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quarta-feira, 16 de agosto de 2023

Lula ressuscita PAC e ameaça Petrobras: De onde virá o dinheiro para pagar a encomenda? - O Estado de S. Paulo

J. R. Guzzo

Governo anuncia investimentos jamais vistos na exploração de petróleo no momento em que empresa começa a perder dinheiro e cortar dividendos

O “PAC”, três letras ressuscitadas de um passado funesto, está de volta. Em sua versão original, no primeiro governo Lula e no de Dilma Rousseff, fez parte do colapso geral que acabou levando o Brasil à maior recessão econômica da sua história
Na encarnação atual, recém levada ao conhecimento do público pagante, não está claro ainda se o resultado vai ser o mesmo, ou pior. 
Vai se saber com o tempo, mas os primeiros sinais são ruins; mais uma vez, os barões do governo anunciam verbas imensas para projetos incertos, com fundamentos frouxos ou simplesmente imaginários. 
É a conversa clássica. Vamos investir tantos trilhões nisso, mais outros trilhões naquilo, e a partir daí seja o que Deus quiser.
 
O PAC ressuscitado ameaça sobretudo a Petrobras – ou, mais exatamente, o cidadão que paga as contas da Petrobras. 
De acordo com o que foi anunciado, haverá investimentos jamais vistos em refinarias, plataformas marítimas, estaleiros, exploração de petróleo na Amazônia, sondas de perfuração e sabe-se lá o que mais
O Brasil, sem dúvida, está precisando aumentar a sua capacidade de refino – a produção atual, em boa parte gerada em refinarias de tecnologia superada, não é suficiente para atender o consumo interno de combustíveis. 
É importante também extrair mais petróleo, e dar impulso à produção em alto mar, área em que a empresa concentra hoje a sua principal competência. Mas ninguém é capaz de explicar de forma coerente a pergunta essencial: de onde virá o dinheiro para pagar a encomenda?
Teria de vir, em qualquer quadro racional, dos resultados da empresa. 
No caso, a Petrobras estaria em boas condições para investir: fechou o ano de 2022 [não esqueçam. 2022, sob o governo Bolsonaro - bem diferente do atual DESgoverno , comandado por um petista ignorante e boquirroto.] com lucro de quase R$ 190 bilhões, o maior de toda a sua história. Mas o quadro do Brasil de hoje não é racional. 
Depois de passar a campanha eleitoral inteira dizendo que a Petrobras estava “quebrada”, quando ela nunca ganhou tanto dinheiro para o Tesouro Nacional, Lula fez com que começasse a perder já a partir do seu primeiro dia de governo. Para isso, aplicou um método infalível: fez a empresa vender combustível por um preço menor do que paga para comprar petróleo no mercado internacional. 
Só pode dar prejuízo – quanto mais a Petrobras vende, mais dinheiro perde. É a demagogia de sempre: vamos falsificar o preço da gasolina para defender o bolso do “trabalhador brasileiro”. 
Mas o trabalhador brasileiro é quem vai pagar, na hora do imposto, até o último tostão desse prejuízo.

Aí vem o “PAC”: [´conto do PACO'.]  justo na hora em que a Petrobras começa a perder dinheiro e cortar dividendos, o governo anuncia bilhões de reais em investimentos na empresa. É puro Lula.

J. R. Guzzo colunista - O Estado de S. Paulo

 


sábado, 30 de julho de 2022

Preço médio da gasolina no Brasil é o menor em um ano

Segundo levantamento da ANP, valor do litro no país caiu de R$ 5,89 para R$ 5,74, uma diminuição de 2,5%. Foi o quinto recuo seguido [importante considerar que a redução acima é a quinta; no mês de junho o preço da gasolina no DF, raspava os    R$ 8 e agora, após o presidente Bolsonaro tomar as rédeas da situação,  é encontrada por até R$ 5,48.]

A queda no preço da gasolina nas refinarias duas em menos de 10 diastem chegado as bombas dos postos de combustíveis. Os preços caíram 2,74% na semana encerrada neste sábado, 30. O valor médio do litro foi de 5,89 reais para 5,74 reais no país. Foi a quinta semana consecutiva na redução dos preços.

O valor é o menor registrado desde julho do ano passado, quando o litro do combustível era encontrado por 5,81 reais, em média.

