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sexta-feira, 1 de setembro de 2023

Infelizmente-em-chefe - Lula marca cirurgia para 29/9. É, eu sei o que você está pensando

Vozes - Paulo Polzonoff Jr.

Lula cirurgia

 No dia 29 de setembro, Lula se submeterá a uma cirurgia no quadril. E nem adianta disfarçar. Sei bem o que você pensou quando leu essa notícia.| Foto: Agência Brasil

O infelizmente-em-chefe Lula marcou uma cirurgia no quadril para o dia 29 de setembro próximo. E nem adianta disfarçar, olhar para o teto ou para os lados, fazer essa cara de sonso aí. Sei o que você pensou ao ler essa notícia, até porque eu pensei também. Um pensamento ligeiro que não chegou a virar desejo nem nada disso. Sobretudo nada disso! Estava mais para um dos tantos delírios à toa que tenho ao longo do dia: imagina se!

Imagina se!
Imagina se uma tempestade solar destrói todos os satélites da Terra. Imagina se um meteoro. Imagina se o megavulcão que existe sob Yellowstone resolve entrar em erupção. 
Imagina se o Putin decide admirar cogumelos. Imagina se ganho na Mega Sena – e mesmo sem jogar! 
Imagina se o Alexandre de Moraes aparece amanhã lá no Dante. Imagina se meu cabelo volta a crescer. Etcétera. E bota etcétera nisso.

Dia histórico
É que, uns mais e outros menos, todos funcionamos assim. Na base da imaginação que alterna cenários otimistas e pessimistas. Como no caso da cirurgia a que se submeterá o turista-em-chefe, é quase sem perceber que vislumbramos a possibilidade de vivermos um dia histórico. Quando, na verdade, o mais provável é que o dia seja comum, cheio de notícias até um tanto quanto óbvias, dessas que nos parecem surreais num instante e absurdamente plausíveis no outro. Afinal, apagaram as imagens do Ministério da Justiça no 8 de janeiro. Que tal?

Imprevisível
Mas dizia eu que sei o que você está pensando, nessa mistura muito humana de crueldade, perversidade e – por que não? – um tiquinho-inho de esperança. Não o julgo. Pelo contrário, me solidarizo, mas ressalto desde já que é errado. Humanamente errado. Brasileiramente errado. Acontece que, quando nos falha o encadeamento cotidiano de fatos, é natural que apelemos para o imprevisível. Para o Imponderável de Almeida. Mas pode ficar tranquilo que, por pudor, não chamarei aqui de milagre nem nada disso.

Corvos
Em pensando no que pensam os corvos, é de se imaginar as consequências. Alckmin assume e seeeeegue o jogo.  
Alexandre de Moraes dá um golpe. Janja decide mostrar de uma vez por todas quem é que manda. 
Bolsonaro pede desculpas por existir
Redações são inundadas pelas lágrimas dos militantes. É feriado nacional e rodovias que ligam São Paulo às praias registram congestionamento recorde. O dólar sobe. Ou cai, sei lá. E no dia seguinte, 30, se não me falham a matemática e o calendário, o sol nasce no leste e se põe no oeste.

Se
Se. Conjunção condicional usada no início de oração subordinada adverbial condicional.
O pesadelo dos leitores cartorários, aqueles que acham que a realidade é tabulável e para os quais um “se” é necessariamente uma especulação mal-intencionada. Vista também com maus olhos pelos jornalistas linha-dura, para os quais um buraco de rua que engoliu um carro nunca é se. Nem talvez, quiçá, porventura, por acaso, por erro médico ou por complicações naturais da cirurgia.

Se 2
Vivo mergulhado em “se”. Atolado em “se”. Tanto no pessoal quando no profissional. 
Se não tivesse entrado naquele avião e me sentado ao lado do cara do Los Hermanos. 
Se Bolsonaro não tivesse dito que não era coveiro. 
 Se a Lava Jato não tivesse chegado perto demais do sol, digo, da cúpula do Judiciário. 
Se eu tivesse cursado Medicina. Se. Se. Se. Se. Quem não gosta de “se”, bom sujeito não é. É ruim da cabeça. Ou age de má-fé.
 
Dignidade humana
Todo ser humano é digno. Até o Lula?
Sim, até o Lula. Mas não é a primeira vez que me espanto ao notar como certos homens vão se desfazendo da dignidade como se fossem escamas, a tal ponto que despertam no outro essa aversão instintiva, essa ideia indigna de que talvez (!) o mundo fosse um lugar melhor se Fulano não existisse
É uma coisa triste de se pensar, mas para pecados assim é que existe a Confissão.
 
Fidel
Já na década de 1990 se especulava sobre Fidel e quando chegou a vez de Fidel foi um dia como outro qualquer. Eulogias sentimentalóides de um lado, obituários críticos de outro
Esperava-se que Cuba fosse se consolar nos braços do capitalismo americano ali pertinho. Mas que nada! 
A danada se mantém firme, totalitária e comunistona até hoje. Outra prova de que pensamos errado se pensamos que o agouro, seja ele bom ou mau, implica mudança. Nem sempre. Nem sempre.


