[Supremo precisa de uma renovada, afinal a INSEGURANÇA JURÍDICA não pode ser forjada na Suprema Corte.
E se a popularidade do Supremo está no buraco, não foi colocada por obra de Bolsonaro ou seus eleitores, e sim fruto de algumas decisões de alguns dos supremos ministros - dois deles estão entre os 'aposentáveis'.]
Manobra pode reduzir de 75 para 70 anos a
idade de aposentadoria e tiraria da Corte Celso de Mello, Marco
Aurélio, Ricardo Lewandowski e Rosa Weber, que seriam substituídos ainda
durante o governo Bolsonaro Há
50 anos, os generais da ditadura decidiram mandar para casa três
ministros do STF considerados obstáculos ao regime. Victor Nunes Leal
tinha 54 anos quando ouviu no rádio a notícia aposentadoria
fora aprovada. Ele se virou para um colega que jantava em sua casa e disse: aí senhor, você já não está falando com um ministro do Supremo.
.
Aliados
de Jair Bolsonaro querem dar um novo golpe do pijama no tribunal. A
ideia de mudar a Constituição para antecipar a idade de aposentadoria
dos ministros de 75 para 70 anos e abrir caminho para que o presidente
possa indicar, de uma só vez, quatro integrantes para a corte. A manobra é mais do que oportunista. Em 2015, o Congresso aprovou a PEC da Bengala,
que aumentou a idade de aposentadoria no Judiciário para 75 anos em uma malandragem para impedir Dilma Rousseff de fazer novas
indicações para o STF. Bolsonaro votou a favor da proposta.
Agora,
o casuísmo pode ser duplicado. Numa artimanha para acomodar a lei a
seus interesses políticos, os parceiros do governo querem revogar a PEC
para tirar da corte Celso de Mello, Marco Aurélio, Ricardo Lewandowski
e Rosa Weber. Mudariam o equilibrio do tribunal sem precisar chamar um
cabo e um soldado. Bolsonaristas colhem
assinaturas de apoio ao projeto. A deputada Bia Kicis (PSL) subiu a
tribuna nesta terçaa (12) para dizer que a proposta atende ao clamor
das redes sociais. Ela quer presidir a Comissão de Constituição e Justiça, mas começou mal ao tentar torcer a legislação para favorecer
seu grupo político.
Em entrevista ao SBT em janeiro, Bolsonaro festejou a PEC de 2015 e disse que não faria sugestões para revogar a medida. Ele deveria passar essa orientação a seus seguidores. O novo Congresso decidiu enfrentar o Judiciário, mas flerta com uma crise que pode pulverizar a relação entre as instituições. A popularidade do STF está no buraco, mas um expurgo seria injustificável. Mudar a regra do jogo quando for conveniente é um truque barato para atropelar desafetos e concentrar poder.
Os juízes no deserto de juristas - Jornal O Popular
Veja mais em: https://www.opopular.com.br/editorias/opiniao/opini%C3%A3o-1.146393/os-ju%C3%ADzes-no-deserto-de-juristas-1.1729178
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