Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER

domingo, 5 de julho de 2015

Consultor ligado ao PT ajudou a Odebrecht em disputa de contrato

A troca de e-mails usada pela Justiça para prender o empresário Marcelo Odebrecht escondia a conexão da empreiteira com uma figura da engrenagem da CUT e do PT: André Luiz de Souza, investigado por irregularidades em investimentos feitos com recursos do FGTS, de acordo com informações divulgadas pela Folha.
 
Segundo o jornal, nas mensagens, executivos da Odebrecht relatam a Marcelo conversas com um certo André e chegam a mencionar um sobrepreço no contrato de operação de sondas da Petrobras. Por conta desta citação, o juiz Sérgio Moro concluiu que o empresário sabia do suposto esquema de corrupção na estatal e mandou prendê-lo.
 
Para a Polícia Federal, o tal André seria um funcionário da própria empreiteira. Especulou-se também que poderia ser o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, sócio da empresa de sondas de petróleo Sete Brasil.
 
A Odebrecht disse à publicação que o sujeito do e-mail é André Luiz de Souza, dono da Ask Capital. Essa consultoria, na versão da empreiteira, representava grandes empresas interessadas em se instalar num polo industrial na Bahia ao redor do estaleiro Enseada Paraguaçu, que pertence a Odebrecht, UTC e OAS.
 
No entanto, de acordo com a Folha, em março de 2011, quando os e-mails foram escritos, André tinha dupla militância. De um lado, negociava a criação do polo industrial com as empreiteiras do Enseada. De outro, fazia parte do comitê de investimentos do FI-FGTS, o bilionário fundo que aplica recursos do trabalhador em projetos de infraestrutura.
 
Naquela época, o Enseada tentava que o FI-FGTS colocasse dinheiro no estaleiro. Chegaram a assinar um acordo de confidencialidade para discutir a operação. Segundo a Folha apurou, André defendia o projeto dentro do fundo. Ele e a Odebrecht negam.
 
Na Caixa Econômica, que administra o FI, o negócio não avançou porque meses depois houve uma troca de diretoria. Oficialmente, o banco informa que o acordo não podia prosperar porque o regulamento do fundo não prevê investimento em estaleiros.
 
Quatro meses depois da troca de mensagens entre os executivos da Odebrecht, André deixou o FI-FGTS. Renunciou sob acusação de ser o pivô de um esquema de favorecimento de empresas nos investimentos do FGTS. Uma dessas empresas é subsidiária da Odebrecht. O caso ainda está sendo investigado.
 
André Luiz de Souza, 51, fez carreira no movimento sindical e prefeituras do PT. Coordenador do projeto Moradia do Instituto da Cidadania, do ex-presidente Lula, chegou ao conselho curador do FGTS indicado pela CUT e participou da criação do FI-FGTS, que hoje tem R$ 36 bilhões em infraestrutura.
 
Nos e-mails apreendidos pela polícia, os executivos da Odebrecht discutem segredos comerciais e mencionam, por siglas, o então governador da Bahia Jaques Wagner (PT) e a presidente Dilma Rousseff. Ele é JW e ela, DR, segundo a Odebrecht.
 
Numa das mensagens, Marcelo pede aos executivos cuidado com o que falam para André porque iria "chegar ao ouvido de JW". Disse também que a conversa com DR tinha sido postergada.
 
Interessado em ter um polo naval na Bahia, Wagner acompanhava o assunto de perto. Por isso, ficou enfurecido quando o Enseada perdeu o leilão do primeiro lote de sondas da Petrobras para o estaleiro Atlântico Sul, em Pernambuco.
 
O então governador já tinha tomado providências para garantir a rápida liberação de licenças ambientais tanto para o estaleiro quanto para o polo industrial, que também teriam incentivos fiscais.

Nenhum comentário: