Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
A
Comissão de Educação da Câmara dos Deputados e a Comissão de
Agricultura do Senado aprovaram convite ao ministro da Educação, Camilo
Santana, para explicar esse disparate de domingo passado, que foi essa
prova do Enem.
Eu não quero nem falar da politização, da ideologia; quero falar é da
falta de entendimento.
O próprio ministro diz que ele não conseguiria
responder as questões; eu também não conseguiria, porque eu não entendi
os enunciados, os pressupostos, que estão redigidos em um português
horrível, sem nenhuma clareza ou simplicidade. Isso mostra a
complexidade mental desses tais “professores independentes” que
confeccionaram a prova.
Pobre do aluno do ensino médio
que teve de tentar entender aqueles absurdos, como a proposta de
redação.
Era para falar sobre a profissional que também é dona de casa,
mas eles inventam termos que não existem: “desafios para o enfrentamento
da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no
Brasil”. “De cuidado”?
Que trabalho é esse? Seria o de cuidar da casa,
mas eles são muito obtusos, já pressupõem a “invisibilidade”. Como
assim? Todas as famílias aplaudem a mãe, a avó, que cuidam da casa.
Nunca esquecemos desse cuidado.
Marina Silva terá de explicar “perseguição ao agro” na Câmara Também houve a convocação – não um mero convite, mas convocação – da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, pela Comissão de Agricultura da Câmara. Ela terá de explicar por que, segundo os deputados, o Ministério do Meio Ambiente está perseguindo a agropecuária brasileira, principalmente na Amazônia.
Como no caso daqueles pobres coitados que foram postos lá pelo Incra, em 1994, e agora estão sendo retirados de uma terra onde eles estão plantando há 30 anos, tudo porque criaram depois uma reserva indígena.
São pessoas que não têm para onde ir e estão sendo tratados pelo governo como criminosos, quando na verdade deveriam receber pedidos de desculpas, indenização, casa nova e terra equivalente à área em que o Incra os tinha colocado.
Além disso, Marina Silva também terá de explicar por que as queimadas desse ano estão sendo maiores que as do ano passado no Amazonas, em Roraima e no Acre; e será questionada sobre a burocracia que está amarrando o setor agropecuário.
PF prende dois suspeitos de ligação com o Hezbollah Tenho dito aqui que os problemas da Amazônia estão mais perto de nós que os problemas do Oriente Médio, da Faixa de Gaza.
Mas agora vimos que a Polícia Federal prendeu duas pessoas – uma no aeroporto de Guarulhos (SP) – suspeitas de ligação com o Hezbollah, grupo que segue as ordens do Irã, considerado país terrorista pelos Estados Unidos.
Segundo a PF, eles estavam planejando atentados e manifestações contra a comunidade judaica aqui do Brasil – e recrutando brasileiros para isso! Não foi pouco, foram sete ações da Polícia Federal em Minas Gerais, duas no Distrito Federal e mais essas duas prisões; e há outros dois brasileiros no Líbano fazendo ligação com o Hezbollah e que estão na lista da Interpol.
O Hezbollah é uma milícia xiita, como xiita foi o atirador que descarregou
um fuzil AK-47 em mim, em 1982.
Se eu não tivesse formação de infantaria
estaria morto.
Quando eu vi o zumbido que eu conhecia, fui para o chão.
Levantei a cabeça, deu mais uma rajada.
Eu rastejei até uma proteção de uma
floreira de concreto e rolei para dentro. Só que eu estava desarmado.
Temos um histórico na região da Tríplice Fronteira, em Foz do Iguaçu
(PR), de pessoas que, perseguidas por terrorismo, vão “esfriar” naquela
região. Respeitam as leis brasileiras, até para serem esquecidos. Ficam
lá anos.
E o terrorismo islâmico já agiu contra a Embaixada de Israel em Buenos Aires,
em 1992. O atentado de lá matou 30 pessoas. Não há como descansar. É a
eterna vigilância para não aparecer o terror aqui no Brasil. É uma
guerra que chega aqui dentro, infelizmente. Por isso, parabéns para a
PF, que inclusive recebeu informações de agências de inteligência de
Israel e dos Estados Unidos.
Hoje, o ENEM se tornou símbolo do
fracasso que é a transmissão de conhecimento no Brasil e virou Exame
Nacional do Energúmeno Médio. Ou, para usar a definição quase perfeita
de um amigo, Exame Nacional da Estupidez Militante.
2.
O ENEM é o ápice da educação planificada. É uma abominação. É uma
confissão de derrota nascida da preguiça de uma sociedade que relegou ao
Estado, na figura sentimentaloide dos professores, a educação de sua prole. O ENEM é o apogeu da doutrinação – mas isso é o de menos. O ENEM é o sacrifício anual da vocação para a excelência no altar de um supostíssimo sucesso profissional.
