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terça-feira, 11 de abril de 2017

Novo júri do Carandiru: Desperdício de tempo e dinheiro e exposição negativa da Justiça

Justiça decide fazer novo júri do massacre do Carandiru

Julgamento, que durou dois anos e condenou 74 PMs, havia sido anulado em setembro do ano passado

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) decidiu nesta terça-feira, por quatro votos a um, que os policiais militares envolvidos no episódio que ficou conhecido como massacre do Carandiru passarão por novo julgamento. Em setembro do ano passado, a 4ª Câmara Criminal do TJ-SP anulou os júris que condenaram 74 PMs pela morte de 111 presos na contenção de uma rebelião ocorrida em outubro de 1992. Na sessão desta terça, os magistrados deliberavam se, após a anulação, eles deveriam ser inocentados ou julgados novamente — venceu a segunda interpretação. Com isso, os PMs voltarão a se sentar no banco dos réus.

Por envolver um grande número de investigados e vítimas, o julgamento do Carandiru, que era considerado o maior da história e foi anulado, durou dois anos — de 2013 a 2014 — e foi feito em cinco etapas. Os policiais foram condenados, em primeira instância, a penas que variavam de 48 a 624 anos de prisão, mas recorriam das sentenças em liberdade.

Em 2 de outubro de 1992, 340 homens da Tropa de Choque e da Ronda Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) invadiram o pavilhão 9 do Carandiru com a missão de conter uma rebelião no prédio. Ao chegarem no segundo andar do pavilhão, o foco da revolta, os policiais executaram à queima roupa 111 detentos, segundo a denúncia do Ministério Público. A defesa dos policiais alegou que eles agiram em legítima defesa. [FATO: antes da ação no Carandiru as grandes  rebeliões envolvendo centenas de presos eram frequentes; após a ação do Carandiru acabaram-se as rebeliões em São Paulo e mesmo no Brasil; quando ocorre uma, é sempre pequena e de fácil controle;
as vezes demora a ser contida pela omissão das autoridades do estado onde está o presídio rebelado.
Realizar novo julgamento é um absurdo, até mesmo um crime contra a administração pública.
Apontando os motivos que fundamentam a frase do título e a acima:
- o reinicio de tudo começa com a realização de novo júri popular - dezenas de policiais já morreram (a operação foi realizada há 25 anos), não será um único júri para todos os policiais ainda vivos, e sim vários júris e cada júri julgando alguns policiais - por óbvio ocorrerão adiamentos, anulações de alguns júris e outros atrasos comuns;
- de todas as sentenças haverá recursos ao Tribunal de Justiça, em alguns casos os recursos podem ir até o STJ e mesmo o STF, e cada recurso impetrado abre caminho para outros com argumentos parecidos.
O risco de novas anulações é enorme.
Vai rolar uns 20 anos para um resultado definitivo - se um dia esse resultado for alcançado - e os poucos policiais sobreviventes estarão com mais de 70 anos e não serão presos.
O resultado final de todo o processo - caro e que tomará muito tempo da Justiça - será idêntico ao obtido pela sentença que condenou um dos policiais a 624 anos de prisão - coronel Ubiratan, que comandou a operação e foi eleito deputado pelo estado de São Paulo com o número 111 e morreu assassinado por uma ex-amante, ou seja: NADA.]
 
 Fonte: Revista VEJA

 

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Boulos, o Senhor das Labaredas, está feliz! Foi preso! E, O arruaceiro milionário é só mais um caso de polícia

Vamos lá. Um fato: a PM reagiu ao ataque. Ao dar início à execução da reintegração, os policiais foram agredidos. E fizeram o óbvio: reagiram

Guilherme Boulos deve estar mais feliz do que pinto no lixo ou do que sádico em presídio rebelado. Finalmente, ele foi detido. Finalmente, ele pode dizer, mistificando a própria biografia, que viveu o seu dia de preso político. Vamos ver. O chefão do MTST e de outros ditos “movimentos populares” foi detido na manhã desta terça. Já está solto. Boulos comandava a resistência a uma reintegração de posse, realizada pela Polícia Militar em terreno particular, localizado na Rua André de Almeida, em São Mateus, na zona leste de São Paulo. Com ele, foi preso ainda um dos invasores da área, José Ferreira Lima, também já libertado.
Boulos, o Senhor das Labaredas, exibe um dos seus métodos pacíficos de luta, ao lado de mascarados (Foto: Foto: Peter Leone / Futura Press

Os dois assinaram um termo circunstanciado, em que são acusados pelos policiais de “participar de ataques com rojão contra a PM, incitação à violência e desobediência”.  Bem, dizer o quê? Ele nega, claro!, que tenha cometido qualquer uma dessas transgressões. O inquérito vai apurar a sua atuação, e, a depender do desdobramento, a Justiça vai dar seu veredito. Não quero me arvorar nem numa coisa nem noutra. O que faço é expressar uma convicção. E estou convicto de que ele é culpado.