Um dia vai acontecer

O insight do dia, do mês, do ano, do século é do meu amigo Orlando Tosetto.
Que, antes mesmo de Lula marcar a cirurgia para o dia 29 de setembro, e durante um de seus corriqueiros ataques de genialidade enquanto descasca laranja, escreveu que “o brasileiro é um tipo que acha que aquilo que não acontece imediatamente não vai acontecer nunca”.

P.S.
Tem gente indo além e pensando em cirurgias que não comento aqui para não levar bronca do departamento jurídico.
É, tem essa possibilidade fantástica também. Sempre.

Paulo Polzonoff Jr.,  colunista - Gazeta do Povo - VOZES


domingo, 5 de março de 2023

Teste da realidade:Covid 19: vírus saiu de laboratório e máscaras foram inúteis

Reconhecer fatos e mudar de ideia são características de quem quer pensar bem - até quando isso parece, equivocadamente, “premiar negacionistas”

 

É dura a vida de quem pelo menos tenta não ser engolfado por opiniões ideologizadas, um fenômeno que contaminou até cientistas que deveriam ser a última linha de defesa contra a politização de sua atividade. Alguns acontecimentos dos últimos dias dá um certo alívio para os que mantiveram a independência e são algo duros de engolir para quem acreditou firmemente que os “negacionistas” seriam punidos por seus múltiplos pecados durante a pandemia.

Obviamente, os fatos não têm nada a ver com opiniões formadas com base em posições políticas – progressistas, em geral, louvando a ciência, essa coitada tão abusada, e conservadores insurgindo-se contra a obrigatoriedade de medidas como máscaras, lockdowns e vacinas.

No olho do furação, a maioria de nós quis acreditar que uma camadinha de pano ou de papel na frente do rosto nos protegeria do vírus e que ficar em casa era o preço a pagar pela sobrevivência a uma praga incontrolável saída da natureza para, como sempre, punir os humanos por invadir habitats animais.

No fundo, era nossa culpa e precisamos expiá-la.

Fato: o Departamento de Energia dos Estados Unidos e o FBI fizeram declarações apontando uma razoável convicção de que o vírus da Covid-19 escapou por acidente do laboratório chinês onde era estudado.

Parecia um absurdo lógico imaginar que o vírus aflorado na cidade de Wuhan, onde funciona um laboratório de estudos desse tipo de agente patológico, tivesse saído por acaso de um morcego que infectou um animal intermediário que infectou humanos
Mas quem disse isso chegou a ser chamado de racista.

Outro tijolinho recente: a revelação de que a França havia encerrado a colaboração com o laboratório de Wuhan e avisado que ele estava sendo usado para fins militares.

Fato: uma instituição chamada Cochrane Library, considerada a mais respeitada na análise de intervenções médicas em escala mundial, concluiu que máscaras comuns ou as usadas por profissionais de saúde, as N95, “provavelmente fizeram pouca ou nenhuma diferença” na propagação da doença. 
Antes da pandemia, serviços médicos de diferentes países e a Organização Mundial de Saúde não consideravam as máscaras efetivas para conter o contágio de doenças respiratórias.

Fato, ou fatos: uma montanha de e-mails provenientes do ex-secretário da Saúde do Reino Unido Matt Hancock comprova o que muita gente já tinha concluído. Ou seja, que o governo na época chefiado por Boris Johnson tomava providências com base em pesquisas de opinião e não na mais pura e elevada ciência.

Não é exatamente uma surpresa — e todos os políticos precisam realmente levar em consideração o que o povo está pensando. 
Mas ver a manipulação nua e crua desse conceito é chocante.
Um exemplo, no mar de mensagens: as crianças das escolas inglesas para alunos a partir dos onze anos foram obrigadas a usar máscaras sem nenhum embasamento científico, mas sim um puro cálculo político. 
A primeira-ministra da Escócia na época, Nicola Sturgeon, havia determinado a restrição e Boris concluiu que não valia a pena “comprar essa briga”. Não queria parecer menos durão do que a rival escocesa.

O primeiro-ministro também se deixou convencer a não reabrir as escolas fechadas com grandes prejuízos para os alunos, como está acontecendo até hoje — porque “os pais já achavam mesmo que não haveria volta às aulas” até o início do ano letivo, em setembro.

Hancock e outros funcionários ironizaram as pessoas que precisavam voltar ao país e fora, durante um certo período, obrigadas a aceitar — e pagar — para ficar dez dias em isolamento em hotéis perto de aeroportos, “trancadas em caixas de sapato”. “Hilário”, diz um deles.

Os exemplos de decisões sem motivos sólidos são inúmeros — e provavelmente seriam similares se outros governos pudessem ser vasculhados de forma tão definitiva.

Um dos raros países que já fizeram isso foi a Suécia, que se distinguiu de todos os outros países desenvolvidos por não mandar a população se trancar em casa e manter abertas as escolas para jovens e crianças. Foi uma decisão “fundamentalmente correta”, concluiu a Comissão do Coronavírus. 