O etanol também teve redução de 2,5%, passando de 4,32 reais na última semana para 4,21 reais agora. O diesel variou perto da estabilidade, com redução de 0,3% entre a semana passada e essa. A redução foi de 7,44 reais para 7,42 reais. 

Quedas

As variações para baixo no preço dos combustíveis tem o impacto da lei que estabeleceu um teto para o ICMS dos combustíveis nos estados e zerou tributos federais até dezembro deste ano. 
A redução dos preços tem impacto direto na inflação brasileira, já que os transportes tem o principal preço na cesta de composição dos preços, a frente até mesmo dos alimentos. 

Economia - Revista VEJA
 
 

domingo, 1 de março de 2020

Sr. Presidente e militares ministros, é preciso abrir a caixa preta da Petrobras

Carlos Newton

Nessa fase pré-greve dos caminhoneiros, a pergunta mais importante que não quer calar é a seguinte: Por que o Brasil está importando mais gasolina e diesel, se tem produção recorde e se tornou mais do que autossuficiente? 
Para respondê-la, antes será preciso abrir a caixa-preta da Petrobras, muito mais suja e emporcalhada do que a do BNDES, cuja abertura foi uma frustração nacional, pois a corrupção tinha sido toda feita pela diretoria presidida por Luciano Coutinho, ou seja, os culpados desde sempre já eram conhecidos, nenhum funcionário do BNDES foi envolvido.

P.S. 1 – Havia uma grande desculpa para importação de petróleo leve. Dizia-se que era para misturar ao petróleo pesado e refinar. Hoje, o pré-sal produz petróleo leve e a justificativa não serve mais. Ao invés de comprar óleo leve, a Petrobras passou a importar diesel e gasolina, especialmente dos EUA, repita-se, mantendo em meia ociosidade as refinarias brasileiras.

No caso da Petrobras, a coisa muda de figura. A corrupção vem desde os tempos do presidente Shigeaki Ueki, no governo Giesel, e se tornou parte integrante da estatal, cuja caixa-preta continua mais fechada do que os cofres de Fort Knox, que guardam as reservas norte-americanas de ouro.

SEM CONTROLE – A caixa-preta a ser investigada na Petrobras repousa eternamente em berço esplêndido na Diretoria de Refino e Gás, onde funcionam os Departamentos de Importação, Exportação, Industrial (Refino) e Logística.
Há alguns meses, a imprensa surpreendentemente descobriu que não havia um controle preciso sobre as importações e exportações, a empresa não arquivava nada a respeito, alegando que as negociações são diárias, sob cotação oscilante, etc. e tal, acredite se quiser.
Esta notícia, que deveria ter sido manchete da imprensa nacional, passou despercebida, é até muito difícil localizá-la na internet, vocês podem imaginar o motivo.

REFINARIAS OCIOSAS – Outro alvo da caixa-preta têm de ser as refinarias. O empresário norte-americano John Davidson Rockefeller (1839-1937) costumava dizer queo melhor negócio do mundo é uma companhia de petróleo bem administrada e o segundo melhor é uma companhia mal administrada”.
E no ramo do petróleo o melhor negócio é o refino, porque não tem os riscos da prospecção e da extração. No Brasil, inexplicavelmente, para justificar a importação de gasolina e diesel, a Petrobras usa apenas 60% da capacidade de suas refinarias.
Por quê? Ninguém sabe.

DOIS RECORDES – O que se sabe é que em novembro do ano passado o país superou, pela primeira vez, a marca de 3 milhões de barris de petróleo produzidos diariamente. E fechou o ano com outro recorde fulgurante: 1 bilhão de barris na soma dos 12 meses, aumento de 7,8% em relação ao volume produzido em 2018.
Mas, contraditoriamente, vem aumentando a importação de gasolina e diesel. Brasil nunca comprou tanta gasolina e diesel de outros países (leia-se: Estados Unidos, como nos últimos anos.
Mas por quê? Ninguém sabe.

PRODUÇÃO DE DIESEL – Os números falam por si. Em 2014, foram produzidos quase 50 milhões de metros cúbicos de diesel no Brasil. Em novembro daquele ano começou a funcionar o primeiro trem (estágio) da refinaria Abreu e Lima, com capacidade para produzir 100 mil barris/dia de diesel S-10, com baixo teor de enxofre de acordo com os rígidos padrões internacionais.