Questão de lógica
3. Está com tempo? Ótimo. Então vamos ler juntos a questão sobre o agronegócio. Vamos ler com calma. “No cerrado, o conhecimento local está sendo cada vez mais subordinado à lógica do agronegócio”, começa o enunciado da questão. Que lógica é essa? Os autores dessa burrice-com-selo-do-MEC parecem pressupor que é a lógica do lucro a qualquer custo. E não é porque Marx ensinou, não. É porque essa gente se olha no espelho e sabe que está disposta a tudo, que paga qualquer preço para se manter no poder. E não consegue conceber um mundo habitado por pessoas que tenham valores menos corrompidos.
4.
Adiante, a questão diz que “de um lado, o capital impõe os
conhecimentos biotecnológicos”, blá, blá, blá, ”e de outro [que na
verdade é o mesmo], o modelo capitalista subordina”, mó, mó, mó, mó [LER
COM A VOZ DA PROFESSORA DO CHARLIE BROWN] homens e mulheres à lógica do mercado”. Olha ela aí de novo, a tal da lógica
como inimiga. Não é à toa. Eles sabem que, para impor o comunismo, é
preciso substituir a lógica, qualquer lógica, pela força. Afinal,
ironicamente essa é a “lógica” do comunismo: o triunfo da vontade de uns
poucos sobre os demais.
5. “Assim, as águas, as sementes, os minerais, as terras (bens comuns) tornam-se propriedade privada”, continua a questão. E, dessa forma, ficamos sabendo que o aluno do ENEM
tem de demonizar a propriedade privada simplesmente porque alguém
decidiu que as águas, as sementes, os minerais e a terras são “bens
comuns”. Provavelmente destinados à exploração sustentável por uma casta
de iluminados imunes a qualquer tipo de pecado. E tem gente que ainda
acredita nisso.
6. E finalizam a questão com uma lista de outros “fatores negativos”. Fatores negativos de um setor que só tem gerado riqueza e alimentado o mundo.
Um setor sem o qual seríamos hoje ainda mais miseráveis do que somos.
Um setor que, a despeito da propaganda suja, contribui muito mais para a
proteção do que para a devastação do meio ambiente. Um setor cujo
pecado é ser bem-sucedido.
7. Mas quais seriam esses
fatores negativos? A eles, pois: “a mecanização pesada [é para voltarmos
ao tempo do carro de boi? ], a ‘pragatização’ [ãhn?] dos seres humanos e
não-humanos [é piada, né? diz que sim, por favor], a violência
simbólica [ai!], a superexploração [do quê?], as chuvas de veneno [poesia numa hora dessas?] e a violência contra a pessoa [que pessoa?]”.
Visibilidade 8. Aí teve a redação. O tema era “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”. Fiquei pensando, pensando, pensando. E cheguei à conclusão de que provavelmente tiraria ZERO na redação do ENEM porque, para começo de conversa, desde quando “invisibilidade” é um problema? Diria mais. Diria que, no meu mundo ideal, na utopiazinha que também trago comigo, a invisibilidade deveria ser um objetivo – e não só entre as mulheres que cuidam de idosos, crianças e doentes.
9.
Insuportavelmente contemporânea é essa obsessão pela visibilidade. Como
se só existissem aqueles que são visíveis nas redes sociais ou nas
manchetes de jornal ou nos gabinetes da vida. Como se só fossem dignos
aqueles que fazem sucesso. Algum tipo de sucesso. O que vai totalmente
na contramão de valores como a humildade e a modéstia – duas palavras
que os corretores da redação provavelmente desconhecem.
10. Mas suponho que se no meu texto eu propusesse um, sei lá, Only Fans
para cuidadoras, enfermeiras e babás, uma plataforma que desse a elas a
tão sonhada (e inútil) visibilidade, minhas chances de tirar uma nota
alta a fim de continuar meu processo de doutrinação na universidade
pública aumentaria bastante, né? Que lástima!
Ludmilla 11. A especialista em lacração e dublê de cantora Ludmilla foi a escolhida para interpretar o Hino Nacional antes do Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1. Mas teria sido melhor se ela tivesse tentado cantar o hino durante a corrida.
Assim pelo menos o tal do ronco dos motores teria abafado o vexame do episódio.
Porque Ludmilla simplesmente se esqueceu da letra.
Nem o embromation básico ela conseguiu entoar.
12.
Ludmilla que, se calhar, vira tema de redação do ENEM ano que vem.
“Desafios para o enfrentamento da tirania do conhecimento e do talento a
que são submetidas as cantoras de funk no Brasil”. Ou qualquer outra balela do tipo. Duvida?
