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sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

Planejamento financeiro pessoal: saiba como se preparar para 2024

O número de brasileiros endividados em novembro chegou a 76,6% e o de inadimplentes totalizou 29,0%. Pensando nisso, especialista dá cinco dicas para evitar entrar no vermelho neste ano 

Muitos aproveitam os primeiros dias do ano para repensar o planejamento financeiro pessoal
O ideal é traçar um plano para tomar as melhores decisões financeiras e evitar entrar no vermelho. 
O número de brasileiros endividados em novembro chegou a 76,6% e o de inadimplentes totalizou 29,0%, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Para Fernando Lamounier, educador financeiro e diretor da Multimarcas Consórcios, começar o ano sem dívidas é fundamental para uma organização financeira sólida. “Quando estamos livres de dívidas, temos mais tranquilidade para planejar nossas finanças de forma estratégica. Podemos estabelecer metas realistas, poupar regularmente e investir no que realmente importa.”

 MEI tem reajuste de valores a partir deste ano; veja como fica

 Segundo dados da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), 80% dos brasileiros que se organizam financeiramente conseguem atingir seus objetivos. Além disso, eles têm mais chances de evitar dívidas e poupar dinheiro, o que contribui para a construção de uma vida financeira saudável e estável.

Pensando nisso, o especialista separou 5 dicas para evitar dor de cabeça em 2024. Confira a seguir.

Levantamento dos gastos
Faça um levantamento dos gastos, anotando todas as futuras despesas. Análise as áreas em que é possível economizar, buscando alternativas mais econômicas e eficientes.
Metas financeiras

Estabeleça metas financeiras realistas para o próximo ano considerando suas prioridades e objetivos. Uma forma de fazer isso é definir metas alcançáveis, como economizar para uma viagem que você sempre quis fazer ou pagar uma dívida que esteja te incomodando.

Priorize as despesas

Utilize a regra 50, 30 e 20 para organização das finanças e priorize as despesas mais importantes, evitando o endividamento
A regra financeira é simples e divide o orçamento em três partes: 50% para gastos fixos e essenciais; 30% para gastos variáveis e que podem ser reduzidos se necessário; e 20% para investimentos ou criação de um fundo de reserva.

Poupe sua renda
Poupe regularmente uma quantia fixa de dinheiro a cada mês. Além de ajudar a construir uma reserva de emergência, a prática também é essencial para alcançar suas metas financeiras de longo prazo. Ao poupar regularmente, você estará adotando uma abordagem proativa em relação às suas finanças, garantindo estar preparado para enfrentar imprevistos e despesas inesperadas.

Evite gastos desnecessários
Fuja de dívidas desnecessárias para manter seu orçamento saudável.
É extremamente importante avaliar com atenção suas necessidades antes de efetuar compras parceladas ou solicitar empréstimos. Portanto, ao planejar suas finanças, lembre-se de considerar cuidadosamente se a compra é realmente necessária para atender às necessidades imediatas e se você terá capacidade de pagar as parcelas mensais ou as prestações dentro do prazo estabelecido.

“Iniciar o ano de maneira organizada e bem planejada, com um orçamento detalhado e uma estratégia de gastos consciente, é fundamental para evitar o acúmulo de dívidas indesejadas e garantir uma base sólida para o futuro financeiro”, conclui a especialista.

Segundo dados da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), 80% dos brasileiros que se organizam financeiramente conseguem atingir seus objetivos. Além disso, eles têm mais chances de evitar dívidas e poupar dinheiro, o que contribui para a construção de uma vida financeira saudável e estável.

