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sexta-feira, 1 de setembro de 2023

Infelizmente-em-chefe - Lula marca cirurgia para 29/9. É, eu sei o que você está pensando

Vozes - Paulo Polzonoff Jr.

Lula cirurgia

 No dia 29 de setembro, Lula se submeterá a uma cirurgia no quadril. E nem adianta disfarçar. Sei bem o que você pensou quando leu essa notícia.| Foto: Agência Brasil

O infelizmente-em-chefe Lula marcou uma cirurgia no quadril para o dia 29 de setembro próximo. E nem adianta disfarçar, olhar para o teto ou para os lados, fazer essa cara de sonso aí. Sei o que você pensou ao ler essa notícia, até porque eu pensei também. Um pensamento ligeiro que não chegou a virar desejo nem nada disso. Sobretudo nada disso! Estava mais para um dos tantos delírios à toa que tenho ao longo do dia: imagina se!

Imagina se!
Imagina se uma tempestade solar destrói todos os satélites da Terra. Imagina se um meteoro. Imagina se o megavulcão que existe sob Yellowstone resolve entrar em erupção. 
Imagina se o Putin decide admirar cogumelos. Imagina se ganho na Mega Sena – e mesmo sem jogar! 
Imagina se o Alexandre de Moraes aparece amanhã lá no Dante. Imagina se meu cabelo volta a crescer. Etcétera. E bota etcétera nisso.

Dia histórico
É que, uns mais e outros menos, todos funcionamos assim. Na base da imaginação que alterna cenários otimistas e pessimistas. Como no caso da cirurgia a que se submeterá o turista-em-chefe, é quase sem perceber que vislumbramos a possibilidade de vivermos um dia histórico. Quando, na verdade, o mais provável é que o dia seja comum, cheio de notícias até um tanto quanto óbvias, dessas que nos parecem surreais num instante e absurdamente plausíveis no outro. Afinal, apagaram as imagens do Ministério da Justiça no 8 de janeiro. Que tal?

Imprevisível
Mas dizia eu que sei o que você está pensando, nessa mistura muito humana de crueldade, perversidade e – por que não? – um tiquinho-inho de esperança. Não o julgo. Pelo contrário, me solidarizo, mas ressalto desde já que é errado. Humanamente errado. Brasileiramente errado. Acontece que, quando nos falha o encadeamento cotidiano de fatos, é natural que apelemos para o imprevisível. Para o Imponderável de Almeida. Mas pode ficar tranquilo que, por pudor, não chamarei aqui de milagre nem nada disso.

Corvos
Em pensando no que pensam os corvos, é de se imaginar as consequências. Alckmin assume e seeeeegue o jogo.  
Alexandre de Moraes dá um golpe. Janja decide mostrar de uma vez por todas quem é que manda. 
Bolsonaro pede desculpas por existir
Redações são inundadas pelas lágrimas dos militantes. É feriado nacional e rodovias que ligam São Paulo às praias registram congestionamento recorde. O dólar sobe. Ou cai, sei lá. E no dia seguinte, 30, se não me falham a matemática e o calendário, o sol nasce no leste e se põe no oeste.

Se
Se. Conjunção condicional usada no início de oração subordinada adverbial condicional.
O pesadelo dos leitores cartorários, aqueles que acham que a realidade é tabulável e para os quais um “se” é necessariamente uma especulação mal-intencionada. Vista também com maus olhos pelos jornalistas linha-dura, para os quais um buraco de rua que engoliu um carro nunca é se. Nem talvez, quiçá, porventura, por acaso, por erro médico ou por complicações naturais da cirurgia.

Se 2
Vivo mergulhado em “se”. Atolado em “se”. Tanto no pessoal quando no profissional. 
Se não tivesse entrado naquele avião e me sentado ao lado do cara do Los Hermanos. 
Se Bolsonaro não tivesse dito que não era coveiro. 
 Se a Lava Jato não tivesse chegado perto demais do sol, digo, da cúpula do Judiciário. 
Se eu tivesse cursado Medicina. Se. Se. Se. Se. Quem não gosta de “se”, bom sujeito não é. É ruim da cabeça. Ou age de má-fé.
 
Dignidade humana
Todo ser humano é digno. Até o Lula?
Sim, até o Lula. Mas não é a primeira vez que me espanto ao notar como certos homens vão se desfazendo da dignidade como se fossem escamas, a tal ponto que despertam no outro essa aversão instintiva, essa ideia indigna de que talvez (!) o mundo fosse um lugar melhor se Fulano não existisse
É uma coisa triste de se pensar, mas para pecados assim é que existe a Confissão.
 
Fidel
Já na década de 1990 se especulava sobre Fidel e quando chegou a vez de Fidel foi um dia como outro qualquer. Eulogias sentimentalóides de um lado, obituários críticos de outro
Esperava-se que Cuba fosse se consolar nos braços do capitalismo americano ali pertinho. Mas que nada! 
A danada se mantém firme, totalitária e comunistona até hoje. Outra prova de que pensamos errado se pensamos que o agouro, seja ele bom ou mau, implica mudança. Nem sempre. Nem sempre.


