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segunda-feira, 8 de outubro de 2018

É bom não esquecer que Bolsonaro obteve apenas 33,4% dos votos do eleitorado; Haddad, 21,27%. Inexiste carta branca para fazer qualquer coisa

Jair Bolsonaro obteve 46,03% dos votos válidos — ou 49.275.358 votos, o que é, sem dúvida, uma avalanche. Sabem, no entanto, quantos são os brasileiros aptos a votar? 147,3 milhões. Ocorre que quase 30 milhões não deram as caras, com uma abstenção de 20,32%. Brancos e nulos somaram 8,79%. Entendam: aquele que quase vence no primeiro turno, num verdadeiro aluvião de votos conservadores, obteve, no entanto, 33,4% do eleitorado. Sim, senhores: o grande vitorioso do primeiro turno não teve mais do que um terço dos votos das pessoas aptas a escolher o presidente. Quase outro terço (29,11%) não quis escolher ninguém, e os demais ficaram com opositores do deputado. [destaque-se que Bolsonaro teve votação superior em mais de 55% a obtida por Haddad = 31.341.839 e Bolsonaro 49.275.358.
Aliás, segundo turno é mais uma excrescência da Constituição cidadã e serve apenas para gastar milhões e milhões de reais; 
qual sentido tem um segundo turno, se no primeiro turno o candidato vencedor  obteve votação superior à soma do 2º, 3º e 4º colocados - do quarto considerando pouco mais de 90%? ] 
 
Fiz essa mesma lembrança quando Dilma venceu, em 2014. Os petistas ficaram bravos, como se eu estivesse deslegitimando o desempenho de Dilma. Não! Até porque os números de Fernando Haddad (PT), por óbvio, são ainda piores: 21,27% (31.341.839). Se não entenderam o ponto, explico: quem vence não ganha carta branca para fazer o que lhe dá na telha. Vence para governar de acordo com as regras do jogo, já que governa também quem não compareceu para votar, quem compareceu e não escolheu ninguém e aqueles que escolheram outras candidaturas. 

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Blog do Reinaldo Azevedo 

 

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