Outra conclusão: vários outros países que implantaram o lockdown tiveram resultados significativamente piores” do que os da Suécia. As autoridades médicas, únicas responsáveis pelas medidas oficiais, pecaram por demorar muito para alertar a população e houve aglomerações que deveriam ter sido restringidas, criticou a Comissão.

Em resumo, muitas das orientações e das consequências do combate à Covid-19 só estão sendo estudadas agora, enquanto autoridades médicas e governamentais tiveram que reagir no calor dos acontecimentos, em meio a um estado mundial de pânico e prognósticos cataclísmicos. Quanto mais a ciência verdadeira — e jornalistas inquisitivos — perscrutarem de onde se originou a pandemia, como se propagou, o que funcionou e o que não funcionou no seu combate, mais teremos a ganhar.

Reconhecer fatos não é “premiar” os negacionistas — uma palavra odiosa, por evocar uma horrível comparação com os degenerados que rejeitam as conclusões sobre o genocídio dos judeus pelos nazistas. É jogar a favor de toda a humanidade.

Escrevendo na Spectator com sua inteligência brilhante e seu pendor para a polêmica, Rod Liddle anotou sobre a situação na Inglaterra: “Eu não tinha — e não tenho — grandes objeções ao primeiro lockdown ou mesmo às primeiras recomendações para usarmos máscaras ou esfregarmos as mãos com álcool a cada poucos segundos. Não sabíamos o que estávamos enfrentando”.

Liddle obviamente é um conservador e escreve que “muito do que fomos proibidos de dizer, sob pena de sermos banidos das redes sociais ou demitidos de nossos empregos, revelou ter considerável substância”.

Só mesmo um intelecto superior para usar a expressão “considerável substância” no lugar de “estão vendo só, nós tínhamos razão”.

 Leia  também: Teoria sobre origem da Covid em laboratório chinês é considerada “mais provável” por agência dos EUA - Gazeta do Povo

Quem preferir, pode ignorar essa parte e se ater aos fatos que estão contando uma história à qual não deveríamos fechar nossos ouvidos.

Coluna Mundialista - Vilma Gryzinski - VEJA


quarta-feira, 10 de agosto de 2022

A bolha esquerdista estourou e espalhou o pânico na elite - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino

Quem tem boa memória e bom conhecimento histórico, assumindo decência como premissa básica, dificilmente será um esquerdista. Afinal, a esquerda nunca conseguiu entregar bons resultados. Ela vive de retórica sensacionalista, de promessas utópicas, do ressentimento alheio.

É por isso que a esquerda necessita criar uma espiral de silêncio em torno de seus pecados e crimes. Na academia, seus intelectuais orgânicos se encarregam de mentir na cara dura. Na imprensa, seus militantes disfarçados de jornalistas tentam enganar a audiência. Na cultura pop, artistas engajados enaltecem seus ícones corruptos.

A esquerda precisa da censura, da interrupção do debate, da interdição do diálogo. Se ela permitir que a direita se manifeste livremente em discussões abertas, ela invariavelmente vai perder seguidores, pois suas mentiras e incoerências ficarão totalmente expostas.

Por outro lado, se a direita tem a oportunidade de se manifestar com calma, ela é capaz de desfazer inúmeras falácias criadas pela própria esquerda a seu respeito, com rótulos vazios, desumanização e demonização de seus integrantes. Foi justamente o que fez Bolsonaro nas cerca de cinco horas de bate-papo no podcast Flow.

A quantidade de visualizações já está encostando nos dez milhões, com mais de um milhão de curtidas. Ler os comentários é algo bem instrutivo: muita gente, especialmente a garotada que é o típico público do programa, mostra-se impressionada com aquilo que não conhecia do presidente. Vários alegam que foram enganados pela imprensa.

STF aprova reajuste de 18% para os ministros; proposta será analisada pelo Congresso

A força da conscientização: moradores de cidade do interior contra Paulo Freire

Manifesto pela Democracia ou da Hipocrisia?

Essa turma "conhecia" Bolsonaro pela lente distorcida dos nossos "jornalistas", pela imprensa do "mas". Como disse o próprio presidente, se seu governo zerasse os assaltos no país, a mídia lamentaria o desemprego dos bandidos. Chegamos a esse nível de aberração. Basta ver veículos de comunicação "explicando" o lado negativo da deflação quando o Brasil divulgou queda de preços este mês, ou uma "respeitada"  jornalista do Globo falando em "truque" do presidente, como se ele fosse o Mr. M.

O General Heleno comemorou o sucesso da entrevista no podcast: "Flow do Pres Rep teve mais de 5 horas de duração. Até agora, mais de 8 MILHÕES de visualizações. Ele, como sempre, SIMPLES e AUTÊNTICO. Linguagem direta, para mostrar o quanto o BRASIL melhorou nesses 3 anos e meio. BRASIL ACIMA DE TUDO!"

Repito: é só ver os comentários no YouTube para concluir que o segredo da direita é ter a oportunidade de falar para quem fica numa espiral de silêncio imposta pela mídia. É como se muitos ali tivessem tido contato com o presidente verdadeiro pela primeira vez, tomado uma redpill na Matrix. Já o segredo contra a esquerda é deixá-la falar mais e mais sobre suas verdadeiras intenções.