Um dia vai acontecer

O insight do dia, do mês, do ano, do século é do meu amigo Orlando Tosetto.
Que, antes mesmo de Lula marcar a cirurgia para o dia 29 de setembro, e durante um de seus corriqueiros ataques de genialidade enquanto descasca laranja, escreveu que “o brasileiro é um tipo que acha que aquilo que não acontece imediatamente não vai acontecer nunca”.

P.S.
Tem gente indo além e pensando em cirurgias que não comento aqui para não levar bronca do departamento jurídico.
É, tem essa possibilidade fantástica também. Sempre.

Paulo Polzonoff Jr.,  colunista - Gazeta do Povo - VOZES


sábado, 31 de dezembro de 2022

A mentira da mudança do clima - J. R. Guzzo

Revista Oeste

Para não ser “cancelado”, proibido de expor as suas ideias ou simplesmente manter o seu emprego, o cientista do século 21 tem de obedecer cegamente à religião da “ciência progressista” 

 Rua coberta de neve, em Buffalo, Nova Iorque, durante a tempestade Elliot, a pior nevasca da história da comunidade, em 24/12/2022 | Foto: Wikimedia Commons

 Rua coberta de neve, em Buffalo, Nova Iorque, durante a tempestade Elliot, a pior nevasca da história da comunidade, em 24/12/2022 | Foto: Wikimedia Commons 

Ano após ano, área após área, a ciência mundial tem estado sob ataque — o mais destrutivo desde a escuridão que a Igreja Católica, até o século 17, impôs ao pensamento humano. Era proibido, então, fazer a mais modesta indagação científica, ou simplesmente utilizar a razão para investigar questões básicas da vida. O cidadão era queimado na fogueira dos padres e dos bispos por tentar investigar, por exemplo, as causas físicas de uma doença, ou o movimento na Terra em volta do sol; era pecado mortal, como heresia, servir-se do livre pensar e do livre arbítrio para chegar a qualquer conclusão sobre questões do espírito ou fatos materiais. Ao fazer essas coisas, a pessoa estava desafiando o Plano Geral de Deus, que obviamente queria manter em segredo, ou sem explicação, tudo aquilo que o homem não entendia — não cabia ao homem, em nenhuma hipótese, presumir que seria capaz de descobrir aquilo que Deus, em sua sabedoria infinita, tinha decidido que não deveria ser descoberto. [FATO: o que DEUS não quer que seja descoberto, não quer que seja alterado, simplesmente NÃO É DESCOBERTO OU ALTERADO.] Hoje, quatro séculos depois, volta-se ao tempo de Galileu Galilei — obrigado, para escapar da pena de morte imposta pela Igreja, a dizer que a Terra não se movia. 

Para não ser “cancelado”, proibido de expor as suas ideias ou simplesmente manter o seu emprego na universidade, nos centros de pesquisa e nas repartições burocráticas do Estado, o cientista do século 21 tem de obedecer cegamente à religião da “ciência progressista”, socialmente responsável e destinada a construir um mundo “sustentável”.

Esta religião e este mundo são os de Bill Gates e de seus parceiros bilionários que a cada ano fazem discursos em Davos — e ao mesmo tempo de todos aqueles que, de alguma forma ou por algum tipo de descompensação, sonham confusamente com o fim do capitalismo e a sua substituição por algo que não sabem o que é, mas têm certeza de que é “melhor”. 
Têm vidas, comportamentos e patrimônios opostos uns dos outros; um militante ecológico padrão, um professorzinho de universidade que dá entrevistas na mídia como “especialista” ou um paxá do Vale do Silício que faz doações de US$ 100 milhões para salvar a humanidade, têm tão pouco a ver entre si que poderiam viver em planetas diferentes. 
 
Mas, no geral e no fundo, acabam querendo a mesma coisa: o fim do progresso econômico. O mundo, para eles, tem de parar onde está; quem tem US$ 100 bilhões, é claro, continua com os seus 100 bi, e você continua com os trocadinhos que tem no bolso.  
Não se pode mexer em um átomo da Amazônia, da África, da Groenlândia ou, na verdade, de qualquer ponto do mundo, habitado ou não. 
É proibido crescer. É proibido mudar. É proibido usar o solo para produzir alimento, ou para extrair recursos indispensáveis à vida humana. 
É proibido consumir energia. É proibido nascer mais gente — e os que já nasceram, e vivem na pobreza, não podem querer melhorar de vida. 
O problema insuportável, para a nova ciência dessa gente, é o que ela mesma, talvez sem perceber, chama de “humanos”. São esses desgraçados que atrapalham o bem-estar das árvores, dos bichos e das pedras. Interferem na natureza, que deveriam apenas contemplar. Consomem água, oxigênio e espaço. Precisam comer, precisam usar algum tipo de tecido para se vestir, precisam morar em casas melhores que cavernas. 
Gastam, no maior horror dos horrores, combustívelé um crime, realmente, contra quem viaja de jatinho, desliza pelo mar em iates de 150 pés e anda de bicicleta de dez marchas, nos momentos em que não está em seus SUVs de R$ 1 milhão.  
Um mundo sem “humanos”, em suma, seria o ideal.
A ciência diante da qual se ajoelham hoje bilionários, devotos amadores do meio ambiente e devotos profissionais que ganham a vida em universidades, centros de pesquisa, empresas “sustentáveis” e “agências reguladoras” é, acima de tudo, totalitária. Ela decreta, em seus comitês, burocracias e igrejinhas, que alguma coisa é assim ou assado; a partir daí, obrigatoriamente, essa coisa tem de ser assim ou assado. 
Foi eliminada, simplesmente, a pergunta mais fundamental da ciência, desde que o homem adquiriu a capacidade de utilizar o seu cérebro para pensar: “O que é isso?” Ou, de outra forma: “Por que isso é assim?” 
Não se pode mais dizer: “Não tenho certeza de que tal coisa é assim. Gostaria de observar os fatos objetivamente, mas de outro ponto de vista, e verificar se chego a alguma conclusão diferente da que é aceita neste momento”. Ou seja: estão banidas a dúvida, a curiosidade, a investigação física, a discussão livre, a troca de ideias e os demais princípios fundamentais que fizeram a ciência evoluir da descoberta da roda até o que ela é hoje. Em vez de verdade científica o que se tem agora é fé — e, pior que isso, a obrigação de ter fé. 
 