E o que aconteceu? Mesmo com o rendimento máximo da nova refinaria, ao invés de a produção de diesel aumentar, vem caindo e em 2018 ficou em menos de 42 milhões de metros cúbicos. É inexplicável, porque em 2014, sem a produção da Abreu e Lima, já estávamos em 50 milhões de metros cúbicos. Ao mesmo tempo, a importação de diesel disparou, assim como a de gasolina, beneficiando especialmente os produtores norte-americanos.

SEM JUSTIFICATIVA – Os números da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostram que em 2010 a importação de gasolina ficou em apenas 3,2 milhões de barris. De lá para cá houve um salto enorme na extração de petróleo, com aumento também da capacidade de refino, mas no ano passado as importações chegaram a mais de 30 milhões de barris, quase dez vezes mais que há uma década.
O mesmo aconteceu com diesel: em 2000 eram pouco mais de 36 milhões de barris importados e em 2019 o número passou de 80 milhões. Quem explica essa maluquice? Ninguém. Como dizia o genial jornalista, compositor e cronista pernambucano Antonio Maria, “eu grito e o eco responde: Ninguém”!
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P.S. 2 – Os engenheiros da Petrobras vivem a denunciar essas flagrantes distorções, mas a grande imprensa se cala, apesar das indicações da existência de um sofisticado esquema de corrupção na Diretoria de Refino e Gás, onde trabalhei por três anos, sempre indagando por que as refinarias não eram adaptadas a processar óleo pesado, mas ninguém respondia. Nem mesmo o eco do Antonio Maria, aquele genial menino grande, que era brasileiro como ninguém. (C.N.)

A VERDADE SUFOCADA - Transcrito em 01 março 2020


sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Petroleiros se opõem à reforma da Petrobras – Editorial - O Globo

Greve contra fechamento de fábrica deficitária sinaliza resistência ao plano de modernização da estatal

Pela visão sindicalista da Petrobras, a estatal é um “bem do povo”, intocável. Este é o dogma que sustenta a decretação de greve, pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), contra o fechamento de uma deficitária fábrica de fertilizantes no Paraná.  Até a década de 70, não era possível sequer associação com petroleiras privadas internacionais para explorar a Bacia de Campos, àquela altura uma área geológica promissora. Não havia dinheiro para explorá-la.

Por ironia da história, o general Ernesto Geisel, ex-presidente da Petrobras, nacionalista, viu-se obrigado, na Presidência da República, a aprovar a assinatura de “contratos de risco” com grupos privados. A estatal não conseguiria sozinha avançar naquela região, entendera Geisel. Era o certo, e a Bacia de Campos começou a reduzir a grande dependência que o país tinha do petróleo importado.

A questão da fábrica de fertilizantes do Paraná parece diferente, mas tem a mesma razão de fundo: a corporação sindical petroleira se considera dona da estatal e tem apenas compromisso com empregos e salários, mesmo que a empresa seja deficitária. Pode ser compreensível, mas empregos e salários desaparecerão cedo ou tarde, pela inviabilização da empresa.  No caso do Paraná, a debacle já aconteceu: a fábrica de fertilizantes, a Fafen, já paralisada, acumula R$ 2 bilhões de prejuízos, desde que foi comprada da Vale em 2013. Empregava 396 funcionários.

Assim como foi imperioso abrir a exploração de petróleo a empresas de fora, é essencial rever o posicionamento estratégico da Petrobras, o que está sendo feito. A greve indica que pode haver resistências semelhantes à venda anunciada de refinarias, um setor no qual a estatal se manterá, porém com um número menor de unidades.  A empresa, com US$ 87 bilhões de dívidas, ainda é uma das petroleiras com o maior passivo financeiro do mundo. Precisa reduzi-lo e, ao vender refinarias, ainda ajudará a quebrar oligopólios existentes no mercado de derivados, que impedem que a queda de preços no refino chegue aos postos de abastecimento. A privatização da BR Distribuidora está dentro deste
contexto.