Vide o Lula pregando censura, enaltecendo ditaduras companheiras, ameaçando empresários, detonando a classe média, dizendo que vai revogar reformas importantes, furar o teto fiscal, governar junto de radicais como Boulos etc. Depois ele diz na Fiesp que não entende porque o agronegócio gosta de Bolsonaro e não dele, o companheiro dos invasores do MST.

Se a esquerda expõe o que realmente pensa, ela afugenta qualquer pessoa minimamente razoável; se a direita consegue expor o que realmente pensa e seus resultados concretos, sem distorção midiática, ela é capaz de seduzir o típico "isentão" mais alienado que foi alvo da desinformação midiática. Daí a esquerda pregar a censura, enquanto a direita sempre foi pela liberdade.

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 


segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Lula e a mulher-aranha - Revista Oeste

Augusto Nunes
 
É mais fácil acreditar num ser humano com oito patas do que na inocência do ex-presidiário  
 
O ex-presidente duas vezes condenado em segunda instância por lavagem de dinheiro e corrupção passiva voltou ao noticiário político policial pendurado na lista dos caloteiros da Receita Federal
Nas declarações de imposto de renda, Lula escondeu uma pequena parte do que ganhou de empreiteiros agradecidos para sonegar R$ 1,2 milhão.  
É mais que os R$ 321 mil tungados pelo sobrinho Taiguara Rodrigues dos Santos. 
É dinheiro de troco perto do que o Fisco está cobrando de José Dirceu: R$ 68 milhões. É sobretudo a confirmação de que Lula se tornou o avesso de Getúlio Vargas, a quem costuma comparar-se
Um deixou a vida para entrar na História. 
Outro saiu da História para cair na vidasempre em companhia de comparsas que reivindicaram o monopólio da honradez até a descoberta de que o templo das vestais camuflava o bordel das messalinas sem remorso.
 
O ex-presidente Lula, agora acusado de sonegar impostos | Foto: Montagem/Shutterstock
O ex-presidente Lula, agora acusado de sonegar impostos | Foto: Montagem/Shutterstock
O advogado Cristiano Zanin, claro, debitou o caso na conta da Operação Lava Jato. “As condenações foram anuladas pelo Supremo Tribunal Federal”, recitou. Zanin merece um zero com louvor em Direito Tributário, informa a curta lição de Everardo Maciel. “Uma coisa nada tem a ver com a outra”, ensina o ex-secretário da Receita Federal. “Se o patrimônio aumentou, paga-se o imposto e ponto final.” Mesmo que o crime praticado por um ladrão esteja prescrito, exemplifica, o produto do roubo tem de ser taxado. 
A imprensa velha não deu importância à aparição da face sonegadora, descoberta pela revista Veja
E os jornalistas devotos trataram de enxergar mais uma fake news, inventada pelo gabinete do ódio. 
 
Quem não consegue enxergar a folha corrida de Lula deveria ser indiciado por miopia conveniente, processado por vigarice voluntária e condenado a prestar serviços gratuitos a um clube dos cafajestes.
Para a tribo dos cretinos fundamentais, não existiram o Mensalão, o Petrolão, as negociatas bilionárias envolvendo empreiteiros, as palestras de US$ 400 mil, as bandalheiras com ditaduras africanas, o maior esquema corrupto desde o Dia da Criação, fora o resto. 
Tudo foi parido por um imaginoso juiz que decidiu ser ministro ainda nos tempos do berçário e por um bando de procuradores especializados em acusar até bebês de colo. 
Mas já não fico perplexo quando vejo na TV alguém reafirmando aos berros a inocência de Lula. 
Limito-me a recordar o que houve com Newton Menino Gonçalves quando passou por Taquaritinga a mulher-aranha. Eu tinha 9 anos quando fui conhecer a singularíssima criatura junto com meu primo Newton, 1 ano mais velho.
 
A mulher-aranha chegara na véspera a bordo de um trailer implorando por reparos, pilotado pelo homem que — soube-se horas mais tarde — acumulava as funções de motorista, marido e vendedor dos ingressos que custavam 2 cruzeiros. 
Por essa módica quantia, podia-se entrar no interior escuro do veículo, contemplar a atração a dois passos de distância e ouvir, contada pela protagonista, a história que explicava por que havia virado aranha da cintura para baixo. 
Ambos com 5 cruzeiros no bolso da calça curta, percorremos os 50 metros que separavam a casa dos meus pais do trailer estacionado num canto da praça principal. 
Nos sete dias seguintes, naquele palco improvisado, o drama incomparável seria exposto ao povo de Taquaritinga. 
Ou às crianças da cidade, corrigia a fila de bom tamanho mas desprovida de adultos.

