Ato de filiação ao PSL foi mistura de culto evangélico e programa policial – Tudo pelo Brasil
Jair Bolsonaro | Aílton de Freitas
Uma
mistura de culto evangélico e programa policial de TV. Assim foi o ato que
selou ontem a filiação de Jair Bolsonaro ao PSL. O presidenciável defendeu a
liberação das armas e prometeu combater “vagabundos” e “marginais”. Ele temperou
o discurso com menções a Deus e à “família brasileira".
O
deputado encarregou Magno Malta, dublê de senador e cantor gospel, de puxar uma
corrente de oração. Em seguida, investiu no culto à própria personalidade. “Eu
sou o Messias. Jair Messias Bolsonaro", disse, para delírio dos seguidores
que lotavam um dos plenários da Câmara.
O capitão
reformado incitou o sentimento nacionalista da plateia. “Vamos voltar a ter
orgulho da nossa bandeira”, prometeu. “Mito! Mito! Mito!”, responderam os
aliados, em coro. “Só tem uma maneira de esta bandeira ficar vermelha: com o
meu sangue”, emendou Bolsonaro. “A
violência se combate com energia, e se for necessário, com mais violência”,
prosseguiu o pré-candidato. Ele prometeu pedir votos para os colegas da bancada
da bala, que se acotovelavam a seu redor. “Quem sabe teremos aqui a bancada da
metralhadora”, gracejou.
Dizendo-se
defensor da família, o deputado disse que que a homossexualidade “não é
normal". “Um pai prefere chegar em casa e ver o filho com o braço quebrado
no futebol, e não brincando de boneca”, discursou. “Casamento é entre homem e
mulher, e ponto final”, continuou, apesar de o STF já ter reconhecido a união
estável de pessoas do mesmo sexo. [ao reconhecer o famigerado 'casamento gay' apelidado de 'união estável entre pessoas do mesmo sexo', o STF afrontou a Constituição, já que a Suprema Corte legislou o que é proibido pela Constituição Federal.
Por óbvio um ato nascido de uma afronta à Constituição é inconstitucional.]
Em outra
passagem, Bolsonaro prometeu varrer os partidos de esquerda do Congresso. “Quem
reza dessa cartilha de esquerda não merece conviver com os bens da democracia e
do capitalismo”, disse. “Nós temos que alijá-los”, acrescentou. Deputado
há 27 anos, o presidenciável se apresentou como promessa de renovação na política.
Ele ainda citou Donald Trump como “exemplo para nós seguirmos” e atacou a
imprensa, a quem acusou de “conivente com a corrupção".
Antes de
ouvir o líder, Magno Malta se ofereceu para o cargo de vice em sua chapa.
Ex-aliado de Lula e Dilma Rousseff, ele evitou lembrar o passado ao lado dos
petistas. “Agora você é extrema-direita. Isso não ofende, não”, disse, olhando
para Bolsonaro. “Extrema-direita é o que nós somos”, concluiu.
O Globo
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