Economia - Correio Braziliense


quarta-feira, 8 de março de 2023

Zanin, se for mesmo nomeado, será uma mancha eterna na história do Supremo - O Estado de S. Paulo

 J. R. Guzzo

Lula cismou que seu advogado tem de ir para o STF; é a confusão definitiva entre questão pública e capricho pessoal, é a vingança do condenado 

O presidente Lula está armando o que pode vir a ser o maior escândalo em toda a história do Poder Judiciário do Brasil a nomeação do seu advogado pessoal, Cristiano Zanin, para um dos lugares a serem abertos no Supremo Tribunal Federal
Ele ficaria lá até 2051, quando fará 75 anos e seria obrigado a se aposentar. 
Serão quase 30 anos como ministro do Supremo; Zanin, hoje, tem 47. Jamais, em qualquer ponto da existência do País, um presidente da República chegou a esse ponto de degeneração ao tomar uma decisão de governo
Na verdade, não há nenhum país sério em todo o mundo em que o chefe da Nação se rebaixe a fazer o que Lula, segundo o noticiário, está querendo – colocar na principal Corte de Justiça do Brasil um empregado que cuida dos seus interesses materiais e cuja independência em relação ao governo será igual a três vezes zero.
 
Por sua conduta prática, pelo que diz em público e pelas decisões que tem tomado, Lula mostrou nos últimos dois meses que tem tudo para fazer um governo de calamidades, o pior que o País já teve – sim, pior até do que o de Dilma Rousseff. 
Com essa história de Zanin, porém, ele vai além. 
Prova, aí, que está perdendo o controle sobre si mesmo e sobre as obrigações do seu cargo; mergulhou naquela zona mental sinistra onde os controles morais desaparecem e o indivíduo começa a ter certeza de que nada do que ele queira, absolutamente nada, pode lhe ser negado. 
O mundo exterior deixa de existir. 
Não há mais qualquer respeito pela opinião, pelos argumentos ou pela inteligência de ninguém.

Não há, para Lula, nada que esteja fora dele e mereça a mínima consideração. Não entende que seu cargo envolva deveres – só tem desejos. 
Ele cismou, agora, que o seu advogado tem de ir para o STF; lá, naturalmente, deve continuar lhe prestando obediência.  
É a confusão definitiva entre questão pública e capricho pessoal. 
Ninguém faz uma insensatez dessas, salvo, talvez, em alguma republiqueta bananeira de terceira categoria.
 
Lula não precisa de mais um serviçal no STF; já tem, ali, todo o apoio que um político pode desejar e a certeza de que nos próximos cem anos a “Corte Suprema” não mexerá uma palha contra ele, faça o que fizer, ou contra qualquer figura do seu entorno. 
Seus riscos jurídicos, hoje, são nulos. Mas ele quer Zanin no STF; é a necessidade de humilhar a sociedade brasileira – que humilhação pode ser maior do que ter seu advogado particular como ministro do STF? É, também, a obsessão de provar que sua vontade está acima de tudo. É, enfim, a vingança do condenado por corrupção e lavagem de dinheiro. Ele está dizendo: “Vocês me puseram na cadeia. Agora, vão ter de engolir o meu advogado no tribunal de Justiça mais importante do País”.
 
Uma das duas nulidades que estão no STF exercendo as funções de “mulher” disse, na ânsia de agradar a Lula, que a nomeação de um ministro obviamente subordinado ao presidente da República é “normal”. Normal, com certeza, para este Supremo que tirou Lula da prisão e lhe entregou a Presidência;  
normal para quem vive de aberrações, viola a Constituição o tempo todo e dirige um regime de exceção
Mas é o que pode haver de mais anormal em qualquer sistema de Justiça que se dá o mínimo respeito. 
Havia muita preocupação, até há pouco, com “a imagem do Brasil no exterior”; a dignidade do País estaria sendo destruída pelo governo anterior.  
E agora, como fica essa imagem? Quem, em qualquer democracia do primeiro mundo, vai achar “normal” um despropósito como esse? 
Zanin, se for mesmo nomeado, será uma mancha eterna na história do STF.
 