Multidões de brasileiros engolem sem engasgos o ilusionismo barato de Lula e as mentiras de Dilma

A cada meia hora, um grupo de cinco espectadores substituía o que acabara de sair. Entrei com meu primo e três moleques que não conhecia, e durante alguns minutos examinei a paisagem esquisita. 
O corpo da mulher-aranha era dividido horizontalmente por uma mesa. 
Na metade superior, vi uma mulher normal, gente como a gente, aparentando a idade da minha mãe. 
O espanto emergia na parte de baixo: no lugar de pernas e pés, havia quatro pares de patas com pelos, gordas e longas, como que expropriadas de uma superlativa caranguejeira de filme de ficção científica. 
O exame visual foi interrompido pelo começo do relato: “Eu nasci normal, e cresci com aparência humana, mas me tornei uma pessoa muito má”, disse a voz tristíssima. 
A continuação da narrativa escancarou uma feroz espancadora dos dez mandamentos, uma praticante compulsiva dos sete pecados capitais, uma incansável agressora dos códigos legais, da moral, da ética e dos bons costumes. 
Só poderia dar no que deu: já mulher feita, fora transformada por castigo divino em mulher-aranha, condenada a vagar por cidades, vilas e lugarejos em perpétua penitência.
Já do lado de fora e com cara de velório, Newton avisou que queria ver tudo de novo. Entrou na fila, pagou mais 2 cruzeiros, sumiu no interior do trailer e, meia hora mais tarde, reapareceu chorando convulsivamente. 
 
O ritual repetiu-se pelo menos uma vez nos dois dias seguintes. Inconformado com as dimensões da tragédia, ele derramou cataratas de lágrimas. Só parou de revisitar o palco do drama por falta de dinheiro. Decretado o corte de verba, a mãe e duas tias tentaram inutilmente convencê-lo de que aquilo não passava de tapeação, pura vigarice, coisa para enganar moleques de miolo mole e caipiras que creem até em mula sem cabeça. Ele só começou a convalescer da mais cava depressão com a partida do trailer — e da personagem da saga apavorante. Newton morreu muito cedo. Antes que lhe perguntasse se, casado e pai de duas filhas, continuava acreditando na mulher-aranha.
 
Nada de mais se dissesse que sim.  
Multidões de brasileiros engolem sem engasgos o ilusionismo barato de Lula, as mentiras de Dilma e as sucessivas variações da ópera do malandro encenadas pelos canastrões da “esquerda brasileira”
Se tantos marmanjos juram que o prontuário ambulante não cometeu uma única e escassa delinquência, por que não poderia um homem com coração de menino comover-se com a má sorte de um ser metade gente e metade aracnídeo? 
A mulher do trailer ao menos procurava costurar uma história com começo, meio e fim para que a medonha metamorfose parecesse verossímil. 
O deus da seita da missa negra nem se deu ao trabalho de tentar mascarar parcialmente o vasto acervo de patifarias com álibis menos mambembes. 
Apenas recita que é a alma viva mais pura do Brasil, talvez do mundo, e acha que duvidar de tal verdade devia dar cadeia. Acossado por incontáveis provas materiais, evidências robustas, indícios veementes e pesadas suspeitas, Lula preferiu inventar o faroeste à brasileira: os vilões é que perseguem o mocinho, ladrões fazem o diabo para prender xerifes. Mesmo quando a plateia exige a vitória dos homens da lei, os juízes da capital garantem que os bandidos desfrutem do final feliz.

Os fatos, contudo, sempre acabam prevalecendo. Como aconteceu com aquele trailer, um dia a farsa se vai. E então o Brasil entenderá que foi menos absurdo acreditar na história da mulher-aranha do que na pureza incompreendida de um meliante sem cura.

Leia também “O Circo Brasil Vermelho”

Augusto Nunes, colunista - Revista Oeste 

 

quarta-feira, 17 de junho de 2020

As relações entre STF e Bolsonaro - Será que o cala boca ressuscitou? - Alexandre Garcia

O ministro Alexandre de Moraes autorizou buscas na casa do blogueiro Allan dos Santos, pela segunda vez, do deputado federal bolsonarista Daniel Silveira, do marqueteiro e do advogado do Aliança Pelo Brasil.
O objetivo do inquérito busca descobrir se essas e outras pessoas estão financiando ou até mesmo estimulando atos antidemocráticos, o que se enquadraria como crime de segurança nacional.

No último dia 27 de maio, Moraes pediu a quebra de sigilo bancário de dez deputados e um senador bolsonarista. O ministro passou por cima da liberdade de expressão supondo que um movimento de rua tenha que ser financiado por alguém. Isso é costume da época em que se pagava ônibus, se distribuía lanche e era pago cachê para que as pessoas fossem as manifestações. Vamos ver o que o Supremo Tribunal Federal vai descobrir. 


As acusações são com base em manifestações antidemocráticas. Mas o que é isso? Como sugeriu o jornalista Fernão Lara Mesquita, na religião pensamentos, palavras e obras são pecados. Mas, no Direito, só as obras são pecado; palavras e pensamentos, não.

Considerando as obras: se queimou a bandeira nacional em Curitiba, se quebrou vidros de bancos em São Paulo, se saiu para as ruas com barras de ferro no Rio de Janeiro. Agora, palavras são os gritos e faixas.Uma faixa não tem a menor condição de fechar o Congresso, o STF ou de promover um golpe militar. As faixas não são convertidas em obras. O  máximo que pode acontecer é o sujeito pegar o pau da faixa e bater na cabeça de alguém.Também na terça-feira (16), um juiz de Juiz de Fora arquivou o inquérito que investigava se havia participação de terceiros no episódio da facada do então candidato Jair Bolsonaro. A conclusão do juiz foi que Adélio Bispo agiu sozinho.