O acúmulo de derrotas do lulopetismo impeachment de Dilma, prisão de Lula acabrunhou a esquerda, mais ainda com a vitória de Jair Bolsonaro, de extrema direita. A reação ao necessário fechamento da fábrica de fertilizantes sinaliza que o movimento sindical próximo ao PT aproveita para tentar se reerguer.
A Justiça do Trabalho exerce sua função de mediadora. A greve foi suspensa ontem para novas negociações.
[Dizer a greve foi suspensa é o eufemismo para acabou, findou.  Empregos estão difíceis e a turma da Petrobras ganha muito bem e não quer perder a boquinha.
Lamentamos pelos terceirizados, apesar dos terceirizados são sempre os primeiros  alcançados em qualquer medida de contenção de despesas.] Porém, deve-se entender que o que está em jogo não são 396 empregos, mas a necessidade de a estatal garantir sua sobrevivência a longo prazo, o que passa pela exploração do pré-sal antes que o consumo de combustíveis fósseis comece a cair. Não faz sentido manter negócios inviáveis. O tempo corre. Ou um custo crescente será cobrado da sociedade.

Editorial  - O Globo



segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Bolsonaro diz que tendência no preço do combustível é se estabilizar - IstoÉ

O presidente Jair Bolsonaro disse, hoje (6), que, apesar de o preço dos combustíveis estar alto nas bombas, a tendência é de estabilidade. Ele, no entanto, voltou a negar qualquer possibilidade de tabelamento.  “Reconheço que o preço está alto na bomba. Pelo que parece, a questão lá dos Estados Unidos e do Iraque, o impacto não foi grande. Foi de 5%, mas passou para 3,5%. Não sei a quanto está hoje em relação ao dia do ataque, mas a tendência é a de estabilizar”, disse o presidente ao deixar o Palácio da Alvorada.

Segundo Bolsonaro, o assunto pautará uma reunião da qual participará no Ministério de Minas e Energia ainda hoje, às 16h. O presidente voltou a descartar qualquer política de tabelamento, estratégia que, segundo ele, já foi adotada no país e não deu certo.

Ainda de acordo com o presidente, o combustível, na bomba, custa três vezes o preço cobrado pelas refinarias. “É um absurdo. É muita gente ganhando dinheiro sem risco nenhum. São monopólios que vêm de décadas. Não podemos quebrar contratos, mas vamos quebrando devagar esses monopólios, usando a lei. O que pudermos abrir vamos abrir. Tem de haver concorrência ao máximo para quebrar monopólio”, disse.

Reforma
Sobre a reforma administrativa, Bolsonaro disse que a previsão é a de apresentá-la em fevereiro. E voltou a garantir que não afetará os atuais servidores concursados. “Fala-se muito em não ter mais estabilidade para quem incorporar no serviço público a partir de agora. A gente não pode apertar o projeto nesse sentido, porque muita gente vai dizer que estamos quebrando a estabilidade de 12 milhões de servidores. A gente não quer esse impacto negativo na sociedade. Para quem está [no serviço público] não mexeremos em nada”.

IstoÉ - Agência Brasil

sexta-feira, 21 de junho de 2019

Fim do monopólio no refino

Acordo entre Cade e Petrobrás representa avanço importante

O acordo celebrado entre o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Petrobrás, pelo qual a estatal se compromete a vender oito refinarias de petróleo até dezembro de 2021, representa o início da quebra de um monopólio virtual. Atualmente, a estatal detém 98% de participação no mercado de refino de petróleo, restando para os concorrentes, na prática, apenas a disputa do mercado de importação de derivados, da qual participam empresas com pouca presença nacional. Mesmo com a venda das oito refinarias mencionadas no Termo de Compromisso de Cessação (TCC) assinado pelo Cade e pela Petrobrás, a estatal manterá pelo menos metade de sua atual capacidade de refino, o que continuará a lhe assegurar grande poder no mercado. Além disso, embora o TCC contenha mecanismos que impedem a formação de monopólios regionais - que reduziriam a competição em algumas áreas -, não está garantido que, em escala nacional, não surja um número tão pequeno de novos operadores que, na prática, reduza ou até impeça a competição.

De todo modo, o acordo representa um avanço importante numa área até agora quase toda dominada por uma única empresa, a qual, por sua vez, dado o seu poder de mercado, não poucas vezes foi utilizada por seu controlador - o governo federal - para a prática de políticas de preços populistas que lhe impuseram severas perdas. “Poder de monopólio não se justifica em uma sociedade livre e democrática, porque é restrição à liberdade de escolha das pessoas e gera várias distorções contrárias ao crescimento econômico”, observou o presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco, após a homologação do acordo.