“Podemos
fazer todos tremerem nas bases com a nova variante”: governo britânico
fez uso do medo para controlar população na pandemia
Matt
Hancock, que foi secretário da saúde do Reino Unido nos primeiros 18
meses da pandemia, teve 100 mil mensagens de WhatsApp do período vazadas
para ojornal The Telegraph.
Os cidadãos britânicos ganharam acesso privilegiado aos
bastidores da resposta de seu governo à pandemia. Cem mil mensagens do WhatsApp
de Matt Hancock, que atuou como secretário da saúde do país entre julho de 2018
e junho de 2021, foram vazadas pela coautora de seu livro de memórias “Pandemic
Diaries” (“Diários da Pandemia”, em tradução livre, 2022) para o jornal The
Telegraph. Ele ocupou, portanto, o cargo do Reino Unido equivalente à de
ministro da Saúde no Brasil nos primeiros 18 meses da pandemia, a fase mais
crítica da crise de saúde global. Representantes de Hancock disseram que um
acordo de confidencialidade foi violado com o vazamento.
Desde a semana passada (28), as revelações com base nas mensagens têm sido publicadas pelo Telegraph.
Matt Hancock deixou um assessor oferecer tratamento especial para ao
menos um político ter acesso a testes quando eram escassos, superestimou
a cobertura da testagem, fez uma lista secreta de 95 parlamentares a
serem pressionados para aceitar o lockdown, considerou usar um centro
para deficientes como moeda de troca para obter o voto de um parlamentar
a favor do lockdown, pediu que a polícia endurecesse contra quem
furasse o confinamento, descartou aimunidade de rebanho como parte da
estratégia, defendeu fechamento de escolas, ficou chocado que havia
consultores científicos ganhando até um milhão de libras por dia(R$ 6,1
milhões, na cotação atual) do governo.
Hancock falou mal pelas costas da chefe da Força-Tarefa da
Vacina porque ela questionou na imprensa sua promessa de vacinar toda a
população em prazo arbitrário, e continuou a política chamada de “desumana” por
uma colega de banir visitas a idosos, impondo solidão a eles. Ele também
rejeitou conselho de especialista para testar toda pessoa que entrasse nos
asilos de idosos, lançando dúvida na alegação do governo de que havia posto um
“cordão de proteção” em torno do grupo vulnerável.
Algumas mensagens são pouco lisonjeiras sobre a impressão
que o ex-secretário de saúde tinha de si mesmo. Ele fez elogios às próprias
fotos na imprensa e via na pandemia um trampolim político para alturas maiores,
rejeitou conselhos de dar trégua no isolamento porque “implicaria que estávamos
errados”. Muitos outros atores estão nas mensagens, inclusive o ex-primeiro-ministro
britânico Boris Johnson. Na maior parte, Hancock não agiu sozinho.
Projeto do Medo e Lockdowns Em 23 de março de 2020, o Reino Unido começou o primeiro de três lockdowns. O último foi encerrado mais de um ano após o início do primeiro. Boris Johnson pedia que os cidadãos ficassem em casa e prometia que a curva do crescimento e queda do vírus, que ele chamava de “sombreiro”, seria achatada em três semanas.
Como contou a Gazeta do Povo em fevereiro do ano
passado, o governo britânico usou
teorias de ciência comportamental, a conselho de especialistas, para manipular psicologicamente
sua população a aderir ao lockdown por medo. Hancock participou disso. Em
uma das mensagens vazadas, para um assessor em 13 de dezembro de 2020, ele
planeja como superar uma possível resistência do prefeito de Londres a mais um
lockdown. O assessor sugere usar uma nova variante. “Podemos fazer todos
tremerem nas bases com a nova variante”, diz Hancock. “Sim, é isso que vai dar
na mudança de comportamento apropriada”, responde o colega. “Quando acionamos a
nova variante?”, pergunta o secretário da saúde.
As mensagens vazadas mostram que Liam Booth-Smith, hoje
assessor especial do primeiro-ministro Rishi Sunak, tentou quatro dias antes do
início do primeiro lockdown introduzir uma crítica à ideia de fechar o país.
Booth-Smith via uma contradição na “lógica do lockdown”. “Se os negócios estão
vendo sua renda cair”, disse ele em um grupo do WhatsApp, “isso sugere que as
pessoas estão na verdade obedecendo [às regras de segurança] e não indo a
restaurantes, lojas etc... Então, qual benefício adicional o ‘confinamento’
traz?”