Ciência não é mais o resultado do estudo sistemático das estruturas do mundo material, através da observação, das experiências e de testes capazes de comprovar com fatos concretos as deduções obtidas. Ciência é aquilo que os cientistas, pesquisadores e agentes do Estado, com o apoio da mídia, dizem que é ciência. No tempo da treva, quando isso ou aquilo parecia incompreensível, a Igreja dizia: “Deus quis assim. Não tente entender. É pecado entender.” Hoje está voltando a ser exatamente a mesma coisa. “Os estudos científicos dizem que é assim”, afirmam os mandarins da ciência. “Não tente entender. É negacionismo entender.”

Estão banidas a dúvida, a curiosidade, a investigação física, a discussão livre, a troca de ideias e os demais princípios fundamentais que fizeram a ciência evoluir da descoberta da roda até o que ela é hoje

Em nenhuma área do conhecimento essa degeneração da ciência é tão agressiva como nas questões ligadas ao meio ambiente — e especialmente, neste momento, a tudo aquilo que se entende como “mudanças do clima”. O fundamento principal do colapso da ciência verdadeira em favor da crença climática é a ideia absurda segundo a qual o homem pode “combater” a “mudança do clima”como se a Era do Gelo, o Dilúvio Universal e a separação dos continentes tivessem dependido do comportamento humano. Isso, sim, era mudança climática para ser levada a sério — não os 40 graus de calor em Copacabana no meio do mês de janeiro. Mas hoje é tudo culpa do clima. O “aquecimento global”, mesmo quando as pessoas estão morrendo de medo de passar frio neste inverno na Europa, por escassez de calefação, é culpado pelo sol, a chuva, a seca, a enchente — e também por terremoto, maremoto, vulcão, maré alta, maré baixa, a barragem de Sobradinho, o urso polar que não encontra comida, o aumento de mortos na escalada do Everest. 

Cobra-se dos políticos: “O que o seu programa prevê para deter a mudança do clima”? É uma coisa que não acaba mais. Criaram, até mesmo, a “ciência” da “climatologia” — e isso simplesmente não existe. O cidadão que se apresenta como “climatologista” é, com toda a probabilidade e salvando-se notáveis exceções, um farsante. Tudo o que ele sabe, ou finge saber, está plenamente compreendido em outras disciplinas científicas; para que, agora, essa “climatologia”? Mas a mídia publica, dia e noite, entrevistas assustadoras com os “climatologistas”. Fazem seminários, presidem webinários e aparecem na entrega do Oscar. Qualquer coisa que digam é aceita com a certeza com que se recebe o cálculo da área do triângulo. O resultado é o avanço da ignorância autoritária, do charlatanismo escrito em inglês e da superstição fantasiada de pesquisa de Harvard.

O fato objetivo, comprovado pela aplicação honesta dos procedimentos científicos fundamentais, é que não existe no mundo a “emergência climática” — isso mesmo, não existe, muito pura e muito simplesmente. Não se trata de uma opinião de jornalista ignorante. É a conclusão de um estudo liderado pelo Prêmio Nobel norueguês Ivar Giaever, assinado por mais de 1.100 cientistas de todo o mundo, inclusive 14 brasileiros, e divulgado em julho deste ano.  

A “Declaração do Clima Mundial”, como se apresenta o documento, diz que a ideia predominante segundo a qual a atividade humana causa modificações no clima é uma ficção política. O clima da Terra, diz o estudo, vem variando desde que o planeta existe. No presente momento, em particular, a situação real é exatamente oposta ao quadro de calamidade apresentado pela lavagem cerebral da mídia, da elite econômica e da ciência “politicamente correta”: de 1850 para cá, o mundo se aqueceu significativamente menos do que as previsões feitas em cima de modelos baseados na influência humana sobre o ambiente.  

O estudo observa que os “modelos climáticos” usados para demonstrar a ação destrutiva do homem sobre “o clima” não são nem sequer remotamente plausíveis como ferramentas de pesquisa; enquanto não forem substituídos pela aplicação da ciência empírica, baseada na observação da realidade, só podem gerar conclusões falsas. Os 1.100 cientistas declaram, enfim, que não há nenhuma evidência estatística de que o “aquecimento global” está tornando mais graves, ou mais frequentes, os furacões, enchentes, secas e outros fenômenos naturais — e afirmam que o “perigo” do carbono na atmosfera é um fetiche. “Nós nos colocamos francamente contra a política de carbono zero para 2050”, afirmam eles. O estudo, naturalmente, foi boicotado pela imprensa mundial e pela ditadura que controla a produção científica de hoje.

