A Procuradoria Geral da República (PGR) avançou na produção de
provas que mostram que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é o verdadeiro autor de requerimentos
parlamentares suspeitos de terem sido usados para pressionar a empresa
Mitsui a pagar propina, segundo fontes da investigações.
A
apreensão de registros do sistema de informática da Câmara, autorizada pelo
Supremo Tribunal Federal (STF) e executada por procuradores no começo de maio, foi considerada exitosa e aproximou Cunha
ainda mais de uma denúncia ao STF. Se isso se confirmar, o presidente da
Câmara passaria da condição de investigado a réu. Novas evidências foram
colhidas a partir dos registros coletados e reforçaram a Em delação premiada, o
doleiro Alberto Youssef afirmou que Cunha apresentou requerimentos, por meio de
aliados, para pressionar a Mitsui a retomar o pagamento de propina.
Como
revelou O GLOBO, em 2011, a então
deputada Solange Almeida (PMDB-RJ), hoje prefeita de Rio Bonito e aliada de
Cunha, protocolou
dois requerimentos na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara
— um com pedido de informações ao Ministério de Minas e
Energia sobre contratos da Mitsui com a Petrobras e outro com pedido ao Tribunal de Contas da União para que fizesse
auditorias nos contratos. [salvo um
engano altamente improvável está entre as legítimas atribuições de qualquer
parlamentar – creio que com o advento da Lei de Acesso à Informação é também
legítimo a qualquer cidadão – requerer informações a órgãos públicos sobre
qualquer assunto, investigação em curso, etc. Assim, qual delito cometeu a
atual prefeita de Rio Bonito?]
Os
arquivos eletrônicos dos requerimentos apontam “Dep. Eduardo Cunha” como o real autor. Ele nega. [Eduardo Cunha é ou foi petista? Seria excesso de incomPTncia,
característica inerente aos petralhas, Eduardo Cunha solicitar a uma aliada
apresentar um legítimo requerimento e deixar nos registros eletrônicos ser ele
o autor.] Tanto a
diligência feita na Câmara, seguida de uma posterior análise técnica dos dados
recolhidos, quanto o depoimento do consultor Júlio Camargo, que representava a
Mitsui, confirmaram a atuação de Cunha no episódio relatado pelo doleiro
Youssef.
A Mitsui nega que tenha contratado
Júlio Camargo. A denúncia do procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, ao STF é dada como certa. Se isso ocorrer, o
presidente da Câmara passa da condição de investigado a réu. As suspeitas são
de que Cunha cometeu os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O
mais provável, segundo fontes ouvidas pelo GLOBO,
é que a denúncia seja apresentada sem que sejam feitas novas buscas por provas.
Existe a possibilidade, porém, de novos pedidos de busca serem feitos após a
denúncia. [o curioso é que quando a acusação
ou denúncia é contra a Dilma o Rodrigo Janot sempre encontra uma forma de
excluir a presidente – em caso recente chegou a confundir INVESTIGAR com
PROCESSAR – mas, quando se trata de acusação contra o Cunha a regra é: optar
sempre pelo lado mais grave.] Para
avançar na produção de provas, a PGR partiu do princípio de que Cunha
poderia destruir documentos e, por isso, decidiu apreender os registros do sistema de informática
da Câmara. Para evitar a busca de registros na Câmara, a única alternativa,
segundo fontes das investigações, teria sido o afastamento cautelar de Cunha da
presidência da Câmara. [outro
ponto curioso é ações realizadas agora para evitar destruição de provas
referente investigações que então em curso há vários meses.
Os suspeitos, mesmo que tenha sido
contaminados pela incomPTncia petralha, poderiam ter destruído tais provas
quando as investigações começaram.
Por mais estúpido que o individuo
seja – o que tem em demasia no atual governo – no momento em que surge uma
investigação sobre algo que pode envolvê-lo ele cuida logo da supressão de
provas, não ficará esperando para quando a policia bater a sua porta.]
Os dois requerimentos
apresentados por Solange provocaram respostas dos órgãos acionados. O então ministro de Minas e
Energia, senador Edison Lobão (PMDB-MA), encaminhou
à Câmara um documento formulado pela
Petrobras com o detalhamento dos seis contratos existentes naquele momento
entre a estatal e a Mitsui Ocean Development & Engineering Co., no valor de
R$ 3,2 bilhões e com 13 aditivos. O Tribunal de Contas da União também
respondeu, informando não haver auditoria em curso contra a Mitsui.
Fonte: O Globo
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