Não preciso apelar à sua biografia de líder contumaz de manifestações violentas para fazer essa aposta. Não preciso apelar aos textos que escreve, em que evidencia seu solene desprezo ao Estado de Direito, para expressar essa opinião. E, por óbvio, não foi necessário ser testemunha ocular dos fatos. É a fala de Boulos que me diz ser ele culpado. É o comunicado do MTST, do qual ele é chefe máximo, que me diz ser ele culpado.

A Folha, jornal em que ambos escrevemos — ele na versão online —, publica uma reportagem sobre o episódio. Confiram. Não estou sugerindo a existência de um viés deliberado, mas resta claro que o espaço destinado à versão de Boulos é bem mais generoso. Logo, se há alguma distorção ali, tudo indica, ela contaria em favor do “líder”. 

Escreveu o movimento — prestem atenção!: “O companheiro Guilherme Boulos, membro da coordenação nacional do MTST, que estava acompanhando a reintegração de posse da ocupação Colonial, visando garantir um desfecho favorável para as mais de 3.000 pessoas da ocupação, acaba de ser preso pela PM de São Paulo sob a acusação de desobediência civil (…). Não aceitaremos calados que além de massacrarem o povo da ocupação Colonial, jogando-o nas ruas, ainda queiram prender quem tentou o tempo todo e de forma pacífica ajudá-los”.

Que homem bom é esse Boulos! Ele estava lá apenas para garantir o “desfecho favorável” aos pobres. E o movimento dá a entender que foi preso por isso. Bem, aí já estamos numa outra categoria: mentira! E, ora vejam, a Polícia Militar, que reagiu às agressões que sofreu, é acusada de promover um “massacre”. A propósito: onde estão os feridos? Como se nota, o MTST vê o seu líder numa luta do Bem contra o Mal, do povo contra os seus algozes, das vítimas contra seus verdugos. Ora, em situações assim, como se sabe, todos os meios passam a ser considerados lícitos.

Mas atentemos ao que afirma o próprio Boulos: “Foi uma prisão política. Eles alegaram incitação à violência. Eles despejam 3.000 famílias com violência, e eu que incitei a violência?”. Eis a lógica canhestra da falsa vítima, do falso inocente. Quem é este “eles”? Os PMs cumpriam uma ordem judicial, sobre a qual não cabe arbitragem. Os policiais eram apenas executores de uma decisão tomada pelo Poder Judiciário.

Protegidos por barricadas, os invasores, sob a clara condução, orientação e liderança de Boulos, passaram a atacar os policiais. Uma das fotos registra o líder do MTST atrás de uma coluna de fogo — será essa uma das evidências de seus métodos pacíficos?  Boulos disse mais: “O MTST estava lá para garantir o direito das pessoas que estavam sendo despejadas, buscar uma saída negociada. A Tropa de Choque avançou, jogou bombas e querem encontrar um culpado”.

Um fato: a PM reagiu ao ataque. Ao dar início à execução da reintegração, os policiais foram agredidos. E fizeram o óbvio: reagiram para garantir a ordem e para se defender.  Mais: no Estado de Direito, o “direito” não é aquele que eu acho que tenho, mas aquele que as instituições e as leis asseveram que tenho. Ao contrário do que afirma Boulos, a Justiça decidiu que o direito sobre o terreno, por óbvio, pertencia ao proprietário, não aos invasores. Ainda que o Ministério Público tivesse recorrido da decisão judicial, a ordem continuava em vigor, e só a Justiça poderia determinar que a PM não a executasse.