O setor de refino da Petrobrás foi o mais prejudicado pela maneira como a administração lulopetista utilizou a estatal para tentar viabilizar sua política econômica irresponsável
. A construção de refinarias de viabilidade econômica questionável, dado seu alto custo, foi iniciada nessa época por razões meramente políticas. A Refinaria Abreu e Lima, por exemplo, foi programada pelo governo petista para agradar a um governante estrangeiro, o venezuelano Hugo Chávez - cuja gestão lançou o país numa grave crise que piorou no governo de seu sucessor, Nicolás Maduro -, na forma de uma sociedade em partes iguais entre os dois países. Nunca houve dinheiro venezuelano no projeto, cujo custo, já excessivamente elevado nas primeiras projeções, acabou sendo várias vezes maior do que o projetado. O complexo petroquímico do Rio de Janeiro, o Comperj, igualmente decidido de acordo com critérios político-eleitorais, teve suas obras paralisadas por muito tempo por causa de seu custo excessivo.

Para prejudicar ainda mais o setor de refino da Petrobrás, os governos petistas impuseram severa compressão do preço dos derivados na saída das refinarias, o que impediu a empresa de acompanhar os preços internacionais. E, para abastecer o mercado interno em expansão, a estatal, que não conseguia aumentar sua capacidade de refino na mesma velocidade, muitas vezes teve de importar derivados a preços internacionais e vendê-los a preço controlado pelo governo. Estima-se que essa política tenha imposto perdas que superaram R$ 100 bilhões à empresa, que se viu forçada a se endividar e a cortar investimentos.

O acordo com o Cade estabelece também um cronograma para a Petrobrás vender integralmente as oito refinarias, exatamente as mesmas que faziam parte das diretrizes do programa de desinvestimentos que o Conselho de Administração da empresa havia aprovado no fim de abril. Na ocasião, a Petrobrás previu que a venda de oito ativos de refino - incluindo a Refinaria Abreu e Lima e o Comperj - poderá render até US$ 20 bilhões.

Note-se, porém, que o TCC assinado pelo Cade e pela Petrobrás preserva o parque de refino do Sudeste, particularmente as refinarias do Estado de São Paulo, justamente as mais integradas e as que têm maior capacidade para suprir mercados fora de sua região. Isso também ajuda a estatal a manter seu poder de mercado.


 Editorial - O Estado de S. Paulo


sábado, 8 de junho de 2019

STF abre fissura no estatismo brasileiro

Julgamento sobre regras para privatizações pode permitir ao país se afastar do capitalismo de Estado

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de, por maioria de votos, oito a três, permitir a privatização de subsidiárias de estatais sem precisar de aval do Congresso, tem importante aplicação imediata, porque a Petrobras segue um plano estratégico de venda de empresas e ativos avaliados em US$ 32 bilhões. Além de existir um programa de venda de estatais, no governo Bolsonaro, como forma de também ajudar a economia a sair da crise fiscal. No caso da Petrobras, os recursos estão sendo aplicados no abatimento da elevada dívida da estatal, contraída no período de desvarios lulopetistas em investimentos bilionários mal feitos, usados para o desvio de dinheiro público, com a ajuda de empreiteiras. Destinado para campanhas políticas, projetos de poder e bolsos privados. Os autos da Lava-Jato contam a história.

A empresa foi usada, ainda, como instrumento de política anti-inflacionária, por meio do congelamento de preços de combustíveis, bancado pela companhia, causa de um enorme rombo no seu caixa. Ninguém reclamou à Justiça. Mas quando foi lançado o programa de venda de refinarias, de parte da BR — operações também para afinal injetar concorrência no mercado de distribuição — e de subsidiárias na área de gás, interesses corporativistas terminaram sendo contrariados, e sindicatos correram ao STF.

Escolhido relator do caso, o ministro Ricardo Lewandowski concedeu liminar para exigir que qualquer privatização precise de permissão do Legislativo. Ora, seria o mesmo que proibir as desestatizações, não só porque corporações sindicais têm razoável influência no Congresso, como também há políticos que usam empresas públicas para exercitar o clientelismo e até mesmo fazer negócios. Depois, reclamação semelhante foi entregue para o ministro Edson Fachin relatar, especificamente contra a venda já acertada de uma subsidiária da área de gás (TAG).