É natural que seja assim. A “climatologia” e os “climatologistas” prosperam através das turbinas de um lobby que envolve, quando se soma tudo, literalmente trilhões de dólares. A “mudança de clima” fornece milhares de empregos, na maioria bem pagos, diretorias, consultorias, presença em conselhos de multinacionais, verbas bilionárias nas universidades e nos centros de pesquisa, circulação para a mídia, viagens, conferências de cúpula em Sharm el-Sheikh, ou coisa que o valha, e todo o tipo de boca-livre. A conversa ali, em boa parte do tempo, é sobre verbas, subsídios e caça às fortunas das fundações pró-virtude, ao dinheiro de governos de países ricos e ao caixa das organizações internacionais. Cada projeto é um negócio. 
Uma expedição ao Polo Norte, por exemplo, com um navio-base, centenas de participantes e frota de apoio, com toneladas em mantimentos e brinquedos tecnológicos de última geração, é um prêmio de mega sena. 
 
Ficam nisso meses inteiros, com salários altos e todas as despesas pagas; o grande objetivo é chegar a conclusões que levem os patrocinadores a pagar a expedição do ano seguinte. Ficam medindo a temperatura do gelo, ou coisas assim, e sempre constatam que a situação é “crítica”, a ameaça é “grave” e o prosseguimento das pesquisas (”temos de entender melhor o que está acontecendo”) é “indispensável”. Pode ser a última chance de “salvar o planeta”. É “urgente”. As fundações, as empresas e os políticos soltam o dinheiro. No fim de todas as contas, o que se pode verificar de mais concreto é que os grandes beneficiários da climatologia, até agora, tem sido os climatologistas.

A essência vital da “ciência climática”, e de muito do que se pode observar na filosofia ambiental ou ecológica, é a sua feroz hostilidade ao ser humano e sobretudo o ser humano pobre, a quem se nega cada vez mais o direito de viver, pois suas vidas incomodam a “natureza” muito mais que as vidas dos ricos. Já se ouviu, em Manhattan, uma intelectual desesperadamente fiel à correção de sua consciência e às suas obrigações perante o planeta, propor a evacuação dos atuais 20 milhões de habitantes da Amazônia para “salvar a floresta”. Heimmmmm? Como assim, “evacuação”? Para onde?  
Só se faz evacuação de populações inteiras em ditaduras alucinadas; é coisa de Stalin, Pol Pot, Mao Tse-tung e outros assassinos patológicos. Mas aqui nós estamos falando em “Amazônia”; as classes que ganham para cima de US$ 1 milhão por ano, moram em guetos milionários e trabalham na Disney, ficam cegas e começam a dizer coisas deste tipo
 
É a mesma atitude dos NatGeo, Animal Planet e outros canais de entretenimento que funcionam hoje em dia como polícia ecológica. Num documentário recente feito por um deles, o apresentador relatou a tragédia de uma tribo miserável da África: um leão tinha comido uma criança, e ele estava entrevistando o pai. Ao fim da história, o sujeito diz que era necessário achar uma solução para o problema — o problema do leão. Era inadmissível, concluiu, que a tribo continuasse a causar stress nos leões, “ocupar” o “seu território” e interferir no “equilíbrio ambiental” e nas suas fontes de alimentação. Ficamos assim, então. Um leão que for visto andando pelo centro de Londres, digamos, onde poderia comer um editor do The Economist ou algo assim, vai ser morto a tiros de fuzil pela SWAT. Um leão na África não pode ser tocado vai comer uns pretos nessa ou naquela aldeia, mas e daí? Problema deles, que ficam interferindo com a vida pessoal dos leões.

A falsa ciência, naturalmente, não tem se mostrado capaz de paralisar o mundo. A ciência de verdade continua a ser utilizada para fazer aviões da Boeing, usinas que produzem energia elétrica e cirurgias de cérebro.   A água, mesmo nos estudos científicos de Oxford ou de Princeton, continua a ferver aos 100 graus centígrados e o ângulo reto permanece com os 90 graus que sempre teve. O homem, afinal, tem de viver — e os cientistas do clima também. 
Mas a catástrofe que a falsa ciência tem trazido para o conhecimento humano vai cobrar um preço cada vez mais alto — e quem vai pagar são os que mais precisam do progresso.

Leia também J.R. Guzzo - Colunista - Revista Oeste

 

 

segunda-feira, 12 de julho de 2021

Voto impresso não é novidade

Imagine se você fosse apostar na Mega Sena e não recebesse o seu papel com o comprovante da aposta. Você confiaria só na máquina? Na hora que você paga uma conta com o cartão, não pede um cupom também para conferir no fim do mês? Pois querem que confiemos apenas na máquina de votar.

Por três vezes já aprovaram projetos de lei exatamente iguais a este que estão discutindo agora e que membros do Judiciários estão contra. A Justiça Eleitoral e ministros do STF estão fazendo reuniões políticas, com dirigentes partidários contra o projeto. O que é muito estranho pois eles são impedidos de fazer isso. [é a famosa conduta errada, que virou regra: reclamar do Supremo? a quem?]