De resto, não existe “saída negociada” contra o cumprimento da lei. Ela consistiria exatamente em quê? Seria a não execução da decisão judicial? Ora, ocorre que isso não seria “negociação”, mas a vitória do ato criminoso — a invasão — sobre a o direito e a lei.
Lula, Dilma, Eduardo Suplicy, Ivan Valente e até um tal rapper chamado “Emicida” já se manifestaram contra a PM, claro! Agora só faltam o Wagner Moura, a Letícia Sabatella, o Caetano Veloso, o Chico Buarque, o Fernando Morais, a Marilena Chaui, o Antonio Candido e a Camila Pitanga.  É claro que Boulos está feliz e é evidente que ele vai forçar a mão para ser preso em eventos semelhantes. Isso é parte da caracterização do herói, que se prepara para voos eleitorais e eleitoreiros.  A PM não deixou de lhe prestar um pequeno favor. Mas não tinha alternativa. Às vezes, é preciso, sim, prender os transgressores, mesmo quando estes se esforçam de forma determinada para isso.

Depois da suspensão da mesada federal doada ilegalmente ao bando de Boulos, acabou a impunidade do fabricante de badernas

O filho de papai Guilherme Boulos vai descobrindo que ficou bem menos divertido brincar de arruaceiro milionário sem o financiamento dos cofres federais e o habeas corpus preventivo concedido pelo governo lulopetista. Com o despejo de Dilma Rousseff, foi-se a mesada reservada pelo Planalto ao MTST ─ primeiro e único ajuntamento de gente supostamente sem teto comandado pelo herdeiro de uma fortuna suficiente para providenciar casas para todos os integrantes. Nesta terça-feira, foi-se a impunidade presenteada por Lula e Dilma a companheiros delinquentes.

Como informa a reportagem do site de VEJA, Boulos aprendeu que incitação à violência agora dá cadeia. “O MTST estava lá para garantir o direito das pessoas que estavam sendo despejadas, buscar uma saída negociada”, fantasiou o rebelde com casas de sobra. “A Tropa de Choque avançou, jogou bombas e querem encontrar um culpado”. Antes do pouso forçado na delegacia, o desordeiro gabola vivia avisando que quem ousasse prendê-lo teria de haver-se com milhares de militantes dispostos a matar ou morrer pelo chefe. As manifestações de protesto foram mais esquálidas que procissão de vilarejo.
Para que Boulos agonize como um líder sem liderados, basta que os responsáveis pela ordem pública continuem a tratá-lo como o que é: apenas mais um caso de polícia.

Fonte: Blog do Augusto Nunes e Reinaldo Azevedo

 

 


 

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Baderneiro Boulos ‘colocou vida de pessoas em risco’

Major da PM diz que  Boulos ‘colocou vida de pessoas em risco’

Líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto foi preso durante reintegração de posse na Zona Leste acusado de desobediência civil e incitação à violência

O major da Polícia Militar Rogério Calderari afirmou que o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, preso pela Polícia Militar nesta terça-feira por desobediência civil e incitação à violência, “colocou em risco a vida de pessoas”. Calderari comandou a ação de reintegração de posse de um terreno particular no bairro de São Matheus, na Zona Leste, que estava ocupado por um grupo de sem-teto.

O major afirmou que Boulos “incentivou” os integrantes do movimento a lançar objetos contra a Polícia Militar.Ele (Boulos) tem um nível sociocultural muito melhor que as pessoas que estavam ali. E ele usa seu nível sociocultural para ganhar pessoas, incentivá-las a arremessar coisas contra a polícia e morteiros. Morteiro é uma coisa grave. Já morreu gente com isso. Ele está colocando em risco a vida de pessoas”, disse o delegado, segundo o jornal O Estado de S. Paulo.

Boulos, que foi levado ao 49º Distrito Policial, classificou a prisão como “evidentemente política”. Segundo ele, estava no local para negociar com o oficial da Justiça.”Ele (oficial) estava presente para oficiar que o Ministério Público havia pedido a suspensão da reintegração ontem [segunda-feira] e o juiz ainda não tinha julgado. E [fui falar] que seria razoável eles esperarem o resultado antes de reintegrar. Foi o que eu disse. Se isso é incitação à violência, então eu incuti a violência”, afirmou Boulos.

A Tropa de Choque da Polícia Militar foi ao local para dispersar o grupo de sem-teto, utilizando caminhão com jato d’água, bombas de efeito moral e spray de pimenta.