O Supremo Tribunal Federal não aceitou o pedido de habeas corpus, feito pelo ministro da Justiça, André Mendonça, para retirar o ministro Abraham Weintraub do inquérito das fake news. Weintraub é investigado por ter chamado, durante uma reunião ministerial, os ministros do Supremo de vagabundos e dito que eles deveriam estar presos. Essa frase foi repetida durante uma manifestação que está sendo considerada antidemocrática.

Mas qual a qualidade da prova de uma frase que aconteceu em uma reunião secreta e que um mês depois foi tornada pública por um ministro do STF, que é a Corte queixosa no inquérito? Eu fico imaginando onde foi parar a liberdade de expressão. A ministra Cármen Lúcia quando era presidente da Corte dissecala boca já morreu”. Será que o cala boca ressuscitou? Porque a ministra votou contra o pedido de habeas corpus.

Vozes - Gazeta do Povo - Alexandre Garcia



quarta-feira, 12 de junho de 2019

Moro, pede pra sair

Permanência do doutor no governo ofende a moral, o bom senso e a lei da gravidade

As conversas impróprias de Sergio Moro com o procurador Deltan Dallagnol enodoaram a Lava Jato e fragilizaram a condenação imposta a Lula pelo tríplex de Guarujá (SP). Se isso fosse pouco, a postura arrogante do ministro da Justiça nas horas seguintes às revelações do site The Intercept Brasil, obriga muitos daqueles que gostariam de defendê-lo a ficar no papel de bobos: “Basta ler o que se tem lá e verificar que o fato grave é a invasão criminosa do celular dos procuradores”. Antes fosse. O fato grave é ver um juiz, numa rede de papos, cobrando do Ministério Público a realização de “operações”, oferecendo uma testemunha a um procurador, propondo e consultando-o a respeito de estratégias.



As mensagens de Moro e de Deltan deram um tom bananeiro à credibilidade da Operação Lava Jato e mudaram o eixo do debate nacional em torno de seus propósitos. O ministro e o procurador reagiram como imperadores ofendidos, tocando o realejo da invasão de privacidade. Parolagem. Dispunham de uma rede oficial e segura para trocar mensagens e decidiram tratar de assuntos oficiais numa rede chumbrega e privada. Noves fora essa batatada, precisam explicar o conteúdo de suas falas. Sem explicações, a presença dos dois nos seus cargos ofende a moral e o bom senso. No caso de Moro, ofende também a lei da gravidade. Ele entrou no governo amparando Jair Bolsonaro e agora depende de seu amparo. Se o capitão soltar, ele cai.

[Ministro Moro! FIQUE. A pressões para que o senhor saia serão imensas, eloquentes, intensas e cujos autores e motivações o senhor sabe quem e quais são.
A favor de sua permanência tem  vários fatores e destaco dois FATOS:
-  as mensagens veiculadas, atribuídas ao senhor e aos procuradores da Lava-Jato, foram obtidas de forma criminosa, crimes foram praticados para que os ladrões obtivessem êxito e provas ilegais não anulam processos nem servem para acusar ninguém;
-  além da obtenção das mensagens através da prática de crimes, NÃO FOI PROVADO que sejam da sua autoria e/ou dos procuradores - pelo conteúdo das mesmas se percebe que foram redigidas exatamente para incriminar aos, pelo menos até o presente momento, supostos autores.
Tem mais, ainda que sejam autênticas,  a ilegalidade visto a forma criminosa com que foram obtidas impede que sejam válidas e nada do que mostram representa crime, ou fraude processual - o processo do presidiário Lula referente ao triplex do Guarujá foi examinado em várias instâncias e nada de ilegal foi encontrado.
Finalizamos,  lembrando o que é público e notório: só uma pessoa pode demiti-lo: o presidente da República Federativa do Brasil, JAIR BOLSONARO.

Oportuno lembrar posição do ministro Fachin sobre provas ilegais, conforme abaixo - parte do voto ministerial:


"Cumpre consignar que ninguém está acima da lei, especialmente da Constituição: nem administradores, nem parlamentares, nem mesmo juízes. Procedimentos heterodoxos para atingir finalidade, ainda que legítima, não devem ser beneplacitados." ] 

Em nome de um objetivo maior, a Lava Jato e Moro cometeram inúmeros pecados factuais e algumas exorbitâncias, tais como o uso das prisões preventivas como forma de pressão para levar os acusados às delações premiadas. Como não houve réu-delator que fosse inocente, o exorbitante tornou-se conveniente. Ao longo dos anos, Moro e os procuradores cultivaram e, em alguns casos, manipularam a opinião pública. Agora precisam respeitá-la. Uma das revelações mais tenebrosas das mensagens é aquela em que, dias depois de divulgar o conteúdo do grampo de uma conversa da presidente Dilma Rousseff com Lula, Moro diz que “não me arrependo do levantamento do sigilo, era a melhor decisão, mas a reação está ruim”.



