Grupo responde por crimes praticados em Alfenas, Itajubá, Poços de Caldas, Pouso Alegre, Uberaba, Uberlândia e Belo Horizonte, em junho de 2017
As penas variam entre 22 anos e oito meses a 32 anos e dois meses de prisão, todas em regime inicial fechado. Somadas, as condenações ultrapassam 706 anos de reclusão. Os acusados já se estavam presos desde julho de 2018, em regime disciplinar diferenciado, de acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG). Na sentença, a juíza Andrea Costa determinou a manutenção dessa condição até julho deste ano.
De acordo com as investigações, os 24 homens e uma mulher cometiam crimes de forma “ordenada e mediante divisão de tarefas” desde novembro de 2017. O objetivo seria “obter vantagem indevida, praticando crimes de tráfico de drogas, incêndios e danos ao patrimônio”. Segundo o Ministério Público, os réus também eram responsáveis por ordenar a outros integrantes da facção atentados contra agentes de segurança publica, além de incêndios e danos a edifícios.
Na sentença, a juíza Andrea Costa afirmou que o grupo tinha “desprezo e indiferença” pelas instituições do Estado e destacou as consequências “altamente prejudiciais” dos crimes, voltados a difundir o medo e lesar o patrimônio público. Além de condenar os 25, a magistrada absolveu um dos acusados e expediu alvará de soltura na última sexta-feira 8. Segundo ela, não foram apresentadas provas suficientes para a condenação. Além disso, a perícia criminal apontou que o áudio enviado por aplicativo de mensagem não correspondia à voz do réu.
Investigação
A onda de incêndios a ônibus e prédios públicos em Minas Gerais foi ordenada pelo PCC. Os ataques simultâneos – os primeiros da história da facção – atingiram os municípios de Alfenas, Itajubá, Poços de Caldas, Pouso Alegre, Uberaba, Uberlândia e a capital, Belo Horizonte. Também foram registrados casos semelhantes no Rio Grande do Norte. À época, mais de oitenta pessoas foram presas e 22 menores foram apreendidos sob suspeita de participação nos crimes.
As investigações foram conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, braço do Ministério Público, e pela Promotoria de Justiça de Tóxicos de Belo Horizonte. A denúncia contra os réus condenados neste mês foi apresentada em junho de 2018. Em novembro do ano passado, o último interrogatório com os acusados foi marcado por esquema de segurança especial no Fórum Lafayette, no centro de Belo Horizonte. Por ordem da presidência do Tribunal de Justiça de Minas Gerais foi realizado reforço no policiamento da região, com atuação conjunta entre a Polícia Militar, a Secretaria de Estado de Administração Prisional e o Instituto de Criminalística de Minas Gerais.
Estadão Conteúdo
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