Fonte: Redação VEJA 

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

A tropa de choque de Dilma



Poucos fatos representarão tão significativamente os episódios deste ano no julgamento do impeachment quanto a sofreguidão com que sua tropa de choque tratava de ganhar tempo. Como se o tempo fosse dinheiro. Era um apetite insaciável, que se empanturrava de cada segundo para somar meses, fechar o ano. Tempo, tempo, tempo! Uma voragem. Ele foi caçado assim, como grande tesouro, porque, paradoxalmente, viam-no como se fosse tudo, ainda que a nada mais servisse. A melhor expressão do que descrevo era proporcionada pelo senador Lindbergh Farias, qual menino birrento, quase choroso, gritando ao microfone, sem parar: "Eu quero o meu tempo! Eu quero o meu tempo! Eu quero o meu tempo!".

Por vezes tive certeza de que um Chicabon amainaria aquele surto. O pacientíssimo senador Raimundo Lira entregaria o picolé ao garoto e o afagaria dizendo: "Pronto, pronto, passou...".  Importa menos, no caso, o direito de peticionar o tempo regimental e mais a conduta própria de quem atravessou a infância e a  adolescência longe dos limites adequados ao convívio social. Ele não estava só nisso. A tropa de choque que defendia a presidente Dilma na Câmara e no Senado aprendeu a fazer política nos baixios onde a mistificação se exibe como sabedoria, e a mentira, cobrando reverências que a verdade dispensa, é repetida de modo incessante porque não há verdade alguma a ser dita sem imensa desdita.

Foram meses disso! Agora, por fim, prenunciam-se os últimos atos de um processo tão volteado e circunvagado no andar quanto retilíneo no objetivo. Tão demorado quanto urgente. Foram meses durante os quais o bem nacional foi desprezado pela defesa de um governo insanável e pela atuação de um grupo político que deixou o constrangimento nos jatinhos das empreiteiras e nas lavanderias do dinheiro mal havido. O povo, o povo simples e humilde, vítima preferencial do desemprego, da inflação e da recessão que o governo petista semeou, plantou e colheu, foi o grande esquecido nas longas e procrastinatórias sessões que a tropa de choque petista transformou em trincheiras contra o Brasil. 

Por mais que os próprios senadores favoráveis ao impeachment esqueçam de mencionar, ele nasceu, cresceu e se tornou inevitável na voz das ruas. Por isso, a tropa de choque petista no Senado conseguiu a proeza de falar durante meses a fio sem jamais referir o povo, mencionar a nação ou dirigir uma palavra aos desempregados, às empresas cujas portas se fecharam, aos desatendidos do SUS, às vítimas da violência, nem aos saqueados pela organização criminosa que governou o país. 

O Brasil que produz, que quer trabalhar e empreender, que deseja estudar, tem pressa. O cotidiano impõe urgências às famílias! Mas que se danem os brasileiros! A estes jamais foi sensível a arrogante tropa de choque do governo Dilma. Falando por seus representantes no Senado, a Orcrim furtou-nos, segundo a segundo, meses a fio, um tempo tão essencial à nação quanto inútil para quem dele se apropriava. Quando nada mais havia a arrebatar, saquearam-nos um precioso tempo. 



sábado, 2 de julho de 2016

Dilma, lógico, queria e endossou as pedaladas!

Que objetivamente se afaste de uma vez por todas a hipótese de desconhecimento do Executivo sobre o que fazia de errado nas contas públicas. É óbvio e elementar que a presidente afastada, Dilma Rousseff, sabia e, mais do que isso, deu aval e ordem para as famigeradas pedaladas fiscais. Risível imaginar o contrário. Sem ela era impossível o esquema seguir adiante. Nenhuma das pontas da cadeia daria prosseguimento ou teria autonomia para autorizar, por tanto tempo e de forma tão escancarada, essa afronta contábil no Tesouro. Quem conhece a engrenagem estatal tem a plena noção dessa impossibilidade. 

Até por que as manobras foram reiteradamente denunciadas pela mídia, em diversas ocasiões (inclusive e em primeira mão pela ISTOÉ, ainda nos primórdios de janeiro de 2014), sem que qualquer gesto presidencial tivesse sido tomado para interrompê-las

Ao contrário: a presidente as endossou e mandou (ou deixou) que se repetissem ano após ano. Só mesmo a obtusa artimanha de sua tropa de choque no Senado para sustentar uma hipótese tão estapafúrdia como a da presumível inocência dela nesse aspecto.