Dominic Cummings, na época consultor político sênior de
Johnson, respondeu que todos deveriam parar de usar o termo “lockdown” por ser
confuso, e que o problema era definir o que seria uma atividade “não
essencial”. No mesmo mês, Cummings violou as regras do confinamento e viajou
para fora de Londres enquanto tinha sintomas de Covid-19.
Hancock e Sunak (então ministro das Finanças) defenderam
Cummings na época, mas em mensagens privadas um ao outro se disseram aliviados
por se livrarem dele em novembro daquele ano: “Um pesadelo que espero que nunca
tenhamos que repetir”, disse Sunak. Estrategista político profissional, Cummings
usou sua posição no governo para sua empresa de pesquisas ganhar um contrato de
580 mil libras (R$ 3,5 milhões), sem concorrentes, para monitorar a opinião
pública durante a pandemia.
E foram pesquisas de opinião pública, não “seguir a ciência”,
como dizia o governo Johnson, o que muitas vezes determinava o curso das
decisões. Em 6 de junho de 2020, Boris Johnson mandou uma mensagem a Hancock
dizendo que queria encerrar o lockdown antes que o pretendido. Ele queria
promover um “dia da liberdade” que marcasse o fim das medidas restritivas. Mas
dois assessores de imprensa com carreira nos tabloides Daily Mirror (Lee
Cain) e The Sun (James Slack) aconselharam contra antecipar a reabertura
porque isso estaria “muito à frente da opinião pública”. Hancock concordou:
“Slack e Lee têm um bom argumento”.
Como
Cummings, o próprio Hancock também caiu de sua posição por ter furado
regras de confinamento em junho de 2021. Ele foi flagrado dando um beijo
em sua amante, Gina Coladangelo, também oficial do governo e casada,
hoje sua companheira. As mensagens vazadas mostram que ele também
escondeu convites à amante para jantares do G7.
A
menina dos olhos de Hancock na questão do confinamento foi seu plano de
lockdown com zonas baseadas em prevalência da Covid em outubro de 2020.
Foi em nome deste plano que ele ignorou uma mensagem de Helen Whately,
ministra de serviço social. “Estou ouvindo que há pressão para banir
visitas aos asilos na zona 2 e na zona 3. Você pode ajudar?”, escreveu
Whately. “Eu me oponho a isso. Onde os asilos têm visitação segura
contra Covid, devemos permitir. Impedir maridos de verem suas esposas
porque elas por acaso vivem em asilos, por meses e meses, é desumano”.
“Ouvindo de quem?”, respondeu Hancock. “A zona 2 teve
consenso ontem, até onde sei”. Whately repetiu sua opinião: “foi errado para os
asilos”. Dias depois, quando as regras foram implementadas, a zona 1, de maior
relaxamento, só permitia dois visitantes recorrentes por idoso. O segundo
lockdown geral começou em 5 de novembro, com o governo permitindo que os asilos
fizessem suas próprias políticas de visitação, uma parte dos quais chegou a
banir todos os visitantes. A segunda onda da Covid, concomitante às medidas,
foi a mais letal para os idosos do país. Quase todos os internos de asilos
haviam sido vacinados em janeiro de 2021, quando Whately voltou a falar em
relaxar as regras para visitações “dados os riscos de vidas perdidas pelos
idosos desistirem [de viver], além de pela Covid”. Hancock respondeu “sim para
as visitas, mas só depois de algumas semanas”. As visitações retornaram a um
nível próximo da normalidade só seis meses depois.
Em novembro e dezembro de 2020, quando Hancock queria
introduzir seu sistema de confinamento em zonas, muitos dos parlamentares
conservadores, partido do governo, estavam ficando céticos quanto à eficácia das
medidas. Os votos deles eram necessários na Câmara dos Comuns para o plano ser
implementado. Foi então que, junto a seu assessor Allan Nixon, o secretário da
saúde fez uma planilha com uma lista negra de 95 parlamentares resistentes do
Partido Conservador. Os mais irredutíveis eram marcados em vermelho (57 deles),
os mais persuasíveis em amarelo.
A
estratégia discutida nas conversas privadas de Hancock e Nixon era
ameaçar tirar verbas para projetos favoritos dos políticos caso não
votassem com o governo a favor das zonas sanitárias. James Daly,
parlamentar que representava o distrito de Bury Norte, na zona
metropolitana de Manchester, tinha deixado claro que não estava contente
com os lockdowns. Em mensagem de 22 de novembro, Nixon menciona que
“James quer seu Centro de Deficiência do Aprendizado em Bury”, para
deficientes mentais, e sugere que “a equipe da Saúde quer trabalhar com
ele para entregar isso, mas fica fora de questão se ele se rebelar”. A
resposta de Hancock: “sim, 100%”. Daly havia aparecido antes em fotos
com Hancock dando a entender para seus eleitores que obras de saúde
viriam para o distrito com a ajuda do secretário.
