atuais condições de valores nas bombas de combustíveis é abastecer apenas com álcool. Isso porque, se o valor do litro de álcool dividido pelo da gasolina for inferior a 0,7, será mais econômico para o motorista optar por ele. Contudo, no DF, com o etanol a uma média de R$ 2,54 e a gasolina a uma média de R$ 3,45, o resultado de 0,73 significa que o valor do etanol é superior a 70% do preço do combustível, e não vale a pena optar pelo álcool.

Preços
A gasolina mais cara do país está no Acre (R$ 3,62), seguida de Rondônia (R$ 3,51), Amazonas e Bahia (R$ 3,47), e Mato Grosso do Sul (R$ 3,46). Na variação semanal, o Pernambuco chegou ao topo da lista com 11,41%, ultrapassando Santa Catarina que ficou com 11,40% e Mato Grosso do Sul, 10,89%.

O preço médio da gasolina no Brasil atingiu R$ 3,26, com mínimo de R$ 2,35 e máximo R$ 4,51. O mínimo registrado do etanol foi R$ 1,63 e o máximo R$ 3,61. Foram pesquisados os preços em 8.560 postos do país.

A mudança nos preços é consequência do aumento das alíquotas do Programa de Integração Social e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social sobre a gasolina e o óleo diesel, que começou a valer no último domingo (1º). A expectativa do governo era de que o aumento dos dois tributos correspondesse a R$ 0,22 por litro da gasolina e R$ 0,15 por litro do diesel.

Três perguntas para o consultor automotivo Marcus Romaro
1 - A gasolina lubrifica e o álcool desgasta o motor. Caso o consumidor queira abastecer o tanque com etanol, corre o risco de danificar o motor do carro?

Nos atuais veículos ‘flex’, ao contrário dos movidos exclusivamente a álcool de antigamente, todos os componentes foram desenvolvidos com materiais mais nobres e/ou tratados quimicamente para que sejam resistentes à ação do álcool e mantenham a durabilidade esperada e definida em projeto. Por isso, o motorista pode encher o tanque do veículo somente com álcool sem problemas, especialmente porque a gasolina já possuía uma porcentagem de 25% de álcool hidratado em sua composição estabelecida por lei, e agora esse número vai para 27%.

2 - Caso o tanque esteja com metade de gasolina, é necessário esperar acabar o combustível para trocar para o álcool?
Não. Os motores dos veículos flex são calibrados para funcionarem com qualquer relação de mistura entre álcool e gasolina. A diferenciação é feita praticamente em tempo real pela sonda lambdadispositivo que envia sinal elétrico à injeção eletrônica do veículo e controla a quantidade de combustível para enviar ao motor, que através da análise dos gases de combustão envia a informação à central de comando da injeção eletrônica e esta providencia o ajuste do motor automaticamente.

3 - Ao trocar de combustível, é preciso rodar um pouco antes de desligar o motor?
Não. Entretanto, é importante manter o reservatório de partida a frio sempre cheio com gasolina aditivada de preferência, para não correr o risco de não conseguir se ligar o veículo em dias frios, caso o carro fora abastecido exclusivamente com álcool.

Fonte: Correio Braziliense