Esse projeto já foi tentado por Roberto Requião (PMDB), Flávio Dino (então no PCdoB), Brizola Neto (PDT) e também foi um projeto de Jair Bolsonaro, quando deputado federal. Este último foi vetado pela ex-presidente Dilma, e o veto dela foi derrubado por uma união de todas as vertentes políticas, porque todo mundo queria ter garantia de não haver fraude na eleição.

Por que mudaram de ideia agora?  Além disso, o Judiciário deveria conhecer o adágio latino quod abundat non nocet (o que vem a mais não prejudica).

O ministro Luís Roberto Barroso disse que não há registro de fraude. Mas o líder do PSDB, Carlos Sampaio, na época em que Aécio Neves (PSDB) concorreu a eleição e perdeu no final por poucos votos, depois de ficar 90 dias tentando auditar as urnas, afirmou: “Impossível auditar, impossível saber se teve fraude no atual sistema”.

Por isso que Bolsonaro afirmou que eleição com fraude não pode acontecer. Aziz admite que CPI está virando chacota
A frase é do próprio senador Omar Aziz: “Não aceito que esta CPI vire chacota!”. Então, alguém, ou sua consciência, disse pra ele que está virando chacota.

Prevaricação seria acreditar no deputado Luis Miranda

Um discurso do ministro da Defesa, na entrega dos espadins para os aspirantes, na Academia da Força Aérea em Pirassununga, “as forças armadas sempre foram protagonistas dos momentos principais de nossa história. Vivemos momentos delicados e estamos silentes, acompanhando a conjuntura atual. Em tempos de desinformação, cresce a importância de buscar fontes idôneas. Confiem na cadeia de comando e na lealdade de seus líderes superiores. Eles representam a palavra oficial da Força. À frente do Ministério da Defesa reafirmo que as Forças Armadas continuarão com fé em suas missões constitucionais, como instituições nacionais permanentes, com base na hierarquia e na disciplina sob a autoridade suprema do presidente da República para assegurar a defesa e a soberania, a independência e a harmonia entre os Poderes e a manutenção da democracia e da liberdade do povo brasileiro a quem efetivamente devemos servir e buscar o bem comum”.

Está aí o recado, porque tem tanta gente com ideias totalitárias no País que é uma coisa incrível
Tudo porque o sistema de corrupção está estrebuchando, não aguenta mais o jejum e a abstinência do dinheiro da Petrobras, das empreiteiras, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, do Ministério da Infraestrutura, do Ministérios da Saúde, da Lei Rouanet, do Imposto Sindical.
 
Alexandre Garcia, colunista - VOZES - Gazeta do Povo

sábado, 26 de setembro de 2020

Anatomia da fome - Cuidar dos famintos, erradicar a fome, tem que ser prioridade total. Que adianta favorecer as chamadas minorias ao tempo que milhões morrem de fome.

Antonio Carlos Prado, Fernando Lavieri e Mariana Ferrari -   IstoÉ

Com o fim próximo da pandemia, os contadores de cadáveres de alguns órgãos da grande mídia, deveriam contar os que morrem de fome - seja pela fome mesmo ou em decorrência dela e muito, provavelmente, os mortos pela fome este ano, superam em muito os mortos pela covid-19.

A fome come para dentro o corpo daqueles que não têm nada para comer, porque somente os famintos sentem o que se chama boca do estômago. Atualmente, no País, pelo menos 10,3 milhões de brasileiros não têm o que comer diariamente. E a situação é ainda mais abrangente em 36,7% dos lares, que padecem de outra condição extrema: não possuem acesso regular à alimentação em quantidade e qualidade suficientes para se nutrirem. É o que se denomina, na econômica e ciências sociais, insegurança alimentar. A fome é escalonada em três níveis. Mera teoria. Fome sem recompensa de comida é tudo igual: é fome! O estudo, divulgado na semana passada, é do IBGE e refere-se a 2017 e 2018 — apenas três anos, portanto, após o Brasil ter sido retirado pela ONU do “mapa da fome”, em 2014. Em 36 meses, a tal triste mapa os nossos tristes trópicos, assim definidos pelo antropólogo Claude Lévi-Strauss, retornaram com 14,1% a mais de miséria.


INFÂNCIA PERDIDA O pote de plástico esconde o rosto esfomeado: querer comer, mas não poder (Crédito: RodrigoZaim)

Não adianta o governo que agora ocupa o Palácio do Planalto e nem adianta a Ministério da Economia dizerem que nada têm a ver com o assunto, uma vez que o levantamento do IBGE cobre um biênio anterior ao desembarque deles no poder. Não adianta!  O presidente Jair Bolsonaro elegeu-se prometendo resolver a questão do desemprego, da carência e da fome. Quase dois anos de gestão, e nada, absolutamente nada. [o governo atual não pode resolver o que ocorreu em 2017/18.

Seu projeto era resolver a fome, desemprego e outras mazelas que herdou dos governos anteriores - especialmente dos malditos governos do perda total = pt.

Só que em 2019 o presidente Bolsonaro sofreu oposição sistemática do Poder Legislativo, que teve por muitas vezes o apoio do Poder Judiciário. Passou a prevalecer - de modo informal mas com eficiência diabólica - o entendimento: se é proposta do governo Bolsonaro, não presta.

