Velório de procuradores em Brasília
Velório e sepultamento de procuradores ocorrem hoje, no Campo da Esperança
Assassino confesso de dois
procuradores, moradores de Brasília, dá detalhes do crime. José Bonfim
atirou nos advogados na sexta-feira. No domingo, reuniu amigos e
parentes em casa. Para policiais do Mato Grosso, ação foi planejada
Dois dias depois de assassinar os procuradores Saint’Clair Martins
Souto, 78 anos, e Saint’Clair Diniz Souto, 38, José Bonfim Alves de
Santana teria feito um churrasco na casa dele, em Vila Rica (MT),
município distante aproximadamente 1,3 mil quilômetros de Cuiabá. A
frieza do vaqueiro chamou atenção dos investigadores. Para a Polícia
Civil do Mato Grosso, o funcionário da fazenda dos dois advogados
premeditou o duplo homicídio. “Sem motivo específico, ele reuniu alguns
amigos e parentes”, confirmou Gutemberg de Lucena, delegado de Vila
Rica. No interrogatório, na noite de terça-feira, no Tocantins, deu
detalhes do crime: contou ter dado quatro tiros em cada vítima e chegou a
desenhar um mapa indicando onde deixou os corpos de pai e filho. Eles
passaram por necrópsia em uma funerária da cidade mato-grossense e
seguiram em um avião fretado para Brasília. O velório está marcado para
as 14h30 de hoje e o sepultamento deve ser às 17h30, no Cemitério Campo
da Esperança, na Asa Sul.
“Eu matei os dois, pai e filho. Agora, vou pagar pelos meus erros”,
afirmou José Bonfim, em entrevista à TV Anhanguera, de Tocantins. Ele
trabalhava para a família há oito anos e atuava como administrador da
Fazenda Santa Luzia, de propriedade das vítimas. Na manhã de
sexta-feira, dia do crime, Bonfim e Saint’Clair Martins Souto andavam a
cavalo em uma área de pastagem, com mato alto, quando o vaqueiro atirou
no advogado. “Depois, chamou o filho alegando que o pai havia caído do
animal e precisava de ajuda. Nesse momento, Saint’Clair Diniz Souto
também foi assassinado”, contou Flávio Stringueta, delegado-chefe da
Gerência de Combate ao Crime Organizado (MT).
Investigadores encontraram os corpos a aproximadamente 1,5km da sede da
fazenda. José Bonfim afirmou à polícia ter assassinado pai e filho
dentro da propriedade, agindo sozinho. Após o crime, teria voltado com
os cavalos para a sede. Mesmo assim, a polícia aguarda o laudo pericial
para constatar se o que ele diz é verdade. Ainda na manhã de ontem,
peritos estiveram no local do crime para apuração dos fatos. À tarde,
servidores da Perícia Oficial e Identificação Técnica de Mato Grosso
(Politec) fizeram a necrópsia. Os profissionais saíram do município de
Confresa, a cerca de 100km de Vila Rica. A polícia do estado já havia
pedido a prisão temporária dele e de um suposto comparsa.
No
fim da tarde de ontem, José Bonfim seguiu escoltado de avião de Palmas
para Vila Rica, onde foi ouvido pelo delegado responsável pelo caso,
Gutemberg de Lucena. A qualquer momento, deve ser levado para a
Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá. A polícia ainda investiga as
contas bancárias de José Bonfim — segundo os investigadores, a
movimentação não corresponde à renda de R$ 1,2 mil mensais que ele
recebia na fazenda. O caso mobilizou as polícias civis do DF, Mato
Grosso e Tocantins. Até os chefes do Executivo dos estados pediram
apoio. O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB),
entrou em contato com o governador mato-grossense, Pedro Taques (PSDB),
pedindo apoio para o caso.
Fonte: Correio Braziliense
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