J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S.Paulo 


sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Ministro do STF - Resolução do TSE relatada por Barroso beneficiou principal assessora do ministro - Gazeta do Povo

Resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) relatada pelo então presidente do tribunal, ministro Luís Roberto Barroso, beneficiou diretamente a servidora sem vínculo Aline Osório, ex-secretária-geral da Presidência do Tribunal, exonerada em março. 
A Resolução 23.663, de dezembro de 2021, determina que as servidoras gestantes sem vínculo efetivo com a administração pública, quando exoneradas dos cargos em comissão, continuam beneficiárias do Programa de Assistência à Saúde no TSE durante o período de estabilidade provisória a que fariam jus.

A ex-secretária-geral tinha salário de R$ 14,6 mil até fevereiro deste ano. No último contra-cheque, ela recebeu R$ 92,8 mil bruto, sendo R$ 57 mil de indenizações e R$ 44,6 mil de ajuda de custo. Com descontos de R$ 201 de previdência e R$ 10 (dez reais) de imposto de renda, ela recebeu líquido R$ 92,6 mil. Não é cobrado imposto de renda sobre verbas indenizatórias.

O ministro Barroso ressaltou que a Instrução Normativa nº 3, de maio de 2021, ao estabelecer critérios para a concessão das licenças maternidade no âmbito do TSE, prevê, de forma expressa, que a servidora gestante ocupante de cargo em comissão ou função comissionada possui estabilidade desde a concepção até o término da licença à gestante. O ato normativo estabelece que “a estabilidade aplica-se à servidora sem vínculo, sendo, neste caso, o pagamento feito a título de indenização”.

O voto de Barroso

No seu voto, o ministro Barroso informa que a proposta apresentada pela Secretaria de Gestão de Pessoas do Tribunal tinha por objetivo a alteração da Resolução 23.414/2014, para a inclusão de dispositivos que “garantam o direito à assistência à saúde, por meio da permanência no Programa de Assistência à Saúde no TSE, à servidora gestante exonerada do cargo em comissão sem vínculo efetivo com a administração, durante o período da estabilidade”.

O ministro relator prosseguiu
: “A partir do exame dos mencionados atos normativos, concluiu-se que há clareza acerca da compensação referente à remuneração do cargo em comissão quando há exoneração da servidora gestante sem vínculo durante o período de estabilidade provisória, mas não há norma expressa a respeito da estabilidade quanto aos benefícios de assistência à saúde”.

O relator concluiu: “Sugere-se, assim, a inclusão da servidora gestante e ocupante exclusivamente de cargo em comissão neste Tribunal, que venha a ser exonerada durante o período de sua estabilidade provisória, no rol dos beneficiários do plano de saúde ofertado por esta Corte Eleitoral”.

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“Para beneficiar todas”, diz Barroso

O blog perguntou ao TSE e o STF quantas servidoras, além de Aline Osório, foram beneficiadas pela resolução relatada pelo ministro, usufruindo hoje os benefícios do Plano de Saúde do TSE. E questionou se não teria ocorrido “impessoalidade” na decisão. O gabinete do ministro Barroso no STF respondeu ao blog que “o TSE, em cumprimento a normas constitucionais de proteção da maternidade e da infância, assegurou às servidoras que se encontrem em licença-maternidade o direito de conservarem o plano de saúde, mesmo que exoneradas, enquanto durar o prazo legal de proteção (seis meses)”.

“Com base nisso, o TSE poderia ter aprovado apenas o pedido administrativo de manutenção do plano de saúde da ex-servidora ora citada, mas, para garantir que todas as mulheres que no futuro se encontrem na mesma situação possam receber tratamento igualitário, foi aprovada a mencionada resolução. Portanto, a resolução não foi aprovada para beneficiar uma pessoa, mas sim para garantir que todas as mulheres tenham o mesmo tratamento, sem precisar sofrer com a dúvida sobre a manutenção do plano de saúde (pessoal e do bebê) no puerpério, momento em que se encontra mais vulnerável. Ao contrário da interpretação, a resolução deu impessoalidade, uma vez que o benefício poderia ter sido garantido por decisão administrativa que teria beneficiado apenas a servidora”.