Em 2020, quando o presidente Bolsonaro começou a iniciar um controle da situação, surgiu a pandemia - cujos efeitos negativos para a saúde pública e economia, do Brasil e do mundo, são notórios e incontestáveis].

(.....)https://istoe.com.br/anatomia-da-fome/

“Aqui em casa, para cada boca só dá uma colherada de comida. Quando dá. Moro em quatorze metros quadrados, com três filhos adultos mas desempregados. E há os netos e bisnetos. A ponte de madeira que passa sobre o mangue, único meio de chegar em casa, dá medo. Passa gente toda hora, passa carrinho de bebê balançando, passa cachorro — e passa ratos. É tudo mangue”. Rute Rocha da Silva

ISTOÉ conversou com quatro famílias que moram nas palafitas da cidade paulista de Cubatão: O estômago ronca e nada de comida cai nele. É aí que a fome começa a comer para dentro. O nervo chamado vago, no cérebro, não quer saber se tem ou não alimento no prato marrom de vidro ou no painelão amassado, ele simplesmente avisa o intestino que a fome está presente e manda produzir ácido digestivo no estômago. Comida? Nada. Ar, só ar, e é esse ar combinado com o ácido que produz o ronco. Se vira rotina, como já virou para milhões de brasileiros, vêm as carências das vitaminas A, C, D e E, a carência de cálcio, ferro e zinco, de ácidos graxos essenciais. Vem a tontura, vêm os tremores, o cansaço, a irritabilidade, a dificuldade de concentração. Vem a mega sena que teima em não dar, vem o cachorro que teima em latir, a criança que teima em chorar, a mulher que teima em brigar — em casa onde falta pão, todo mundo briga e ninguém tem razão. Vem a anemia, vêm as infecções… vem a morte. Crianças, quando sobrevivem, podem crescer com déficit cognitivo e estatura aquém do padrão saudável (na década de 1970, por exemplo, 30% de nossas crianças tinham altura abaixo do recomendável). “Quando a impossibilidade de comer se transforma no normal do dia a dia, o organismo reage comendo a si mesmo”, diz Aline Garcia, especializada em Serviços de Alimentação e nutricionista da conceituada Clínica Maia. “O corpo começa a tirar glicose e proteínas dos próprios músculos”. Quem fica sabendo de tanto sofrimento? Ninguém, a não ser os familiares que também passam fome. E lá em cima, muito lá em cima, disso sabem e dão de ombros as autoridades que nada fazem para eliminar a miséria crônica.

 Com isso, o que diz Bolsonaro? “Fala que se passa fome no Brasil. É uma grande mentira”. Mais: “Você não vê gente, mesmo pobre, com físico esquelético”. A resposta é simples e vem de 1946 com o clássico “Geografia da fome”, de Josué de Castro, um dos maiores geógrafos e cientistas sociais que o País já teve: “A fome não é um fenômeno natural, é um fenômeno social, produto de estruturas econômicas defeituosas”.


SOBRAS Com seis filhos, Helen Rose apanha os restos deixados no chão no fim da feira da Cidade Tiradentes: o lixo é o único alimento (Crédito:RodrigoZaim)

“Quando meus filhos vão dormir com fome, dou carinho. E digo que, amanhã, Deus vai prover. Meu barraco tem dois cômodos para quatro pessoas. Meu marido está desempregado, minha mãe entrevada, cuido dela também. Quando consigo trabalho de doméstica, olho a comida boa na casa da patroa, mas não como não. A patroa é boa, oferece, mas fico com culpa de comer sabendo que meus filhos estão de barriga vazia. Passei fome quando era criança. Agora são meus filhos que estão famintos”. Jerenildes Malaquias

“Tenho seis filhos. Hoje (sexta-feira 18) comprei três cenouras, um pepino e três limões. É o jantar, vai ter de durar por três noites. Tenho um pouco de arroz e feijão. Perdi o emprego por causa desse vírus que está aí”. Bárbara Daniela dos Santos

E, como não há nada que esteja tão ruim que não possa piorar, o preço da comida mais básica disparou, praticamente anulando o efeito do auxílio emergencial. Tomem-se os últimos doze meses. O arroz subiu 19,2%, o feijão preto 28,92%, o feijão carioca 12,12%, o óleo de soja 18,6%. E o sempre barato frango tornou-se nobre: foi majorado 7%. Há saída? Sim, se as elites deixarem de ser autofágicas e autopredatórias. Na análise de Belik, há quatro fatores para a superação da insegurança alimentar: disponibilidade de alimentos, acesso a eles, oferta constante e a qualidade do produto. E, acrescente-se, destravar a produção já, e criar empregos já.