“Galinha sem cabeça” e a Força-Tarefa da vacina da AstraZeneca Clive Dix, doutor em farmacologia e diretor executivo de uma empresa especializada em descobrir novos medicamentos, que chefiou a Força-Tarefa da Vacina do governo britânico, disse em artigo no Telegraph que Hancock era “o mais difícil de todos os ministros” porque não dedicava tempo a “entender coisa nenhuma”. O ministro parecia perdido, “meio como uma galinha sem cabeça”. A vacina da AstraZeneca, que foi aplicada no Brasil, enfrentou problemas de fabricação que levaram Hancock ao “pânico”.
“Ele não acreditava em nós”, escreveu Dix. “Estávamos
trabalhando dia e noite para fazer a coisa funcionar, mas ele virava e dizia
‘eu disse que toda a população do Reino Unido será vacinada’. Mas não podíamos
mudar a natureza do processo [de fabricação] e ele não entendia isso”. Em
consequência, diz o profissional, Hancock acabou tomando para o país doses que
eram destinadas à Índia, fabricadas no país em desenvolvimento, para cumprir
“um cronograma arbitrário”. Essa atitude levou Dix a abdicar de sua posição.
Em outubro de 2020, quando a investidora de risco Kate
Bingham, outra chefe da Força-Tarefa, disse ao Financial Times que no
máximo metade da população britânica poderia ser vacinada no curto prazo, Hancock
reagiu. As mensagens no WhatsApp mostram-no dizendo que o gabinete do
primeiro-ministro “precisa sentar forte nela” pois ela teria uma “forma maluca
de expressar” suas opiniões “e é totalmente indigna de confiança”. Em seu
artigo, Dix considerou essa opinião injusta e “deplorável”. Bingham ganhou da
Rainha o título de Dama, o equivalente feminino de Sir, em reconhecimento por
seu trabalho com as vacinas.
As primeiras conversas sobre vacinas datam de fevereiro de
2020, quando uma reportagem alegou que Israel estava a semanas de desenvolver
um imunizante. Dominic Cummings perguntou sobre a credibilidade da notícia aos
consultores sêniores de ciência e medicina, respectivamente, Sir Chris Whitty e
Sir Patrick Vallance. Vallance não deu crédito à notícia, acertadamente. Whitty
comentou que “Para uma doença com uma mortalidade baixa (1%, a título
argumentativo), uma vacina tem que ser muito segura, então não se pode fazer
atalhos nos estudos de segurança”. O Reino Unido iniciou seu programa de
vacinação em massa em dezembro de 2020, antes de fazer testes completos em
humanos, que só começaram em janeiro de 2021.
Repercussão Um porta-voz do primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, disse que “é claro” que ele não gostaria que seus ministros se comportassem como Hancock, especialmente na ameaça do corte de verbas aos parlamentares.
O jornal Independent noticiou
nesta quarta (8) que o vazamento motivou os ministros do governo Sunak, do
Partido Conservador, a ligarem a função de deleção automática de mensagens no
WhatsApp. Membros do partido Liberal Democrata acusaram os ministros de “se
esconder por trás de mensagens que desaparecem”.
Delito contra a ética jornalística? As mensagens de Hancock foram obtidas porque ele próprio confiou na jornalista Isabel Oakeshott, coautora de seu livro de memórias da pandemia, que as vazou para o Telegraph. Em texto publicado na semana passada, no dia em que o jornal começou a publicar matérias com base no material (28), ela se justifica citando um poema de luto de uma viúva deixado no Muro Memorial Nacional da Covid, em Londres: “Sei que sua vida poderiam ter salvado; O governo, se tivesse se comportado”. A viúva foi proibida de estar na companhia do marido em seu leito de morte e de vê-lo no funeral pelas políticas sanitárias.
Há
no momento uma investigação pública independente da resposta à pandemia
no país chefiada pela Baronesa Heather Hallett, juíza aposentada e
membro da Câmara dos Lordes que também liderou um inquérito independente
sobre os ataques terroristas de 7 de julho de 2005. Oakeshott julga que
“podemos ter que esperar muitos anos antes que ela chegue a quaisquer
conclusões. É por isso que decidi liberar esse arquivo chamativo de
comunicações privadas — porque não podemos esperar mais por respostas”. A
jornalista também teme que os resultados da investigação sejam inócuos
devido aos esforços judiciais, com gasto de dinheiro público, para
censurar nomes e proteger reputações.