O julgamento pelo plenário da Corte, encerrado quinta-feira, corrigiu o rumo das liminares: subsidiárias não precisam de lei específica para ser negociadas, nem de licitações, apenas as “empresas-matrizes”.  Nesses dois casos, seria a Petrobras.
Numa perspectiva mais ampla, o STF ajuda a fechar um longo ciclo histórico em que o Brasil sempre esteve mais próximo do capitalismo de Estado do que de um regime econômico liberal. Como se tenta agora. E foi esta visão estatista — um “fetiche”, segundo o ministro Luís Roberto Barroso —que plasmou a própria Constituição de 1988, embora ela conceda a primazia no sistema produtivo ao setor privado.

Esta ideologia da predominância do Estado sobre a sociedade tem raízes tão profundas que une a esquerda e a direita. A política econômica do general Geisel sempre contou com simpatias no PT, tanto que Lula e Dilma aplicaram a receita geiselista de substituição de importações na Petrobras. Outra causa da desestabilização da empresa. O STF agora estabelece um marco para o país se afastar deste passado.
 

 

domingo, 5 de agosto de 2018

Esboço dos programas



As propostas econômicas dos candidatos ainda estão muito embrionárias, mas tanto Marina Silva quanto Geraldo Alckmin e Ciro Gomes defendem a taxação de dividendos, com redução dos tributos sobre as empresas. Na semana de entrevistas com cinco dos candidatos na Globonews, foi possível ver convergências e muita imprecisão ainda sobre o que está sendo proposto na economia. O candidato Jair Bolsonaro falou em privatizar a Petrobras, mas por um motivo conjuntural: o preço do diesel.

A privatização da empresa ícone do Estado brasileiro não pode ser decidida assim por esse motivo. Segundo o candidato, já que o preço dos combustíveis está alto, é melhor privatizar a companhia. Disse e repetiu. Bom, ela ser vendida como está só transformará um monopólio estatal em privado. E quebrar o monopólio no refino, com venda de algumas das refinarias, pode ser o caminho mais seguro para quem quer competição nos preços. Isso foi defendido por Geraldo Alckmin.

O mais importante que fica da série de entrevistas em que, pela ordem, Álvaro Dias, do Podemos, Marina Silva, da Rede, Ciro Gomes, do PDT, Geraldo Alckmin, do PSDB, e Jair Bolsonaro, do PSL, falaram à Globonews é que ficou claro que alguns têm propostas econômicas mais definidas, mas há quem tenha apenas ideias desconexas. O candidato Jair Bolsonaro teve que parar de se esconder atrás do economista Paulo Guedes e não soube muito bem explicar por onde vai nesse tema. Ninguém tem que ser economista, mas pessoas que se dispõem a governar o Brasil tem que saber o que estão oferecendo aos eleitores como projeto para tirar o país da bomba fiscal em que está. Eles é que tomarão as decisões.

Ciro Gomes tem propostas que no tempo da entrevista, duas horas, não conseguiu explicar muito bem, mas que embute riscos. Para o discurso político ele acusa “meia duzia de plutocratas banqueiros” de receberem os juros da dívida. Se fosse simples assim, bastava então não pagar. Mas a dívida é, como ele sabe, carregada por milhões de brasileiros e 25% dela está na mão de fundos de pensão. Acusar os banqueiros é fácil e soa bem na retórica eleitoral, porque há um consenso de que os spreads brasileiros são altos demais, e os lucros, exagerados. Mas decidir não pagá-la ou estabelecer teto para o pagamento é o caminho mais curto para o desastre.

Marina Silva repete o que já disse em outras campanhas, mas agora de forma muito mais segura, que o ajuste fiscal terá que ser feito e através do controle estrito das contas públicas, mas precisará detalhar mais, como todos os outros, o caminho do equilíbrio. Geraldo Alckmin e Ciro Gomes prometem zerar o enorme déficit público brasileiro em dois anos. Hoje, o déficit primário está em R$ 150 bilhões e o ano que vem, primeiro do próximo governo, será o sexto ano no vermelho no qual a presidente Dilma levou o país e do qual ainda não se sabe como sair. O rombo tem que ser enfrentado. Mas como? Ainda não ficou claro. A maioria fala em cortar incentivos e subsídios. Esse é de fato um dos caminhos, o de reduzir as transferências para o capital, mas ninguém diz que interesse vai contrariar. Ciro Gomes afirmou ao fim da entrevista que será um corte linear de 15% em todos os programas, mas ao mesmo tempo defendeu durante a entrevista a permanência e até o crescimento dos subsídios à indústria, o que é uma contradição.