A ex-secretária-geral defendeu a decisão do TSE. “A manutenção de todos os direitos da mulher durante a licença maternidade não é um privilégio, mas um direito assegurado pela ordem constitucional. Embora gestantes tenham assegurado o direito à estabilidade pela Constituição, fui exonerada pelo TSE durante a minha licença-maternidade, em razão da troca de gestão no Tribunal. Mesmo ocupando o cargo mais elevado da estrutura administrativa do TSE, me vi profundamente angustiada com a possibilidade da perda dos meus direitos, inclusive o plano de saúde, que protegia a mim e ao bebê”.

“Por isso, ao sugerir a aprovação da Resolução, a Secretaria de Gestão de Pessoas do TSE quis garantir que todas as mulheres nessa situação tivessem o mesmo tratamento. O escandaloso seria se o Tribunal tivesse retirado esse direito – e não o contrário”, argumentou Aline ao blog.

Lúcio Vaz, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

domingo, 25 de outubro de 2020

Bolsonaro aproveita eleições para abastecer clima de campanha permanente - Folha de S. Paulo

Bruno Boghossian   

Presidente alimenta antipetismo e recomenda voto contra prefeitos que aplicaram isolamento  

Depois de dizer que não se envolveria nas eleições deste ano, Jair Bolsonaro entrou nas campanhas dos 5.568 municípios que vão às urnas em novembro. Na portaria do Palácio do Alvorada, o presidente lançou sua plataforma: recomendou voto contra prefeitos que adotaram medidas de isolamento e reviveu fantasmas [ ?] ultraconservadores. Vocês têm que ver o partido em que o cara está. Esses partidos que pregam a destruição de lares, a favor de ideologia de gênero, o pessoal que apoia o MST... Vocês estão votando nesses caras”, afirmou aos apoiadores do governo, na quinta (22).

[Atitude correta do presidente Bolsonaro a recomendar voto contra os prefeitos que agiram de forma incompetente e irresponsável no combate à pandemia. Tal recomendação se estende aos governadores, devendo ser aplicada em 2022.
Aliás, todos que de alguma forma colaboraram para o desastre praticado por governadores e prefeitos no  comando das ações  desordenadas de combate ao coronavírus devem ser julgados e responsabilizados.
Quando passaram a ter o comando das ações prefeitos e governadores agiram de forma destrambelhada chegando ao absurdo de:
- um prefeito adotou medidas para criar engarrafamentos, investiu pesado na compra de urnas funerárias;
- teve governador que mandava fechar e prefeitos que mandavam abrir ou vice-versa;
- teve shopping localizado na fronteira entre dois municípios que ficou metade aberto e metade fechado.
Teve situações absurdas, chegando ao bizarro.] 

As corridas municipais representam um risco para Bolsonaro. A falta de uma máquina partidária e a incerteza sobre as disputas de 2020 poderiam produzir uma derrota em massa de seus apadrinhados. Conhecendo o perigo, ele tenta aproveitar o momento de outra maneira.

O presidente passou a explorar a arena eleitoral com dois objetivos. Na primeira trilha, ele age para politizar ainda mais o combate ao coronavírus. A ideia é desestimular o voto em prefeitos que se opuseram à cartilha bolsonarista.Vê se você concorda com as medidas que ele tomou, obrigando a fechar tudo, falando grosso, prendendo mulher em praça, fechando praia”, declarou.

De outro lado, o presidente busca as assombrações ideológicas que associou à esquerda para criar a onda de ultradireita de 2018. Antes do papo no cercadinho do Alvorada, ele já havia usado um evento oficial, no início do mês, para pedir votos em “gente que tenha Deus no coração, que tenha na alma um patriotismo”.