Matt Hancock teria mandado para Isabel Oakeshott, logo após
o anúncio do vazamento, na madrugada do dia seguinte (1º), uma mensagem
“ameaçadora”, diz a jornalista. Dessa vez, ela não revelou o conteúdo da
mensagem, mas aproveitou para dizer que também fez o vazamento pelas crianças,
dando estatísticas que mostram que a saúde mental delas piorou bastante na
pandemia por causa do fechamento de escolas do qual Hancock foi um dos
proponentes. Ela também mostrou gráficos ilustrando o declínio das capacidades
dos alunos em redação, gramática, matemática e ciência durante o mandato dele
como secretário da saúde.
O ex-ministro da saúde acusa Oakeshott de “traição” e o jornal Telegraph de
ter de alguma forma tirado de contexto ou manipulado as mensagens.
Sobre o bloqueio à construção do centro para deficientes em Bury, um
porta voz de Hancock disse à BBC que “o que foi acusado aqui nunca
aconteceu”. Daly confirmou à BBC Manchester que a ameaça não
foi cumprida, mas que ficou “muito decepcionado” ao saber da conversa.
“Só pensar que alguém usaria possíveis verbas que poderiam ajudar alguém
vulnerável na nossa comunidade para conseguir votos para o governo é
simplesmente inaceitável”, completou.
Projeto de igualdade salarial entre homens e mulheres volta à Câmara
Deve voltar à Câmara o projeto de lei que estabelece multa para empresas que pagarem salários diferentes para homens e mulheres que exerçam a mesma função. O PLC 130/2011, havia sido aprovado pelo Senado no dia 30 de março e aguardava sanção presidencial, mas o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira, solicitou à Presidência da República a volta do projeto.
A alegação é de que as alterações feitas pelo Senado ao projeto iniciado na Câmara não foram só de redação, mas de mérito. Quando uma Casa altera o mérito de projeto iniciado na outra, é preciso que o texto retorne à Casa de origem para que as alterações sejam analisadas. Essa necessidade não existe quando as emendas são de redação, ou seja: não alteram o sentido do texto.
Pelo projeto aprovado pela Câmara, a empresa punida deverá compensar a funcionária alvo da discriminação com o pagamento de valor correspondente a cinco vezes a diferença verificada em todo o período da contratação (até o limite de cinco anos). No Senado, o texto foi alterado com a inclusão da palavra “até” antes do valor da multa, ou seja: a multa seria de até cinco vezes o valor da diferença, podendo ser menor.
Após a decisão da Câmara, na sexta-feira (30), o Senado enviou ofício ao ministro chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Onyx Lorenzoni, solicitando a volta dos autógrafos do projeto (documento oficial com o texto da norma aprovada pelo Senado). Os autógrafos já foram corrigidos com a inclusão da emenda e o texto deve seguir para a Câmara dos Deputados.
Bancada Feminina A líder da Bancada Feminina, senadora Simone Tebet (MDB-MS), demonstrou preocupação com a devolução do projeto, especialmente com o pedido tendo partido do Legislativo, já que o texto aprovado foi elaborado “de forma coletiva, com acordo dos líderes”. A senadora disse esperar que o projeto, apresentado em 2009 e enviado ao Senado em 2011, não fique parado por mais uma década. — Isso deixa, sim, a bancada feminina no Senado indignada. Sabemos que o texto tem o apoio da bancada feminina na Câmara dos Deputados. Só não sabemos se houve artimanha, se houve acordo, se isso foi combinado para que esse projeto permaneça dormitando nos escaninhos por mais uma década — disse Tebet.
Bolsonaro A desconfiança de que a volta do projeto possa representar uma manobra para evitar a sanção se dá em razão de declarações recentes do presidente da República, Jair Bolsonaro, sobre o texto. Na última quinta-feira, em uma transmissão ao vivo pela internet ele havia declarado, ter dúvidas sobre sancionar o projeto. O presidente disse temer que as empresas não contratassem mulheres, o que as prejudicaria no mercado de trabalho. [procede o justo receio do presidente da República: se as mulheres, por força de lei e não por produtividade, ou qualidade, ganham mais que os homens, o esperado é o que produzem seja vendido, também por força de lei, a um preço superior.]
As declarações geraram reação da maior parte das senadoras, que se manifestaram nas redes sociais rebatendo o argumento e pedindo a sanção do texto. Para elas, o veto do presidente serviria para perpetuar desigualdades.
Solução imediata Na manhã desta segunda-feira (26), o relator do texto, senador Paulo Paim (PT-RS), lembrou pelas redes sociais que o projeto foi aprovado por unanimidade e disse esperar a sanção do texto. “Foram longos 10 anos de debates e discussões até chegarmos a um acordo. Espero que o projeto seja sancionado no dia de hoje. É uma questão de justiça”.
