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quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Velório de procuradores em Brasília

Velório e sepultamento de procuradores ocorrem hoje, no Campo da Esperança

Assassino confesso de dois procuradores, moradores de Brasília, dá detalhes do crime. José Bonfim atirou nos advogados na sexta-feira. No domingo, reuniu amigos e parentes em casa. Para policiais do Mato Grosso, ação foi planejada

Dois dias depois de assassinar os procuradores Saint’Clair Martins Souto, 78 anos, e Saint’Clair Diniz Souto, 38, José Bonfim Alves de Santana teria feito um churrasco na casa dele, em Vila Rica (MT), município distante aproximadamente 1,3 mil quilômetros de Cuiabá. A frieza do vaqueiro chamou atenção dos investigadores. Para a Polícia Civil do Mato Grosso, o funcionário da fazenda dos dois advogados premeditou o duplo homicídio. “Sem motivo específico, ele reuniu alguns amigos e parentes”, confirmou Gutemberg de Lucena, delegado de Vila Rica. No interrogatório, na noite de terça-feira, no Tocantins, deu detalhes do crime: contou ter dado quatro tiros em cada vítima e chegou a desenhar um mapa indicando onde deixou os corpos de pai e filho. Eles passaram por necrópsia em uma funerária da cidade mato-grossense e seguiram em um avião fretado para Brasília. O velório está marcado para as 14h30 de hoje e o sepultamento deve ser às 17h30, no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul.

“Eu matei os dois, pai e filho. Agora, vou pagar pelos meus erros”, afirmou José Bonfim, em entrevista à TV Anhanguera, de Tocantins. Ele trabalhava para a família há oito anos e atuava como administrador da Fazenda Santa Luzia, de propriedade das vítimas. Na manhã de sexta-feira, dia do crime, Bonfim e Saint’Clair Martins Souto andavam a cavalo em uma área de pastagem, com mato alto, quando o vaqueiro atirou no advogado. “Depois, chamou o filho alegando que o pai havia caído do animal e precisava de ajuda. Nesse momento, Saint’Clair Diniz Souto também foi assassinado”, contou Flávio Stringueta, delegado-chefe da Gerência de Combate ao Crime Organizado (MT).

Investigadores encontraram os corpos a aproximadamente 1,5km da sede da fazenda. José Bonfim afirmou à polícia ter assassinado pai e filho dentro da propriedade, agindo sozinho. Após o crime, teria voltado com os cavalos para a sede. Mesmo assim, a polícia aguarda o laudo pericial para constatar se o que ele diz é verdade. Ainda na manhã de ontem, peritos estiveram no local do crime para apuração dos fatos. À tarde, servidores da Perícia Oficial e Identificação Técnica de Mato Grosso (Politec) fizeram a necrópsia. Os profissionais saíram do município de Confresa, a cerca de 100km de Vila Rica. A polícia do estado já havia pedido a prisão temporária dele e de um suposto comparsa.

No fim da tarde de ontem, José Bonfim seguiu escoltado de avião de Palmas para Vila Rica, onde foi ouvido pelo delegado responsável pelo caso, Gutemberg de Lucena. A qualquer momento, deve ser levado para a Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá. A polícia ainda investiga as contas bancárias de José Bonfim — segundo os investigadores, a movimentação não corresponde à renda de R$ 1,2 mil mensais que ele recebia na fazenda. O caso mobilizou as polícias civis do DF, Mato Grosso e Tocantins. Até os chefes do Executivo dos estados pediram apoio. O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), entrou em contato com o governador mato-grossense, Pedro Taques (PSDB), pedindo apoio para o caso.
 

Fonte: Correio Braziliense 

 

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