Vingando a tese seria o caso de considerar a senhora Dilma incapaz de comandar o País, inabilitada para o posto. Afinal a mandatária não teria conhecimento, nem sequer participaria, do que ocorre e é feito em seu nome na administração federal. Da mesma maneira, também na evidência de seu envolvimento, ela terá de ser deposta definitivamente pelo crime de responsabilidade implícito nos atos, de acordo com o que rege a Constituição. 

Nas duas condições ela estará errada e inapta para o cargo. Aos fatos: o que veio a se configurar como pedalada foi o atraso deliberado e de forma sistemática do pagamento de despesas para mascarar resultados fiscais ou para que simplesmente se abrisse espaço a novos gastos, de acordo com os interesses políticos da mandatária. Dilma inaugurou a era da gastança sem limite e sem preocupação com a receita. Os números estão aí para provar. E quebraram o País.

Deliberadamente ela fez uso abusivo dos bancos públicos para financiar sua sanha de despesas, desconsiderando a Lei de Responsabilidade Fiscal que proíbe a prática. Tomava empréstimose o termo é esse mesmo, conforme asseguraram os próprios peritos, refutando o argumento da defesa de que os atrasos de repasse ao BB, por exemplo, eram por prestação de serviço e não por operações de crédito – e encobria o rombo crescente. Nenhum subordinado, de ministro a mero gestor orçamentário, ousaria ir tão longe sem que a chefe do governo estivesse a par ou pedisse a execução desses truques abrindo assim brechas a novos e mirabolantes dispêndios. A “contabilidade criativa”, com manobras claramente fraudulentas – de acordo com a definição do Tribunal de Contas da União (TCU) – melhorou os números oficiais e ajudou, inclusive, na reeleição de Dilma. 

Desde 2012, ainda no primeiro mandato, ela expandiu irresponsavelmente e sem lastro os gastos da União. Qualquer cidadão comum que fizesse isso teria que responder civil e criminalmente. A lei também prevê tal enquadramento no que se refere à presidência da República. Isentá-la equivaleria a rasgar a Carta Magna. O calote disfarçado e intermitente que ela aplicou em instituições financeiras estatais teve início em 2013, consagrou-se como recurso rotineiro no ano eleitoral de 2014 e seguiu inclusive até meados de 2015.

A perícia técnica contratada pelo Senado para avaliar a prática se debruçou somente sobre contas de uma única operação dessas, que comprovam o atraso de pagamento dos subsídios do plano safra de 2015. Sem uma visão do todo, do conjunto de ações, os peritos não conseguiram identificar as digitais da presidente na execução específica desses atos. Mas mesmo assim não a isentou de culpa. Foi literal nas conclusões:houve irregularidades. O fato de a gente não ter encontrado evidência da ação direta da presidente não quer dizer que não haja”. E sacramentou que, no caso dos decretos de suplementação orçamentária – outro crime de responsabilidade previsto na Constituição a participação direta de Dilma é notória porque ela assina sua publicação no Diário Oficial da União. “A participação nesse tocante é incontroversa”. Os peritos, como servidores do Senado, foram acionados a pedido da defesa de Dilma e tinham o papel essencial de avaliar se ocorreu crime ou não. Nesse ponto foram taxativos: o crime está tipificado. Como também disseram no relatório, a avaliação do dolo cabe aos senadores. Não há, de fato, uma ordem física assinada por Dilma dando carta branca para a lambança. Mas ela naturalmente estava a par, foi conivente e se beneficiou da conveniência de usar os “recursos extras” a seu bel prazer.

Não é de hoje que a presidente recorre à falácia de dizer, reiteradamente, que nada sabe e nada fez de malfeitos. Foi assim com a compra escandalosa da Refinaria de Pasadena a preço exorbitante, quando participava do Conselho da Petrobras que aprovou o negócio. Em que pese as inúmeras delações apontando seu amplo conhecimento das perversões do contrato, ela nega envolvimento na tramoia. Assinou, diz, sem saber o que estava fazendo. Como uma vestal de pura ingenuidade, Dilma sempre se posiciona como ludibriada pelas circunstâncias ou distorce os fatos a sua conveniência. É possível imaginar a presidência do Brasil sendo conduzida daqui por diante por uma autoridade com esse grau de ausência de responsabilidade sobre tudo o que acontece a sua volta?