Não houve “levantamento”, mas quebra, pois a conversa foi interceptada depois que expirara o prazo para as escutas. Dias depois de cometer a exorbitância, Moro explicou-se ao ministro Teori Zavascki com uma argumentação desconexa, até sonsa.

A conversa de Dilma com Lula deu-se no dia 16 de março de 2016, quando eles concluíam a armação da ida do ex-presidente para a Casa Civil.



A reportagem do The Intercept Brasil informa que às 12h44 Moro e Deltan discutiram a divulgação “mesmo com a nomeação”. Sabia-se que Dilma pretendia nomear Lula, mas o telefonema só ocorreu às 13h22. Às 15h27 Deltan disse que sua posição era de “abrir” o assunto e às 18h40 ele estava no ar, detonando a manobra do comissariado petista. Para quem tinha esse objetivo, foi um sucesso, mas não está combinado que juízes e procuradores se metam em coisas desse tipo. O viés militante de Moro e Deltan na Lava Jato afasta-os do devido processo legal, aproximando-os da República do Galeão, instalada em 1954 em cima de um inquérito policial militar que desaguou no suicídio de Getúlio Vargas.



domingo, 5 de maio de 2019

Descarados e malevolentes

Conquanto o desejo e a luxúria fossem tratados com excessivas curiosidades, havia um cenário geral para todas as faltas: os sete pecados capitais


Deonísio da Silva
O que há por trás desta vontade de homens públicos de esconder o que são, levando-os a censurar ou ao menos controlar o que deles se diz? Esta vontade só não é maior do que a de parecer o que não são em entrevistas, declarações e outras estratégias e táticas de ocultar algumas coisas para proclamar outras.  É tão importante atuar em nome dos outros que talvez fosse recomendável aos nossos homens públicos instalar confessionários onde cada qual pudesse contar os pecados contra o público, antes de alguns poucos serem revelados por jornalistas.
Diversas religiões consolidaram usos e costumes constantes de lições ministradas há muitos séculos. Atos importantes requerem purificação prévia, como de resto toma-se um bom banho, acrescido das providências de praxe antes de qualquer convívio, cerimonioso ou privado.

Mas confessar-se a quem? A um dos pares? Neste caso, não poderia ser confissão em privado, mas confissão pública. Como começou a confissão, este ato sublime, que estabelece uma rede de confiança mútua entre confessores e confitentes? Se quebra houvesse no sigilo da confissão, seria punida com excomunhão, a mais grave das penalidades, a ponto de constituir-se num dos mais irreparáveis insultos chamar alguém de excomungado.

No início, ao formalizar os ritos da confissão, a Igreja teve alguns problemas. Foi, então, providenciada uma nova tecnologia, obra de competente e imaginoso marceneiro para atender à encomenda eclesiástica. Assim, o mesmo século que descobriu o Brasil, também descobriu o confessionário. O móvel do confessionário é um recurso estratégico do barroco e da contrarreforma, contexto histórico e artístico no qual o Brasil foi descoberto e formado.

Antes, sentado numa cadeira simples, ao lado de um banco onde estavam os fiéis, o confessor atendia os confitentes um a um. Aos cochichos, para não ser ouvido pela fila dos aguardantes, muito menos por toda a igreja, cada qual desfiava os seus pecados. Alguns acabavam por confessar também os dos outros, dadas as eficientes perguntas do manual dos confessores.

A confissão, formalizada pelo Concílio de Latrão em 1215, deixou de ser optativa e passou a obrigatória. Como nem todos os padres sabiam alugar as orelhas adequadamente, surgiram os manuais. Entre os Séculos XV e XVI, na grafia do português antigo temos o Tratado de Confissom e o Breve Memorial dos pecados e cousas que pertencem ha confissam. Quanto aos manuais, inicialmente escritos em latim, ganharam depois edições em línguas vernáculas.

Tal como se faz hoje em sistemas judiciários de todo o mundo, inclusive no Brasil, as penas eram negociadas também: “vós me contais, eu vos perdoo”, restava entredito em diálogo mudo. A Igreja fazia dos confessores seus bastantes procuradores para ouvir e repassar às autoridades, não as identificações, mas as faltas, com o fim de rever seu planejamento. Esta prática de bisbilhotagem das almas foi sempre antecedida do ato de contrição. A etimologia da palavra contrição não deixa dúvidas sobre a tarefa: mais do que espremer, consiste em triturar, apertar, fazer com a pessoa o que se faz com o trigo a fim de transformá-lo em farinha.

Cada um deveria ser o moleiro de si mesmo e preparar-se para despejar a farinha dos pecados nos ouvidos do confessor, entretanto oculto atrás de uma treliça, pequeno tapume de ripas de madeira destinadas a filtrar os pecados ditos em sussurro e a impedir o reconhecimento do pecador. Resta dizer que, conquanto o desejo e a luxúria, isto é, os pecados de sexo, fossem tratados com excessivas curiosidades, vindas de perguntas feitas por homens castos em busca de usufruir pelo menos as respostas, sobretudo de mulheres, havia um cenário geral para todas as faltas: os sete pecados capitais.