Dois exemplos desse método são as únicas postulantes à Câmara de São Paulo apoiadas por Bolsonaro. Tanto Sonaira Fernandes quanto Clau de Luca se referem ao coronavírus como “vírus chinês” e alimentam a pauta conservadora. Bolsonaro não teve força para lançar candidatos competitivos nas grandes cidades. Ainda assim, ele enxerga nas eleições uma oportunidade para manter seu conhecido clima de campanha permanente.

Bruno Boghossian, colunista - Folha de S. Paulo    


sábado, 17 de agosto de 2019

O pé na jaca do Senado - O Estado de S. Paulo

Adriana Fernandes 

Cronograma de votação já foi atrasado diante da manobra dos senadores para vincular o andamento da votação da reforma à  discussão de propostas de interesse dos governadores.

[assim, fica realmente dificil para o presidente Bolsonaro governar, apesar dos quase 60.000.000 de votos que recebeu;

já existe uma certa resistência do nosso presidente em dedicar tempo integral ao desempenho das funções para as quais foi eleito - sente necessidade de desperdiçar algum tempo se envolvendo em polêmicas quase sempre inúteis e que só valorizar os adversários - e ainda tem que enfrentar as dificuldades impostas por parlamentares  (se somarmos os votos dos que fazem oposição ao presidente Bolsonaro o resultado será, se for,  apenas  um pouco superior ao  total de votos obtido pelo chefe do Poder Executivo) em um boicote sistemático (liderados por colegas carentes de votos).

Como se não bastasse o Poder Judiciário sempre que chamado a interferir é contra o presidente - chegando as vezes até a julgar 'jogo jogado' para ter oportunidade para espinafrar o presidente da República Federativa do Brasil.]


É perigoso demais para as finanças públicas o jogo que o Senado resolveu fazer para garantir a todo o custo mais recursos aos Estados empacando a reforma da Previdência. O cronograma de votação já foi atrasado diante da manobra dos senadores para vincular o andamento da votação da reforma à discussão de propostas de interesse dos governadores. Os senadores dizem que não há operação tartaruga. Mas não é bem assim. Ela está em curso e a todo vapor. Uma articulação silenciosa foi acionada para mostrar os danos que a ampliação de transferências de receitas para os governos estaduais pode causar sem que sejam feitas com base em contrapartidas de medidas de ajuste fiscal.



Não dá para repetir o passado, quando mais receita nos cofres dos Estados serviu para incrementar gastos, principalmente de salários dos servidores, sem aumento de investimentos. Os dados mais recentes das finanças dos Estados, divulgados na quarta-feira, constatam a situação dramática das contas dos governos regionais. Para muitos economistas, um quadro pior do que a do próprio governo federal. Os senadores se apoiam no discurso do ministro da Economia, Paulo Guedes, de lançamento da ideia de Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Pacto Federativo para discutir projetos que aumentam os repasses. Guedes propôs “menos Brasília e mais Brasil” e agora pena por causa do próprio discurso, apesar dos alertas de economistas próximos de que esse movimento teria de ser feito com cautela.



De forma bastante inteligente, os senadores se apegaram à promessa do ministro para pedir mais dinheiro. Botaram tudo no mesmo bolo do pacto federativo – um conjunto de medidas para tirar as amarras do orçamento, incluindo a desindexação de despesas – que nada tem a ver com a irrigação de dinheiro fácil para os governos regionais sem medidas estruturantes. A mais recente investida é patrocinada pelo relator da PEC do Orçamento impositivo, senador Cid Gomes (PDTCE), que quer aumentar os valores a serem repassados para Estados e municípios com o megaleilão do petróleo, previsto para novembro, como antecipou o repórter do Estadão/Broadcast Daniel Weterman. Há uma articulação para que a divisão do bônus de assinatura do leilão ocorra antes do pagamento da dívida do governo com a Petrobrás. Com essa medida, o total de recursos destinados a governadores e prefeitos chegaria a quase R$ 32 bilhões, R$ 10 bilhões a mais do que prevê o governo e a proposta aprovada na Câmara.



