O presidenciável Jair Bolsonaro enviou uma carta ao ministro Celso de Mello, decano da corte. Segue a íntegra:
“Exmo. Sr. Dr.Ministro Celso de Mello E.m.
Senhor Ministro, Tomo a liberdade de encaminhar esta carta à Vossa Excelência, diante do noticiário recente. É meu dever, como cidadão, manifestar meu apreço por Vossa Excelência, seja pela conduta impecável no exercício de jurisdição, seja pela forma ponderada como sempre se manifesta ao público.
Quero, por escrito, deixar claro que manifestações mais emocionais, ocorridas nestes últimos tempos, se mostram fruto da angústia e das ameaças sofridas neste processo eleitoral. O Supremo Tribunal Federal é o guardião da Constituição e todos temos de prestigiar a Corte.
Cordialmente, Jair Messias Bolsonaro.”
O
presidente da Corte é Dias Toffoli, não Celso de Mello, que é o decano,
condição que não é lembrada na carta. Por que a Celso e não a outros
ministros que também se manifestaram? Pode ter a ver com o fato de que
Celso faz 75 anos em 2020 e tem de deixar a Corte, abrindo espaço para
Bolsonaro fazer uma das duas indicações num mandato de quatro anos. A
outra ocorrerá em 2021, com a aposentadoria do ministro Marco Aurélio
Mello.
Talvez Bolsonaro tenha se lembrado de que Celso já pensou várias
vezes em se aposentar. Se o fizesse ainda neste ano, abriria caminho
para Michel Temer fazer a indicação. Não consta que o ministro pense em
deixar a Corte já. Apenas contextualizo a escolha feita por Bolsonaro,
que, como se nota, embute uma avaliação do trabalho do ministro em
trecho tão curto. Ademais, em julho, quando Eduardo Bolsonaro falou em
fechar o Supremo, que ameaça havia? Não consta que a candidatura
estivesse na mira de juízes do Supremo, certo?
[LEMBRETE OPORTUNO: quem vota continua sendo o eleitor.]
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