Por serem tantos, eram resumidos na sigla SALIGIA: soberba, avareza, luxúria, inveja, gula, ira e acédia. Este último pecado consolidou-se com outro nome, preguiça, em virtude de acídia ou acédia designar no grego e no latim antigos o mal-estar dos funerais, o luto imobilizante sobrevindo com a morte de alguém muito querido.  Os manuais demoravam-se em alguns pecados, mais graves do que outros. Um dos mais frequentes neste campo, ontem como hoje, era a soberba, que consiste em vangloriar-se de feitos que não são seus, em parecer o que não é, pondo-se acima dos outros, inatingível, ofendendo a Deus e ao próximo.

E assim os cronistas, ontem como hoje, ao contar as coisas como as coisas são, fazem o perfil de alguns homens públicos que tentam esconder-se de qualquer modo.
*Deonísio da Silva
Diretor do Instituto da Palavra & Professor
Titular Visitante da Universidade Estácio de Sá
http://portal.estacio.br/instituto-da-palavra



Transcrito do Blog do Augusto Nunes



quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Ofensa aos Valores Católicos é retirada de presépio



Presépio com prostituta e casal gay é retirado de exposição em convento

Curadores disseram que retiraram a obra ‘a fim de evitar escândalos’

Obra coberta. Religioso passa pelo local onde estava o presépio: pano preto substitui peças em mostra no Centro - Marcos de Paula / Agência O Globo

Um presépio com uma prostituta e um casal homossexual entre seus personagens — além do Menino Jesus, e de Maria e José —, e que já tinha sido apresentado como uma obra que representa os excluídos, não está mais em exibição no Convento de Santo Antônio, no Centro do Rio. No lugar das imagens, agora figura um pano preto. Conforme divulgado pelo jornalista Ancelmo Gois em sua coluna, os curadores informaram que retiraram a peça “a fim de evitar escândalos que em nada contribuem para fomentar o Espírito de Natal”. [tudo indica que o curador da mostra é um frei, portanto, sujeito à disciplina da Igreja Católica Apostólica Romana e deve ser severamente punido, especialmente pelo comentário na entrevista mencionada ao final da matéria..
É inadmissível que utilize um dos símbolos tradicionais do Catolicismo - criado por São Francisco de Assis - para divulgar aberrações.

A presença da prostituta embora desnecessária e mesmo inconveniente ainda é aceita - afinal Jesus Cristo não repudiava tais mulheres, apenas mandava que não pecassem mais;
mas, a presença de uma aberração de um casal gay que começa representando uma ofensa à natureza, ofendendo gravemente aos VALORES  CRISTÃOS e que é repudiada na Bíblia Sagrada, especialmente na destruição de Sodoma e Gomorra (os que nos lêem com certeza conhecem de onde provém a palavra sodomia) é inadmissível.

Lembramos ao ilustre curador - ofensor o define melhor - que na própria Religião Católica existe punição para os excluídos - os que vão para o inferno são excluídos, pelos seus pecados, da Bem-Aventurança Eterna.

De igual modo, os gays, se autoexcluem pela sua conduta escandalosa que também representa pecado. 

Valendo lembrar o constrangimento coletivo causado quando uma criança levada pelos pais para conhecer o presépio, ver a representação do local onde Jesus Cristo nasceu, se deparar com dois barbudos abraços ou duas 'peitudas' abraçadas, cena que fatalmente desviará a atenção da criança do presépio e motivará que faça perguntas constrangedoras.]

O presépio, feito pelo artista plástico Luciano de Almeida, estava em exposição pela primeira vez no Rio, após passar por São Paulo, Alemanha e Itália. Há quem associe a retirada da obra à censura ocorrida no carnaval de 1989, quando o Cristo Mendigo de Tinhosinho Trinta foi proibido pela Igreja de desfilar na Sapucaí e saiu coberto por plástico preto.

Em nota, a Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, ligada ao convento, afirmou que a decisão se deu pela compreensão distorcida de alguns grupos, e que o objetivo da peça era fazer uma provocação artística para o diálogo, a acolhida e a misericórdia. [usem outro recurso para fazer a tal provocação - jamais usar um símbolo tradicional do Catolicismo.]  Ainda de acordo com o comunicado, “aquele que não veio para condenar, mas para salvar, sonha como um mundo onde o respeito seja a regra e, o amor, a lei maior”. Em outro trecho, afirma ainda esperar que a mesma indignação provocada seja capaz de sensibilizar quem se coloca como “fiscal da fé” diante de tantas realidades de morte, intolerância e exclusão. [não pode ser olvidado que o que era pecado, motivo de condenação, no passado continua sendo - os valores da Igreja Católica, fundada por Jesus Cristo, são perenes, eternos, não estão sujeitos a interpretações modernas.]

Nesta quarta-feira, o convento e o curador da mostra, frei Róger Brunorio, não se pronunciaram. Em recente entrevista ao GLOBO, o frei tinha dito que a obra representava excluídos da sociedade.

O Globo