Fonte: Editorial - Isto É - Carlos José Marques

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Prisão de Paulo Bernardo enfraquece Dilma na Comissão do Impeachment


A decretação da prisão preventiva do ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo trouxe preocupação extra ao núcleo político ligado à presidente afastada Dilma Rousseff. Paulo Bernardo é casado com a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que integra a tropa de choque de Dilma e é um dos principais braços de defesa da presidente na comissão de impeachment, no Senado. A prisão dele, na avaliação de interlocutores da presidente afastada, acaba por enfraquecer a sua defesa durante os trabalhos da comissão.
 
Dilma precisa de 28 votos de senadores para conseguir se manter no cargo e até agora a conta é que possui 22 votos. O Placar do Estadão aponta 18 votos a favor da presidente afastada.

Apesar de assessores de Dilma dizerem que Paulo Bernardo, que foi ministro da petista e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não ser uma pessoa que estava próxima a ela por agora, este não é o caso da sua mulher, Gleisi, que mantém contato com a petista.  Além da prisão de Bernardo, a condução coercitiva do ex-ministro da Previdência Carlos Gabas também é outro problema, pela proximidade que tem com a presidente afastada

Gabas, inclusive, foi atendido pela comissão de ética da Presidência da República e está sob período de quarentena. Ou seja, durante seis meses ele permanecerá afastado de qualquer função pública recebendo salário de ministro, por conta das funções que assumiu nos últimos tempos e pelo conhecimento que possui de questões estratégicas de governo.

Em um domingo de agosto de 2013, a presidente Dilma Rousseff driblou a segurança e saiu pelas ruas de Brasília como “carona” na moto Harley Davidson de Carlos Gabas, de onde chegou a ser fotografada. A preocupação não se limita a Dilma, mas também a Lula

Assessores da presidente lembram que este é mais um baque para o ex-presidente, já que Paulo Bernardo é muito ligado a ele e ao tesoureiro do partido João Vaccari Neto, que está preso pela Operação Lava Jato.

Outro problema que foi lembrado, e que não é preocupação especificamente da presidente afastada, mas de petistas, é sobre os reflexos desta nova prisão sobre as eleições municipais, já que Paulo Bernardo é uma importante liderança do partido.  O PT já vem encontrando dificuldades em vários Estados e a prisão de Paulo Bernardo acaba por ser mais um golpe contra o partido. O próprio governo petista sabe das dificuldade de reverter a “onda negativa” da opinião pública em relação à sua volta ao Planalto, que reconhece ser muito remota de acontecer.

Mas a legenda precisa desta tropa de choque atuante insistindo na tese do golpe para reforçar o discurso do PT nas eleições e tentar, de alguma forma, manter a militância mobilizada. Ao falar sobre o enfraquecimento da defesa de Dilma na comissão do Senado, um dos interlocutores de Dilma reconheceu que os acontecimentos deixam a defesa dela sem argumento, ou pelo menos, atrapalha bastante os seus planos.

Gleisi e a tropa de choque de Dilma acusam reiteradamente o presidente em exercício, Michel Temer, e sua equipe em função dos desdobramentos Operação Lava Jato, que está direcionada para o PMDB e rendeu três baixas ao governo peemedebista. Com a operação desta quinta-feira, o argumento dos petistas, mirando nos peemedebistas, acaba abatido e caindo por terra.

Já no Palácio do Planalto, a prisão preventiva de Paulo Bernardo vem como um alívio para os peemedebistas porque tira um pouco do PMDB do foco. O partido estava sob alvo da PF no último mês, o que vinha atrapalhando a tentativa de Temer de sustentar uma agenda positiva para emplacar o seu governo. A prisão de Bernardo, que não é provisória, mas preventiva, ressalta um dos interlocutores de Temer, veio em um importante momento no qual os peemedebistas têm conseguido vitórias em votações no Congresso e precisam consolidar os votos na comissão do impeachment.

Temer precisa de 54 votos. Nas contas do Planalto, a base possui entre 58 e 60 votos. Mas a margem é considerada muito estreita e este é um dos motivos do empenho pessoal do presidente em exercício, que destina diariamente boa parte de sua agenda a receber parlamentares e manter interlocução direta com senadores, em busca de garantir os votos.  Na terça-feira passada, por exemplo, Temer foi à festa Junina na casa do senador Zezé Perrela (PTB-MG), lembrando que ali estariam presentes pelo menos 60 senadores. “Esse trabalho tem de ser construído todo dia”, não se cansa de repetir Temer, segundo um de seus interlocutores.

Fonte: Estadão