O bônus seria todo do governo federal, mas acabou sendo diluído e repartido com governos estaduais muito além do que a equipe econômica imaginava com prejuízos para o ajuste do governo federal. Muitos técnicos da área econômica gostariam agora de falar: eu avisei que isso iria acontecer.



O problema é tão sério e urgente que a Instituição Fiscal Independente (IFI) do próprio Senado acabou disparando uma nova série de estudos para alertar que medidas estruturais para os Estados precisam integrar o debate do pacto federativo no Congresso. O diretor executivo do órgão, Felipe Salto, chamou a atenção para o movimento afirmando que é hora de “farol alto” e cautela para que a discussão do pacto federativo não se resuma a atendimento de pleitos por mais recursos, sem contrapartidas que ajudem a atacar o problema central, que é o crescimento dos gastos com pessoal e Previdência. O debate do pacto no Senado também reabriu a discussão para propostas de rediscussão da Lei Kandir, reavivando pleitos antigos a respeito das compensações que se justificariam pelas desonerações das exportações e aumento do prazo para pagamento de precatórios judiciais.



Nada mais natural do que governadores de Estados quebrados queiram a todo custo buscar mais dinheiro para “salvarem” o seu mandato. Mas os senadores tentam confundir a ideia de pacto com esse movimento. Não tem nada a ver uma coisa com a outra. Quem melhor definiu esse processo em andamento foi o consultor legislativo Marcos Mendes, que hoje está no Insper.



Um dos autores da emenda do teto de gastos, Mendes advertiu que a ideia de pacto federativo de Guedes é muito diferente do que está sendo considerada no Congresso. Ele fez um alerta de que não dá para errar na discussão do pacto. “Podemos reproduzir o que aconteceu a partir de 2008 quando os Estados enfiaram o pé na jaca”, disse. O Senado está contribuindo para que isso ocorra de novo. É preciso discutir o socorro. Ele é necessário. Mas com medidas de ajustes que venham para ficar.
 Adriana Fernandes - Economia - O Estado de S. Paulo



domingo, 9 de junho de 2019

Redução de salário inicial de servidores agrada o mercado

Uma nova queda de braço pode começar a surgir com o vazamento de informações de que antigo projeto – ou algo semelhante – de Michel Temer retornará. Para o mercado, o governo acertou, para servidores o Ministério da Economia comete mais um erro


A notícia de que o Ministério da Economia estuda limitar o salário do funcionalismo, de forma que a remuneração de entrada, por concurso, se assemelhe ao valor pago aos trabalhadores da iniciativa privada na mesma função, foi mais um indício, de acordo com analistas de mercado, de que a proposta de corte de despesas com pessoal e de incentivo aos investimentos caminha na direção correta. “Uma sinalização, sem dúvida, de que o custo do ajuste fiscal está sendo distribuído”, destaca o economista Eduardo Velho, sócio-executivo da GO Associados.

O assunto não é novo. Já foi ventilado em 2018, pelo antecessor de Guedes, Dyogo Oliveira (então ministro da Fazenda), em 2017. À época, o “pacote de maldades”, como foi apelidado pelos servidores federais, incluía congelamento de salários até 2019, salário de entrada para novos funcionários públicos limitado a R$ 5 mil mensais e aumento de 13 para 30 o número de degraus para progressão na carreira. A previsão era de que, com todas essas medidas, se chegaria a uma economia de R$ 70 bilhões, em 10 anos.
“O impacto pode ser pequeno. São praticamente R$ 7 bilhões por ano e, no total, os R$ 70 bilhões, equivalem a 0,01% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas do pais) de 2018, de cerca de R$ 7 trilhões. Mas o que chama a atenção é o conjunto de medidas dos últimos 10 dias”, assinala Velho. 