“Estou há dois dias sem colocar uma comida dentro do corpo. Meu companheiro e meu filho estão desempregados e a panela vazia. Moço, não vou mostrar minha casa porque tenho vergonha. Ah, adotei um cachorro, o Scooby. Quando temos o que comer, ele come também”. Cleusa Alves

ISTOÉ conversou também com três famílias da zona leste de São Paulo. Evocando e adaptando expressões de Machado de Assis, que passou fome na infância, nasceu no Morro do Livramento e era negro, algumas dessas pessoas “têm a resignação cristã”, mas todas “possuem a alma calejada da miséria”:

“Tá dando. Vou no final da feira para pegar as sobras e fazer sopa. Tenho seis filhos, todos estão sem peso por causa da falta de alimentação. Eu prefiro que eles jantem e não almocem para não dormirem com fome”. Helen Rose

Não se trata somente de um mês, um ano, uma década. O triste e trágico choro brasileiro dá-se dessa forma ao longo de cento e trinta anos republicanos. As mulheres chefiam 61% dos lares nos quais há insegurança alimentar. Sem dúvida, esse é um dos mais tristes estudos já feitos pelo IBGE. Triste, porém urgente e necessário. E poderá deixar de sê-lo se o governo atual e os governantes futuros lembrarem que a fome que eles não sentem é a fome que estufa de ar a barriga de infinito contingente de brasileiros e brasileirinhos.

“Tenho oito filhos, já grandes e desempregados, e netos. Na segunda-feira (dia 21), eu estava apenas com três pequenos pedaços de batata doce na geladeira. Mas me sobra valentia: enquanto eu viver, ninguém aqui morre de fome. Toda as manhãs, quando saio da cama, a primeira coisa que penso é: o que vou dar para os netos comerem?”. Francisca da Silva

“A fome é uma dor que começa no estômago. Entra na alma e aí a lágrima vem”. Lucas José de Oliveira

Em IstoÉ, MATÉRIA COMPLETA


sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

MEGA da VIRADA

Mega da Virada pode pagar R$ 225 milhões no último dia de 2016

A Mega da Virada deve pagar ao menos R$ 225 milhões para quem acertar os seis números sorteados no principal concurso do ano, de acordo com a estimativa da Caixa Econômica Federal. No último sorteio do ano, o prêmio não acumula. Caso nenhum apostador acerte as seis dezenas, o valor será dividido entre os que acertarem cinco números, e assim por diante.

As apostas para a Mega da Virada começaram no dia 31 de outubro. As lotéricas federais devem receber bilhetes para o sorteio até as 14h do dia 31 de dezembro, no horário de Brasília, e os números ganhadores serão conhecidos às 20h do mesmo dia. O bilhete mínimo para concorrer à Mega Sena ou à Mega da Virada custa R$ 3,50 e pode ser comprado nas casas lotéricas ou pela internet para os clientes da Caixa.

Probabilidade.
Desde 1996, quando foi feito o primeiro concurso da Mega Sena, já foram realizados mais de 1,8 mil concursos. Desde então, os números sorteados com maior frequência foram, respectivamente: 5, 53, 28, 54, 42 e 51. O número 5 já foi sorteado 181 vezes desde o primeiro concurso. Entre os números frios, nenhum outro apareceu tão pouco na história da Mega Sena quanto o 25, que foi sorteado em 121 concursos.

A probabilidade de acerto para quem aposta seis números é de uma em mais de 50 milhões, de acordo com o site oficial da Mega Sena. O apostador pode apostar até 15 números, mas o valor do bilhete é multiplicado a cada número novo na aposta. O bilhete com sete números custa R$ 24,50, e o de 15 números vale R$ 17,5 mil.  No último concurso da Mega Sena, realizado na véspera de Natal, ninguém acertou os seis números que dão direito ao prêmio principal. O valor acumulou R$ 82 milhões para o primeiro concurso de 2017, no dia 4 de janeiro.

Fonte: Agência Brasil 



 

 

quarta-feira, 20 de abril de 2016

O hipotético ministério de Temer - o mais importante é que Dilma seja escarrada; o resto já vem melhor

A plantação de nomes de ministros prenuncia um governo esperto, porém com um fraco pela articulação do caos

O início da tramitação do impedimento de Dilma Rousseff ainda não completou uma semana e o entorno do vice-presidente Michel Temer conseguiu adicionar um problema a um país que tem duas epidemias, recessão, desemprego e governos estaduais quebrados. O problema novo é um ministério virtual posto em circulação. Serve como instrumento de propaganda mas agrava uma confusão que poderá se arrastar até outubro.

Já são mais de 20 os nomes que rolam na praça, alguns deles saídos de conversas no Jaburu, que de palácio não tem nada, é, quando muito, um esbanjamento de dinheiro público. Trata-se de uma lista malandra, destinada a criar expectativas individuais (no caso de quem espera ser ministro) ou esperanças coletivas (nos poucos casos de gente que se espera ver no ministério). Por isso, aqui só será mencionado um deles.

Armínio Fraga tem competência e biografia para ser ministro da Fazenda. Há um mês, a repórter Erica Fraga perguntou-lhe: “O senhor aceita participar de um governo de transição?” Sua resposta, numa entrevista concedida por e-mail, foi curta: “Não.”  Colocá-lo como conselheiro ou avalista de outra escolha é o pior caminho para começar uma administração num país quebrado que já passou pela experiência de Joaquim Levy, indicado por Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco.

Em qualquer governo, em qualquer época, quando um presidente termina de armar um ministério descobre que só um terço dos escolhidos estava em sua primeira lista. O segundo terço ficava entre os prováveis e os demais não eram cogitados quando as conversas começaram. Já houve presidente que, ao ser eleito, pensou nomear um cidadão sucessivamente para três ministérios. Não conseguiu colocá-lo em qualquer um deles.