O país está diante da mais difícil das suas eleições. A economia é um dos dilemas. Não é o único. É preciso saber como garantir a governabilidade, após as eleições. Geraldo Alckmin montou uma grande coalizão eleitoral, mas com partidos envolvidos no que houve de pior nos últimos anos. Marina Silva, Jair Bolsonaro, Ciro Gomes e Álvaro Dias estão em partidos pequenos. O PDT de Ciro é um pouco maior, claro. Mas nenhum deles tem dimensão para começar a organizar uma coalizão de governo.  Ciro chegou à entrevista no dia em que o PT armara o plano de tirar dele o apoio do PSB, assunto que ainda provoca tremores no PT. Em Pernambuco, Marília Arraes mantém a candidatura ao governo pelo partido, e em Minas Gerais Márcio Lacerda se insurgiu contra a decisão do PSB. [por isso defendemos algo que não sabemos como fazer - atualmente só pode ser imposto e para isto tem que ser um regime forte - seria um governo que tivesse para a área que vamos chamar de moralização = ORDEM - as ideias de Bolsonaro e para a área de recuperação da economia = passo inicial para o PROGRESSO - as ideias de  Alckmin.
E óbvio sem um Janot para atrapalhar, trabalhando contra o Brasil.]

Muito perto da eleição, sabemos pouco dos caminhos. Mas se Ciro ataca seres sem rosto como “o baronato” e os “plutocratas”, Jair Bolsonaro faz ofensas e ameaças diretas a parcelas do eleitorado: negros, mulheres, indígenas. Esta é a eleição que enfrentaremos.



sábado, 26 de maio de 2018

Preço do diesel sobe na bomba mesmo com paralisação de caminhoneiros



No país, o litro do combustível teve aumento de 5,36%

Os preços do óleo diesel nos postos do Brasil aumentaram, em média, 5,36% nesta semana. Esse impacto nas bombas ocorreu mesmo após a Petrobras ter reduzido os preços de venda do produto em 10% em suas refinarias, desde o último dia 25. Segundo dados da pesquisa mais recente da Agência Nacional do Petróleo (ANP), na semana de 13 a 19 de maio, o óleo diesel era comercializado a R$ 3,595 nos postos. Já no período entre 20 a 26 de maio, o preço passou para R$ 3,788: quase R$ 0,20 a mais.

Em nível estadual, o combustível também apresentou aumento no Rio nesta semana. O diesel, que até 19 de maio era comercializado a R$ 3,748, passou a ser vendido por 
R$ 3,888: um aumento de 3,73%.  A Petrobras também vem anunciando reduções diárias nos preços da gasolina desde o último dia 23. O combustível, desde este sábado, dia 26, está sendo comercializado a R$ R$ 2,0096, o litro, nas refinarias: uma redução de 0,31% em relação ao valor anterior, R$ 2,0160. Entretanto, na semana de 20 a 26 de maio, o combustível apresentou aumento nas bombas, a nível nacional.

A gasolina era vendida a R$ 4,284, mas foi comercializada a R$ 4,435 na semana que se encerrou neste dia 26. Essa alteração representou um aumento de 3,52%.  No Estado do Rio, a situação não era diferente. o preço subiu de R$ 4,765 para R$ 4,435: elevação de 1,55% no preço pago pelo consumidor.  Por sua vez, o etanol teve alta em nível nacional, mas queda no Estado do Rio. No país, o combustível foi de R$ 2,784 para R$ 2,818: aumento de 1,22%. Já no Rio, a situação foi o inverso. O etanol caiu de R$ 3,533 para R$ 3,483: diminuição de 1,41% no preço na bomba.

ACORDO ENTRE GOVERNO E GREVISTAS
Uma das questões acertadas no acordo feito na última quinta-feira, entre o governo e representantes dos caminhoneiros, foi a garantia de que os preços do diesel passariam a ter reajustes, nas refinarias, a cada 30 dias.  A Petrobras também se comprometeu em manter os atuais preços durante 15 dias, o que representará uma perda na receita da companhia da ordem de R$ 350 milhões. Ao fim desses 15 dias, a estatal voltaria a praticar sua política de preços de revisões diárias, cujos valores serão contabilizados para ressarcimento pelo governo a cada 30 dias.

O Globo