Entre elas, ele cita o destravamento das pauta de interesse do Executivo no Congresso, como a aprovação de projetos para o saneamento, combate às fraudes no INSS e autorização para privatização, sem o aval do Legislativo. “A perspectiva é de futura queda dos juros e da inflação e melhor ambiente para os investimentos. E esse corte nas despesas com pessoal é mais um item que pode aumentar a confiança”, completa o economista.

No entender do economista Gil Castello Branco, especialista em finanças públicas da Associação Contas Abertas, se o estudo do Ministério da Economia se concretizar, ficará claro para os investidores que o governo está em consonância com os últimos relatórios de respeitadas instituições. “Estudos do Banco Mundial já provaram que, no Brasil, os servidores ganham mais que os seus pares na iniciativa privada. A diferença chega a quase 70%. Outro relatório do Ipea aponta que o país gasta 13,1% do PIB com os 11,5 milhões de servidores nas três esferas. Outro estudo mais recente da FGV mostra que algumas carreiras estão entre os mais ricos do brasil. São provas de que algo tem que ser feito”, lembra Castello Branco.

O resultado da disparidade, de acordo com o especialista, é um quadro “esdrúxulo”, no qual o Estado fica impedido de contratar mão de obra especializada do mercado (técnicos que ganham cerca de R$ 1 milhão por ano, ou R$ 70 mil por mês), porque tem que obedecer supostamente a um teto remuneratório, “ao mesmo tempo em que um único juiz, em Minas Gerais, recebeu  R$ 700 mil de uma só vez, de benefícios e atrasados”. Mesmo durante os piores momentos de crise, destaca, enquanto os trabalhadores perdiam o emprego, os servidores conseguiram recuperar partes das perdas salariais.
“O país não está crescendo. De uma previsão de desenvolvimento de 2,5% do orçamento para 2019, já estamos com simulações de alta entre 0,5% a 1%. É isso que tem que ser visto. Nesse momento, o governo vai ter que cortar. Não vejo outra solução”, reforça Castello Branco. Procurado, o Ministério da Economia não quis se manifestar. As lideranças sindicais dos servidores, por outro lado, não demonstraram, aparentemente, preocupação com mais essa “ameaça da equipe econômica”.

Sem rumo
Rudinei Marques, presidente do Fórum Nacional das Carreiras de Estado (Fonacate), afirma que a possível redução do salário de entrada para supostamente contemplar os futuros novos servidores contrasta com recentes declarações do próprio ministro da Economia, Paulo Guedes. “Há pouco tempo ele (Guedes) não disse que não iria ter concurso? Se não terá concurso, então também não tem a quem oferecer os ganhos reduzidos”, ironiza. Marques acha esse regate de um projeto que não deu certo é mais uma demonstração de que o governo está “perdido”. “Não apenas os caricatos. Mas até os que são vistos como sérios não conseguem dar uma direção ao país. O que se vê é uma autoridade desmentindo a outra", reforça.

Sergio Ronaldo da Silva, secretário geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), entende que a intenção de Paulo Guedes ao falar cada dia uma coisa diferente e contraditória é “deixar o servidor temeroso de enfrentar a constante retirada de direitos que o governo vem fazendo”. “Não é possível igualar coisas desiguais. Temos critérios diferentes. Gostaríamos muito de ter FGTS ou negociação coletiva anual como acontece na iniciativa privada, por exemplo. Ele (Guedes) vai igualar isso também?”, pergunta.

Da mesma forma que o projeto de reduzir o salário de entrada do servidor que presta concurso público não prosperou com Dyogo Oliveira, também não prosperará com Paulo Guedes, de acordo com Sérgio Ronaldo da Silva. “É uma discussão sem sentido. Não queremos essa segregação. O serviço público é um só. A diferença de salários de pessoas com a mesma função gera conflitos sem fim. Não pode haver servidor de classe A, B, ou C. Será que ele ainda não notou que essa estratégia não funciona?”, reforça Silva.

Blog do Servidor -  Correio Braziliense