A equipe técnica do Tribunal Superior Eleitoral julga ter reunido
provas suficientes para sustentar que o financiamento da campanha à
reeleição de Dilma Rousseff e Michel Temer incluiu verbas desviadas do
esquema criminoso da Petrobras. São evidências documentais e
testemunhais suficientes para justificar a cassação da chapa que
prevaleceu em 2014. Como Dilma já foi deposta, o mandato que está em
jogo é o de Temer. E já começam a soar no TSE avaliações sobre a
conveniência de poupar o substituto constitucional de Dilma.
O blog
ouviu dois dos sete ministros que compõem o plenário do TSE. Um deles
disse que o tribunal não pode ficar alheio à conjuntura. Acrescentou
que, ao julgar o processo, os ministros “talvez tenham que fazer um
juízo atenuatório, levando em conta as consequências” de uma interrupção
da Presidência de Temer. O outro ministro declarou que “a eventual
preservação do mandato do presidente substituto não seria nenhuma
aberração jurídica.”
Aberta a partir de representações feitas pelo
PSDB, a investigação da campanha de Dilma submete o TSE a um quadro
inédito. O tribunal jamais chegara tão longe na análise de uma prestação
de contas presidencial. A depender da vontade do seu presidente, o
ministro Gilmar Mendes, a Corte eleitoral transformará o processo num
inventário implacável das ilegalidades cometidas em 2014. Algo a ser
amplamente divulgado, como uma resposta à altura da tentativa do PT de
converter a Justiça Eleitoral em lavanderia de verbas sujas.
Se a
chapa Dilma-Temer fosse cassada pelo TSE até o final do ano, o
brasileiro teria a oportunidade de escolher um novo presidente da
República em eleição direta. É o que determina a Constituição.
Entretanto, são grandes as chances de o julgamento ser empurrado para
2017. Nessa hipótese, caberia ao Congresso Nacional, apinhado de
parlamentares sob investigação no petrolão, apontar o nome do próximo
presidente. A eleição indireta é um dos fatores que levam ministros do
TSE a afastar a corda do pescoço de Temer.
Confirmando-se as
tendências atuais, o TSE terá trabalho para justificar um paradoxo:
depois de transformar a auditoria nas contas de Dilma num marco, o
tribunal servirá um refresco a Temer, mantendo sua tradição de cassar
apenas vereadores, prefeitos e governadores de Estados nordestinos. [não pode ser olvidado que existe jurispurdência que sustenta que as contas da campanha do vice são distintas das contas da campanha do presidente.
Se um deles comete um ilícito o outro não pode ser punido.]
Fonte: Blog do Josias de Souza
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