Já a líder da bancada feminina pediu uma solução para o problema, que poderia vir com a edição de uma medida provisória ou com a votação do projeto em regime de urgência pela Câmara. — Queremos crer que o governo federal, em parceria com a Câmara dos Deputados, vai dar uma solução imediata para essa questão. O que nós não podemos é nos calar. O grito da bancada feminina será ouvido até o momento de esse projeto ser aprovado na Câmara dos Deputados e sancionado pelo presidente da República — afirmou.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
Cotas para bonecas negras
Uma boneca negra; um sorriso negro
Representatividade e inclusão importam. Esse precisa ser nosso ponto de partida em comum para iniciar um debate que, à primeira vista, parece desimportante, mas é, ao contrário, um planejamento de futuro da maior parcela da população brasileira: a mulher negra. Ela representa algo em torno de 27% de todos os brasileiros, segundo a PNAD do IBGE.
Entretanto o mercado não oferece o mínimo razoável de opções para um nicho das bonecas, que tem gerado bons dividendos para quem nele investe. Em 2018, a linha correspondia a 19,2% do total de faturamento, que chegou em 2019 a mais de R$ 7 bilhões, conforme o último relatório da Abrinq.
Com um cenário tão favorável, a lógica seria haver uma seção específica para bonecas negras, atendendo a esse mercado consumidor. Todavia elas correspondem a somente 6% da totalidade das fabricadas e 9% das comercializadas em lojas on-line, de acordo com a ONG Avante, que elaborou um relatório sobre essa triste realidade das meninas negras brasileiras.
Ao entrar numa loja de brinquedos, a criança, que precisa de um referencial para construir sua autoimagem, não tem acesso ao mínimo. Dentro de uma perspectiva psicológica, a mudança ocorrida a partir do contato com um brinquedo parecido consigo mostra a oportunidade de sonhar mais concretamente, gera uma sensação de pertencimento, que traz efeitos de maior segurança para desenvolver suas potencialidades no futuro.
Infelizmente,
o Brasil revela a cruel exclusão do negro, desde o início da vida, com a
ausência de opções. Se não somos vistos nos lugares, evidencia-se que esses
espaços não são para nós.Mas,
se tem mercado consumidor e demanda, qual a justificativa racional para tamanho
desperdício de oportunidade? Por
isso, é importante buscar diversidade na oferta, tendo em vista que nossas crianças
querem ser vistas, ouvidas e incluídas na sociedade como um todo. Mas é
necessário ir além: não basta colocar qualquer boneca, com qualquer história
por trás. O imprescindível é levar boas referências para as meninas negras, com
princesas e heroínas, médicas e engenheiras, advogadas e juízas...
Mas,
para que isso ocorra, é relevante também estar atento para não impedir o acesso
dos mais pobres a esse tipo de bem. Uma rápida pesquisa em sites de lojas de
brinquedo apresenta um fenômeno perverso relativamente ao preço das bonecas
negras, que acaba sendo elevado significativamente, em comparação com as
brancas, pelo fato de serem raridade nas prateleiras.
Felizmente,
a própria comunidade negra, ciente de suas necessidades, vem trabalhando no
sentido de valorizar a produção e a comercialização do brinquedo voltado para
um público tão grande quanto especial. Isso já foi sentido pelas grandes
marcas, que também abriram espaço a novas personagens e a novas linhas de
atuação.Portanto,
devemos fortalecer tais iniciativas e fazer com que elas possam crescer e
florescer, levando o encanto dos sonhos, fazendo nascer sorrisos genuínos nos
rostos de nossas lindas meninas negras.
[o que complica, e até assusta, é que com o enfraquecimento irreversível do cotismo desenfreado - na verdade, este ano o sistema de cotas raciais deverá sofrer inevitáveis ajustes, até mesmo para impedir que a pretexto de uma inclusão promover uma maciça exclusão- leia: sistema de cotas acaba em 2022 -. Nos dias atuais, qualquer pseudo administrador, também conhecidos por gestor, acorda com uma ideia de resolver os problemas do lado do mundo (dele) e logo pensa em cotas.
Esquece, que as cotas geram despesas que precisam ser absorvidas, ocupam vagas que geram desemprego, são o terrível 'cobertor curto'.
É preciso gerar empregos para todos, sem nenhuma diferenciação, não podemos é em função de alguns detalhes físicos e/ou sociais criar exclusões.]
A
língua portuguesa é achincalhada por presidentes, governadores – e a população
em geral
A quem interessa um povo que
não sabe raciocinar, não sabe ler, não sabe escrever, não sabe argumentar? A
ninguém, apenas a ditadores.