Ministério não é como boleto de Mega Sena, onde o dono pode escrever o que quiser, parece-se mais com um quebra-cabeças que adquire fisionomia na medida em que se vai formando. Temer ainda não sabe sequer quantos ministros terá. Se isso fosse pouco, formar equipe é uma coisa. Governar com ela é outra e depende do estilo e da decisão do presidente. Ser ministro de Dilma é uma coisa. Ter sido de Lula, bem outra. De Temer, a ver.

Nas listas postas em circulação há nomes que cheiram a simples especulações, outros parecem balões de ensaio e há ainda uns poucos capazes de alimentar esperanças. À primeira vista, tudo isso é coisa de jornalistas sem assunto. Falso. Mesmo quando os assuntos faltam (e não têm faltado), por trás de quase todas essas listas há sempre alguém que merece crédito pela proximidade que desfruta junto ao astro-rei.

É óbvio que se Dilma Rousseff for afastada, Temer deverá ter um ministério pronto. Outro dia o vice-presidente disse que o país precisa de governabilidade e governança. Associou a governabilidade à harmonização dos conflitos políticos e partidários. Nisso ele é um mestre. Um dos primeiros testes de uma boa governança está na capacidade de um chefe de apontar prioridades, formar uma equipe e, sobretudo, não criar confusões.


Fonte: Elio Gaspari,  jornalista - O Globo

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Mistérios na Caixa Economica Federal - cuidados com as LOTERIAS

A CAIXA ECONOMICA FEDERAL sempre foi considerada uma instituição séria

Em um passado não muito distante, instituições como Caixa Econômica, Banco do Brasil  e outras tradicionais e ligadas ao Governo Federal eram baluartes da credibilidade, confiabilidade.

Infelizmente, de uns tempos para cá - especialmente após o governo federal ser tomado pela petralhada, Lula e Dilma à frente, aparelhamento total pela petralhada, incluindo a Caixa, coisas estranhas tem acontecido e a CEF  tem agido alguma vezes com um comportamento no mínimo estranho, que tem diminuído sua credibilidade.

Recentemente, ela alterou, sem nenhuma divulgação o sistema de conferência/fornecimento de resultados adotado nas casas lotéricas.

Há alguns meses teve aquele lance do Bolsa Família - gerou uma sucessão de boatos. Lembram?

Neste final de semana 'problemas tecnológicos' atrasaram a realização do sorteio da Mega Sena, atrasando em mais de 30 horas a divulgação pela Caixa dos resultados daquele sorteio.

Mais uma vez o prêmio acumula, o que está se tornando rotina.  

 

Após atraso de 30 horas, Caixa divulga resultado da Mega-Sena

Nenhum apostador acertou as seis dezenas da primeira Mega-Sena de 2016. O resultado saiu nesta segunda-feira, após mais de 30 horas de atraso. A divulgação do sorteio havia sido adiada pela Caixa Econômica Federal, devido a problemas tecnológicos no sistema de apuração. 
 O sorteio do concurso 1.776 foi noite de sábado. O prêmio era de R$ 1,5 milhão. As seis dezenas sorteadas foram: 10 - 11 -14 - 19 - 39 - 48.
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A quina teve 17 ganhadores. Cada pessoa receberá R$ 27.190,70. Já 1.051 apostas acertaram a quadra, recebendo R$ 628,30 cada. Na última quinta-feira, seis apostas acertaram a Mega-Sena da Virada, que distribuiu R$ 246 milhões em prêmios. Cada vencedora recebeu cerca de R$ 41 milhões. 

Fonte: O Globo

Uma alteração realizada pela Caixa no sistema de fornecimento de resultados de jogos - alteração que ocorreu sem publicidade, de forma sorrateira - tem deixado os mais atentos, digamos, com a pulga atrás da orelha.

QUE HOUVE?  

Até o inicio de dezembro/2015 o apostador queria conferir de forma rápida, simples e confiável suas apostas e para tanto apresentava os volantes do atendente da CASA LOTÉRICA e este procedia a 'leitura ótica' dos volantes e a cada volante lido era fornecido um impresso com o resultado.

Método rápido, seguro, a prova de enganos e/ou fraudes. Cada impresso com o resultado continha entre outras informações os quatro últimos caracteres de um código ALFANUMÉRICO existente no volante.

Tivesse o apostador vários jogos a conferir, ele poderia por amostragem conferir alguns volantes com os impressos dos resultados, checando os quatro caracteres, com a certeza absoluta que aquele resultado era daquele volante. [NÃO É PARANÓIA, mas nos tempos atuais, os órgãos com menor credibilidade pertencem ao governo.]

Mas de dezembro para cá, simplesmente os quatro caracteres sumiram do impresso com os resultados.
O que antes permitia a identificação segura do volante conferido agora não permite sequer identificar qual jogo foi conferido.
Se o apostar entregar 10 volantes, sendo 5 da mega, 3 da quina, dois da super sena, ele não tem nenhuma condição de identificar a qual modalidade de jogo pertence aquele impresso de resultado.

Fica aquela dúvida: se o sistema com os caracteres era eficiente, suprimir os caracteres não resultou em nenhuma economia, qual a razão da supressão?
E realizada sem divulgação.

Se alguém souber explicar, por favor poste um comentário ou envie e-mail para:
blogprontidaototal@gmail.com