Por isso, até em benefício próprio, para marcar seu nome na História, a
presidente Dilma Rousseff escolheu um slogan apropriado para seu segundo
mandato: “Brasil,
pátria educadora”.Ela ainda não sabia que o resultado do Enem
(Exame Nacional do Ensino Médio) de 2014 mostraria
o fracasso de seu primeiro mandato na Educação, quando teve três ministros na
Pasta. Mais
de meio milhão de jovens tirou nota zero na redação – cuja nota
máxima era 1.000.
A palavra para definir a nota zero da
redação, nessa escala, é “catástrofe”.De
2013 para 2014, o número de zeros na
dissertação do Enem quase quintuplicou. Não relativizem o resultado. Uns
dizem que o tema “ética na publicidade
infantil” era difícil. Outros, que os corretores foram rigorosos demais.
Ainda há os que não acham importante uma dissertação no Enem. O ministro da
Educação, Cid Gomes, minimiza a queda nas notas de português e matemática: “O que é importante é a média. Na média,
menos 1% está na margem de erro”. A média é um recurso medíocre para
justificar o injustificável. Quando viu o resultado pior dos alunos de
escolas estaduais, Cid Gomes admitiu:
“Não dá para fugir, camuflar ou tentar dizer que o ensino público é bom. O
ensino público brasileiro está muito aquém do desejável”.
O vexame não surpreende a quem vive da
palavra escrita e oral. A língua portuguesa é achincalhada por nossos
presidentes, ministros, governadores, senadores, deputados, executivos,
empresários e, claro, pela população em geral. Ortografia, concordância e regência verbal erradas, vocabulário pobre
e ausência de um pensamento coerente. Não é preciso ir à Europa para
encontrar povos que se expressam direito em sua língua materna. Basta ir à
Argentina. Com toda a crise de nossos hermanos e a decadência de suas
universidades, ali está um povo articulado, que sabe ler e escrever, e tem um
raciocínio com começo, meio e fim. Não
há analfabetos funcionais concluindo o ensino médio.
O
que aconteceu no Enem de 2014?
Ao todo, 8,7 milhões de alunos da última série do
ensino médio inscreveram-se no concurso. Mas só 6,2 milhões apareceram no exame. A nota máxima de cada prova é
1.000. Só 250 tiraram a nota máxima na redação e 529.374 alunos tiraram zero. Desses,
280.903 entregaram a prova em branco
porque não faziam a menor ideia de nada. Dos outros zeros, 217.300 fugiram do tema (talvez inspirados em nossos políticos, que
fazem o mesmo nos debates),13 mil
copiaram o texto motivador, 7.800 escreveram menos
de sete linhas, 3.300 incluíram
textos desconectados, 955 ofenderam os direitos
humanos. A
média em matemática também ficou abaixo da metade, 476,6 pontos. No
meu tempo, abaixo de 5 significava reprovação.
Mas “reprovação”
virou tabu na pátria do PT,desde Lula, que nunca achou grande coisa saber português ou gostar de
ler.Em artigo para o jornal O Globo, a filósofa Tânia Zagury diz: “Só de ouvir falar em reforma na educação,
eu me arrepio”. Após mais de 40 anos de trabalho na área, ela afirma que
cada programa reativa o que foi banido, joga no lixo as cartilhas, abandona
boas ideias, mas mantém algo sempre: a queda da qualidade no ensino. A última “revolução” foi a “progressão continuada”, o que, traduzindo em bom português, significa aprovação automática. Para “camuflar” a repetência no 1o ano e
evitar evasão escolar. A repetência aumentou no 6o ano,
quando acabava a aprovação automática. O que foi feito para resolver “o probrema”?
Os professores são pressionados a não reprovar. “Teria sido lindo aprovar todo mundo se não tivesse sido à custa do
saber”, diz Tânia. Todos se formam, ficam felizes, o governo de Dilma ainda
mais porque exibe estatísticas infladas. E não se aprofunda nenhum
conhecimento.
Esse não é um destino inescapável.
Slogans e discursos não bastam para educar crianças e jovens. Menos roubo e
desvios na verba para escolas, uma gestão responsável e focada no ensino
fundamental, base de tudo, a valorização
do professor em salário e autoridade e maior participação da família. A
receita é conhecida. O Brasil só não a adotará se
houver a intenção oficial de tirar proveito de um povo sem instrução.
Escolas não são fábricas. Dói imaginar que o objetivo seja formar cidadãos que
não pensem, não leiam, não escrevam, não critiquem. Uma triste linha de
montagem destinada a ser manipulada.
O resultado da falta de
educação é, além do subemprego, essa multidão de
menores carentes que depredam ônibus, assaltam e matam, rindo, sem dar valor ao
patrimônio e à vida. Por enquanto, o Brasil é uma pátria que deseduca.